Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 8
Capítulo 8




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/62142/chapter/8

Capítulo 8 – This isn't for you

Roy estava nervoso. Olhou novamente no relógio, estava ali há mais de meia hora. O que deveria fazer? Ele não tinha experiência alguma naquilo, havia tantas opções! Olhou para os lados e suspirou derrotado. O aniversário de Jamie seria no dia seguinte e ele ainda não havia comprado o presente. E era exatamente o presente que o estava deixando naquela situação difícil.

- O que escolher para um menino de quatro anos? – Ele murmurou para si mesmo.

- Precisa de ajuda, senhor? – Uma moça alta vestindo o uniforme da loja perguntou. Roy esboçou um sorriso.

- Sim, o que acha que eu devo comprar para um menino de quatro anos?

- Hum... – Ela fez uma cara pensativa. – Depende do que ele gosta.

Roy encarou o chão. Ele não sabia do que Jamie gostava. Suspirou tristemente, sequer sabia do que o próprio filho gostava. Pelo menos, aquele podia ser um começo.

- Eu não sei bem. – Ele disse para a moça que esperava uma resposta. – Acho que ele mencionou algo sobre carros.

A moça sorriu.

- Temos modelos novinhos em folha. Diga-me, é um presente para seu sobrinho? – Ela perguntou gentilmente, mas Roy sabia que não dizia aquilo apenas por gentileza. Sentiu-se orgulhoso de si mesmo, apesar de não ter mais vinte e poucos anos, muitas mulheres ainda o achavam atraente.

- Na verdade, é para meu filho. – Ele disse, o sorriso da mulher vacilou. – Poderia me mostrar os carros?

- Claro. – Ela disse. – Venha comigo.

Roy acompanhou a moça até o balcão, ela entrou na sala onde havia o estoque e voltou com três modelos de carro nas mãos, depois os dispôs em frente a Roy.

- Esses são os modelos mais recentes, este aqui é o que tem sido mais vendido. – Ela disse apontando para o da ponta na direita.

- São todos bem legais. – Roy disse.

- São sim. – Ela sorriu, provavelmente porque a expressão de Roy diante dos carrinhos era de interesse.

- Qual você recomenda que eu leve? – Ele perguntou.

- Como eu disse, este é o mais vendido, entretanto, eu acho que o mais legal entre estes carros é o conversível preto. – Ela disse apontando para o que estava no meio.

- Tem razão. – Roy disse. – Eu vou levá-lo. Poderia embrulhar para presente?

- Claro. – Ela sorriu e pegou o carro escolhido. – Eu volto já.

- Não se apresse. – Roy disse.

Ela deu um risinho e voltou para a sala de onde tinha tirado os brinquedos. Enquanto ela preparava o brinquedo, Roy deu uma olhada pela loja de brinquedos. Lembrava que, quando pequeno, tinha poucos brinquedos. Seus pais podiam lhe dar qualquer brinquedo que ele pedisse, mas raramente o faziam. Nem Roy se interessava muito, já que sempre preferia fazer traquinagens a brincar de carrinhos.

E também, em sua infância, não havia tamanha variedade de brinquedos, a maioria das crianças tinham brinquedos feitos de madeira ou de pano (no caso das bonecas).

- Senhor. – A atenção de Roy foi arrastada de volta a realidade, quando a mulher voltou com seu presente. – Aqui está.

- Ótimo. – Roy sorriu, tirou a carteira do bolso e pagou o brinquedo, voltando logo em seguida para seu carro.

Colocou o presente no banco do passageiro e dirigiu até o hotel onde estava ficando, e durante todo o caminho sustentou um sorriso, não sabia definir de quê, entretanto, alegria, satisfação, contentamento? Sim, tudo talvez, afinal, no dia seguinte ele estaria indo para o primeiro aniversário de seu filho.

