O babaca do amigo do meu irmão 2ª temporada escrita por Lailla


Capítulo 10
Chá de bebê


Notas iniciais do capítulo

Finalmente *--------------* Tentarei por em breve s2s2s2s2s2s2s2



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Só conseguimos fazer o chá de bebê quando eu fiz 7 meses! Tudo estava mais calmo, tirando eu ainda recusar trabalhos, o que me partia o coração... E o meu bolso. Depois de um berro que Micael deu comigo, ainda sobre o assunto do quarto escuro, comecei a pensar se valia a pena mesmo continuar brigando por isso. Ainda não queria mudar meu lugar de trabalho para a lavanderia! Mas onde eu ia colocar o bebê quando crescesse?! No teto?! Odeio quando Micael tem razão!

Ellie estava me ajudando a arrumar tudo para o chá de bebê. Como não podia mais me abaixar, se não, não conseguiria mais me levantar, eu apenas pegava as bandejas de comida que ela fez para as meninas e as colocava na mesa que a dupla dinâmica pôs na sala. Os dois miseráveis machistas meteram o pé depois de nos ajudar, falando que chá de bebê era coisa de mulher.

Aos poucos as meninas foram chegando. Ellie avisou quando enviou os convites que a gente escolheu esperar o nascimento pra saber o sexo, então a maioria das coisas não teria cores características. Juliana foi a primeira a chegar. Micael e eu transamos na noite do casamento dela.

Ela abraçou Ellie e na hora me viu, além de ver o tamanho da minha barriga. Eu estava usando uma saia que chegava até os calcanhares e uma camiseta de alça, que era curta como um top. Amava mostrar minha barriga! Que estava maior!

Ela exclamou rindo, eufórica!

– Nossa, está grande mesmo! – Ela ria – Não quer mesmo saber o sexo? – Ela perguntou, manhosa.

Eu ri.

– A gente vai esperar mesmo. Ellie até escondeu a pasta pra não desistimos.

Ela riu.

– Eu também tenho uma surpresa. – Juliana disse, esfregando a barriga, sorrindo marota.

Ellie e eu abrimos um sorriso imenso.

– Sério? – Exclamamos em coro.

– 2 meses! – Ela sorriu fazendo o dois com os dedos.

Abraçamos Ju. Ela estava tão feliz, tão radiante! Logo depois chegaram o resto das meninas. Acho que vieram umas quinze, mas eu não queria um chá de bebê muito grande. Foi perfeito!

Ficamos conversando sobre tudo. Sobre como era o trabalho nos primeiros meses. Como as horas perdidas de sono, troca de fraldas, médico. Mas também como era incrível ter aquela pessoinha finalmente nos braços. Eu sentiria falta do meu querido sono, amava dormir! Já estava chorando ao imaginar. Os maridos e namorados da maioria as trouxeram e foram embora, então falamos como eles eram bobos em pensar que chá de bebê era coisa só pra mulher. Ficamos rindo até Lavínia começar a comentar sobre Micael, o que me deixou irritada, mas tentei não demonstrar. Ela era o tipo de pessoa muito bondosa, legal e animada, mas quando abria a boca sua sinceridade aflorava! E eu odiava isso.

Por sorte, ela não teve tempo de dizer muita coisa. Ellie mudou rapidamente de assunto dizendo que começariam as brincadeiras. Eu só ouvi “Ah, você e Micael voltaram? Está tudo bem?”. Não sabia que brincadeiras eram essas, Ellie não me falou nada disso, mas fiquei muito grata a ela por ter calado aquela garota! Bater nela não dava, eu estava carregando uma cria!

Ellie pegou um quadro e o escorou na poltrona. Ela segurava com dois gizes na mão. Um rosa e um azul. Levantei uma das sobrancelhas, rindo. Ellie não existia!

Ela pediu para quem achava que seria menina levantar a mão. Umas sete levantaram e Ellie marcou no quadro com o giz rosa. O resto, nove, ela marcou com o giz azul. Pôs cada grupo em um lado da sala, perguntando por que achavam isso. Algumas disseram que era por causa da barriga, outros disseram que era por causa do pai do bebê.

Da barriga, como disseram, porque as redondas eram de meninas e as pontudas eram de meninos. Disseram que a minha era pontuda, mas eu não achava nada disso. Ela não era redonda e nem pontuda. Era normal, porra! Uma barriga imensa de grávida normal! Eu ri com os argumentos surreais pra tentarem me convencer!

Por causa do pai do bebê, porque disseram que Micael tinha cara de quem colocaria mais um pimentinha no mundo, e outras também disseram que ele tinha cara de quem teria uma menina pra sofrer bastante quando ela começasse a namorar. Acho que nesse quesito, quem ameaçaria os namorados dela seria eu!

