I'm a mess escrita por Novaes


Capítulo 17
now I'm a neurotic sick bitch who doesn't know how to live because the world suffocates me.


Notas iniciais do capítulo

Okay okay, vocês tem todo motivo do mundo para querer me matar, já até imagino vocês com as tochas e facas na mão na frente de minha casa gritando comigo, okay, okay, brincadeiras a parte. Que saudades de vocês! Eu sei que pode parecer clichê, e até é, mas eu não ligo. Gosto sempre de falar que morri de saudades de vocês, porque vocês são, e sempre vão ser, minha rocha. Aquilo que me deixa, sabe? Aqui ainda. Vocês me mantem viva e sóbria, e por isso, muitíssimo obrigada. Eu sei que eu posso parecer uma pessoa distante, mas vou explicar, não sei se disse isso, ou se só falei em alguns comentários, mas... Eu estou sem notebook, sim, meus amores. Mais uma vez sem notebook, eu não aguento. Porque assim fica difícil entregar todos os trabalhos, estudar, fazer aqueles simulados online, e claro, mais importante que tudo, escrever.
Eu tinha escrito esse capitulo faz um tempo já, ele estava na minha mente desde que comecei a fic, mas quando fui colocar no notebook. Cadê o notebook? Tinha quebrado. Então, eu sinto muito, muito mesmo pela demora. Espero que perdoem. E pela falta de tempo, e tudo que está acontecendo, eu prometo, ahhhh, vocês devem pensar: Lá vem ela com essas falsas promessas, mas é sério, eu estou tentando ao máximo voltar com minhas fics, tipo, toda semana, ou pelo menos três vezes no mês né? Eu realmente só preciso de tempo. Mas eu não estou em casa e resolvi pedir o notebook emprestado só pra eu postar. Então espero que perdoem, que aproveitem esse capitulo porque dei minha alma para ele acontecer, OK? Eu realmente gostei do resultado, e espero que vocês também né? E essa fase da fanfic está acabando. Só queria avisar. E espero que vocês estejam bem, meus chuchus.
Agradecimento - Mariazinha, Galadriel Lovegood, MariaClara, Hannah Stark a proposito, amei seu comentário, eu ri demais, estou de volta. Não me mate! Haha.



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P.O.V Tony Stark

Acordei incrivelmente cedo, como alguns dias atrás. A verdade é que quando descobri que Elena é minha filha, eu não conseguia dormir. Eu não conseguia focar em qualquer outra coisa a não ser saber que ela estava segura, ou não querer perder mais nenhum momento com ela. Não é que eu seja um stalker, ou um pai psicopata. Longe disso. Eu queria ser o pai mais incrível para ela, eu sei que ela é uma pessoa incrível para qualquer pessoa no mundo, inclusive para mim, ela com seu jeito, tentando sempre me afastar, é a melhor filha do mundo para mim.

Já era difícil amar uma pessoa na minha vida, que é a Pepper. Com a Elena minha preocupação ficou pior.

Eu só não queria perder nenhum momento sequer com minha filha.

Eu tenho um pequeno ritual de tentar o máximo possível acordar antes de Elena e pedir para JARVIS colocar as músicas que ela estava escutando recentemente, e devo dizer, a garota é realmente uma Stark.

Alguns dias atrás quando estávamos sendo seguidos por um carro misterioso, eu consegui ter uma pequena conversa com Elena, tanto no carro, quanto na lanchonete que fomos.

No meio da nossa conversa, ela murmurou algo como: Sou sua filha, não é?

Aquilo foi o fim, ela conseguiu acender tudo que estava preso em mim. Se eu não soubesse como um pai se sentia, eu sei agora. Nunca fui do tipo paterno, até porque minha experiência não é tão boa assim, mas vendo ela ali, sentada ao meu lado, reclamando da velocidade que o meu carro estava. Quando chegamos ao restaurante, eu toquei em um assunto perigoso, uma área que provavelmente foi cedo demais, mas eu fiz de qualquer jeito.

Perguntei da sua mãe.

Ela se importa.

Eu sei que se importa.

O jeito como ela falou, como ela pediu para que eu parasse de me torturar com aquilo foi à prova disso. Eu não consigo imaginar as coisas que eu tive que deixar minha filha passar por uma idiotice minha e da sua mãe, e eu também sei que não posso curar suas dores, e que provavelmente não posso tirar alguns vícios dela, retornar e mostrar para ela que existe um caminho diferente.

