O meio entre o começo e o fim escrita por Miss Addams


Capítulo 10
Dez


Notas iniciais do capítulo

Este próximo capítulo está mais para um bônus. Assim que desfrutem, música tema, o clássico single da banda RBD, Rebelde: https://www.youtube.com/watch?v=xOqykfukXl0



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Poncho

Todo en la vida es a perder o ganar hay que apostar, hay que apostar sin miedo

:- Eu sou gay, mãe!

Ele conseguiu o silêncio de todos nós. E ficou tudo tão quieto que chegou a ficar incomodo, ninguém reagia, parando o que antes fazíamos ou falávamos.

Era mais que um encontro, era um reencontro especial além de nós ex-integrantes como de nossos filhos. Hoje gravaríamos uma matéria especial e agora estávamos aqui reunidos, conversando, comendo. Quando Vitor pediu o silêncio por que falaria algo impactante, ninguém imaginou seria algo assim.

:- Mãe? –a vozinha de Henry chamou Maite, que logo olhou para o filho. – O que é gay?

:- Gay é a pessoa que gosta do mesmo sexo, Henry. – Lisa que o respondeu.

:- Como assim? – o pequeno de 6 anos, perguntou ainda baixo por conta do silêncio que só escutávamos a conversa dos dois.

:- Menino que gosta de menino e menina que gosta de menina. – Simplificou Lisa, que curiosa que parecia que a fase do porque, não passava mesmo com 10 anos, só que agora além de nos perguntar ela pesquisava suas dúvidas.

:- Então Vitor Hugo é como você pai? – Fercho perguntou para Christian que olhava de Anahí estática para Vitor que seguia firme, olhando para mãe.

:- Eu sou gay. – Vitor repetiu com uma firmeza, olhando para mãe. – E confirmei quando eu dei meu primeiro beijo, num garoto. – O menino estava nervoso, não é fácil falar algo assim mesmo assim estava seguro do que dizia. – E eu queria que você fosse a segunda a saber, e por mim.

:- Quem foi a primeira pessoa, seu pai? – Anahí perguntou calma para o filho.

:- Não. Érica foi à primeira. – Ele olhou para ela e deu um sorriso, desde pequenos os dois eram grudados, mesmo antes dos pais voltarem, eles já eram irmãos.

“Alguém pode me dizer o que está se passando?” Dominique perguntou para alguém mesmo, confusa por ver todos quietos, esperando alguma reação de Anahí.

“Vitor Hugo nos disse que é gay e estamos deixando Anahí digerir as informações.” Lhe expliquei.

:- Esse garoto que você deu o primeiro beijo, é o seu namorado?

:- Sim.

:- Nossa! – Anahí soltou um suspiro alto. – Você está todo um rapaz e já namora! Eu quero conhecer esse menino, ele é uma boa pessoa?

:- Quer que eu faça algum dos meus interrogatórios, Anahí, eu sou muito bom nisso. – Marco ofereceu ajuda, fazendo todos rirem, sabiam da fama do garoto.

:- Não vai ser preciso, Marco, obrigada. Vitor, você é muito novo para um namoro? 11 anos, meu Deus. Podemos conversar sobre isso depois e com mais calma, ok.

O menino assentiu a mãe.

:- Agora temos que marcar algo para nós conhecemos o garoto, não Chris? – Anahí perguntou para Christopher que estava sentado do seu lado.

:- Claro será um prazer conhece-lo apesar de está tudo precoce demais, Érica não siga os passos de Vitor, por favor, ainda gosto dos meus cabelos grudados na cabeça, não quero perde-los.

A menina apenas riu do pai.

:- Mãe, você não vai falar mais nada? – Vitor olhou para a mãe esperando qualquer outra reação, diferente da que ela mostrava.

:- Ah sim claro. Venha cá me dar um abraço, eu amo você tanto. Que estou com o coração explodindo de orgulho de você. – ela abraçou o filho forte.

