O meio entre o começo e o fim escrita por Miss Addams


Capítulo 8
Oito




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Dulce

:- Essa cena é realmente real? – Me ouvi perguntando. Parada ao lado delas, até mesmo minha pequena que estava com a cabeça deitada no meu ombro também presenciava a surreal cena.

:- Com certeza tia. – Clara riu, do meu lado. – Eu não perderia essa cena por nada, tadinha da Dominique, ou melhor coitado de Matteo. – ela continuou rindo.

:- Man, o que esta acontecendo? – Roza, me perguntou e eu por um momento sorri, pela forma que ela me chamou a forma como eu chamo minha man.

:- O seu pai e o meu filho, estão fazendo um interrogatório com o pobre garoto. – Georgette, já tinha uma pronúncia em espanhol perfeita, qualquer um que ouvisse diria que ela nasceu falando.

:- Devemos fazer alguma coisa não era para ser um almoço em família, para Dominique apresentar o namorado a todos? – Madeleine já tinha um sotaque francês para falar o espanhol que Georgette lhe ensinou.

E arrumou o bebê Jean, nos braços. Thierry veio passar uma temporada conosco, e não veio sozinho, veio com a família. Estava sendo uma loucura todos em casa, mas sempre demos um jeito com tudo mesmo com Poncho dormindo em sua casa. Hoje era uma tarde de sábado, e Dominique trouxe o namorado para nós conhecemos, e nisso resultou a cena que presenciávamos.

Poncho e Thierry na sala em pé feito dois cães de guarda e policiais num verdadeiro interrogatório, feito em dois idiomas, ou talvez três. Espanhol, Italiano e Francês. Matteo fazia intercambio no mesmo colégio de Dominique e eles se conheceram e se apaixonaram, eu já sabia do namoro desde o começo, e já o tinha aprovado vendo Dominique feliz.

E quando Dominique sugeriu apresentar a todos, eu achei uma boa ideia até agora ver os dois ou melhor três, por que Marco também estava no meio, geralmente imitando as poses de Poncho.

“Man, por favor, me ajude a terminar com isso os dois vão voltar Matteo louco.” Dominique desistiu de tentar impedir os ciumentos de intimidar seu namorado e me veio pedir ajuda.

“Ah, Nique, está tudo tão divertido, eles perguntaram desde time de futebol até o partido político dele.” Clara riu ainda vendo a cena.

“Clara, olha a cara de Matteo, não está sendo divertido.” Dominique estava preocupada com o namorado.

:- Georgette, pegue Roza um instante sim? – Lhe entreguei a pequena e respirei fundo caminhando até onde toda a confusão ocorria.

:- Senhores? – perguntei em bom som, sendo irônica, que não funcionou eles sequer notaram minha presença. - Senhores? – mais alto, e nada. – JÁ CHEGA! – tive que gritar, chamando as atenções de todos.

:- Chega com essa cena absurda, parem de encher os ouvidos do pobre garoto vocês estão deixando louco.

:- Dios Santo, Grazzie. – Matteo sussurrou num tom de agradecimento e se levantando. E Dominique se aproximou abraçando ele.

:- Dulce estávamos apenas fazendo um avaliação com este cavalheiro. – Thierry falou em tom sério. Mantendo toda a pose. – Para saber se aprovávamos ele. Dominique assim que Clara de longe traduziu a conversa, se transformou.

“Eu estou tentando dizer a vocês pararem com isso. Não tem que fazer Matteo passar por esse constrangimento, eu o trouxe para vocês conhece-lo e não para aprová-lo.” Poucas vezes vi Dominique tão séria.

“Dominique...” Thierry fez o gesto em francês para ela.

“Nenhum de vocês tinha o direito de fazer o que fizeram, Matteo é meu namorado e pronto, não estou pedido aprovação de vocês e sim apoio. Agora peçam desculpas a ele.”

“Cariño, não é necessário eu entendo que é normal.” Matteo já fez o gesto em italiano e misturando algo de espanhol, estava aprendendo ainda.

