Never Alone escrita por Arizona


Capítulo 7
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas.
Não, você não está lendo errado, eu mudei de nome, mas ainda sou eu sim, a antiga Anme, nova Arizona.
O motivo de ter mudado de novo, foi porque deu vontade.
Então, desculpas pela demora na postagem, mas depois de um apelo de uma leito, eu me esforcei e escrevi o capítulos.
Comentem, favoritem e recomendem NEVER ALONE.
Divirtam-se!
Boa leitura!
Ah... e feliz 7 de setembro ;D



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Pela terceira vez em minha vida, meu coração parou.

Eu não sei bem se choro, ou se rio, talvez as duas coisas. Na verdade, eu mal consigo formular algo sensato na minha mente, todas as informações se cruzam, causando uma confusão dentro de mim.

América está paralisada na minha frente, seus olhos me dizem a verdade, e aí que as palavras se juntam começando a fazer sentido. Como um luz na escuridão, meu mundo clareia.

Eu sou pai!

Deus do céu! Eu sou pai.

Eu tenho uma filha dela, da mulher que eu amo. Uma pessoinha metade minha, metade dela. A plenitude do nosso amor.

Olho minhas mãos trêmulas, então encaro América. Sinto o calor das minhas lágrimas escorrerem pelo meu rosto, e só então percebo que também estou sorrindo.

Acabara de ouvir a notícia que a muito imaginava. Nos meus devaneios tolos, quantas vezes deslumbrei América carregar um filho meu? E agora eu a tinha.

Virei em direção a sala, onde Alice serenamente assistia seu programa infantil, era minha menininha, minha pequena princesa. Dei dois passos à frente para me chegar a ela, mas sinto América me puxar pelo braço.

Rapidamente ela me leva até o fim do corredor, onde fica o quarto, – o único que esse apartamento tem – tranca a porta atrás de se, voltando alguns segundos para mim, porém logo seu olhar foge novamente. Senta-se na cama dando um logo suspiro pesado. Leva as mãos ao rosto, esfregando com força as têmporas como se quisesse espremer algo da mente, mas nada sai.

Ela está desesperada.

De novo meu erro me consome. Por mais uma vez, fui eu o responsável pelas coisas que lhe aconteceram. Eu a engravidei, a deixei sozinha nesse mundo com um bebê no ventre... eu não sabia. Como iria saber?

Argh...

Chega!

Chaga de sentir tanta pena de mim mesmo, chega de culpas, de remorsos. Que inferno, eu vim para essa maldita terra gelada para encontrar América e levava-la de volta comigo, e ainda acabo por descobrir que temos uma filha, minha herdeira.

Está na hora de resolver esse assunto de uma vez por todas.

— América... – ajoelho-me na sua frente, buscando suas mãos para as minhas – Por favor, vamos colocar isso nos eixos? Vamos resolver nossas vidas? Por favor, me fala de uma vez tudo o que te aconteceu.

Ela fecha os olhos deixando que seu choro escape. Dou o tempo que ela precisa para respirar. Que comece a falar quando bem entender.

— Você não entendo, Maxon. Você não entende... – diz ainda chorando.

Largo suas mãos mas não me afasto dela. Seguro seu rosto tocando nossas testas. América calmamente abre os olhos, me permitindo ver o doce azul que eles tem, e que não me canso de adorar.

— América, desde que eu te reencontrei, eu te expus os meus motivos de estar aqui. Eu vim te buscar, e não vou embora sem você. Eu errei, América. Eu errei, mas eu também te amo, e sou homem o bastante para assumir o que eu fiz. – dessa vez quem está chorando sou eu, chorando com um coração partido – Não sei pelo que você passou, eu nem imagino, no entanto , se ainda há tempo para consertar minhas falhas então me deixa fazer. América, me deixe recomeçar com você. Com vocês...

Paro de falar porque não tenho mais forças, apenas permito-me acabar em meu choro. Ainda estou coma América em meus braços, porém ela se separa de mim, levantando-se e me deixa caído ao pé da cama.

Agora vejo o qual derrotado estou.

— Você não entende... você nunca vai entender.

— América...

— Cala boca! Cala esse sua maldita boca, Maxon! – o pequeno quarto é preenchido com seu grito, sua raiva estampada no rosto, que agora está tão vermelho quando seus cabelos.

É canalhice eu sei, mas inevitavelmente penso na noite em que nos conhecemos, da sua tentativa falha de ir para o jardim, quando correu para fora com a minha permissão. De como ela estava linda aquela noite. Eu quase não parei de olhar seu corpo dentro daquela camisola verde.