:- Parabéns, Vitor acaba de assumir a você mesmo, isso é algo valiosíssimo. – Maite sorriu para o garoto.

:- Corajoso! Mais do que eu, fui me assumir bem mais tarde e foi tudo mais difícil e complicado, depois de tudo vamos conversar, tudo bem? – Christian bagunçou os cabelos de Vitor.

:- E depois dessa revelação, acredito que Vitor mereça uma salva de palmas, por que não foi fácil dizer a sua verdade, mas você encarou o desafio e é o primeiro passo para uma grande jornada em sua vida. – Eu comecei a aplaudi-lo e fui seguido por todos, menos Dominique que ficou sem entender.

:- Obrigado. – Ele agradeceu envergonhado, enquanto Any o enchia de beijos.

E a campainha tocou e eu fui lá atender.

...

:- Entenderam todas as funções e o que vocês têm que fazer? – Sebastian olhou para as mais novas dos que estavam ali presentes.

:- Sim! – As duas responderam juntas e eu sorri.

:- Sendo assim estamos combinados, agora é com você. – Ele se levantou e me olhou, antes de nos cumprimentar. – Eu vou indo e deixo tudo na sua mão.

:- Pode deixar Sebastian. Fiquem aqui eu já volto. – Eu o levei até a porta e me despedi dele. – Na segunda eu levarei todo o conteúdo.

:- Vou esperar então Poncho, tchau até segunda. – ele me abraçou. – Tchau meninas, ele acenou para elas.

Depois de fechar a porta, voltei para onde as duas estavam me esperando. E me abaixei novamente para elas.

:- Vocês já sabem o que vão fazer?

:- Filmar tudo que nós achamos legal e queremos ter como lembranças. – Valentina me contou olhando o celular que ela tinha acabado de ganhar de Sebastian, um dos produtores de Televisa, e ela já estava fuçando nas ferramentas do celular especial.

:- Isso mesmo. – eu confirmei com ela.

:- Mas, como nós vamos começar, papá? – Roza me olhou sem saber o que fazer, mas pelo que percebi com o celular ligado.

:- Está filmando? – Perguntei para ela que afirmou.

:- Olá a todos que a partir desse momento estão me assistindo, eu quero que de agora em diante, muitas pessoas assim como nós, hoje, matamos a saudade essa palavra que aprendi no Brasil. Este ano de 2026, fazem 22 anos que surgiu Rbd, nasceu, cresceu e cada um seguiu seu caminho e hoje é especial por que temos um reencontro, e digo que vai ser diferente por que tudo vai ser gravado por três pessoas, eu.

Levantei o braço esticando para Valentina, vir e aparecer no vídeo. Ela veio e já gravando tudo pelo o celular dela também.

:- Por Valentina, - falei e ela sorriu olhando para o celular de Roza. E por Roza, Vale filma ela. – Assim ela fez, filmou Roza que tirou o celular de seu rosto mesmo assim filmando, acenou. E Roza voltou a me filmar de frente enquanto Vale de perfil. – Então se você está vendo esse vídeo, venha conosco nessa viagem no tempo, onde mostraremos que a magia continua existindo. – Sorri.

O reencontro de hoje foi uma ideia que eu tive há um tempo quando Roza revirando em casa, encontrou nossos dvd’s da banda e a peguei assistindo o mais antigo o primeiro, não contive e continuei vendo junto com ela. A ideia veio completa, eu queria gravar um encontro nosso musical, mas eu queria algo nosso.

Sem a influência tanto da televisão, sem uma superprodução, algo caseiro. E conversei com Pedro contando da ideia e ele adorou, mas não pode participar desse encontro por que estava viajando, apenas gravou depoimento. Depois falei com Sebastian meu amigo de Televisa, gostou da ideia e pegou os celulares preparados com boas ferramentas de filmagens. E com a autorização de Televisa, só faltava falar com encontrar o lugar perfeito para o que eu queria fazer.

Christopher!