Pensou em Hughes, então. Elysia devia estar com mais ou menos sete anos ou oito anos, agora. A menina estava crescendo sem um pai, e isso, aos olhos de Roy, sempre foi muito triste, e ele não desejava o mesmo ao seu filho. Mas ao pensar no amigo, também se lembrou do que ele costumava dizer quando lhe ligava de uma linha do exército: "Apresse-se e case logo". Pensou no que Hughes lhe diria naquele momento, sabendo de toda aquela situação. Roy estava casado, mas tinha um filho com outra mulher, a mulher que amava.

Faça o que o seu coração disser. Provavelmente seria isso. Hughes sabia dos sentimentos que nutria pro Riza há tanto tempo, mas, caso Roy decidisse por permanecer com Rachel, para não prejudicar sua carreira como militar, ainda assim ele o apoiaria.

Mas... Como sua carreira poderia ser mais importante que uma família? Ele podia se ver claramente... Acordando ao lado de Riza, levando seu filho para o colégio, sendo parte daquela família que agora se tornara seu maior desejo.

Só que eram apenas sonhos. Riza não parecia disposta a deixá-lo entrar em sua vida. Claro, ele ainda não entendia o porquê dela ter permitido que ele comparecesse à festa de Jamie, talvez fosse um sinal de que ela estava cedendo. Ele só precisava ser um pouco mais persistente que ela.

E Rachel? Era o que sua mente gritava. Ele não amava Rachel, e nunca amaria, mas também não queria magoá-la, ela sempre fora muito boa e compreensiva com ele, não merecia ter seu coração partido de tal modo. Mas isso não o impediria de ir atrás do que queria. Sempre haveria pedras no caminho, mas ele teria que passar por elas de um jeito ou de outro.

––

- Então, Riza, o que você acha de ter Roy Mustang na festa do Jamie? Quer dizer, você poderia ter dito alguma coisa ao menino porque eu sei que você não quer que o Mustang apareça por lá... – Patrick dizia enquanto observava Riza limpar algumas armas.

- Não é que eu não queira, Patrick. – Ela murmurou; sua voz aparentando calma. – É só que... Eu tenho medo. A semelhança entre o Roy e o Jamie é inegável, eu tenho medo que alguém descubra que ele é o pai do meu filho. E mesmo que ninguém diga em voz alta, eles irão cochichar, sobre mim e sobre o James. E eu não quero que ele seja alvo de fofocas ou algo do tipo...

- Sabe o que eu acho? – Patrick levantou-se e esticou os braços; estivera sentado por algum tempo. – Eu acho que você não devia se preocupar tanto. O que as pessoas poderiam pensar? Que o Jamie é o filho de um respeitado general do exército. Eles não se atreveriam a fazer nada, Riza.

- Eles poderiam pensar que eu sou apenas uma vadia que se entregou ao chefe para conseguir algo no emprego. – Ela suspirou.

- Eles poderiam até pensar isso, mas você não saberia. A ignorância é uma benção, lembre-se disso. – Patrick a encorajou.

- Exatamente. – Ela replicou. – E eu prefiro que as pessoas fiquem no escuro sobre a paternidade de Roy. Até mesmo o Jamie.

- Ainda assim, eu te peço para você esquecer isso, Hawkeye. Amanhã será a festa de quatro anos do seu filho, então, divirta-se, esqueça dos seus problemas, porque ele só fará quatro anos ma vez na vida. O James tá crescendo, aproveite a infância dele e deixe que ele a aproveite também. Se ele quer Roy Mustang como parte dessa fase, deixe, porque, quando ele for adolescente, ele irá querer afastar todo mundo. – Patrick disse.

Riza sorriu.

- De jeito nenhum que meu filho vai ser um rebelde. – Ela disse.

- Ah, Riza, ele com certeza vai ser.

- Por que acha isso?

- Você o mima demais.

- Eu não o mimo... Não muito.

Patrick riu.

- Até parece.

Riza pegou uma das armas e apontou para Patrick, que, momentaneamente, sentiu o sangue gelar em suas veias, mesmo sabendo que a companheira nunca atiraria.

- Ok, eu retiro o que eu disse. – Ela disse levantando as mãos, como se fosse para se proteger.