Eu não sabia, mas em meu inconsciente já a desejava para mim, e quando ela gritou comigo, xingando a minha bela jaula que era aquele castelo... É irônico, mas acho que me apaixonei por ela naquele exato momento, só precisava descobrir esse sentimento dentro de mim.

— Então me faz entender, América!

— Eu já te mandei calar a boca! – respira funda ficando de costas para mim – Hipócrita...

— Hipócrita?

— É, você é um hipócrita rei Maxon. Um prepotente, arrogante, que acho que tudo gira ao redor do seu precioso umbigo real. – ela está visivelmente alterada e irritada, e o pior, está conseguindo me irritar também – Mas eu tenho uma notícia pra te dar majestade; O mundo não é assim! Ele é sujo, frio, cruel e nu em pelo. Você nunca vai saber o que vivi nesse últimos quatro anos porque você não sabe como é estar do outro lado.

— Ah, não? Ah, não sei América?! – eu grito de volta – Meu país passou por uma guerra! Eu via, eu ouvia todos os dias, todos os malditos dias a minha gente chorando de fome, padecendo aos poucos, e eu, um rei, fiquei sentado no meu trono porque não podia fazer nada. Eu não tinha o que fazer para tirar o sofrimento de quem mais precisava, e você vem me dizer que eu só penso no meu umbigo?! Você também não sabe o que eu passei. Sua mula teimosa! Eu ainda carrego as cinzas daqueles dias.

Eu e meu descontrole.

Quando paro de falar, percebo que estou prensando América contra a parede. Segurando seus braços em um aperto forte que provavelmente ficaram roxos depois.

Droga, não era pra ser desse jeito.

Solto seus braços depressa, e os acaricio num tentativa falha de aliviar as marcas dos meus dedos. Ela e eu estamos chorado em nossa dor. Somos dois andarilhos, de almas quebradas que só iram continuar perdidos se não tivermos um ao outro, pois esse é o nosso destino.

Maxon não existe sem América.

América não existe sem Maxon.

E nós dois juntos somos igual a Alice, nosso pequena herança.

Aos poucos nos acalmamos. A fúria em nossos olhos somem. Respiramos devagar. Nossas mãos se tornam pacientes, e nossas vozes sussurros quando voltamos a falar.

— Vai embora. – ela pede com a voz falha.

— Não, América... – eu a braço mesmos com ela lutando para evita-lo – Por que não me contou? Por que não me procurou? Você tinha um filho meu, América. Devia ter me procurado.

— Não precisamos de você.

— Ela somos eu e você em um só, a prova do nosso amor.

— Uma noite não prova nada...

— Ela é o nosso amor.

— Não... não me fale desse amor, você se mostrou tão frágil a ele. Não me diga nada sobre esse amor.

— Ele não é frágil, América. Nunca foi.

Meu corpo começa a reagir naturalmente de uma maneira que eu não esperava, mas que não quero controlar. Aproximo meus lábios da sua pele, afastando os cabelos da sua nuca, beijando seu pescoço tão cálido...

— Eu é quem sou orgulhoso, um orgulhoso arrependido do que fez.

América se derrete aos poucos em meus braços. Instintivamente joga a cabeça para o lado para que eu possa beija-la.

— Me deixa recomeça. Reconstruir minha vida ao lado seu, da nossa menina.

— Maxon, pare com isso... – ela protesta

Mas eu não paro, continuo beijando seu pescoço, sentindo seu gosto em minha boca.

— Eu me tornei um cego sem você. Mendiguei por você durando todo esse tempo. Sempre me puni por ter perdido você... Eu tive que te perder para perceber o que fiz. Me perdoe, me perdoe meu amor.

Finalmente encontro seus lábios, calando as seguintes palavras que podiam sair de mim. Nossas bocas, tão velhas conhecidas, se amam mais uma vez.

São meus seus doces lábios carnudos, são meus os beijos delirantes de tirar o fôlego. Não podemos nós negar, ou fugir, nosso amor é como uma onda que nos arrasta para onde estamos agora.

— Eu tive medo. – ela diz quando paramos o beijos – Não por mim, mas sim por ela. Tive medo de você rejeita-la. E também tinha seu pai, eu fiquei louca com a possibilidade dele machuca-la.

— Ames, eu digo a verdade quando falo que me arrependi poucos dias depois da escolha. Se você chegasse para mim dizendo que estava gravida de um filho meu, seria a oportunidade que esperava para desfazer meu compromisso com Kriss e voltar para você – digo essa última frase com um ar de riso – E meu pai nunca machucaria a própria neta.