Ele montou um estúdio bem completo para ele gravar suas músicas, em casa, e o lugar era espaçoso e aconchegante que tinha espaço para os instrumentos grandes e ao lado um lugar onde dava para fazer um pequeno show tranquilamente, Anahí teve a influencia na decoração, e eles de vez em quando faziam encontros musicais ali. Ou seja, perfeito.

Todos que estávamos hoje reunidos toparam a ideia e aqui estamos.

:- Me disseram uma vez que nesse passado de vocês fãs gostavam da novela, e gostavam deles juntos então ali estão Dulce e papá. – Valentina, filmou Dulce e Christopher que conversavam perto da bateria. – Como é o nome Roza?

:- Vondy. - Roza respondeu e eu andava do lado delas rindo, a cena era absurda.

:- Ali estão eles, por que alguém coloca o nome de um casal com um apelido que man, não gosta? – Dominique tinha contado tudo que sabia para a irmã, entre tudo estava algumas histórias da banda e até sobre os traumas.

:- Meninas filmem tudo que vocês acharem legal e continuem assim que estamos indo bem, quando não puderem filmar me avisem.

Eu me separei delas e as deixei livres para fazer a parte delas como elas quisessem.

Esse encontro não tinha algo exatamente programado era uma diversão, uma brincadeira, cantaríamos músicas que estivéssemos com vontade seja da banda ou deles como cantores. Essas músicas fora casualmente ensaiadas pelos meninos da banda, que por sinal os nossos músicos era uma banda de garagem, a banda de Marco, e tínhamos até uma fotógrafa.

Dominique, na verdade queria ajudar em algo então ela cuidou do lado visual, de fundo tinha um grande telão à frente da cortina vermelha e lá passava imagens nossas ou videos que muitos ainda inéditos, já que Dominique buscou nos meus arquivos.

:- It was a thursday and first day i saw you, never would thought. That you would be the one to make the skies turn blue… - A voz de Maite se fez presente e eu comecei a grava-la.

Esse foi o começo Era la música e foram indo outras e mais outras, Lisa se destacou ela roubava a cena quando cantava, ela tinha muita técnica e muitas das vezes cantava trechos que correspondia antes a Anahí, algo que buscamos nesse show particular foi inverter papéis, colocar algum de nossos filhos cantando ou colocar o outro para cantar, mudando as possibilidades.

“Vem aqui?”

Eu parei um pouco de filmar e depois que ela tirou uma foto minha a chamei. Abri os braços e a abracei me separando para voltar a filmar. Fazendo os sinais para ela dizendo que pegaria seu depoimento.

“Como eu estou me sentindo aqui?” Repetiu minha pergunta. “Maravilhosa, além de está ajudando, estou fazendo o que eu gosto que é fotografar” Ela mostrou a câmera profissional que estava no pescoço. “Fora que mesmo, sendo surda e não escute nada, eu sinto um clima aqui tão especial, que só estando presente para sentir algo igual. Aqui estamos brincando sério.” Ela riu.

:- Enseñame a quererte un poco más y a sentir contigo el amor que tú me das

desvanece el frió, quiero verte ya – a voz de Dulce cantou e depois foi acompanhada de Érica estavam de fundo enquanto eu gravava Dominique. -Enséñame a quererte un poco más y a vivir contigo que no aguanto la ansiedad

de saberte mío, quiero ir donde vás...

:- Ei passarinho. – eu segui com minha câmera e filmei Christian perto da mesa onde estavam os comes e bebes. – Frango, por favor, me respeita. – ele falou de boca cheia.

:- E ai? – Deixei a pergunta no ar, sorrindo para ele.

:- E ai. – ele repetiu, terminando de comer. – Cara isso aqui está maravilhoso, sabe estão todos se divertindo e é algo tão nosso. – ele sorriu mostrando todo mundo, os que não estavam cantando ou tocando, estavam dançando. – Não temos tantas preocupações, e parece que estamos ensaiados pela eternidade. Ou seja, maravilhoso. – ele riu definindo. – Acho que devemos fazer isso mais vezes.