Riza riu da reação do amigo.

- Ótimo. – E abaixou a arma. – Vamos logo, acho que preciso de um pouco de chá.

- De camomila, ainda por cima. – Ele disse e recebeu um olhar nada agradável da loira.

––

Roy estava se sentindo bem naquele dia. Ele estava feliz. Aquela sensação lhe parecia algo como uma memória, algo distante, que nunca aconteceria da mesma maneira novamente. Fazia mais de quatro anos que ele não se sentia assim, e ele devia tudo isso a Jamie. Bem, não somente a Jamie, pois, apesar de tanto tentar repeli-lo, Riza também era a razão de sua alegria. Na verdade, poucas vezes na vida se sentira tão feliz, tão leve, e a última vez que se sentira assim foi quando ele e Riza puderam ficar juntos, sem nenhuma preocupação. E apesar de ter sido apenas uma noite, a sensação que teve naquele dia foi o que o manteve são por todos os anos que teve que passar longe dela.

Cumprimentou alguns funcionários do quartel quando chegou, ele não poderia esconder seu contentamento nem se quisesse. Ia em direção a tão conhecida sala do General Kent, tinha que pegar alguns arquivos dos seus subordinados, e aproveitaria para dar uma palavrinha com Riza. Quando chegou na sala, encontrou apenas Adam lá.

- Olá. - Ele disse. Adam se levantou e bateu continência imediatamente.

- Bom dia, senhor. - Ele disse.

- Você saberia me informar onde o General Kent está? - Roy perguntou.

- Er... Ele falou que ia na cidade. - Adam respondeu. - Não deve demorar mais que duas horas, senhor.

- Hum... E a tenente Hawkeye foi com ele?

- Não, senhor. - Adam respondeu. - Ela está no estande com o segundo tenente Hill.

Roy sorriu.

- Obrigado, sargento Mackenzie. - Disse e depois deixou a sala.

Estava próximo ao estande quando viu que Riza vinha em sua direção, juntamente com Patrick.

- Com quem você pretende deixar o Jamie enquanto organiza a festa? Com a Sra. Morris? - Patrick perguntou.

- Eu não sei. A Sra. Morris ainda está viajando, e eu vou precisar da sua ajuda com a ornamentação, de jeito nenhum eu vou deixar o Jamie com o Adam, eu realmente quero que meu filho chegue são e salvo à festa de aniversário, então não sei. - Riza falou.

Roy estava parado no corredor a poucos metros de distância dos dois. Não demorou muito para que o notassem, e assim que Riza colocou seus olhos nele, Roy sorriu.

- Bom dia, tenente Hawkeye. Tenente Hill. - Roy cumprimentou. Riza e Patrick fizeram uma continência.

- Bom dia, Senhor. - Ambos disseram.

- Tenente, eu não pude deixar de ouvir o que vocês falavam - Roy disse. -, então eu gostaria de me oferecer para cuidar do Jamie enquanto você organiza a festa.

- Não precisa. - Riza disse secamente. - Afinal, o senhor deve estar muito ocupado com sua inspeção.

- Vamos lá, Riza, não seja assim. - Roy disse ficando bem próximo a ela e completando o resto da frase em um murmúrio. - Eu realmente gostaria de cuidar do MEU FILHO.

- O que você pretende com isso? - Ela perguntou.

- Eu só quero passar algum tempo com ele, Riza. - Roy disse agora sério.

Riza refletiu por algum momento.

- Não dê nenhuma porcaria para ele comer. - Ela disse. - E não o perca de vista.

Roy sorriu.

- Tudo bem. - Ele disse.

- Eu falo sério. - Ela disse.

- Não se preocupe. Eu vou cuidar bem dele. - Ele a assegurou.

- É bom mesmo. - Ela disse. - Você pode pegá-lo amanhã lá pelas oito.

- Oito?

- Sim. Algum problema com a hora?

- Não, não. - Roy disse. - Eu estarei lá.

Mustang se despediu e os três seguiram seus caminhos.