Quando estávamos voltando, percebi que ela estava um pouco área, ela parecia tão cansada, como todos os dias. Parecia que carregava um caminhão nas suas costas, não imagino o fardo que minha filha deve carregar.

Quando escutei as coisas caindo quando chegamos a casa, meu coração disparou forte, eu não entendia o que estava sentido, quer dizer, vamos lá, eu sou Tony Stark... Não deveria estar assim, mas estou e é minha filha ali, quando entrei no quarto e vi-a sentada no chão, com a cabeça entre as pernas e com a respiração descompassada, parecia estar tendo um ataque de pânico.

Num ato tão inesperado, até mesmo para mim, eu a abracei fortemente. Tentei me segurar, mas foi um sentimento maior que todas as minhas vontades de manter a pose, um sentimento inovador. Senti que ela estava perdida, parecia nunca ter abraçado ninguém, mas continuei e quando quebrei o abraço, fiquei sentado ao lado dela. Ela me agradeceu, eu estava sorrindo. Eu sorri sobre isso.

E cá estou eu, pronto para bater a porta do quarto dela, mas ela abre antes quando eu inclinado na sua porta, trocamos algumas palavras enquanto chegávamos à oficina. É engraçado ver Elena ainda se perdendo em alguns cômodos da casa. Mas devo falar que era um prédio muito grande. Fomos à Oficina como de costume, e estávamos conversando e trabalhando, quando tudo aconteceu muito rápido, fomos invadidos. Só consegui escutar a voz robótica de JARVIS falando que alguém estava a caminho e que não conseguia parar. Minha cabeça ficou a mil. Tudo que eu conseguia pensar é que Elena estava ali, e estava correndo perigo mais uma vez sob minha proteção.

Em um movimento rápido, a armadura já estava vestida.

Quando sussurrei para Elena ficar atrás de mim, percebi-a varrendo com os olhos a sala inteira procurando alguma arma, e quando saímos da oficina, algo ocorreu e infelizmente acabamos pegando caminhos opostos. Mas ainda sim, procurava Elena e quem quer que esteja fazendo aquilo.

Vieram dois homens correndo com suas armas posicionadas, gritando, consegui rapidamente os derrubar, ainda andando e procurando enquanto ouvia alguns gemidos vindos do lado oposto do cômodo, provavelmente Elena. Sei que ela é forte e consegue acabar com todos, mas ainda sim, não me sinto bem a deixando sozinha.

Assim que me virei, dei de cara com um breve conhecido com um tapa olho preto cobrindo um dos olhos. Fury. Claro.

— Fury, maldito seja – Praguejei.

— Stark... Como é bom revê-lo – Ele sorriu irônico enquanto eu abaixava minhas mãos.

— O que quer? – Perguntei abrindo a parte de cima da armadura para mostrar meu rosto.

— Soube que sua família aumentou – Ele falou rapidamente voltando a sua posição rígida com as mãos coladas nas costas.

Cerrei os olhos.

— Rumores voam, meu caro amigo – Ele completou.

— O que quer?  - Fui breve.

— Olhe para você, Stark. Todo defensivo, quem pensou não é mesmo? Quem pensou...

— Deixe de suas ideias baratas, Fury. O que quer com minha filha?

— Oras, sua filha... Desde quando conseguiu o direito de chama-la assim? – Ele provocou ainda na sua posição.

Cerrei os punhos, claramente irritado.

— E desde quando você precisa saber de algo sobre isso? O que você quer com a Elena?

— Calma, Stark. Você parece estressado. Mas o que eu quero com sua filha é algo simples, é na verdade, o que todo mundo quer com ela. Se estiver sendo procurada, é claramente atrás de você ou pode ser pelas habilidades que ela tem. A melhor hacker de todo o mundo, você sabia disso?

A melhor hacker do mundo? Okay. Disso eu não sabia. Eu tinha certeza que minha filha era uma boa hacker.

— Além de boa hacker, conhece pessoas, é altamente treinada. Sua filha é uma gênia, mas desperdiçou tudo com bebidas e drogas, festas... E não me deixe começar com sua ficha criminal – Ele falava, parecia estar pensando alto.

— Você não me disse o que quer com ela, o que quer exatamente.

— Ah, quero conhece-la, vamos ter um papo amigável – Ele ainda não explicou. Mas sorria cínico.

— Fury...

—Acreditamos que estão atrás da sua filha, por algo que ela possui ou já possuiu – Ele concluiu sério agora.

