Antes do amor escrita por Cereja


Capítulo 2
Não preciso disso.


Notas iniciais do capítulo

Se o capítulo ficar ruim é culpa da cih, ela fica me apressando hahaha
Esse capítulo vai ser sobre o lindo do cael



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Cael

Escola nova, de novo, não sei porquê ainda fico com raiva.

– A gente viaja amanhã e pronto, me transferiram de novo e eu não posso reclamar. - Minha mãe diz com a casualidade de sempre, como se estivesse mudando de roupa, e não de cidade.

Eu não posso esperar por nada diferente. O plano é o mesmo, estudar, não me apegar e esperar o dia em que teremos que nos mudar de novo. Desde sempre é assim, ou pelos menos desde quando eu passei a ter só uma mãe, e não uma mãe e um pai.

Meu nome é Cael Pilar Muniz, cabelos pretos, olhos azuis, um colírio pros olhos como já ouvi algumas meninas cochicharem nas outras escolas. Costumava sorrir sempre e viver em uma família tradicional, com pais de verdade.

Tenho 15 anos, e não sou burro que nem a maioria dos garotos da minha idade, porque não tive tempo pra perder com pessoas idiotas. Na verdade não tenho tempo pra perder com nenhum tipo de pessoa.

Precisei fazer a sétima série duas vezes, porque tive que mudar de colégio três vezes aquele ano. E me odeio por dar o mínimo de trabalho à minha mãe.

Eu amo minha mãe, não sou um adolescente burro que não liga para os pais. O que eu odeio são as circunstâncias em que nós dois vivemos. A porra da vida nunca é justa.

A nova casa em que estamos "morando" é grande, bonita, como todas as outras. Mas essas superficialidades deixaram de ter importância, então não perco muito meu tempo absorvendo os detalhes, que logo vão ser só lembranças.

As aulas começam na manhã seguinte, e continuo repetindo o plano, o plano que não posso esquecer. O plano que vai evitar qualquer machucado irreparável.

Enrolo um pouco mais no café da manhã propositalmente só pra chegar um pouco atrasado, assim evito ter que ouvir cochichos sobre o "aluno novo que por acaso é um colírio pros olhos e muito estranho".

Entro logo atrás do professor, e um pouco a tempo de ouvir meu nome na chamada.

– Cael - Chama o professor novo, na escola nova, na cidade nova. Que eu odeio.

– Presente - Digo no tom mais casual o possível e sento na primeira cadeira vazia que acho, para evitar às atenções para o garoto estranho, com o nome mais estranho ainda.

Já estou sentindo os olhares, eles pensam que são discretos, porém os olhares queimam e a vontade que eu tenho é de mandar todo mundo se foder. Preciso seguir o plano.

Preciso

Seguir

O

Plano.

Não olhar pra ninguém, não me apegar a ninguém.

– Parece que temos um aluno novo - O mundo só pode estar brincando com a minha cara, é isso. O professor já quer arruinar meu plano de vida logo de cara.

Levanto meio sem jeito, sem vontade. Ainda tem jeito, nem tudo foi por água abaixo, eu só preciso continuar olhando para o chão.

Ele me puxa até a frente e me apresenta à turma. No mesmo instante sinto uma sensação estranha, como se algo me puxasse e me forçasse a levantar a cabeça e olhar. Preciso resistir e mandar essa vontade pro inferno.

Não consigo, é mais forte que eu.

Levanto um pouquinho, à tempo de flagrar ela me olhando.

Aí está. Acabou tudo. Já estou dizendo adeus para minha sanidade.

A garota é linda, e eu não sei se devo fechar a boca, ou pular da janela, ou socar a cara desse professor. Então só consigo fechar os olhos na frente de todo mundo feito um idiota.

Ela é tão pequena, tem olhos azuis e um cabelo cor de mel, que eu acho que é o mais lindo que eu já vi. Porém, quem eu flagrei me olhando não era ela, e sim a garota da frente. A garota ofuscada por quem deve ser sua melhor amiga.

Eu sei, eu sei. A última coisa que preciso agora é de uma garota, mas eu sou imune á essa coisa que chamam de amor. E a vida não pode me privar da diversão que as garotas são, isso não. Decido assim, de imediato, que eu vou mandar os planos pra merda e a razão que se foda.

Ela vai ser só mais uma conquista, é a única coisa que preciso continuar repetindo pra mim. Só mais uma conquista.

Uma conquista inacreditavelmente linda.

– Luna! - O professor chama, continuando a chamada.

– Presente! - A melhor amiga da garota linda responde.

Ok, não sou o único com o nome estranho nessa escola, obrigado universo.

– Liara!

– Presente! - E aí está minha garota, que responde docemente ao professor.

Preciso parar de encarar as duas enquanto elas conversam. Assim vou acabar levando fama de "psicopatinha gato do nome esquisito". E eu preciso de uma fama menos gay.

Mudo de lugar enquanto ainda há cadeiras vazias e sento na frente da menina do nome esquisito que já esqueci, mas acho que tem alguma coisa a ver com lua. É o lugar mais perto da Liara, e preciso me contentar.

Sinto um cutucão da "esquisita amiga da minha conquista". Literalmente um cutucão, porque meu ombro dói um pouquinho, sem querer ser gay.

– Dá pra ir mais pra frente, você tá me apertando garoto. - Ela parece chateada, mas isso não parece ser o motivo.

Decido afastar antes que a doida me bata. Ela tem cara de quem tortura mosquitos tirando as asinhas deles.

– Tabom...é...esqueci seu nome. - Eu ainda lembro das normas básicas de educação.

– Luna, aliás o novato aqui é você e não eu Cael – Diz meu nome no pior tom de deboche. Abusada.

O que eu fiz pra essa garota? A menina já parece me odiar e acabei de chegar. Espero que essa amargura com a vida não contagie a melhor amiga linda dela.


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Notas finais do capítulo

Acho que é isso gordurosos, prometo melhorar no próximo capítulo.
Tentei mostrar bem a personalidade do cael, espero que tenha ficado bom e não extremamente gay.
Obrigada, quero reviews



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