- Tem certeza disso, Riza? - Patrick perguntou.

- Não. - Riza respondeu.

- Então porque disse sim?

- Eu não sei. - Ela suspirou.

Ele não iria ao quartel naquele dia. Faltava muito pouco para terminar sua inspeção. A maioria queria já ter terminado a maldita tarefa e voltar para o aconchego de seu lá, mas não Roy. Ele não queria deixar aquela cidade. Para que? Tudo o que lhe importava estava ali. Qual era o propósito de voltar à Cidade Central? Não havia nenhum. Mas havia dois motivos para ele ficar ali: Jamie e Riza.

Acordara cedo naquela manhã e, para seu alívio, não teve que vestir a pesada farda azul. Vestiu uma calça preta e uma camisa branca, comeu uma torrada e tomou um copo de suco, depois deixou o hotel e se dirigiu para a casa de Riza. Não demorou muito para chegar lá. Na verdade, estava até adiantado, ainda faltavam quinze minutos para as oito, mas ele não se importava. Ele iria passar um dia inteiro com seu filho! Melhor ainda, iria passar o dia inteiro com Jamie no dia do seu aniversário. O primeiro aniversário que passava com seu filho. Sorriu com o pensamento. Logo estava no local, estacionou o carro em frente a casa, desceu e bateu na porta. Poucos segundos depois ele pôde ouvir latidos e logo depois Riza abriu a porta. Assim que Riza abriu a porta, Black Hayate passou e correu em direção a Roy, com o rabo abanando. Roy abaixou-se e acariciou o bicho que o lambeu.

- Há quanto tempo, amiguinho. - Ele disse para o cachorro que latiu contente, depois se pôs de pé e sorriu para Riza. - Bom dia.

- Bom dia. - Ela respondeu.

Roy a observou. Quatro anos haviam se passado e ela parecia ficar cada vez mais linda. Ela estava com o cabelo solto, como ele raramente vira em sua vida, e vestia uma saia que batia em seus joelhos e uma camiseta rosa claro.

- Você está linda, Riza. - Ele disse docemente, não podendo se conter.

Riza sentiu uma vontade enorme de fechar aquela porta atrás de si, puxá-lo para si e unir seus lábios, mas ela não o fez. Não podia ser fraca. Se não fosse por si mesma, pelo menos o faria por seu filho.

- Obrigado. - Ela respondeu o mais friamente possível e depois mudou de assunto. - O Jamie está terminando de comer, logo eu vou buscá-lo.

- Tudo bem. - Roy falou. - Que horas mais ou menos eu tenho que trazê-lo de volta?

- Seis horas. - Riza disse. Roy assentiu. - Aonde você pretende levá-lo?

- No parque. - Roy disse. - Eu lembro que quando eu morava aqui havia um que sempre ficava cheio de crianças.

- Tome cuidado para que ele não se machuque. - Riza disse.

- Quantas mais vezes você irá repetir isso? - Ele perguntou. - Não confia em mim?

"Confio. Até demais." - Ela pensou.

- Você não quer que eu responda essa pergunta. - Foi o que ela disse. - E eu vou repetir isso para que você perceba que se caso meu filho voltar para casa machucado, você pagará caro.

- Não se preocupe, eu ainda lembro de quão boa é sua pontaria. - Ele disse meio irritado tentando ignorar o que ela havia dito antes.

- Ótimo. - Ela falou séria. - Hayate, para dentro. - O cachorrinho deu uma última olhada em Roy e voltou a entrar na casa.

Assim que Hayate entrou, Jamie apareceu com uma mochila nas costas.

- Roy! - Ele exclamou.

- Oi, campeão. - Roy falou.

- Vem cá. - Quando Jamie se aproximou, Roy bagunçou seu cabelo. - Feliz aniversário.

- Obrigado. - O menino sorriu.

- Pronto para passar um dia inteiro longe de sua mãe?

- Estou! Vamos?

- Se despeça da sua mãe. - Roy falou.