Foi quando eu olhei para o outro lado da sala e tive uma boa visualização de Elena em pé apontando arma para um cara, depois de ter acabado com ele sozinha. Fury olhou para minha cara como se dissesse “entendeu?”.

Minha filha é realmente demais.

Mas o que seria esse algo que ela possuía?

— Elena! – A chamei surpreso.

Ela virou-se para mim surpresa por ter um cara de tapa olho atrás de mim, sem fazer nada enquanto tudo que ela sabia é que o prédio estava sob ataque. Ela ainda estava na posição de ataque.

Ela falava um: quem é esse pirata ai do seu lado?

Eu quis rir, ela é realmente uma Stark.

P.O.V Elena

— Okay, você é Fury, mas o que está acontecendo aqui? – Perguntei ainda frenética por causa da luta.

— Ele é da SHIELD – Tony explicou gesticulando com suas mãos que ainda estava com a armadura.

— Okay, desde quando a SHIELD ataca? E ainda mais a casa de um Vingador? – Perguntei bufando. Cerrei os olhos e o Fury tinha uma posição rígida, tentando manter a sua pose. Mas a mim, ele não engana.

— Oh, me perdoe Srta. Não tínhamos interesse em assusta-la – Fury sorriu.

— Você não me assustou, mas poderia ter sido bem mais hospitaleiro – Fui irônica.

Tony parecia chocado com alguma coisa e não falava nada, só observava. Mesmo tentando voltar “a realidade”.

— A verdade é que eu estou na frente da maior hacker do mundo, devo me sentir lisonjeado? – Fury foi irônico.

Cruzei os braços, cerrando minuciosamente os olhos na direção de Fury.

— Eu não sei, não faço mais parte dessa vida faz anos – Respondi tentando manter a calma. Ele está indo numa direção do meu passado que eu realmente não quero voltar.

— Você me diga garotinha, você foi a que roubou algo que não devia, não é? – Ele replicou.

— O que você quer? – Perguntei devagar rosnando com fúria.

Olhei para Tony que percebeu minha reação, e agora olhava sem entender e querendo uma resposta.

Senti-me uma garotinha que tivesse sido pega fazendo alguma besteira.

— Queremos de volta o arquivo que você roubou – Fury respondeu.

— Eu não sei do que você está falando – Menti.

Descruzei os braços deixando-os cair ao lado de meu corpo. Enquanto Fury ainda esperava uma resposta, e eu não podia dá-la. Não podia. Isso faz anos.

Fury sabia que eu estava mentindo, até porque ele sabe que eu já tive.

Eu teria que mentir para Tony. Mentir bem, e tentar sair dessa. Droga, olha só aonde eu cheguei, SHIELD vindo atrás de mim.

— Olha, que tal você ir embora? Agora?  - Pedi apontando para o elevador.

Ele ajeitou seus braços, sorrindo sombrio, enquanto concordava com a cabeça. Andou para a o elevador, mas parou ao meu lado.

— Eu vou pegar o que é nosso de volta, garotinha. E não há nada que você faça para impedir isso – Ele sussurrou.

— Eu não sou uma garotinha – Respondi enquanto ele saia pegando o elevador, e acenando com a mão ironicamente.

Virei-me para Tony que ainda encarava toda aquela cena chocado.

— O que você fez Elena? – Ele perguntou se aproximando.

— Ele com certeza me confundiu com outra pessoa -  Menti mais uma vez.

— Você está mentindo – Ele afirmou.

— Não, eu...

— Eu vi a sua reação quando ele falou desse tal arquivo – Ele explicou, com movimentos amenos.

— Tony, eu não sei do que está falando.

— Você precisa confiar em mim, eu posso ajuda-la – Ele pediu.

— Eu não sei do que está falando.

Tony me olhou bastante decepcionado. Passando por mim com um andar forte e rígido. Eu o decepcionei, em menos de um ano, consegui decepciona-lo. Eu sei que faria isso. Mas não sobre isso. Não agora.

Virei-me para olha-lo indo embora.

Senti-me culpada.

Pela primeira vez na minha vida eu fiz algo, e menti, e omitir, e fiz coisas, e não contei nada, me senti culpada por não ter dito a verdade para ele.

— Tony! – Gritei e ele não parou, apenas continuou andando.

Quando vi, ele estava fora de alcance. Deve ter ido para algum lugar longe.

— Droga! – Gritei cerrando os punhos e acertando a primeira parede que vi pela frente com força. Doeu momentaneamente, mas amenizou a dor. Eu estava acostumada com ela.