Eu concordei com a cabeça, mas isso seria difícil cada um tinha seu trabalho e sua família e conciliar tudo ficaria complicado, mas nada é impossível.

:- Ah sim, devo dizer que estou muito nervoso e também orgulhoso porque vou cantar com meu filho, Quiero volar, e será muito emocionante. Depois vou cantar com a chorona ali, Tatuajes. – ele apontou para Maite que estava olhando Henry cantar Futuro ex-novio com Vitor e Marco.

E é claro que não perderia a oportunidade, fui até ela no caminho fiz o sinal positivo para Valentina que gravava tudo.

:- Chorona! – Falei para ela alto para ela escutar e ela me olhou realmente com cara de choro e depois vendo que era eu sorriu.

:- Soy su futuro ex-novio. – os meninos terminaram a música e nós comemoramos, aplaudindo e gritando.

:- Não pensei que fosse você que choraria hoje. Pensei em Anahí, Dulce, Christian... – sorri voltando a câmera para ela.

:- Pois é, mas é que não posso me conter, ainda mais com essa idade. Vendo ele assim feliz e ver Lisa cantando e mostrando a todos seu talento, depois de agora é impossível negar que vai ser cantora. – ela riu me olhando, nos afastando um pouco por que Christian começava a cantar. – Ainda mais eles cantando músicas que é do nosso passado que mexe com a gente. Obrigada por essa oportunidade, Poncho. – eu neguei com a cabeça. – Espero que as pessoas que assistam isso possam se dar conta que aqui está à verdadeira essência do Rbd.

E ela voltou a ver a apresentação de Christian com Fercho estava incrível, eu vi no canto Christopher abraçado com Anahí em sua frente, como se estivessem num show e vendo a voz de Christian e como Fercho o acompanhava, gravei eles discretamente, e fui me aproximando, quando eles se surpreenderam com a cena e eu olhei a gravando também.

Fercho no meio da música fechou os olhos e abriu os braços simulando um voo. Aquele menino era único.

:- Casal! – Eu voltei a filmar os dois e quando a música terminou e Christian terminou o abraço com o filho, bem emocionado. Como acontecia geralmente em 10 e 10 músicas dávamos uma pausa, essa era uma delas.

:- Olá, olá! – Anahí respondeu e Christopher olhou para a câmera sorrindo de lado, era o cumprimento dele.

:- Definam esse momento, falem algo que lhes vem a cabeça. – filmei os dois que ainda estávamos abraçados.

:- Estou encantada com tudo, que parece e é simples, porém que ao mesmo tempo é sério. Ver Valentina com o celular ai filmando tudo e cantando do jeito dela as músicas, cantar com Vitor, e Érica enfim todos, é um prazer e uma sensação inenarrável, e quando fecho os olhos e vem todas as lembranças acumuladas, posso até escutar os gritos. – ela fechou os olhos sorrindo e mostrou o braço, arrepiada.

:- Bom estou impressionado com tudo conosco pela nossa sintonia, mas ainda pela das crianças estão indo além do que eu esperava, todos absolutamente todos. Marco na bateria? Lisa cantando? As imagens que Dominique deixou ali. Tudo absolutamente tudo. E olha está saindo numa qualidade impressionante, acho que só aqui dará uns 4 a 5 Dvds numa boa. – ele riu, ele entendia de música, mais que todos nós aqui presentes. – Vamos conversar sobre isso depois. – ele sorriu. – Ah e Luca está vindo ai, vou aproveitar para pedir para ele a filmar, para dar um descanso a vocês.

Eu ri, só agora dele falando percebi que estava realmente cansado.

:- Assim você canta e se diverte com a gente, vamos melhorar o que está bom. – Ele abraçou mais Anahí que riu. – E sobre o momento, posso dizer que foram muitas coisas, um fenômeno passageiro, que marcamos história, que formamos uma geração inteira, que fomos negócios. Mas, ninguém pode negar que entregamos nossa vida a essa banda. Era isso que eu queria falar. – ele piscou para a câmera e vi Anahí concordar com a cabeça.

