O meio entre o começo e o fim escrita por Miss Addams


Capítulo 9
Nove


Notas iniciais do capítulo

A música tema deste capítulo é Llorar, da dupla Jesse y Joy feat com o cantor Mario Domm. Aqui o clipe para que escutem e vejam: https://www.youtube.com/watch?v=OK_KvknlJxA

Como sugestão!



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Dulce

Olvide que sin tu amor no valgo nada y tome una vuelta equivocada. Me quede sin movimiento sin saber por donde regresar lleno de remordimiento

Estava concentrada em colocar ar em meus pulmões, em fazer com que respirar fosse normal, como deveria ser. Só que nos últimos tempos ando com a sensação de sufocamento na garganta, como se andasse com um nó que cada vez mais aperta.

Como agora.

Eu tinha que ser forte, tinha que me concentrar para não demonstrar nada do que acontecia comigo. Tinha que encontrar um sorriso cordial em meio a minha vontade de liberar as lágrimas. Só que proibir elas de caírem foi impossível quando veio a lembrança de agora a pouco a minha mente.

Eu mexia constantemente nos meus dedos, para falar a verdade nos anéis que tinha posto. A quem eu quero enganar? Eu não deixava quieta em realidade era minha aliança, não parava de movê-la no meu dedo.

Estava incomodada, não só por está no avião em um vôo para Cancun, porém com a discussão com que tive com ele antes dessa viagem. E como ele vinha me evitando desde nossa briga, não sei como ele está nesse vôo conosco.

Do meu lugar no avião eu conseguia ver-lo perfeitamente, já que estava na ponta das poltronas, com óculos escuro colocado propositalmente para que eu não olhasse em seus olhos e tentasse descobrir o que se passa na sua cabeça, sem barba, cabelo baixo, nem raspado, nem grande. Ele ninava Rosa com zelo do pai cuidadoso que é.

Desde que voltei de viagem Dominique, Marco e Rosa só queriam ficar comigo, isso implicava no voo todo, só que Rosa me surpreendeu quando quis ficar com o pai, era impressionante como ela sabia quando ele precisava de alguém, por que eu via isso também por mais que ele não admitisse.

Os meninos perceberam que o clima entre ele e eu estava péssimo, ultimamente brigávamos muito, ele dormia no quarto de algum dos meninos as noites, isso quando ele não estava trabalhando. O pior era ver que minhas discussões com Poncho afetava aos nossos filhos também.

A única coisa que me fez desviar meu olhar de Poncho, foi sentir a mão de Marco sobre a minha, o que me fez virar para ele. Com a mudança de lugar de Rosa, nós mudamos também de lugar, Dominique agora dormia com a cabeça encostada na janela do avião, Marco estava no meio e eu na ponta.

Ele me abraçou como pode por estamos sentados apoiou o queixo no meu ombro e me olhava receoso.

:- Vocês vão se separar? – perguntou baixo, ficou tão incomodado como eu, mais tinha uma coragem por fazer a pergunta.

Eu que simplesmente não tinha coragem de responder, porque por mais que a minha situação com Poncho não estivesse boa, esse questionamento nunca passou pela minha cabeça. Apertei meus lábios e não respondi Marco, apenas o abracei também como eu pude e bem forte, buscando apoio nos seus braços, assim como Poncho com Roza.

E ao me lembrar disso, algumas lágrimas caíram. Por que chegamos ao ponto de que Marco perguntasse isso?

O nó em minha garganta se fechou mais.

Entretanto eu não me permitiria chorar, estava pronta, com maquiagem feita para a gravação, não podia chorar.

Olhei para cima na tentativa falha de fazer com que as últimas lágrimas não deslizassem. Foi então que meu celular tocou. Abri minha bolsa o pegando.

:- Alô? – apertei os olhos, minha voz soou estranha quem quer que fosse do outro lado da linha notaria algo de errado.

:- Dulce? – Maite, conclui – Você está com uma voz estranha. O que houve?

:- Nada. – Nem eu acreditei na minha mentira. Escutei ela suspirar.

:- Liguei para saber como vocês estão? Gostaram da Casa? Eu me preocupei para que ela tivesse arrumada para a chegada de vocês.

:- A casa é ótima é a sua cara bem decorada, simples e confortável, não precisava se preocupar, ela estava em perfeita ordem. – minha voz foi soando um pouco melhor. – Foi a nossa salvação.