Depois de um tempo e eu finalmente me acalmar, o que durou uma hora para eu ficar mais calma, resolvi limpar as coisas, e senti que aquela deixa de Tony foi uma breve mensagem para eu me mandar, o mais rápido possível.

Eu sou assim, sou acostumada com a rejeição. Principalmente daquelas vindas de parentes.

Mas por algum motivo desconhecido. Tony foi a única pessoa que eu não quis de maneira alguma magoar, e que por alguma ironia do destino, magoei mais cedo que pensei. E nisso porque ele não sabe a verdade inteira. A gente faz besteira quando é jovem, mas eu consegui bater o recorde de todas as besteiras do mundo colocada em uma pessoa só.

Então comecei a pensar, fora coincidência demais Fury procurar logo a mim, depois de tantos anos, aquela droga de arquivo. Eu nem o tenho mais, eu acho. Mas na pior hipótese, eu não sei o que é. Ele não pode tentar arrancar a verdade de mim, ou pode.

Se tiver uma coisa que eu aprendi depois que minha vida virou de cabeça pra baixo quando eu era pequena, é que... Não existem “bonzinhos” ou vilões, apenas pessoas com objetivos diferentes. O de Fury, claramente, não é um objetivo bonzinho.

Assim que eu colocava algumas coisas minhas na bolsa que eu achei no guarda-roupa, virei-me dando de cara com Tony sem sua armadura, já vestido com a mesma roupa de antes. Ele não tinha mais aquele olhar decepcionado como o que ele tinha no rosto quando saiu.

— Aonde vai? – Ele perguntou.

Fiquei confusa.

— Han... Estou indo...

— Embora? – Ele me interrompeu e eu afirmei com a cabeça.

— Você parece desapontado com essa informação – Cuspi as palavras com um tanto de receio.

— E você parece ser o tipo de garota que nunca iria embora tão fácil – Ele rebateu.

— E mais uma vez, olha só como estamos enganados – Lentamente pronunciei cada palavra com tanto remorso, que o sentimento quase se tornou palpável.

— Você acha que é fácil, Elena? – Stark gritou, fazendo com que eu desse um pequeno pulo para trás. Não estava pronta para isso, admito. Não foi algo assustador como meu pai tentando me matar em casa, mas tomei um susto pela sua atitude. – Eu não consigo dormir, OK? Eu não consigo fechar os olhos imaginando que você está do outro lado da parede, eu não consigo dormir, então minha mente não desliga, e eu começo a montar tudo, porque eu preciso proteger as duas coisas que eu não consigo viver sem, que é você e Pepper. Eu não consigo dormir de tanto remorso por ter perdido uma pessoa tão incrível na minha vida. Eu sinto muito, OK? Eu só tenho a dizer que não sou o mesmo cara de antes, aquele babaca que podia ter feito algo, mas não fez, e por isso, eu sinto muito. Não há palavras o suficiente para dizer o quanto estou arrependido, mas é o que dizem, não é? Só valorizamos as coisas que perdemos, e perder você e depois de tanto tempo achar você dentro daquela maldita cela! O que aqueles homens fizeram com você...

— Pare! – Suspirei, fechando os olhos por breves momentos.

— Não, eu não consigo, não vê? Eu estou tentando. Eu juro que estou. Mas você não me deixa entrar, Elena, eu realmente preciso que você me deixe entrar. Deixe-me ajuda-la, eu não sei o que aconteceu ou o que diabos você fez, mas eu estou aqui agora, e eu vou ajuda-la de todo jeito possível e impossível, e isso eu prometo! Eu sei o quanto se machucou, sei o mínimo da sua história, mas eu preciso... Realmente preciso que conte comigo.  O que está naquele arquivo?

— Eu não sei do que está falando – Menti baixo. Não conseguindo mentir mais. O que estava acontecendo comigo? Não consigo mais ficar com essa mentira. Olhando para Tony e ele gritando essas palavras para mim, eu não consigo mais fazer nada.

Eu

Estou

Com

Medo.

Olhe só a verdade aparecendo. Pela primeira vez na minha vida, eu estou com medo do sentimento que está saindo do meu peito.

Tony está de peito aberto para mim. Querendo uma chance.

Sei que ele é um bom pai.

Mas não para mim.

Nada bom serviria comigo, sou o lixo em pessoa. Não consigo. Eu não consigo. Vou magoa-lo.

