O babaca do amigo do meu irmão 2ª temporada escrita por Lailla


Capítulo 11
A chegada surpresa!


Notas iniciais do capítulo

Meus amores, esse é o penúltimo capítulo :'( Me perdoem por estar acabando, eu também não queria, mas para a felicidade de vocês, estou postando o penúltimo e o último para lerem tudo de uma vez e comentarem para me fazer muito feliz hihi *-----* Espero que gostem, pelo que o título diz, vocês já sabem o que vai acontecer ;)

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Se passaram algumas semanas depois que fiz 8 meses, mas eu ainda estava com o que Lavínia disse na cabeça. Além de começar a ficar um pouco diferente com Micael.

Ele reparou bastante, mas continuou a agir normalmente. Sempre que vinha querer sentir o bebê na minha barriga ou ouvir os chutes dele, eu não fazia mais carinho em seu cabelo como antes. Quando assistia à televisão e ele se sentava do meu lado, pondo o braço em volta de mim, eu não fazia mais carinho com os dedos naquele braço. Não acariciava as costas dele com os dedos quando ele adormecia, não fazia mais nada de carinhoso com ele. E aquilo me partia o coração, porque era algo natural meu! E ele notava, mas não falava nada. O que piorava!

Quando não aguentei mais fazer aquilo com ele, me fechei no quarto e sentei na cama. Além de também estar sentindo um pouco de dor há algum tempo. Deviam ser gases, sei lá, parava e voltava. Não sei se Ellie comentou com ele ou talvez Du, mas apenas o vi abrir a porta e me pegar chorando.

Micael me olhava espantando. Não entendia porque eu estava daquele jeito.

– Que houve?

– Nada. – Disse, virando o rosto.

– Fala sério, Felícia. – Ele disse sentando do meu lado – Fala pra mim.

Abaixei a cabeça e comecei a mexer nos dedos.

– Pára com isso, vai. – Ele disse pondo a mão na minha, me fazendo parar.

Tirei minha mão da dele. Ele suspirou e encostou a testa no meu ombro.

– Pára com isso. – Disse, mexendo o ombro.

– Não posso te tocar agora? Qual o seu problema? – Ele perguntava calmamente.

– Nenhum. Eu estou bem!

– Normalmente na maioria dos casos quando uma pessoa está chorando, sem estar sorrindo, ela não está bem. – Ele disse torcendo levemente a expressão.

Bufei baixo.

– Sai do quarto. Só quero ficar sozinha.

– Não. – Ele disse simplesmente – Quero saber qual o seu problema.

– Eu já disse que não tenho problema nenhum. – Comecei a me irritar.

Ele estalou a língua, começando a se irritar.

– Me poupe. Tem sim! Você é toda complicada com essas coisas. Dá pra falar logo?

– Já disse que não é nada. – Disse, suspirando em seguida pondo a mão na barriga. Aqueles gases estavam me matando!

Levantei e fui em direção à porta, mas Micael a fechou e ficou na frente dela. Cruzou os braços.

– Ellie me falou que aquela garota disse que nós estávamos apenas juntos.

O olhei, ainda com a mão na barriga.

– Isso não importa.

– Importa sim! – Ele exclamou querendo rir – É a gente! É claro que importa. O que? Você acha que eu não quero ficar com você?

– Não acho nada. – Suspirei mais uma vez tentando aguentar a dor. Será que era prisão de ventre?

– Mentira. – Ele franziu a testa – E está enganada. Eu quero muito ficar com você. É por que eu não te pedi em namoro?

Não respondi.

– Foi mal. Pensei que fosse óbvio, eu moro com você! – Ele deixou escapar uma risada – Eu peço agora, tá?

A dor começava a piorar, eu só queria sair dali. Respirar ar fresco!

– Me deixa sair. – Pedia.

– Não, cara. Pára de fugir.

– Não estou fugindo, Micael. Só quero sair daqui. – Rangi os dentes, quase implorando.

Ele bufou, mas me deixou sair. Andei pelo corredor, respirando com dificuldade por causa da dor. Inspirava e expirava fazendo bico, a cada minuto piorava. Parei entre a porta da sala e a da cozinha.

Micael não se aguentou, veio atrás de mim.

– Agora que eu quero pedir, pedir mesmo, você não quer ouvir?! – Ele exclamou irritado.

– Cala a boca. – Comecei a gemer por causa da dor.

– Não vou calar, porra! – Ele gritou.

Ellie e Du escutavam da sala. Meu irmão percebeu minha expressão de dor. Micael não, ele estava com raiva. Não conseguia perceber.

– Micael... – Ele tentou dizer algo.

– Fica quieto. – Micael disse, levantando a mão na direção dele.

Olhou pra mim, com a testa franzida.