— Ele machucou o próprio filho. – ela passa brevemente as mãos nas minhas costas, me lembrando das marcas que tenho ali.

Agora entendo seu medo do meu pai. Ele era uma sombra devoradora que nos rodeava, mas não é uma ameaça agora.

— Eu jamais permitiria que ele tocassem em vocês.

— Sei que não, mas ele te chicoteava por nada, o que não fazia com uma criança bastarda nascida de uma cinco? – sua voz reflete a agonia que sente com esse pensamento – Nicolleta ficou desesperada quando contei isso a ela, por isso me ofereceu asilo, por isso eu fui embora, para proteger nossa filha.

Querendo ou não, ela estava certa. Meu pai podia muito bem ter matado América e minha filha, e eu nem desconfiaria. Saber que ele foi um dos motivos dela ter partido aumenta ainda mais o desprezo que tenho por esse homem. Eu seria capaz de mata-lo se ele fizesse algum mal a uma das duas, mesmo ele sendo... meu pai.

— Eu sinto tanto, tanto meu amor. – a apertei mais forte contra mim – Me diz que está disposta a me perdoar. Que quer recomeçar comigo. Por favor me diz.

Ela me olha com tanto carinho, tanto amor que me inunda por dentro me fazendo transborda. Eu só precisava de um sinal, uma palavra dela e eu daria uma virada na minha vida nesse instante. E ela diz:

— Sim.

***

— Alice.

América chama a atenção dela que estava focada no desenho da TV. Desliga o aparelho recebendo protesto da pequena, mas que logo se cala com um simples olhar da mãe.

Pega nossa filha no colo, se acomodando com ela no sofá, me convidando para me juntar a elas em seguida. O sofá não é grande, mas é suficiente para nós três. Me deixando ainda mais próximo fisicamente da minha filha.

Eu estava nervoso como nunca estive antes, íamos contar a ela sobre “o papai”.

— Meu bem... eh, lembra quando você me perguntava sobre o seu pai? – Alice assente – Bom, filha eu tinha medo do que podia acontecer. A mamãe não sabia como seu papai ia ficar quando soubesse de você.

— O papai não sabia de mim? – pergunta com um carinha surpresa.

— Não meu amor. Não até pouco tempo atrás. – América pensa um pouco nas palavras antes de prosseguir – Hoje mais cedo, você viu eu e o Max – ela olha para mim – Ah... namorando na cozinha. O que eu quero te dizer... Deus como isso pode ser tão complicado?! Amor, olha filha nem sei como te dizer isso, mas a mamãe achou o seu papai.

— Achou?

— É meu amor, achei. – novamente ela olha para mim, e sei que é agora o momento – Ele está bem aqui Alice, do seu lado.

Minha menina olha para mim com aquele seus olhinhos castanho e redondos. O tempo parece congelar e os minutos duram uma eternidade. Alice me analisa com cautela, só Deus sabe o que se passa na cabecinha dela.

Uma criança de três anos de idade, que perguntava sobre o seu pai, ouvi da mãe que ele nem sabia da sua existência, e aí descobre que ele está bem na sua frente. Com certeza é impactante, ainda mais para alguém tão pequena.

Porém, o mais improvável acontece, os olhos de Alice enchem-se de lágrimas. Minha filha está chorando, está chorando com os bracinhos esticados para mim, para que a pegue em meu colo.

A sensação de tê-la nos meus braços pela primeira vez é maravilhosa, indescritível. Minha filha, minha criança, fruto da mulher que eu amo. Minha princesa Alice.

Palavras são desnecessárias, tudo o que se ouvi são nossos choros de alegria misturados as risadas incontroláveis.

Puxo América para o nosso abraço, e aí estamos nos três, uma família. Finalmente juntos, finalmente completos, e nada, absolutamente nada nesse mundo me fará perdê-las outra vez. Nunca mais enquanto eu viver, minha mulher e minha filha estarão longe de mim.

Contenho as duas em meus braços o máximo que posso, mas o dia tem seu decorrer. América vai preparar o jantar para nós três enquanto eu fico responsável por supervisionar Alice, o que faço com o maior prazer. Sei que ela que dar um tempo para nós dois, um primeiro contato entre pai e filha.

América diz que tenho que dar banho nela antes do anoitecer, já que é inverno, e água quente não é um privilégio nesse bairro. E lá vou eu dar o primeiro banho na minha filha. Alice não é mais um bebê de colo, mas ainda é um bebê, por isso será como um primeiro banho mesmo.