Ela sabia ao que eu me referia, fazia tempo que estava planejando uma viagem em família, mas nunca dava certo porque estava afundada no meu trabalho, e quando consegui uma folga por que cancelaram apresentações minhas decidi viajar dessa vez para descanso, consegui convencer Poncho a tirar folga também os meninos não teriam colégio por conta do feriado prolongado. Seria perfeito se não tivesse surgido uma matéria para gravar.

E mais uma vez adiaria a viagem.

Queriam que eu fizesse algumas matérias em Cancun, para um programa de Televisa, chamado Vosotros&Nosotros, consegui convencer a fazer apenas uma matéria e ainda levar minha família junto. Esse foi o motivo da minha última discussão com Poncho, ele ficou irritado ao ver que eu não ficaria com ele na viagem. Estaria trabalhando.

Os hotéis, pousadas e etc estavam lotados e por sugestão de Maite, poderíamos ficar em sua casa em Cancun, tinha um trecho com uma praia particular. Era lindo, pena que não eu estava desfrutando.

:- Não foi nada. Faz tanto tempo que não nos vemos Dulce. – ela comentou. E eu me senti mal, essa frase virou rotina escutar das pessoas que eu amo. – Você não está bem, o que está acontecendo?

:- Eu não consigo esquecer. - Decidi não mentir novamente.

:- O que? – Ela me perguntou calma.

:- “Vocês vão se separar?” – Soltei. – Marco me perguntou isso quando estávamos no voo para cá, eu não consegui responder por que sequer tinha pensado nisso.

:- Realmente é uma pergunta muito forte. Vocês não estão bem...

:- É verdade, mas não chegamos esse ponto, Maite, se separar? Por Deus, não. Nem cogito essa possibilidade.

:- Então mude Dulce. – ela falou direta me acertando em cheio. – Poxa, eu pensava que Poncho com seu vicio em trabalho seria um problema no casamento de vocês, agora você? Eu não te vejo há uns sete meses Dulce, e olha que marcamos muitas vezes para nos vermos, só que sempre aparecia Poncho, Roza, Marco e Dominique. Você não.

:- Eu sei que ando ocupada, todos estão reclamando, eu me deixei levar por esse meu projeto unir o teatro com a música foi viciante, porém não acha que sinto falta de está com meus filhos? Com Poncho?

:- Entendo, eles também sente sua falta, quantas vezes não escutei Poncho falando de planos que vocês fizeram, com os meninos e não deu certo por que seu trabalho ou o dele impediu?!

:- Eu sei que sou eu a mais errada dessa história, só que eu enxerguei isso agora. Meus filhos sentem minha falta, eu sinto falta deles. – Acabei minha cabeça negando, com um peso sobre o corpo. - Vi Poncho se cansar de uns meses para cá, ele e eu temos discutido muito, acho que a última vez que viajamos juntos e sozinhos, foi no meu último aniversário em Dezembro do ano passado. Não quero que isso continue. – desabafei.

:- Aproveita essa viagem. – ela falou com uma segurança que eu não tinha. – Isso, sabe assim que essa matéria acabar, aproveita sua família e seu marido Dulce, esta perdendo momentos importantes da vida dos seus filhos e deixando Poncho de lado.

:- Você tem razão, eu vou fazer isso, não quero que meu casamento chegue ao ponto insustentável. Não posso perdê-lo.

:- Faça isso mesmo, assim que acabar a matéria esqueça a profissional Dulce Maria. Agora eu tenho que ir, vou levar os meninos para casa da avó. Qualquer coisa me liga, Dulce!

Eu agradeci ela e nos despedimos assim que guardei meu celular na bolsa, a porta foi aberta.

Ele entrou no quarto e agora de perto via o quanto ele sustentava uma expressão cansada.

Juro que es verdad no miento que mi voluntad es cambiar, pero sola yo no puedo. No se como lograr mi alma reparar

:- O carro da produção acabou de chegar, estão te esperando lá em baixo.

Agora ele já estava sem os óculos, só que não me olhava diretamente, ele estava me evitando, na certa ou outra discussão, ou estava dando espaço a nós dois.

:- Obrigada. – Me levantei, fechei minha bolsa e fiquei imóvel vendo ele parado no quarto também. Se fosse antes agora ele estaria me abraçando ou me beijando desejando boa sorte ou me atrasando mais simplesmente por que queria ficar comigo.