– Dá pra você falar de uma vez por que você está assim? O que eu fiz? Fala o que eu fiz de errado? Fala alguma coisa!

Não aguentei mais. A dor parava e quando voltava, voltava pior. Não sabia o que estava acontecendo. Comecei a me preocupar com o bebê.

Olhava para Micael. Estava cansada daquela palhaçada! E principalmente de ser covarde.

– Eu estou com raiva porque eu amo você, seu imbecil! – Gritei, gemendo alto em seguida e me inclinando um pouco pra frente. Senti escorrer.

Ele me olhava, surpreso.

– Me leva pro hospital! – Exclamei chorando de dor.

– Que... – Ele ainda estava atordoado.

– Minha bolsa rompeu! – Exclamei sem ar enquanto Du e Ellie correram até nós.

Micael olhou para o chão e despertou. Pegou as chaves do carro e Du me ajudou. Ellie foi pegar minha mala, que já estava feita desde o mês anterior.

Os dois me ajudaram a entrar no carro. Gemia, deixando o ar escapar. Aquela dor era horrível! Micael ligou o carro, Du ficou do meu lado segurando minha mão e Ellie entrou rápido com a mala.

– Vai, vai! – Ela gritou.

– Argh...AAHHHH!!!! – Gemi e comecei a gritar.

Apertei forte a mão de Du enquanto Micael quase corria com o carro.

– Anda, porra! – Du gritou – Ela está quebrando minha mão!

– Cala a boca, idiota! – Gritei com ele – Argh...! Babaca, idiota!

Du torcia a expressão por eu estar apertando a mão dele. Eu o xingava o tempo todo, de todos os nomes que vinham a minha mente naquele momento. Cinco minutos depois chegamos ao hospital. Os dois me ajudavam, Ellie correu para a recepção pedindo para alguém ajudar.

A recepcionista me viu e chamou alguém rápido.

– Pode preencher a ficha dela? – Ela disse.

Ellie olhou pra mim desesperada. Eu apertava a mão de Du enquanto ele quase gritava de dor e apertava a blusa de Micael, quase arrancando sua pele junto. Ele torcia a expressão, mas aguentava firme.

– Ellie está fazendo sua ficha. – Du disse – Alguém já está vindo.

– Que ficha, seu frouxo! – Gritei. Não aguentava aquilo.

Um enfermeiro chegou apressado e me pôs na cadeira de rodas com a ajuda dos dois. Micael mandou Du ficar lá e foi comigo. O frouxo do meu irmão nem discutiu!

Me puseram num quarto, meu médico chegou. Olhava minha ficha.

– Felícia... – Ele cantarolou alegre. Queria dar um soco nele! – Bem, pelo visto alguém está com pressa de nascer.

Eu gemia inspirando e expirando. Micael me ajudava segurando minha mão e quando as contrações vinham ele colocava o braço em volta de mim me abraçando forte. Eu já estava sem ar, respirava ofegante.

– Bem, já está na hora.

– Você acha? – Rangi os dentes fuzilando ele.

– Levem ela pra sala de parto.

Alguns enfermeiros me tiraram dali. Micael respirava nervoso.

– Ela só está com 8 meses!

– Ela está pronta, não se preocupe. – O médico dizia firmemente – As contrações estão vindo em segundos e ela está com dez centímetros de dilatação. Vai dar tudo certo.

Micael passou as mãos pelo cabelo, ainda nervoso. Foram para onde eu estava.

Quando o médico chegou, já estava com a roupa esterilizada e a máscara, pondo as luvas. Micael parecia estar com roupa de enfermeiro. Verde e com touca. Eu quis rir, mas gritei.

Ele ficou do meu lado, segurando minha mão. O médico se sentou à minha frente.

– Vamos começar. Felícia, quero que você empurre com força.

Eu o fiz. Ai, que dor insuportável! Eu o sentia, sentia o bebê começar a sair. Mas era tão difícil! Tão doído! Parei ofegante.

– Mais uma vez. – O médico disse.

Micael me olhava.

– A culpa disso tudo é sua! – Gritei pra ele.

Ele arregalou os olhos, pasmo.

– Desculpa... – Ele gaguejava.

– Seu... – Gemi, empurrando – Filho da puta, miserável... Babaca...AAHHHH!!! – Gritei de dor parando, mal conseguindo respirar – Desculpa... – Gemi, chorando.

– A gente conversa sobre isso depois... – Ele pediu.

– Não...

– De novo. – O médico disse.

Eu o fiz, gemendo e rangendo os dentes. Parei, respirando ofegante.

– A culpa foi minha.

– Não foi. Eu que te dei camarão.

– Não... – Recuperava o fôlego, comecei a chorar de vez – Eu devia ter falado que te amava quando estávamos namorando...

