The Secret of a Promise escrita por Leh


Capítulo 7
Válvula de escape


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, amigos.



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Os ventos do inverno em Berk eram rigorosos, a paisagem branca e coberta por neve era praticamente uma pintura sensível de alguma divindade. As atividades dos vikings não eram reduzidas por mero capricho, mas infelizmente era necessário. Mesmo assim, tinham reuniões importantes que tanto Stoico quanto Soluço precisavam participar, pois ambos cuidavam de Berk juntos. O líder cuidava de assuntos burocráticos e essenciais, enquanto as missões de Soluço se limitavam grande parte aos dragões, o que era muito mais divertido.

Merida estava entediada por aquilo tudo. Já haviam se passado dias e desde então no máximo que o frio lhe permitia fazer era ir até a academia com Soluço ou até a casa dos Hoffersons. Mas daquela vez Soluço tinha ido sozinho realizar alguma tarefa de ferreiro o qual Merida não fizera questão de participar.

Muito pelo contrario, a presença de Banguela lhe satisfazia, ele era quente e divertido o suficiente e mesmo que saber da vida do seu marido não fosse seu plano inicial, aquele lugar em que Soluço guardava os utensílios de Banguela era fascinante, tinham varias “caldas” desenhadas pelo próprio soluço e varias pernas metálicas em um baú, tinha um balcão onde, sob ele, tinham espalhadas dezenas de papeis alguns desenhos os quais a princesa julgou ser projetos futuros e muitas coisas escritas que ela não conseguiu entender ao certo.

Mas certamente o seu preferido eram os desenhos e detalhamento dos dragões que Soluço tinha encontrado em cada viagem. Ela tinha que admitir que sentia uma inveja indescritível ao ouvir de cada aventura do rapaz.

–Então, Banguela, acha que eu conseguiria um desse? – Perguntou a ruiva com um tom divertido apontando para a figura de um dragão, dos muitos os quais Soluço colecionava. Os olhos verdes miraram nela e depois no desenho, ele balançou a cabeça e grunhiu baixo, Merida não interpretou como negação.

Merida suspirou desanimada, chamando a atenção de Banguela que encarava os movimentos dela com cautela e curiosidade, Merida se levantou o suficiente para abrir a janela, bem pouco, mas o suficiente para conseguir ver a paisagem lá fora, imediatamente o fogo das velas na sala foram apagadas pela rajada de vento.

–Eu não pensei que fosse me sentir tão incompleta aqui...

Ela comentou fechando novamente a janela tornando a sala totalmente escura, mas aqueles olhos grandes de Banguela pareciam brilhar. Ela passou as mãos nos braços e soltou um longo suspiro enquanto fechava os olhos procurando paz interior. Só os abriu ao sentir a cabeça de Banguela lhe empurrar de leve chamando sua atenção. Ela riu baixo.

–Não é para sempre afinal, obrigada por me lembrar, Banguela. Vou sair daqui assim que descobrir como...

Os olhos inocentes de Baguela não lhe transmitiram nada além de conforto naquele momento, então pouco menos cabisbaixa ela pegou uma das velas e levou em direção ao Banguela e quando ele preparou a chama cuidadosamente uma luz violeta chamou a atenção da ruiva que levou seus olhos em direção da luz. Era um objeto de forma cilíndrica que formava desenhos na parede.

–Não creio... É um mapa!

Disse a garota eufórica, ela organizou cuidadosamente a extremidade do objeto. Até que bem ao Sul localizou as terras longínquas escocesas, seus olhos brilharam.

–DunBroch... – Comentou para si mesma.

Mas a porta foi aberta bruscamente, e Merida em um sobressalto se virou em direção da porta escondendo o seu mapa atrás de si. Era Astrid e sua expressão estava péssima, se não fossem amigas, Merida até teria achado que a guerreira tinha a intenção de ataca-la, pela forma que segurava o machado e pelos seus olhos gélidos e ríspidos.

–Onde está Soluço? – Ela foi direta, aos poucos foi afrouxando a sua postura, mas a força que segurava o machado fazia Merida se sentir completamente incomodada, como se estivesse sendo chamada para um duelo.

–Aconteceu alguma coisa? – Perguntou curiosa, franzino as sobrancelhas e dividindo sua atenção do machado de Astrid para ela, dando imperceptíveis movimentos para perto do balcão para poder colocar o objeto cilíndrico na mesa sem que a guerreira notasse.