Talvez ele tivesse o mesmo pensamento que eu, por que me encarou pela primeira vez com uma intensidade tocante. Tanto eu como ele abrimos a boca para falar algo, mas nada saia. Não sabia dizer qual orgulho do outro era maior nesses momentos.

:- Poncho...

:- Eu vou cuidar bem dos garotos. – ele me cortou, como minha voz saiu tão baixa eu até duvidei que ela saiu, talvez ficou nos meus pensamentos. Na intenção de falar.

:- Eu sei. – me limitei a falar, sentindo vergonha dele. Uma vergonha tola.

:- Especialmente das meninas, Roza está pequena ainda eu vou ficar brincando com ela, talvez fazendo castelos de areia, Dominique tenho que ficar de olho com os rapazes, e ainda por sua surdez. Marco talvez eu ensine a surfar. Não sei. – ele deu os ombros, desatando a falar. – Eu vou cuidar deles. – reafirmou. – Pensei em ficar em algum trecho da praia menos movimentado, para curti melhor.

Eu o entendia, ele estava falando aquilo para ter um primeiro passo de diálogo, não era esquecer ou atropelar o que aconteceu ou como estamos, é buscar uma saída para sairmos dessa situação.

:- Eu sei. – repeti, dando a volta na cama e me aproximando dele. – Eu confio em você.

Ficamos nos olhando perdidos num mundo que a muito tempo não entravamos. Antes que eu ou ele falasse algo, escutamos a buzina do carro ecoar nos interrompendo.

:- MÃE O CARECA DA MATÉRIA ESTÁ TE CHAMANDO!!! – Escutei Marco gritar comigo da sala.

:- Estou indo Marco. – Falei um pouco mais alto para que ele escutasse. – Depois podemos conversar? – perguntei a Poncho, e o vi balançar a cabeça afirmando, fiquei sem saber como me despedir dele.

Até que ele viu minha indecisão e me puxou pelo braço e me abraçou apertado, aquilo era reconfortante, “Boa sorte” desejou com voz grossa no meu ouvido, apertei mais o abraço, sufocando as palavras que veio em minha boca, não daria tempo.

:- Obrigada! – quando me afastaria, ele me puxou de volta selando meus lábios em um beijo, apesar da minha surpresa eu correspondi, precisávamos daquilo era um sinal de que mesmo que estejamos chateados, um sente falta do outro.

Sai do quarto bem melhor do que eu entrei, na sala falei com Marco, Dominique e Roza séria que mesmo que estivesse gravando eles poderiam me ligar caso acontecesse alguma coisa. Dei mil e umas recomendações e finalmente saí quando o pessoal da Vosotros&Nosotros estavam irritados por me esperar.

Não me importei, provavelmente ficaria pensando dia inteiro na conversa que teria com Poncho e no beijo calmo que ele me deu.

...

…Tengo la esperanza que el dolor cambie y se transforme en tu perdón, navegar en un mar sin fantasmas y la luz de tu amor sea mi mapa…

De novo eu estava olhando ele, assim como no avião, só que dessa vez era diferente, ele estava mais perto. Eu já havia conversado com Maite, tido um dia de gravação intenso e encontrado com ele e os meninos, decidimos ficar aqui na praia agora de noite.

Ele fez uma fogueira pequena, estávamos ao redor dela, fiquei observando ele com os meninos, Marco estava com seu violão estava cantando e tocando, Roza o acompanhava com palmas e Dominique nos olhava admirada, via às vezes fechar os olhos e parecia que ela escutava a melodia.

O clima que nos cercava era terno.

Tudo seria perfeito se eu ainda não estivesse incomodada com minha situação dele, se eu conseguisse esquecer aquele beijo que demos antes ir para minha gravação.

:- No que está pensando?

Ele se aproximou e sentou do meu lado, olhando nos meus olhos, como ultimamente tinha a expressão séria.

:- Nas gravações de hoje, acho que não vai para o ar na íntegra. – abaixei a cabeça e escutei ele suspirar do meu lado.

:- Eles queriam mostrar essa família perfeita e não conseguiram. – o vi abraçar as pernas olhando para a fogueira que fez.

Se referia a umas horas atrás quando um dos responsáveis pela matéria teve a ideia de gravar com Poncho e os meninos, foi uma péssima ideia. Os meninos não queriam perder o dia de diversão deles para ficar gravando, Poncho ficou chateado por ver que também não descansaria e perderia seu momento com os pequenos controlando eles. E eu achava que seria uma chance de ficar próximo deles e ainda fazendo meu trabalho.