123, Otro día que va, Salva-me, Olvidar, Tras de mi, Celestial, Sueles Volver, Hasta que llegues tu, Fui la niña, Sígueme y yo te seguiré, Pensando en ti, Contigo, Quizá, Quien te crees. Essas entre outras músicas foram tocadas e quando eu estava vendo eles cantarem Libertad, vi ela vindo na minha direção segura na forma de andar e vi Dominique atrás filmando tudo.

Quando ela chegou eu não me preparei para o que vinha a seguir. Me puxou pela nuca e me beijou, foi tão rápido que quando vim me dar conta do que estava acontecendo, tinha acabado.

:- Ela me desafiou. – ela sussurrou.

Eu olhei para Dominique que filmava tudo sorrindo travessa.

:- A me beijar?

:- Não. – ela sorriu com os braços no meu pescoço. – A ser eu mesma.

“Desafio cumprido niña. Por favor, aproxime a câmera.”

:- Há anos eu escrevi um poema chamado, Caja del tiempo, onde eu dizia basicamente que queria ter o poder de controlar o tempo, de congela-lo. – ela suspirou tirando os braços de mim. Mas, me abraçando de lado. – E mesmo não sendo possível, eu tive vários momentos em que eu queria ter parado o tempo, no nascimento da minha primeira filha, quando me reconciliei com Poncho em Nova York, a cada vez que voltamos, quando Marco me chamou de mãe pela primeira vez, quando Roza abriu os olhos pela primeira vez e eu vi seu olhar azul e suas sardinhas espalhadas pelo rosto serem esmagadas quando ela sorri. – ela estava se emocionando e eu apertei seu corpo contra o meu em um abraço.

:- Enfim, vários momentos, e esse é um deles, queria congelar o tempo aqui. Nesse reencontro, onde cada um está sendo o que é, e isso não tem preço. A Dulce que vocês estão vendo, é a verdadeira Dulce que sente vontade de está com quem ama e está. A que tem amigos, família e um marido. Hoje é um dia para reforçar os amores que temos na vida, obrigada por formar parte de mais esse capítulo, essa felicidade não tem fim.

:- Apesar de ter sido eu o autor da ideia, nada disso teria sido possível sem cada um que está aqui e até mesmo não está. Cantar ainda não é minha prioridade, mas me deu oportunidades que talvez eu nunca tivesse conquistado, eu vive muito e desfrutei de tudo. Gracías por seguir latiendo. – Eu sorri para a câmera e depois Dominique pegou a fotográfica e tirou uma foto nossa, até Érica chegar rindo muito.

:- Poncho pede para alguém filmar meu pai dançando desse jeito louco dele. – Dulce e eu rimos, se ela soubesse que já foi bem pior. E escutamos os acordes de Besame sin miedo.

Depois vieram Solo para ti, Y no puedo olvidarte, Sinfonia, No te quiero olvidar, Luna, Nuestro amor, Un poco de tu amor, Y yo vivo por ti, I wanna be the rain, Someday, A tu lado, Mas tuya que mia, e eu cantei Si no estás aqui, antes de Inalcanzable.

Fechei os olhos para sentir melhor os primeiros acordes e a melodia entrar na minha cabeça e contagiar meu corpo, era nosso hino, não tinha mais o que dizer. E depois dela eu peguei o microfone e o levei até a boca.

:- Que me malgasto mi futuro y su paz, com mi manera de ser. – aprofundei o ser, cantando e olhando os olhos azuis de Anahí, ela também transmitia a mesma emoção, e resolvemos tentar algo novo que na verdade a muito não fazíamos. – Aunque escuche ya estoy lejos de aquí. – alongamos o lejos, não repetimos isso desde Live in Hollywood. – Cierro los ojos y ya estou pensando en ti.

Rebelde foi cantada apenas por nós seis, enquanto os pequenos observavam e dançavam.

