Rosa e amarelo escrita por Sauara


Capítulo 6
A sala de música


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo!!!
Obrigada por acompanharem ^.^



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Eu não tive tempo de pensar, nem de reagir, pois ele não me deu tempo para isso, assim que ele acabou a frase, se levantou e eu fiz o mesmo. Enquanto caminhávamos, comecei a pensar aonde ele queria me levar, e então ele parou bruscamente no meio da multidão de alunos e pegou o meu pulso.

Eu sinceramente já não consigo compreender esse vicio dele de pegar no meu pulso, acho que por ter muita gente no caminho ele quis ter certeza de que eu não iria me perder. Essa é a única opção plausível. Nós fazemos todo o percurso até a entrada da escola e então seguimos por um longo e interminável corredor. Quanto mais afastado estávamos da praça de alimentação menos pessoas ficavam no caminho, e enfim Len soltou o meu pulso.

Chegamos no fim do corredor e Len virou a direita, fiz o mesmo, depois de passar por muitas salas (tantas que nem pude contar) ele parou em frente a um porta do lado esquerdo do corredor, olhou para mim e disse:

– Já pode entrar...

Não havia mais ninguém no corredor, apenas eu e ele. Entro primeiro e fico surpresa, é a sala de música, olho para todos os cantos ao mesmo tempo tentando absorver o máximo de informação possível. Na frente da sala tem um quadro que ocupa quase toda a parede, uma caixa de giz e um apagador na mesa do professor, um armário ao fundo e ao redor instrumentos musicais. Um piano branco no fim da sala, duas guitarras e dois violões em seus apoios, partituras em apoios na frente dos violões e uma bateria do lado direito do piano.

Tudo perfeito. Olho para trás e vejo Len sorrindo.

– Eu sabia que você ia gostar.

– Obrigada por me trazer aqui. - Digo.

– Você não precisa agradecer. - Ele diz e então a sua expressão muda. - Luka... Lembra que você disse que tinha duas condições para poder me ensinar a tocar bateria!?

Me viro para ele e digo:

– Sim.

– Você só me disse uma... - E depois de um tempo em silêncio ele diz: - Qual era a outra?

Eu não sabia, não fazia a menor ideia. Eu ainda ia pensar sobre o que poderia ser, mas até aquele momento não havia decidido.

– Eu não sei...

– Mas você disse que tinha duas condições. - Ele me olha com cara de estranheza.

– Eu ainda ia pensar na outra. - E instintivamente começo a sorrir, de um modo envergonhado. - Você ainda quer que eu pense?

– Com certeza não. - E também começa a sorrir. - Sem condições é mais fácil.

Eu olho para o piano e ele também.

– Você me falou que estava aprendendo a tocar, que tal agora!?

– O que!? Tocar agora? - Digo em desespero.

– Sim.

– Eu não consigo. - Falo olhando diretamente para ele.

– Por que não? - Ele pergunta.

– Porque eu tenho vergonha de tocar para alguém.

Ele vem para bem perto de onde eu estou e quando chega a um palmo de distancia pega no meu pulso de uma forma bem delicada e sutil.

– Você não precisa ter vergonha, eu não vou te julgar. - Ele fala firmemente, mas com certa suavidade, olhando para os meus olhos e nesse momento eu realmente reparei no rosto dele. Na perfeição de seus olhos, na suas bochechas e nos seus lábios, tudo nele me deixa nervosa.

Len desvia o olhar e eu fico muito aliviada (muito mesmo) com isso, ele me guia para o piano e se senta ao meu lado, me possiciono e começo a tocar uma música lenta. Posso perceber que ele não tira os olhos de mim, e foca principalmente nos meus dedos. Passados alguns minutos quando acabo a musica ele diz olhando para mim, mas não para os meus olhos:

– Você toca perfeitamente bem.

Fico vermelha na hora.

– Ei! Isso não é verdade, eu ainda estou aprendendo.

Ele sorri, me fazendo ficar mais constrangida do que antes.

– Porque toda vez que eu te faço um elogio você fica vermelha? - Ele diz e toca de leve e rapidamente na minha bochecha.

– Eu não sei. Acho que é porque não sou muito elogiada então quando acontece eu fico com vergonha. Mas não se preocupe, depois de um tempo não acontece mais.

– É uma pena. Você fica muito bonita assim.

– Você realmente precisa parar com isso. - Digo e começo a rir.

E ficamos rindo por um tempo virados um de frente para o outro no banco do piano. Depois, quando acabamos de rir, ele olhou para os meus olhos e disse:

– Quando você quer começar as aulas?

– Amanhã para mim está bom e para você?

– Perfeito. - Ele concorda e continua. - Luka... o que você vai fazer depois da aula?

– Nada, eu vou para casa fazer as tarefas, caso aja alguma.

– Você gostaria de conhecer a cidade?

– Sim. Com certeza. - Digo empolgada.

– Ok, então no fim da aula eu te levo para conhecer alguns locais.

– Obrigada...de verdade.

– Não precisa agradecer, eu e Rin somos as únicas pessoas que você conhece aqui, é o meu dever como seu amigo.

Um sorriso se forma nos meus lábios, e me lembro de uma coisa que eu queria muito perguntar para ele e havia me esquecido.

– Len, como é ter uma irmã gêmea?

– Cansativo. - Ele ri. - Mas é legal, na verdade se torna muito engraçado na maior parte do tempo.

Ele olha para o piano e eu continuo olhando para ele, para o seu cabelo e o caimento dos fios, seu uniforme, detalhes que eu não tinha reparado antes e que agora eu posso porque estamos sós e ele está da minha altura.

E então o sinal toca, ambos olhamos para a porta como se não quiséssemos sair dali, eu pelo menos não queria. Ele suspirou e disse:

– Queria poder não ir...

Apenas sorri.

– É bem cansativo ter que pensar que ainda temos quatro horas de aula. - Digo.

– Pois é. - E então dirige os seus olhos incandecentes para mim. - Vamos!?

– Vamos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado :3
E até o próximo capítulo o/



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