Ficou um momento de silêncio no ar para todos. Até Poncho que estava calado se aproximou de Thierry e colocou uma mão no seu ombro, era esse o surrealismo que comentava. Os dois amigos, quem diria.

:- Matteo. – Ele olhou para o garoto que se manteve firme desde que colocou os pés nessa casa. – Me desculpe pelo interrogatório, talvez fomos duro demais.

:- Não foi nada senhor, como eu disse eu entendo.

:- Marco, meu filho, se desculpe também – ele pediu e Marco me olhou antes de fazer o que o pai pedia. – Foi mal aí italiano, mas sabe como é estamos protegendo nossa Dominique.

“Pai...”

Thierry olhou bem para a filha antes de finalmente ceder, derrotado.

:- Desculpe. – curto e até grosso, mas era muito e significativo vindo de Thierry e por isso Dominique se deu por satisfeita.

:- Finalmente, agora a gente pode comer? – Madeleine falou conosco. – Preparamos um almoço especial para você Matteo. – ela sorriu para ele que agradeceu.

:- Isso, vamos comer estamos todos com fome, Matteo seja bem vindo a família. – eu sorri para ele.

:- Passou pela prova de fogo em Matteo. – Clara riu, eles eram amigos, moravam no mesmo bairro na Itália.

:- Mas, antes de irmos comer, e aproveitando que Dominique não escuta, quero que você saiba que se machucar minha irmã, vai ter que se ver comigo, Matteo. – Marco disse para ele que por um momento olhou assustado. – Enquanto isso podemos, jogar futebol o que acha?

:- Claro. – Essa é a forma de Marco fazer amizade com ele, mesmo morrendo de ciúmes da irmã.

E todos foram se dirigindo para a cozinha para podemos almoçar, eu também iria só que com ele, que estava perto da janela olhando algo.

:- Poncho? Não vai comer fiz seu prato favorito. – comentei com ele. - Já estou indo. – ouvi ele falar ainda de costas.

:- E obrigada por ter cedido. – Abracei suas costas.

:- Aprendi com Dona Blanca que não devemos facilitar com qualquer um que queriam roubar nossos filhos. – ele me fez rir e ficando na ponta dos pés vi que ele olhava uma fotografia dele e de Dominique, que eu tirei foi bem no começo de nosso namoro, Dominique devia ter seus sete anos. – Eu não vou entregar ela tão facilmente.

:- Man, tem seus discípulos, coitada de Roza quando crescer. – e ele riu também.

:- Eu aprovei o garoto, ele gosta realmente dela. Passar por um interrogatório como o nosso, não é para qualquer um. Só temos que ver o seu time de Futebol, torcer para o Real Madrid, não é característica de um garoto bom. – ele se virou para me abraçar.

Chegamos na cozinha e vimos todos ali comendo e conversando, mas especialmente eu mostrei a ele o sorriso dela.

:- É isso que realmente importa.

:- Tem razão. Mas, não conte para ele que eu o aprovei, tenho que manter minha pose. – ele encheu o peito de ar fazendo pose superior, era um bobo mesmo.

:- Não tem problema eu sei guardar segredos como o que eu guardei de man, sobre aprovar você. Ou acha que eu estaria casada com você se ela não me apoiasse? – ri vendo ele perder todo o ar que sustentava, murchando. – Eu tinha que manter a reputação dela.

:- Hmmmm! Que bom saber disso. – ele apertou os olhos se fingindo de vilão. – Estou pensando em como vou me gabar, para Dona Blanca. – ele deu um sorriso torto.

:- Deixa de ser besta. – lhe dei um tapa.

:- Man, quero comer isso aqui. – Roza no colo de Georgette apontou para a lasanha.

E eu fui servir para ela. Enquanto colocava no seu prato e preparava para ela, olhei para Poncho que ainda estava parado vendo todos, e ele olhou por um momento para Dominique com Matteo conversando, e depois abriu um sorriso ao vê-la gargalhar. Ele sozinho deu os ombros ali, realmente se dando conta que era isso que importava. A felicidade de Dominique.

...


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