Só que a matéria não deu certo, queriam mostrar como éramos uma família perfeita e que servia de exemplo para todos, mas segundo a televisão um casal de atores famosos que tem filhos que brigam, não é sinônimo de perfeição! Por que foi isso que aconteceu, Marco ficou implicando com Roza por não deixa-lo surfar, Dominique defendia a irmã mais nova, Poncho apesar de sua irritação por está gravando tentava apartar as discussões e brigas.

Entretanto não foi suficiente, nem eu e nem ele conseguimos fazer isso tudo funcionar. No fim das contas, depois da gravação que saiu, com certeza haverá vários cortes, fizemos com que os meninos fizessem as pazes e ficamos na praia.

:- Eu não concordei com a intenção da matéria, mas eu pensei que fosse uma chance de ficar junto de vocês sem ter que cancelar a gravação. – confessei o olhando mesmo que ele não me olhasse. – Eu sei que está irritado comigo por conta da matéria, mas...

:- Não estou irritado com você por causa dessa matéria mesmo que estivéssemos bem ela não daria certo por que não somos perfeitos. – ele me cortou novamente grosso. – Estou irritado com você.

:- Comigo?

:- Irritado pelo fato de você não saber mais diferenciar as coisas, não saber separar seu lado profissional. Irritado por chegar em casa e não encontrar você, ou quando você volta é para trocar as roupas da mala e sair em uma nova viagem. Irritado por não saber mais que desculpa inventar para os meninos por que você não está presente. – ele finalmente me olhou.

:- Eu não sou a única que trabalha muito em casa. – falei acuada.

:- Isso é verdade, eu também estou errado nessa história, por que cada vez mais nossas agendas não batem. Quando você está em casa, ou não estou e vice e versa. Porém, nos últimos seis meses.

:- Eu sei, eu sei, Poncho. – o cortei negando com a cabeça sentida pela verdade.

:- Eu sinto sua falta Dulce. – engoli saliva, eu também sentia e muita.

:- Essa é minha oportunidade fazer algo que eu amo. – olhei para ele sentindo um nó na garganta, mordi os lábios contendo a vontade de chorar. E ele percebeu isso. Por que deixou de abraçar suas pernas e se virou para o meu lado passando a mão no meu rosto, baixando totalmente a sua guarda assim como eu.

Ignorando nosso orgulho que mais uma vez não nos levaria a nada.

:- Eu já passei por isso, mas infelizmente não podemos ter tudo Dulce, ou é apenas nossa carreira ou nossa vida, não estou pedindo que desista. Eu só quero que fique mais em casa, com os meninos e comigo. – ele subiu agora para meu cabelo acariciando. – Eu já diminui minha carga de trabalho, consegui folgas, até férias e você não. Eu só quero ter você.

:- Ando trabalhando demais eu tenho consciência disso, meu corpo também, vou ficar mais em casa e com vocês, eu só acho que quis voar muito alto. Abraçar o mundo com braços curtos.

:- Me escuta, não há problema em voar alto você sempre fez isso, o que eu quero é que volte para o ninho, passarinha! – ele sorriu me reconfortando.

:- Não quero perder você. – Disse olhando em seus olhos e também colocando minha mão no seu rosto.

:- Você não vai me perder que absurdo é esse? – ele ficou confuso na minha frente.

:- Esses pensamentos começaram a surgir e depois do que Marco me disse, por Deus, Poncho ele perguntou se nos separaríamos! Tem noção eu...

:- Ele perguntou isso? – ele olhou rapidamente para Marco que ainda tocava, próximo de nós dois, ele e as meninas pareciam que estavam alheiros a minha proximidade de Poncho, como se nos respeitássemos.

:- Sim. Sem que eu quisesse comecei a pensar nessa possibilidade, eu não posso Poncho. Promete que mesmo que briguemos nunca vai se separar de mim?! – Perguntei meio desesperada.

:- Para de bobagem! Não vai me perder já disse. – ele riu. – Marco uma vez ficou assustado por que estava assistindo jornal e lá tinha uma pesquisa sobre altos índices de separações em casamentos, ele também me perguntou, e o respondi que não. – Me esclareceu para logo em seguida me deixar confusa. - Qual foi o número dessa vez?

