— Oi, filha, como vai? – Ela continuou.

— Estou bem, e você?

— Estou bem também, anda se alimentando direito?

— Sim, mãe. -  Respondi. – Aconteceu alguma coisa?

— Bem, sim, mas você não precisa se preocupar eu vou dar um jeito.

— Mãe! Você precisa me contar tudo que está acontecendo aí, já é ruim o suficiente estar em uma cidade completamente diferente e distante...

— Eu sei, meu amor, mas você o motivo foi para o seu próprio bem.

— Sei disso, mãe, só que...

— Luka, aconteceu algo não foi?

— Bem...

— Luka, me conte agora. – Ela fala de um modo bem exigente

— Eu estava voltando para casa depois da escola e...

— E o que, Luka?

— Um cara apareceu e ele me conhecia, eu não sei o que ele ia fazer, mas foi terrível.

— O que aconteceu? O que ele fez com você? – Ela parecia super apreensiva.

— Felizmente ele não conseguiu fazer muita coisa, meu amigo me salvou e...

— Que amigo?

— Um que eu conheci hoje, bom, na verdade não somos amigos, apenas colegas de classe, ele é bem legal e foi gentil em me mostrar a escola e a cidade.

— Hm.. Tem certeza que ele não tem nenhum interesse por trás.

— E por que teria? – Perguntei curiosa.

— Não sei, desculpe querida, eu só estou muito preocupada.

— Eu entendo.

— Me conte exatamente o que aconteceu? – Ela continuou.

— Já disse, eu estava indo para casa e eu cara que eu nunca vi na minha vida me surpreendeu, ele me puxou pelo pulso, mas nessa hora o Len chegou, o colega de que eu tinha falado, ele e o homem começaram a brigar. Eu me senti totalmente culpada pelo Len ter se envolvido nisso, ele saiu muito machucado.

— E você? Ele tocou em você?

— Eu tentei defender o Len, mas acabou que não deu muito certo, o cara me jogou para outro lado e eu cai perto de umas latas de lixo. Mas não se preocupe, eu estou bem, vou tomar um banho, comer alguma coisa e dormir

— Luka, isso é muito perigoso, ele sabe onde você mora?

— Acho que não, o que se passou foi mais afastado daqui.

— Luka... – Ela parecia querer me contar algo.

— Oi, mãe.

— Queria estar aí com você, mas preste atenção no que vou fazer: daqui a uma semana, talvez um pouco mais, vou dar um jeito de passar um tempo com você. Estou louca para essa tortura terminar.

— Mãe, não precisa se preocupar, eu estou bem e você tem que levar em consideração a sua segurança também.

— Você foi a polícia? – Perguntei.

 - Sim, centenas de vezes, mas eles ainda não conseguiram nenhuma informação.

— E... o papai!? – Pergunto.

— Filha, esqueça isso, você sabe que...

— Sim, eu sei, me desculpe, não falo mais sobre isso.

— Luka, você está realmente bem?

— Sim, mãe, só estou um pouco cansada, preciso tomar banho e comer, vou ficar bem melhor depois, eu prometo.

— Tudo bem, me ligue caso aconteça algo, qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, viu!?

Eu ri.

— Está bem, mãe, eu prometo a você que ligarei caso alguma coisa aconteça, se quiser eu posso te ligar quando estiver indo para a escola.

— Sim, me ligue assim que puder. Beijo, te amo, durma bem.

— Obrigada, mãe, também te amo, até amanhã.

— Até, tenha cuidado. – Ela disse e desligou o telefone.

Subi para o primeiro andar, tomei banho, vesti um pijama e desci novamente para comer alguma coisa, depois de um tempo relutando para conseguir fazer algo descente acabo comendo pizza. Que obviamente não fui eu que fiz, tive apenas o trabalho de colocá-la no micro-ondas. Peguei meu celular e subi para o meu quarto, apaguei as luzes e deitei.