Jamie abraçou Riza que o pegou nos braços e depositou beijos na bochecha, testa e nariz do filho.

- Tome cuidado, meu amor. - Ela disse.

- Não precisa se preocupar, mamãe. - Jamie falou. - Eu sou grande, agora. Tenho quatro anos já!

- Você vai ser sempre o bebezinho da mamãe. - Ele disse e apertou o menino.

- Mamãe, tá me machucando.

- Desculpe, meu rapazinho. - Ela disse e colocou o menino no chão. Roy observava aquela cena com um sorriso. Riza era outra mulher quando estava com o filho. Não. Quando perto de Jamie, Riza era ela mesma. Ali não havia uma tenente de exército, nem a melhor franca-atiradora do país, nem mesmo havia a mulher racional e fria que todos conheciam, ali havia uma mulher de grande coração. - Seis horas, está bem? - Riza falou e Roy demorou um pouco a perceber que ela falava com ele.

- Ahn? Ah, sim. Seis horas ele estará aqui. - Roy garantiu.

Riza deu um último beijo no filho e observou os dois irem em direção ao carro e partirem.

- Para onde nós vamos? - Jamie perguntou.

- Bom, eu tinha pensado em te levar para o parque, mas se você quiser ir para outro lugar, é só dizer.

- Hum... O parque tá bom. - Jamie disse.

À princípio, Roy apenas observou Jamie brincar com algumas crianças. Eles corriam um atrás do outro, sempre rindo. Mas então, Jamie o puxou para se juntar a eles. Pouco depois Jamie finalmente sentiu fome, Roy o levou a uma lanchonete que havia ali por perto.

- O que você vai querer? - Roy perguntou.

- Hum... Hambúrguer.

- Sua mãe disse para não lhe comprar bobagens. - Roy falou, Jamie fez uma careta. - Mas, por hoje ser seu aniversário, você pode pedir o que quiser. Só não pode contar a sua mãe que eu fiz isso.

- Tá! - Jamie disse sorrindo.

- Então, o que os rapazes vão querer? - A moça que trabalhava lá perguntou.

- Dois hambúrgueres e... O que você quer para acompanhar, Jamie?

- Hum... Milk-shake de chocolate.

- Dois milk-shakes de chocolate. - Disse Roy.

- É pra já. - A moça disse e entrou.

Após terminarem de comer, Roy levou Jamie ao shopping, quando mal percebeu já ia dar seis horas. Relutantemente levou o menino de volta para casa, queria poder passar mais algum tempo com ele. Felizmente, tinha a festa à noite. Assim que se aproximaram da casa, Riza saiu de dentro da casa e veio recepcioná-los.

- Mamãe! - Jamie falou ao sair do carro.

- Oi, meu filho. - Ela disse sorrindo. - Como foi o seu dia?

- Foi legal. Eu conheci um monte de crianças no parque.

- É mesmo? Que bom.

- Aham. - Ele confirmou satisfeito.

- Agora vá pra dentro e tome um banho, senão vamos chegar tarde, está bem? - ela disse.

- Tá. - Jamie disse. - Tchau, Roy.

- Tchau, campeão. - Roy disse e observou o menino entrar correndo dentro de casa.

- Obrigado por ficar com ele. - Riza disse atraindo a atenção de Roy.

Ele sorriu.

- Obrigado você por me permitir ficar algum tempo com ele.

Riza abaixou o olhar parecendo um pouco triste.

- Você está bem? - Roy perguntou.

- Estou. - Ela disse se recompondo. - Então... Nos vemos mais tarde.

- Claro. Até mais tarde. - Ele sorriu e depois se afastou.

- Até. - Riza murmurou.

Jamie mal podia conter sua animação. Patrick os estava levando para o local onde seria a festa, ele observava o menino alegre no banco de trás. Ora, por que ele não estaria? Era seu aniversário! Seus amigos estariam todos lá e lhe levariam presentes, haveria música, doces e brincadeiras. Além do mais, ele vestia a roupa nova que sua mãe lhe comprara: Uma calça jeans, uma camisa azul e um tênis.