Encho a banheira com água quentinha, quentinha. Tiro a roupinha que veste, e a ponho sentada na água. Brinco com ela enquanto a banho, ela tem uma mamãe pato e um patinho de borracha para brincar durante o banho, o que faz tudo ficar ainda mais divertido.

Enrolo-a em uma toalha, a pondo num banquinho perto da pia para seca-la bem. América deixou uma mudinha de roupa já para que eu não perdesse tempo procurando. Mas quando vou pôr as meias nela, recebo uma advertência.

— Não papai, tem que secar entre os dedinhos. É assim que a mamãe faz. – diz Alice me impedindo que ponha as meias nos seus pés.

— Sim senhora, minha princesa. – e lhe ataco com beijos.

É incrível ouvi-la me chamar de pai. Sonhei tanto, esperei tanto que isso acontecesse um dia, e aconteceu da maneira mais surpreendente e irresponsável que poderia imaginar.

Jantamos sopa de legumes nessa noite.

Alice não se desgruda de mim nem por um estante se quer. América briga comigo por dar a sopa na boca dela, dizendo que a menina já come sozinha, mas quero mima-la, alimentar minha filha nem que seja só uma vez, já que não tive a oportunidade de fazer quando ela era pequena.

Depois da janta, Alice me mostra seus brinquedos, me faz tomar chá de mentirinha com as suas bonecas. Por fim, ela é vencida pelo cansaço e posso pôr minha menina para dormir.

É apenas um quarto, e como era só ela e a mãe, uma cama de criança não era necessária, as duas dormiam juntas na cama de casal. Cubro minha filha deixando um beijo no seu pequeno rosto, fico olhando-a por longos minutos, então a deixo.

América está na porta do quarto nos olhando, com um sorriso perdido na boca. Tomo-a em meus braços mais uma vez, mas agora, agradecendo pelo que ganhara nesse dia.

— Posso dormir com vocês essa noite? – pergunto meio suplicante.

— Se você fizer essa carinha de cachorrinho abandonado toda vez que quiser alguma coisa, é claro que sim.

Depois de todos os acontecimentos do dia, ganhamos uma tempinho só para nós dois.

Vamos tomar banho juntos, certificando que a porta esteja realmente trancada para não termos uma surpresinha, já que uma criança dorme no cômodo ao lado.

Em poucos segundos estamos despidos e fazendo amor na banheira. O sexo mais gostoso que já fiz. Nossos corpos quentes, ardendo de prazer como das outras vazes, se pertenceram.

Nos amamos novamente.

— Se continuarmos nesse ritmos, a Alice vai ganhar um irmãozinho logo. – digo divertido e ela me repreende.

— Maxon! A Alice ainda é muito pequena, não acho que devíamos ter outro filho, não agora.

— Hum... então quer dizer que pretende ter outro filhos comigo, senhora Schreave?

— É claro que pretendo ter outros filhos com você, senhor Schreave. Mas isso é conversa para outro dia, vamos dormir que estou exalta.

— Vamos, vamos.

Visto apenas a cueca já que não tenho roupas aqui. Liguei para Wayne que ficou de trazer roupas limpas peça manhã, e o dispensei dos seus serviços por hora. Deitamos com Alice entre nós, e nos aconchegamos a cama.

Com um dos braços, consigo envolver as duas num abraço só trazendo-as para mais perto de mim. Fico a observa-las, pensando o quando eu tenho sorte por ter essas duas em minha vida.

E o quanto eu as amo.

 

(LEIAM O POEMA NAS NOTAS FINAIS)


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Notas finais do capítulo

Ela é o meu cabelo curto, o esmalte descascado na minha unha, as olheiras no meu rosto.
Ela é o brinquedo espalhado pela sala, é o melado no controle remoto,
Ela é o farelo no sofá, as tesouras e quadros no alto.
Ela é a marca de mão nos móveis, o embaçado nos vidros.
Ela é o ventilador desligado,
a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
Ela é as frutas fora da fruteira, os plásticos amarrando os armários.
Ela é o valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
Ela é o aperto no meu peito diante de uma escada, é o cheirinho no meu travesseiro.
Ela é o vazio triste no silêncio de dormir,
o meu sono leve durante a noite.
Ela é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
Ela é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
Ela é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu amor por Deus.
É o meu ontem, o meu hoje,
o meu amanhã.
Ela é a vontade, a inspiração, a lição, o dever.
Ela é a presença, a surpresa
a esperança.
A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e bonito.

— Autor desconhecido.



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