Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 6
Capítulo 6




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Capítulo 6 – Conquistando

Riza sentia cada célula do seu corpo vibrar. Estava nervosa, estava irritada, e acima de tudo, estava com muita vontade de atirar em Roy Mustang. Desta vez, de verdade. Como ele havia descoberto sobre Jamie? Ele teria que tê-la seguido desde o momento em que saiu, mas Patrick disse que ele a procurou depois que já tinha saído. Então ele teria que saber onde ele estava, o que ele não sabia.

E tinha a terceira opção, alguém o havia contado sobre Jamie. E aquela com certeza era a opção mais válida, mas quem teria contado isso para ele? Kent? Adam? Qualquer um poderia ter feito um simples comentário, mas a pergunta era quem. Ela não sabia, mas iria descobrir.

Respirou profundamente algumas vezes para tentar recuperar a calma. Ela não podia voltar para a sala com cara de quem queria assassinar alguém, o que na verdade ela queria. Agradeceu mentalmente por ter um ótimo autocontrole, trabalhar tanto tempo com Mustang a tornou especialista em esconder seus sentimentos debaixo de uma armadura fria e séria.

Entrou na sala e notou que só Patrick e Adam estavam ali. Kent devia estar acompanhando Mustang pelo local. Teve que respirar profundamente novamente ao pensar em Roy. Andou até sua mesa e pegou os papéis que estava ali com a intenção de lê-los, mesmo sabendo que seria inútil, estava preocupada demais para conseguir prestar atenção no que aquilo dizia.

Percebeu os olhares curiosos de seus companheiros, mas os ignorou. Teria que explicar tudo para Patrick, pois sabia que ele não a deixaria em paz enquanto ela não contasse, mas não o faria agora.

- Voltem ao trabalho. – Ela ordenou.

- Tá. – Assentiram e voltaram a fazer o que estavam fazendo antes.

–-

Jamie observou sua mãe durante todo o caminho para casa. Ela estava estranha, ele notou, não era comum dela ficar tão séria e distante quando estavam juntos. Havia algo de errado no trabalho, ele só a vira daquele jeito um tempo atrás quando estava havendo uma rebelião em uma cidade próxima.

Ele não gostava de vê-la daquele jeito.

Riza foi diretamente para a cozinha após terem chegado em casa, tinha que preparar algo para jantarem. Jamie ficou na sala, e, embora a TV estivesse ligada, sua atenção ainda estava presa em sua mãe.

- Jamie, vá tomar um banho antes do jantar. – Riza disse da cozinha.

- Tá. – O menino respondeu, desligou a TV e foi para seu quarto pegar seu pijama, uma toalha e logo depois partiu para o banheiro.

Não demorou muito tempo debaixo da água, vestiu o pijama e foi para a cozinha, onde Riza terminava de arrumar a mesa.

- Macarronada? – Jamie perguntou ao ver

- Sim. – Riza disse sorrindo de leve. – Algo errado?

Jamie sorriu e balançou a cabeça.

- Não. Eu gosto. – Ele disse e ocupou umas das cadeiras.

- Ótimo. – Riza falou e colocou uma quantidade razoável da comida para o filho e depois se sentou.

Comeram em silêncio — algo também não muito usual. —, Jamie sentiu falta de sua mãe gentil lhe perguntando como fora seu dia e também sentiu falta de narrar suas aventuras infantis na creche. Entretanto, ele nada disse. Era evidente que sua mãe não queria falar, ele não insistiria. Apenas terminou seu jantar e se retirou da mesa, indo para a sala logo após deixar o prato na pia.

Ouviu o barulho da louça sendo lavada e depois guardada por algum tempo e logo depois ouviu os passos de sua progenitora se aproximar do sofá. Riza sentou ao lado do filho e o puxou para um abraço, sentindo uma estranha necessidade de fazer aquilo naquele momento.

- Mamãe?

- Sim, meu amor.

- A senhora está bem?

Riza ficou em silêncio por algum tempo. Então Jamie havia percebido algo errado no comportamento dela.

- Só estou com alguns problemas, meu amor. – Ela respondeu.

- Eu posso lhe ajudar, mamãe? – O menino perguntou enquanto se afastava e fitava a mãe com seus olhos cor de ônix.

Riza sorriu e afagou o cabelo do filho.

- São problemas de adultos, meu principezinho. Mas obrigado por se preocupar.

- É uma guerra, mamãe? Como a que aconteceu daquela vez? – O menino perguntou com voz inocente. – Se for, eu posso lutar também. Eu posso acabar com os caras maus. Você não fala que eu sou um campeão? Pois então eu posso acabar com os malvados!

Riza apenas balançou a cabeça negando.

- Não é uma rebelião nem uma guerra, filho. São coisas da mamãe.

- Mesmo assim, mamãe. Eu quero ajudar.

Riza beijou o filho na testa.

- Eu sei que sim, e sei que você venceria os caras maus, mas são coisas que a mamãe tem que resolver sozinha, tá?

Jamie fez um biquinho e sentou novamente.

- Tá bom, então.

–-

Chegou na sala e encontrou apenas seus companheiros, não havia sinal algum de seu chefe, embora ele sempre chegasse cedo. Tentou não pensar onde ele possivelmente estaria — Ou melhor, com quem ele possivelmente estaria. —, e se dirigiu para sua mesa, decidindo não adiar seu trabalho apesar de sua dor de cabeça.

- Bom dia, tenente. – Adam falou alegremente.

- Bom dia. – Ela disse brevemente.