- Falta muito, mamãe? - Ele perguntou enquanto olhava para a rua através da janela.

- Calma, meu pequeno príncipe. - Riza riu. - Estamos até adiantados!

- Eu quero ver como está!

- Paciência.

Rapidamente chegaram ao local, Jamie pulou do carro e correu para dentro, sequer esperando por Riza e Patrick.

- Ah! - Jamie exclamou.

- O que achou? - Riza perguntou se agachando ao lado do filho.

- Tá demais, mamãe! Quanto balão! Uau, olha o tamanho do bolo! - O menino dizia maravilhado enquanto olhava pelo salão ornamentado.

Ele beijou a bochecha de Riza e depois correu até um canto onde havia uma cama elástica.

- Eu disse que você o mimava. - Patrick falou.

Riza sorriu.

"O que está faltando?" - Roy pensou enquanto andava pelo seu quarto do hotel.

- Perfume! - Exclamou.

Foi até o banheiro e pegou o frasco que estava sobre a pia e borrifou um pouco em si, depois deu uma olhada no espelho.

- Ok, é melhor eu ir senão vou me atrasar.

Roy pega o presente e caminha até o carro que está estacionado em frente ao hotel e dirige até o local onde Riza lhe informou que seria a festa. Não tinha sido difícil de achar, no final das contas. Além do mais, ficava bem óbvio que era aquele prédio, já que havia um arco de balões do lado de fora. Estaciona o carro em uma das vagas livres, pega o presente que estava sobre o banco do carro e desce. Assim que entra no grande salão ouve as músicas infantis encherem o ambiente, e luzes coloridas piscando, além de risadas de crianças.

Não foi difícil localizar Jamie, ele estava em um canto brincando com um bonequinho junto com alguns meninos, pensou em ir até lá, mas primeiro, resolveu procurar por Riza. Achá-la não fora tão fácil quanto achar Jamie. Ele olhou pelo vasto salão durante alguns minutos antes de localizá-la. Assim que seus olhos repousaram na figura esbelta de cabelos loiros, Roy perdeu o fôlego. Ela estava linda! Seus cabelos estava soltos, como ele raramente tinha visto, ela vestia um vestido lavanda um pouco decotado de alças finas que iam até pouco acima de seu joelho, uma sandália de salto alto e um colar comprido.

Não pôde evitar que um sorriso surgisse em seus lábios, e, antes que percebesse que estava se movendo, ele já estava a poucos metros dela. Quando ela notou que ele vinha em sua direção — E sorria belamente para ela, à propósito — ela se virou para ele e agradeceu mentalmente pelo salão estar iluminado apenas pelas luzes coloridas, senão ele teria percebido que ela havia corado levemente. Ele estava tão bonito. Vestia uma calça escura — pelo menos ela achava que fosse, afinal, ela não conseguia distinguir qual era a cor por causa da iluminação. —, uma camisa de botões branca. Seus cabelos, como sempre estavam bagunçados, e, apesar daquela visão ser bem familiar, Riza ainda sentia o ar sumir de seus pulmões.

- Oi. - Roy disse quando estava próximo o suficiente para ser ouvido.

- Oi. - Ela respondeu.

- Desculpe ter demorado. - Ele disse um pouco sem jeito.

- Você chegou a tempo, na verdade. - Ela sorriu. Roy notou que ela usava um pouco de maquiagem e aquilo o fez sorrir ainda mais.

Ele deu um passo à frente e sussurrou no ouvido dela.

- Você está muito bonita para quem está em uma festa de criança. - Ele disse e depois depositou um beijo na bochecha dela.

Riza sentiu todos os pelos de seu corpo se eriçarem, sentiu seus músculos ficarem flácidos por causa daquele simples toque. Seus sentidos se confundiram até mesmo por causa do cheiro que ele exalava, e, apesar de sua razão lhe ordenar para se afastar ou afastá-lo de si, seu corpo se recusava a fazê-lo, pois ela sentia que cada célula de seu corpo necessitava do toque dele. Mas, para sua completa infelicidade, ele rapidamente se afastou.