Ela bateu o punho na porta, inconformada.

–Eu não estou com tempo para explicar Merida, mas faça assim, avise ao seu marido que o líder o procura com urgência.

Antes mesmo que pudesse replicar Astrid saiu da porta e caminhou apressada em direção do porto. Merida estava confusa, Soluço não tinha avisado que iria até a ferraria? Por que procura-lo alí?

Ela encarou o Fúria da noite, como se pedisse para que ele a seguisse e assim ele fez, em passos rápidos, praticamente correndo ela caminhava entre o chão coberto por neve, enquanto pequenos floquinhos se espalhavam de enfeite em seu comprido cabelo ruivo e volumoso.

Lá estava a casa de Bocão e de fora Merida conseguiu ouvir o barulho de alguém trabalhando, julgou ser Soluço. A curiosidade tomou seu ser, ao lembrar de todos os projetos que conheceu naquele dia que sabia que o viking não demoraria muito para começar a realiza-los. Ela encarou Banguela. Sua expressão encorajava-a para que ela entrasse logo. Ela só desejou não atrapalhá-lo muito.

Ela abriu a porta sem muita cautela. E corou ao ver que Soluço estava sem camisa de costa, martelando algum tipo de espada. Ela tentou dar um passo para trás, na inútil tentativa de não ser notada, porém nem se lembrou que o vento lhe entregaria, mesmo se fosse silenciosa. Banguela estava bem atrás de si impedindo que se movesse.

Os olhos de Soluço a miraram confuso quando se virou.

–Merida? – Ele parecia surpreso de vê-la ali, mas ela não comentou nada a principio, até que a respiração quente de Banguela encima de si lhe fez lembrar que tinha um proposito de estar ali.

–Stoico te procura. – Ela disse simplesmente, voltando a sua postura costumeira, cruzando os braços, ele caminhou até onde estava uma camiseta e a colocou rapidamente.

–E você sabe pra quê? – A voz dele parecia preocupada, preocupada de mais na opinião de Merida.

–Não sei informar o motivo, sinto muito. – Comentou derrotada, o que de certa forma incomodou Soluço, era como se ele fosse acha-la inútil por não saber algo trivial, Stoico nunca informava os motivos a ninguém mesmo.

–Não... Sem essa. Vamos para a casa.

Ele a incentivou colocando a mão no ombro dela para que pudessem caminhar um pouco mais rápido, de uma forma que não parecesse rude. Não que precisasse, Merida parecia ignorar o fato da velocidade dele ser, naturalmente, reduzida.

Ao abrir a porta de casa, Stoico se virou e sua expressão não era nada amigável. Soluço encarou Merida tentando lhe dizer para subir para o quarto junto com o seu amigo Banguela. E mesmo relutante, a princesa obedeceu. E Stoico a acompanhou com o olhar até que a imagem da princesa e do dragão não eram mais visíveis no pequeno corredor da casa.

–Dagur nos atacou. – Ele comentou calmamente. Os olhos de Soluço se estreitaram, não era muito comum, Berk sofrer ataques no meio de um inverno. Stoico prosseguiu.

–Eu mandei alguns cavaleiros, e eles ainda não retornaram.

–Eu já sei o que ele quer. Não se preocupa, pai, eu vou atrás dele.

Soluço preferiu por não questionar o fato de seu pai não ter lhe comunicado do ataque, mas a vida se seus companheiros estavam em risco, não era momento para perguntas e sim para ações. Ele vestiu sua armadura rapidamente.

–Baguela! – Chamou.

Merida prendeu a respiração no momento em que o dragão se moveu com rapidez para fora do esconderijo, ela tinha escutado a conversa. Se aquilo era verdade, Astrid tinha ido atrás deles, agora tudo fazia sentido. Merida só não conseguiu entender o que significava aquela atitude de correr para a janela, onde conseguia escalar com facilidade até o lado de fora da casa, e correr em direção onde sabia que estavam guardados os dragões.


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Notas finais do capítulo

Dagur, o inimigo do Soluço, caso tenham a curiosidade de saber mais a respeito do personagem (http://howtotrainyourdragon.wikia.com/wiki/Dagur_the_Deranged). Alias o "objeto cilíndrico" que a Merida encontrou é o Olho de dragão. Até a próxima o/



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