Demorei para raciocinar a pergunta e sorri antes de responder.

:- Eu parei de contar quantas vezes terminamos e voltamos desde que nos casamos. – ri para ele. – Por que não importa quantas vezes terminamos, sempre voltamos para os braços um do outro.

:- Verdade! – Ele me abraçou pela cintura e me puxou para mais perto dele. – Agora vem cá que eu quero beijo de reconciliação, já que não posso ter algo a mais por que temos companhia. – eu ri dando um tapa estralado no peito dele, e o beijei é claro.

Por que talvez mais que ele eu sentia sua falta. Acho que toda a agonia de antes foi embora do meu corpo à medida que a língua de Poncho dançava na minha boca em completa saudade.

Terminamos o beijo, ainda com os olhos fechados e com os lábios colados.

:- Te amo. – eu falei baixo e depois rocei meu nariz no dele sentindo ele sorrir, depois tomei um susto. Porque ele me puxou e caímos na areia deitados sorri enquanto o abraçava, e abri os olhos olhando para cima e vendo aquele céu estrelado.

:- Eu amo muito você também. – ele disse calmo depois de um tempo enquanto fazia carinho no meu braço, estranhei quando não escutei mais o som do violão de Marco.

Não demorou muito para sentir um peso leve na minha perna e braços e pernas miúdas engatinharem sobre meu corpo.

:- Man, o que vocês estão fazendo? – Roza perguntou baixo, meio receosa, talvez estranhando Poncho eu estarmos juntos assim nesses últimos tempos de discussões.

:- Estávamos fazendo a coisa mais maravilhosa do mundo. – eu falei também baixo e confidenciando como se fosse um segredo a ela.

Ela arregalou os olhos azuis surpresa. Nesse momento vi Dominique se aproximar de Poncho e deitar do seu lado ele a abraçou, assim Marco apareceu e deitou do meu lado.

:- Vocês estão bem de novo? – ele perguntou.

:- Sim, Marco, não vamos nos separar eu falei para você cara. – Poncho falou risonho.

:- Man, o que é a coisa mais maravilhosa do mundo? Eu também quero fazer. – Roza se apoiou em Poncho com os bracinhos pequenos.

:- Você quer? – perguntei a ela vendo balançar a cabeça em positivo.

:- Então deita no seu pai, bebê, de barriga para cima. – eu pedi e ela o fez. – agora fecha os olhos e vi ela o fazer. – Agora sinta Roza, sinta o vento batendo no seu rosto, o barulho do mar, as ondas quebrando e molhando a areia. – eu falava tranquila e desviei o olhar para Marco ele fazia o que eu pedia a Roza, depois vi Dominique me olhar com um sorriso.

Também sorri para ela e fiz um rápido gesto, logo ela entendeu, como se ela conversasse comigo pelo olhar. Ela deitou novamente só que dessa vez com a cabeça apoiada também em Poncho, assim como eu e Roza, ele por sua vez passou a fazer cafuné nela. E eu o olhei sorrindo. Ele apenas piscou.

Dei um rápido selinho nele.

Eu voltei a deitar e depois de aconchegar Marco no meu braço, fiz o que eu mesma pedi para minha pequena. Aproveitando a calma, nossa tranquilidade. Agradeci. O mundo podia acabar ou o tempo parar ali, que eu estava feliz.

:- Agora Roza, - voltei a falar calma. – abra os olhos, e olhe para esse céu estrelado.

:- É lindo man. Posso ter uma estrela? – Tinha uma voz admirada e eu sorri. Aquele céu era de tirar o fôlego por si só, com esse momento tornava tudo mágico.

:- Claro. E essa é a coisa mais maravilhosa do mundo, minha pequena, compartilhar com as pessoas que amamos os momentos mais simples, disso que você vai se recordar Roza, quando se lembrar de Cancun, vai lembrar de olhar as estrelas com a sua família. – não sabia exatamente se ela entendia a profundidade do que eu dizia, mas eu tinha certeza que ela sentia.

O nosso silêncio comandou aquele momento especial, apenas o barulho do mar se ouvia presente e corações, eu podia escutar os corações de cada um de nós cinco naquela praia. Se alguém me espetasse agora, talvez eu explodisse corações cheio de amor.

Amor por aquele momento, por meu marido, por meus filhos e pela Dulce apaixonada pela vida e melhor que eles me faziam ser a cada dia.

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