- O-obrigado. - Ela murmurou, mas não tinha certeza de que ele tinha ouvido. Depois completou em um tom mais alto. - O Jamie está ali, vamos lá.

- Claro. - Roy disse. Os dois atravessaram o salão até onde Jamie brincava com seus amiguinhos.

- Jamie, o Roy chegou. - Riza informou.

O menino se virou e abriu um sorriso de orelha a orelha a ver o "amigo".

- Roy!

- Oi, campeão. - Roy disse. - Olha o que eu te trouxe.

Roy estendeu o presente para Jamie que imediatamente arrancou o pacote de suas mãos e rasgou o papel de presente. Seu sorriso se alargou ainda mais quando viu qual era o presente.

- UAU! - Ele exclamou. - É o carro que eu pedi a minha mãe! Obrigado, obrigado, obrigado, Roy! - Ele abraçou o pai, Roy sorriu.

- Não tem de quê.

- Olhem meu novo carrinho! - Jamie disse para os amigos que começaram a analisar o brinquedo. Roy se levantou.

- Não precisava, Roy. Deve ter sido caro já que é um lançamento. - Riza disse.

- É o mínimo que eu posso fazer. - Roy falou. - Eu quero que o Jamie tenha tudo que ele merece.

Riza encarou o chão. Novamente Roy Mustang mostrava ser um bom pai.

- Ele ficará muito mimado assim. - Foi só o que ela disse.

- Bem Riza, você já começou o serviço, eu quero terminá-lo. - Roy disse.

- Senhorita Hawkeye. - Riza se virou e viu que era Hilary, imediatamente sorriu.

- Hilary! - Riza falou e a abraçou. - Que bom que veio.

- Ora, eu não podia faltar. Afinal, Jamie é meu aluno favorito. - Hilary falou alegre, então, logo depois notou a presença de Roy e fez uma careta. - Oh, você é...

- Olá, senhorita. - Roy disse fazendo uma leve mesura. - Creio que não podemos conversar apropriadamente da última vez que nos encontramos. Eu sou Roy Mustang.

- Prazer, sr. Mustang. Eu sou Hilary. - Ela disse.

- Roy, por favor. - Ele disse e beijou a mão de Hilary.

Riza sentiu seu interior queimar. Quatro anos haviam se passado, mas Roy Mustang continuava o mesmo: Um mulherengo de primeira. Pediu licença com a desculpa que tinha que ver algo na cozinha e se retirou. Não queria presenciar a professora de seu filho se apaixonando por Roy Mustang.

- Desculpe pelo o outro dia. - Roy desculpou-se ausente. Ele sabia que Riza não havia gostado do jeito que ele havia acabado de agir e sabia que ela devia achar que ele estava tentando seduzir a moça.

"Parabéns, Mustang, você é um idiota." - Pensou.

- Tudo bem. - Hilary disse meio abobalhada. Roy forçou um sorriso.

A noite transcorrera tranquilamente, vez ou outra, Jamie ia até Roy e o puxava para algum canto para brincarem — algo que ele realmente aproveitou. —, e logo chegou a hora de cantar os parabéns. Todos se reuniram ao redor da grande mesa, Riza acendeu a vela, a música foi desligada e todos cantaram. Jamie fechou os olhos e fez um pedido antes de assoprar as velas. O bolo foi distribuído entre os convidados e a música voltou a tocar, sendo que as músicas infantis foram substituídas por algumas mais animadas.

Roy se aproximou de Riza que ajudava Jamie a limpar o glacê do bolo que havia caído em sua camisa.

- Pronto, meu amor. - Ela disse.

- Obrigado, mamãe. -Jamie disse e depois se levantou e foi em direção a uma menina que o chamava.

- Huh, acho que ele puxou o pai, não é? - Roy falou tentando parecer casual. Riza fechou a cara.

- Pode ter certeza que meu filho não será como o pai dele. - Ela disse amargamente.

