Together Or Not At All escrita por Luiza Holdford


Capítulo 2
"You can leave me if you wish, my love, but I'm not going anywhere"


Notas iniciais do capítulo

O BÔNUS SAIUUUUU
É apenas um momento fofinho que eu comecei, levei um mês para voltar no arquivo, esqueci o que queria fazer e fiz algo mesmo assim. Diz a Luana que ficou legal, então qualquer coisa, culpem-na.
E obrigada aos lindos comentários no capítulo anterior



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Ainda era o mesmo dia, mas pareciam anos agora. Não tantos anos, porém, quanto aqueles seis meses sem ela.

A única luz no quarto vinha da luz da lua, agora que havia parado de nevar e o céu clareara um pouco. A luz na vida de Rory, porém, estava deitada agora confortavelmente enrolada no cobertor, usando uma camisa dele como “pijama-substituto”.

– Eu precisava de umas roupas para amanhã, não? – ela comentou em voz alta para ele ouvir da cozinha, onde lavava a louça do rápido jantar que tiveram. – Nós podemos... arcar com isso? Eu precisava de um emprego também.

– Não precisa se preocupar com isso, está tudo certo. – ele respondeu, de volta ao quarto, enquanto afastava as coberta e deitava do seu lado da cama – Amanhã resolveremos tudo, roupas e o que mais precisar.

– Como exatamente você conseguiu tudo isso mesmo? – ela perguntou, virando-se para ele na cama.

– Foi a senhora que acabou de chegar. – ele riu, e depois explicou para ela – Quando eu cheguei aqui, sozinho, eu fiquei meio desesperado mesmo. Eu passei a noite naquele hotel que estivermos, sabe. Não tinha mais anjos, então era seguro, e também estava vazio, logo ninguém me cobraria por nada.

No dia seguinte, eu fui atrás de um emprego. Aparamente, eu tenho mais conhecimento de medicina que a medicina atual, o que é muita sorte, não? Eu consegui um logo. Depois, as coisas foram só encaixando aos poucos... Até chegarmos aqui.

Eles ficaram em silêncio então, um silêncio confortável. Ele fechou os olhos e ela encarou o céu pela janela por longos momentos.

– Você acha que eles estão bem, Rory? – ela perguntou com a voz fraca, sem desviar o olhar das estrelas. - Ele deve estar sozinho agora. Eu não queria que ele ficasse sozinho, nunca sozinho.

– Estão, claro que estão. Eles tem um ao outro, nenhum deles ficará sozinho. – ele sabia de quem ela falava, de quem mais seria? E ele também sabia que, sobre estarem sozinhos, o que dizia era uma mentira. River não poderia estar ali para sempre, e enquanto ela não estava, ele provavelmente mergulharia em auto-aversão. Mas ele não falou isso em voz alta. – O Doctor... Nós dificilmente fomos os primeiros. Melody... – e então um nó na sua garganta o impediu de continuar.

– Ela é uma boa garota. – braços ao seu redor a seguraram mais forte e próximo.

– Sim, ela é. – ele se permitiu sorrir de leve.

– E eu também, - Amy brincou com um botão da camisa do pijama dele – não saberia viver sem você. Nunca. Mas eles sabem viver sem a gente, eles vão seguir em frente, eles tem que seguir. Eu não seguiria.

– Bem, eu não costumo esperar dois mil anos por qualquer garota, mas eu esperaria mais dois mil por você.

– Ah, sempre com as palavras certas! – e os lábios dela pousaram feito passarinhos contra os dele, suaves e gentis batendo asas.

– Mas você... se arrepende? – ela perguntou depois, olhando no fundo dos olhos dele – De ter ido com ele, e de ter ficado preso aqui.

– Amy... Viajar com ele sempre havia sido seu sonho. Enquanto crianças, eu seguia-a porque... Bem, eu queria te agradar, claro. E quando ele apareceu de fato, era claro que você iria, e era mais claro ainda que eu queria te agradar. Mas, em algum momento... – Rory deu de ombros – ele é um cara legal, e ele nos amava de verdade. Nós o amávamos. Eu encontrei um amigo em quem era meu rival. Tudo o que aconteceu... Talvez fosse para acontecer, e nós não tínhamos controle sobre. Com o Doctor, eu aprendi que o tempo pode ser reescrito, mas não sempre. Pelo tempo que estivemos juntos, foi incrível. Agora também pode ser incrível. Essa pode ser só mais uma aventura.

– Mas... – Amy testou, sentindo a dúvida nas palavras dele.

– A única coisa que me deixa triste é River. Minha garotinha foi roubada de nossos braços, e por mais que hoje eu aceite que ele não teve controle sobre isso, e que também foi uma escolha dela... Eu queria tê-la ensinado as primeiras palavras, dado a mão a ela no primeiro dia da escola, filmado os recitais de balé e tudo mais. Uma vida, Amy. River cresceu para se tornar alguém incrível, e eu não poderia ter mais orgulho, mas eu não estava nela. E eu queria ter estado.

– Quer dizer... Nós estávamos, mas do jeito errado. – ela sorriu, lembrando-se da melhor amiga que um dia descobriu ser sua filha – A verdade é que acabamos agindo como os pais dela em várias ocasiões. Lembra aquela vez que dirigimos a noite toda para pagar a fiança dela porque ela tinha roubado um ônibus? – os dois riram com a memória – Às vezes, eu me consolo com isso.

– Amy, você sabe que... O que te aconteceu em Demons Run, é horrível, eu sei, mas não é mais importante do que você para mim.

– Nós já tivemos essa conversa, Rory. E um quase-divórcio.

– Um dos piores momentos da minha vida. E eu teoricamente vivi mais de dois mil anos. – eles não puderam deixar de rir – O ponto é que, estando nós aqui e prestes a começar essa “nova aventura”, eu gostaria de te propor algo... O que você acha de adotarmos?

A expressão dela congelou por um momento, pálida, mas depois ela abriu o que, na opinião de Rory, podia ser o mais bonito e brilhante sorriso do mundo.

– É uma ideia a se considerar... Mas podemos falar sobre isso amanhã? – ela enterrou o rosto no pescoço dele – Eu estou realmente feliz em estar com você. Tão feliz.

– E eu mais ainda, Amy. Você não consegue imaginar o quanto. – o coração dele poderia transbordar e explodir com o simples pensamento que era sua Amy que corria os dedos suavemente pelo seu cabelo.

Ela cheirava ao shampoo masculino que ele tinha no banheiro e as flores do sabonete, e parecia muito macia e quente pressionada contra o seu lado e enrolada nos cobertores. A luz da lua, seu cabelo parecia ainda mais ruivo e seus olhos, ainda mais cintilantes.

Nada era mais bonito que Amelia Pond contra as estrelas, e nada era mais especial que Amy Williams contra o seu peito e no centro dos seus braços, assim como ela o centro do universo todo.

Quando ele a beijou de novo, foi porque simplesmente não pode evitar, e a noite em que ela dormiu ao seu lado em um pequeno apartamento em New York foi uma das mais felizes de sua vida. Eles estavam juntos, e ninguém mais poderia separá-los.

No dia seguinte, ao acordar e vê-la adormecida ainda ao seu lado, ele chorou de verdade. E foi fazer o chá.


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Notas finais do capítulo

Obrigada a quem leu até aqui, é sempre uma alegria tê-los.
(a música cujos trechos nomeiam os capítulos é a maravilhosa 10AM Gare Du Nord, do igualmente incrível Keaton Henson)



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