A outra brincadeira seria eu desenhar no quadro o que elas falassem, porém apenas com pistas do objeto. E detalhe: meus olhos estavam vendados. Depois que Ellie os vendou, rindo – aquela safada! – Ela precisou me ajudar a ir até o quadro e pôr minha mão nele, se não eu desenharia na poltrona! Foram fraldas muito mal feitas, macacãozinhos e vestidinhos que nem pareciam ser isso, tentativa frustradas de mamadeiras, chupetas que quando eu vi nem reconheci. Apenas sei que ríamos o tempo todo.

Outra brincadeira – que eu não gostei nada – foi Ellie fazer perguntas aos grupos sobre o bebê. Como cuidar, hora de trocar fralda e de alimentar, essas coisas. A parte que eu odiei era que quando os grupos errassem, eu comeria uma colherada de papinha. O pior do pior era que as meninas escolheriam o sabor! Fiz incontáveis caretas. Foram papinhas de legumes, carne, verdura com carne. Eu nem queria mais que elas dissessem o que eram. Só sei que aquilo tinha um gosto horrível!

Elas desenharam uma tarja carregando com 80% escrito e uma boa parte pintada de vermelho. Fizeram corações em volta além de pintar meu rosto. Tiramos fotos, eu sorria animada. Foi tão divertido!

O chá de bebê terminou no final da tarde e Ellie começou a dar as lembrancinhas na saída. Eu estava sentada no sofá fazendo carinho na barriga, mas porque minhas costas estavam extremamente doloridas. A maioria já havia se despedido e ido embora. Mas para o meu azar, Lavínia veio se despedir de mim.

– Oi – Ela sorriu me abraçando – já estou indo.

Sorri pra ela. Ela falava muita merda, mas eu não conseguia ficar com raiva dela!

– Hein. – Ela se sentou do meu lado. Já não gostei – Quando você e Micael vão se casar?

– Casar? – Perguntei espantada.

– É! – Ela sorria animada – Fala sério que vocês só vão morar juntos?

– Mas estamos juntos. – Tentava alguma desculpa. Como queria que ela fosse embora!

– Não estão nem namorando. – Ela deixou escapar uma risada – Ele pediu?

– Isso não importa, a gente sabe que está junto. – Dei de ombro.

– É. E isso é bem legal. Mas, poxa. São vocês! Vocês tem uma história. Como vão ter um bebê sem se casar?

Casar. Essa palavra significa muito pra mim. Era algo que quando duas pessoas se amavam faziam. Um laço importante! Mas sinceramente, eu estava com medo dessa palavra naquele momento. Tanto por Lavínia estar me irritando, como por até aquele momento Micael não ter dito que me ama. Dois anos juntos, fora os meses da nossa enrolação quando me formei. E agora! Porra, eu estava grávida dele e ele dava todos os sinais, mas não dizia nada. Eu amava quando ele demonstrava, mas também não apenas é isso. Não queria isso escrito num outdoor. Ele dizer sussurrando no meu ouvindo, fazendo com que eu me arrepiasse seria perfeito! Muito mais que perfeito, seria maravilho!

Eu a olhava, visivelmente irritada. Ela falou mais umas meias dúzias de palavras até Ellie finalmente chegar e se despedir dela, fazendo-a ir para a porta. Acho que Lavínia foi vacinada com agulha de vitrola. Puta que pariu! Ô garota pra gostar de falar!

Ellie conseguiu fazê-la ir embora e voltou para a sala.

– Tudo bem? – Ela se sentou ao meu lado.

– Tudo. – Disse de cabeça baixa, emburrada.

– O que ela disse?

– Nada. – Menti.

– Fala, cara. – Ela insistiu. Me conhecia bem.

– Sobre casar. – Torci a expressão lembrando.

Ela pôs a mão em volta de mim, me abraçando. Nem ela sabia o que dizer. Como eu disse, ela me conhecia. Sabia o que eu pensava sobre casar. E, na verdade, eu queria mesmo me casar com Micael.

Os dois chegaram alguns minutos depois. Estavam com as camisas suadas e a bola que eu dei a Micael na mão. Passaram o dia jogando bola.

Micael se aproximou e me beijou.

– Pelo visto foi legal. – Ele riu, passando o dedo gentilmente na minha bochecha pintada.

Du riu. Eu dei um sorriso fraco e levantei, saindo chateada. Fui lavar o rosto e tomar um banho. Micael me viu adentrar no corredor e não entendeu nada. Se virou pra Ellie, perguntando com o olhar. Ela pôs uma mecha atrás da orelha, triste, e olhou pra Du. Contou a eles, porém não sobre o casamento. Apenas que Lavínia tinha comentado sobre estarmos juntos, sendo que iríamos ter um bebê.

Droga... Eu amo Micael! Por que é tão difícil dizer isso a ele?! Por que é tão difícil dizer simplesmente em voz alta?! “Amo você! Amo você! Amo você!”, só isso!

Suspirava enquanto tomava banho. Não sei se eram os hormônios ou eu mesma, mas meus olhos marejavam e as lágrimas caíam.


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