Cantamos até altas horas da noite, era bonito de ver todos felizes ali, quando decidimos terminar de cantar por que senão ficaríamos roucos, começamos a tirar as fotos, como eram 22 anos de história e estávamos contando como um todo. Dominique tirou fotos de todos, e individualmente, mostrando com as duas mãos o número 2 simbolizando.

Depois as fotos foram só nos da banda de todos os tipos em casais, divididos, fazendo careta, apenas nossas mãos, nós com os músicos que foram estupendos, só as crianças, e depois tudo misturado. Fercho tinha feito uma placa com o brasão do Rbd e os dragões e tiramos fotos com ele, no meio daquela bagunça toda não parecia que estávamos cantando, dançando o dia inteiro. Nem tínhamos tanta pressa todos dormiriam ali mesmo, na casa dos Uckermann Portila.

:- Segura aí a placa bem no meio, espera. – eu pedi arrumando a câmera fotográfica programando para ela para tirar a foto, e quando a arrumei sai em disparada para o meu lugar. - R? – puxei o grito de guerra.

E a resposta não podia ser outra senão: BD. E a foto foi tirada quando todos gritaram. Eternizando o momento.

...

Está filmando, Luca? – Aquele que um dia era mais conhecido por seu apelido de bebê, perguntou. E o seu amigo assentiu.

:- Então vamos fazer como combinamos? – Anahí perguntou mais olhando para as crianças do que para os adultos.

:- Como é que se pronuncia mesmo? – Henry perguntou.

:- Om Mani Padme Hung. – Vitor Hugo respondeu.

A roda era feita por pais e filhos, Poncho, Marco, Dominique, Dulce, Roza, Elisa, Maite, Henry, Érica, Christopher, Valentina, Anahí, Vitor, Christian, Fercho e Poncho novamente. Eles estavam em roda e ajoelhados ou acomodados de melhor maneira, Dominique estava ali como apoio, para a corrente de boas vibrações.

:- Vamos lá? – Valentina perguntou e todos confirmaram. – Três, dois e um. – Elisa puxou o coro.

Om. Mani. Padme. Hung.

E todos fizeram a oração que o criador da banda gostava de fazer, para relaxar e para levamos ao mundo espiritual. Se todos estavam conectados, naquele momento mais que nunca Pedro Damián, sentia os agradecimentos. Algo de superar as distâncias e poder se comunicar com o outro, inexplicavelmente. Pelo Karma. Uma ligação espiritual entre as pessoas.

E Pedro sentiu do outro lado do mundo, quando lá já era de dia, sentiu uma vibração diferente e se lembrou deles, sorriu como se fosse um de nada.

O Universo conspirando.

: __ :

O meio às vezes pode ser feito de detalhes, que de tão simples só tem a devia importância quando não os temos. Não podemos ter um começo e sim, um recomeço, ou o fim pode está muito longe, então por que não pensar no agora? No meio?

O meio dessa estória precisava de amadurecimento para poder ser vivido, aprender a lhe dar com o fato irremediável de está num ciclo é vital para lidar com a intensidade dos nossos sentimentos, e mesmo dos sofrimentos. Não importa se aceitamos ou não, somos parte de um ciclo, que é contraditório e poucas vezes nítido.

O meio dessa estória foi aprender que existe uma vírgula na frase “Somos feitos um para o outro, mas não podemos ficar juntos.” E até que o ou a escritor (a), coloque fim, ainda temos muitas linhas e palavras para serem escritas, ainda há muita tinta e como não temos tempo para rascunho sempre podemos começar um novo parágrafo.

Adianto dizer que Ninguém disse que seria fácil, mas lhe pergunto o que é fácil? E o que é difícil? Se tudo é uma questão de interpretação ou de sentido.

...Reticências...


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Notas finais do capítulo

Nostálgicos? :D

Chega o final de mais uma história que eu gosto muito particularmente falando, espero que tenham gostado também. Obrigada!

Até mais!



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