Meu rosto estava vermelho e lavado de lágrimas. Micael perdeu o ar. Aquilo tudo era muita coisa! Eu estava chorando e o sentia querer chorar também, ele engolia em seco.

– Está coroando, mais um. Um empurrão bem forte. – O médico dizia.

– Não dá... – Chorava.

– Felícia, só mais um. Um forte, você precisa fazer isso.

Eu chorava, estava quase desistindo. Micael pôs o braço em volta de mim segurando minha mão com mais firmeza. Se aproximou do meu ouvido.

– Vai logo. Eu também te amo pra caralho... Tira ele logo daí. – Ele sussurrou quase rangendo os dentes.

Chorei mais, respirando ofegante. Apertei sua mão e fechei os olhos, apertando-os. Fiz o máximo de força que pude enquanto Micael me abraçava forte. Deixei escapar um gemido fraco quando terminou. Foi o maior alivio que senti na vida. Estava suada, Micael ainda me abraçava. Quando escutei o choro, sorri chorando mais.

O médico o levantou.

– Parabéns pelo menino. – Ele sorria atrás daquela máscara.

– Um menino... – Dizia ofegante, abrindo um sorriso.

Micael sorriu e beijou minha testa várias vezes, respirando ofegante como se chorasse.

– É um menino... – Eu ainda dizia, emocionada.

Eu o via. Eu o via! Era tão pequeno, tão lindo! Ele chorava e estava um pouco sujo, mas era perfeito. Simplesmente perfeito!

Uma enfermeira o pegou para limpá-lo e pesá-lo. O que eu mais queria era segurá-lo. Ela o enrolou numa manta azul e se aproximou, pondo ele nos meus braços. Eu o segurava... Era lindo! Cabelos escuros como os de Micael, ainda estava com os olhinhos fechados. Eu passava o dedo levemente pelo bracinho dele, que se movia engraçado. Ele todo se movia e eu sorria abobada.

Olhei para Micael, sorrindo. Ele estava admirado.

– Segura ele. – Disse suave.

Ele sorriu e o fez. O pegou com todo cuidado do mundo e ficou olhando pra ele. Eu sorria enquanto Micael o via mexer os bracinhos. Ele aproximou a mão com cuidado e no ato de tocá-lo, fez com que o fizesse segurar em seu dedo. Micael abriu um sorriso. Eu piscava os olhos, sorrindo. Estava admirada!

A enfermeira se aproximou com um sorriso.

– Então, já sabem o nome?

Olhei pra ela e depois para Micael.

– Qual? – Perguntei gentilmente.

Ele sorriu pra mim. Me deu o neném e encostou a cabeça na minha, olhando pra ele.

– Que tal... Gabriel?

Sorri.

– Gabriel? – Passei o dedo delicadamente no bracinho dele – Né, Gabriel? – Cantarolei baixinho.

Ele mexeu os bracinhos e os esfregou no rosto, bocejando. Fez um barulhinho engraçado ao fechar a boca. Eu o olhava vendo que pela primeira vez concordava plenamente com Micael.

– Então vai ser “Gabriel”? – A enfermeira sorriu.

– Vai. – Micael sorriu pra ela e voltou a olhar pra ele.

Ele olhou pra mim, sorrindo. Pegou levemente em minha bochecha, me fazendo olhá-lo.

– Hein. – Ele a acariciava com o dedo – Eu te amo mesmo.

Sorri com os olhos marejados, emocionada. Ele me beijou algumas vezes e beijou minha testa. Pôs o braço em volta de mim, encostando a cabeça levemente na minha. Ficamos vendo nosso bebê. Nosso filhinho.

Depois de me ajudarem e eu trocar de roupa, me levaram de volta para o quarto. Eu estava deitada, vendo Micael admirar Gabriel no bercinho de plástico ao lado da cama. Ele sorria com a mão no plástico... E eu sorria pra ele.

Aconcheguei minha cabeça no travesseiro enquanto estava abraçada com mais um. Estava tão cansada, mas sorria só de ver os dois. Adormeci levemente. Micael me olhou e me viu dormindo. Sorriu pra mim.

Olhou para Gabriel, que também dormia e sorriu de novo.

– Né. Não é segredo, mas não conta pra mamãe. – Ele sussurrava – Eu estou muito feliz de ter atacado a alergia dela. – Ele deixou escapar uma leve risada – Se não você não estaria aqui.

Ele o olhava dormir e suspirou, deixando escapar mais uma risada fraca. Era tão calmo e pequeno.

– Só você pra fazer a gente parar de brigar. – Ele sorriu.

Micael veio até mim e sentou na poltrona, encostando a cabeça na cama, me vendo dormir. Segurou levemente em minha mão, acariciando-a com o dedo.

Sorriu levemente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? *--*