Roy suspirou.

- Riza... Sobre a moça... Eu só queria me desculpar. Você deve ter dado uma bronca nela quando descobriu que eu havia levado o Jamie. Eu não estava tentando... - ele parou.

- O que você quer, Roy? Meu perdão? Bem, eu não tenho nada para perdoá-lo. Afinal, sua esposa é outra.

- Não faça isso.

- Isso o quê?

- Me afastar assim. Ficar lembrando que eu sou casado.

- Esse é o ponto. Você é casado.

Roy ficou em silêncio por algum tempo, olhava Jamie à distância, a menina agora o abraçava e ele ria. Ele também não queria que Jamie fosse como ele, queria que Jamie tivesse estabilidade quando adulto. Riza tinha razão de dizer aquilo.

- Riza...

- Hum?

- Obrigado por ter me permitido vir. - Ele disse. - Significa muito para mim.

- Eu não fiz isso por você, Roy. - Ela disse o encarando. - Eu fiz isso pelo Jamie. Porque ele o queria aqui. Por mim, eu conseguiria uma ordem restritiva.

- Riza!

- Aqui não é seu lugar, Roy. - Ela disse, e antes que Roy tivesse tempo de dizer mais alguma coisa, ela deu as costas a ele e se afastou.

Patrick avistou Riza e atravessou a multidão, quando estava próximo a ela, tocou-lhe o ombro, ela se virou um pouco assustada.

- Te assustei? - Ele perguntou.

- Um pouco. - Ela disse sorrindo.

- Desculpe.

- Tudo bem.

- Riza, eu estava pensando... - Ele hesitou um pouco. - Quer dançar?

Riza sorriu.

- Eu não danço muito bem.

- Eu também não, mas... - Ele disse um pouco sem graça.

- Tudo bem. - Ela disse. Patrick sorriu.

Patrick a levou para onde alguns casais dançavam, com certo receio ele pousou suas mãos sobre a cintura dela enquanto ela enlaçava seu pescoço. Começaram a dançar timidamente, mas depois conseguiram a acompanhar o ritmo. Riza podia admitir que se divertia naquele momento, com Patrick.

Ele a trouxe mais para perto de si e murmurou:

- Você está linda, Riza.

-... Obrigado... - Ela se apertou um pouco contra ele. Roy dissera a mesma coisa para ela, com outras palavras. Por todos aqueles quatro anos, Patrick havia sido seu porto seguro, e tudo o que acontecia naquela noite parecia querer deixá-la frágil novamente, ela precisa se sentir forte novamente. Ela não podia desmoronar, nem agora, nem quando Roy se fosse novamente. Ela precisava de Patrick mais que nunca.

Ele queria cruzar aquele salão e socá-lo. Queria tirá-la de seus braços. Não queria perdê-la para Patrick Hill. Ele não iria perdê-la para Patrick.

Fechou os olhos e respirou profundamente.

Ele não queria estragar a festa de aniversário de seu filho. Ele ignoraria aquilo. Por hora. Depois ele conversaria com Riza. Depois ele resolveria isso. Não naquela noite, pois ela era muito especial, tanto para Jamie quanto para o próprio Roy.

Haveria tempo para acertar as coisas.


N/a: heeey, ppl o

como é que estao as férias? As minhas estavam ótimas até hoje. Tava em Fortleza curtindo com minhas primas 3

haha, foi ótimo. Acho que nunca dancei tanto na minha vida xD [/nãoseidançar,oi

Well, agora que estpu de volta em casa, trouxe o capítulo 8 pra vocês, espero que gostem :3

E não esqueçam de comentar!

Agora vou sair porque são onze horas e a viagem foi longa

beijos!


× http: / www . orkut . com . br/ Main#Community ? cmm=98869609 (junte os espaços) — Fanfic original, Eternal Bond

× http:/ thishurricane . blogspot. com/ — Blog :)

Dúvidas? Pergunte!

× http: / www . formspring . me / Liligi

×www. twitter . com / Liligib


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Broken Strings" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.