— O que tinha naquele arquivo, Elena? Droga! – Ele gritou colocando as mãos entre a cabeça e respirando fundo. Ele estava muito decepcionado.

— Eu sinto muito – Pedi baixo e ele levantou seu olhar para mim. – Eu sinto muito mesmo! – Esse fora as minhas primeiras palavras assim que vier de todo o sentimento que ele havia colocado no meu peito.

Esse foi verdadeiro.

— Apenas me responda – Ele pediu. Praticamente implorou.

— Você aguentaria saber que sua filha é uma alcoólatra, drogada, com vários problemas psicológicos. Que fez muita, muita besteira nessa vida. Que foi suicida, que foi espancada, que nunca teve uma casa fixa. Eu odiei você, Tony. Odiei você porque você foi o primeiro de tantos promissores traumas, eu odiei, acima de tudo, porque eu era uma criança! Você tem ideia do quanto eu te odiei? Eu quero te odiar agora. Quero odiar você porque me deixou sozinha com minha mãe que me colocou com aquele homem e depois com tantas pessoas, eu queria... Queria te odiar porque eu não sei o que é... Amor – Eu gritava, o vi fechando os olhos a cada palavra doía. Eu sei que doía. A palavra amor saiu tão amarga da minha boca. – E agora eu sou uma louca neurótica ansiosa e doente que não sabe viver porque o mundo me sufoca! As memorias me sufocam. As pessoas me sufocam. E pior, eu me sufoco. Eu me odeio! Eu me odeio tanto, quando eu acordava sozinha em alguma praia, ou em algum bar, ou em algum carro de desconhecido. Eu não tinha nenhum cuidado! Nenhum mínimo cuidado. Mas agora eu estou aqui e... Você... Eu não sei explicar. É algo aqui – Comecei a bater no peito. – Algo que vem de dentro, eu não sei explicar. Eu nunca tive medo – Apontei o dedo. – Eu nunca tive e posso afirmar isso, quando eu fui espancada, eu não tive medo. Quando enfrentei a morte, eu também não tive medo. Quando sai de casa e não tinha nenhum lugar para ir, nenhum dinheiro, eu não tive medo. Eu nunca soube o que diabos era medo. Até agora. Eu sinto! Medo do que eu estou sentindo aqui, o que eu não sei explicar o que é! Esse é o problema, não vê? Eu não consigo conviver com um sentimento que eu não sei explicar – Terminei a gritaria batendo no peito, estava ofegante. Meu Deus, o que eu fiz?

— Elena...

— Apenas pare, OK? – Gritei gesticulando com as mãos. – Você não aguenta, Tony, Eu estou falando, eu vou machucar você! É o que eu faço com as pessoas. E você parece... Você é um cara legal, OK? Você não merece ter uma droga de filha como eu, independente do que você fez. Não é justo.

— Você aguentaria saber que seu pai é um gênio, filantropo, bilionário, playboy e que se arrepende tanto de ter abandonado a única coisa que agora sabe que não pode viver sem, que é você, minha filha – Ele falava baixo, e sorria. Essa fora a conversa mais sincera que eu tive com qualquer pessoa. –Elena... Deixe-me ajuda-la. Não vá embora. Não me deixe agora – Ele pediu mais uma vez.

Pense, Elena.

Não siga qualquer sentimento que esteja dentro de você, não siga.

Siga sua razão.

Agora minha mente não consegue se desligar. Eu estou com todos esses pensamentos aqui dentro de mim, eu só queria parar de pensar, nem que fosse por um pequeno tempo.

Num momento de impulso, Tony me puxou para um abraço. Eu não correspondi como sempre... Nem saberia como corresponder algo tão grandioso, e tão carinhoso. Tão significativo em relação de estar querendo um abraço.

Eu não saberia fazer isso.

Ele sabe.

Ele conseguiu.

— Vai tudo ficar bem – Ele sussurrou dentre o abraço.

Eu não sabia o que fazer.

Eu não sabia como parar isso que eu estou sentindo.  Eu não aprendi como fazer isso. Isso eu não tive que aprender porque foi uma parte boa, mas toda parte suja... Eu não consigo deletar, eu não consigo fazer melhor.

Eu sinto muito, Tony.

Foi a única coisa que eu consegui pensar.


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Notas finais do capítulo

PS: POV TONY COMO VOCÊS PEDIRAM HAHAHA.
EU AMO VOCÊS!!
ps: ESPERO QUE O CAPÍTULO ESTEJA CERTO!