- Você está bem, Hawkeye? – Patrick perguntou, notando o estado da loira.

- Não é nada demais. – Ela disse dando o assunto por encerrado.

Adam deu de ombros e foi até sua própria mesa, sentou-se na cadeira, reclinando-a logo em seguida, e depois jogou as pernas sobre a mesa e fechou os olhos. Riza observou o companheiro com uma certa curiosidade já que aquele não era um comportamento comum no local de trabalho.

- Isso não é muito apropriado para se fazer no trabalho, não acha, sargento? – Riza perguntou, chamando a atenção do rapaz loiro. Não pensou no que o General Kent entra e o encontra desse jeito?

- Não se preocupe, Tenente, o Gen. Não vai chegar tão cedo. – Ele confiante. – O Mustang chegou aqui mais cedo e o levou.

Riza ergueu uma sobrancelha, o comentário inocente do rapaz a fez esquecer completamente da folga com que ele estava agindo. Nunca havia visto Roy chegar no horário certo no trabalho, muito menos chegar antes. E dizem que velhos hábitos nunca morrem.

- É mesmo? E por quê?

- Bom, pelo o que ele falou ao Kent, ele tinha algum compromisso inadiável mais tarde e queria terminar a vistoria de hoje o mais cedo possível. – Adam explicou.

- Hum... – Riza Murmurou.

"Eu me pergunto que compromisso seria esse..." – Ela pensou.

–-

Adam olhou o relógio na parede e lembrou que tinha marcado de se encontrar com Clarice, uma das atendentes, dali a cinco minutos. Olhou apreensivo para os companheiros que estavam concentrados no trabalho enquanto se punha de pé.

- Er... Eu vou... Er... Fazer uma pausa. – Ele disse desconcertado, mas, para sua sorte, nenhum dos dois sequer levantou o olhar.

- Não demore. – Riza disse ainda concentrada em seu trabalho.

- Pode deixar. – Ele disse e deixou a sala o mais rápido que pôde.

Assim que a porta bateu, Patrick soltou o papel que estava lendo e observou Riza cuidadosamente.

- Você não conseguiu dormir direito, não é?

Riza também soltou seu papel e suspirou.

- Não. – Ela respondeu. – Eu fiquei pensando no que aconteceu.

- Agora que o Mustang descobriu sobre o Jamie, o que pretende fazer?

- Eu não pretendo fazer nada, Patrick, minha escolha já foi feita. E, por favor, não vamos começar com isso de novo. – Ela disse.

- Mas pelo o que você me disse da briga de vocês, ele disse que quer fazer parte da vida do filho dele.

- Nós não precisamos dele. – Ela disse simplesmente.

O silêncio caiu sobre eles por alguns instantes, mas Patrick teve que quebrá-lo.

- Qual você acha que era o compromisso dele? – O jovem tenente perguntou, Riza sabia que Patrick se referia a Roy.

- Não sei e nem me interessa. Se eu bem conheço o Roy, ele deve estar enganando alguma pobre garota e simultaneamente traindo a mulher. – Ela disse asperamente.

"Ela pode até ser boa em esconder seus sentimentos, mas eu a conheço o suficiente para dizer que é completamente evidente que ela está enciumada." – Patrick pensou desanimado.

- Você não está nem um pouco preocupada com o que ele vai fazer em relação ao Jamie?

- Eu atiraria nele, se fosse preciso.

Patrick suspirou pesadamente.

- Por que você não pode deixá-lo fazer parte da vida de vocês?

- Para quê? – Ela indagou irritada. – Para que ele volte para a Central em poucos dias, volte para a esposa, para sua velha vida e que ligue de vez em quando prometendo aparecer mesmo sem cumprir a promessa? Não. O Jamie não precisa disso.

- O Jamie ou você?

Riza o encarou num misto de choque e surpresa.

- O que você quer dizer com isso?

- Por favor, Riza... A coisa mais difícil que você teve que fazer foi abandonar aquele homem, e isso te magoou. Você não quer deixar ele entrar na sua vida novamente porque sabe que vai sofrer quando ele partir. – Patrick disse.

- Você está enganado. – Ela vociferou. – É sim pelo Jamie. Como você ficaria se seu pai entrasse do nada na sua vida e depois fosse embora novamente? Eu só penso no bem estar do meu filho. Então, não ouse me julgar.

- Mas não me diga que isso não tem absolutamente nada a ver com você.

Ela ficou quieta.

- Desde muito cedo eu aprendi que sentimentos atrapalham, e que eu devo enterrá-los o mais fundo que puder. Eu fiz isso, Patrick. Mas aqui não é um local adequado para discutirmos isso. – Ela respondeu.

–-

Roy observou de longe. Parecia até um espião naquele momento: De tocaia, coletando informações, e preparando o terreno para agir. Seu alvo? James Mustang. Ou Seria James Hawkeye? Era mais provável que fosse o último, já que Riza nunca colocaria seu nome se ela queria tanto esconder dele a existência do menino.

Checou o relógio e bufou novamente. Ainda faltava algum tempo, mesmo que não muito, ainda seria uma longa espera até que chegasse a hora de Jamie sair da creche. O pior é que a espera o estava deixando nervoso, exatamente como em um campo de batalha, seus movimentos tinham que ser precisos, ele teria que agir mais rápido que o inimigo, o que significava que teria que pegar Jamie antes que Riza viesse o buscar.

Pensou em Rachel por um instante, ali estava ele esperando seu filho, quando sua esposa (ele não podia evitar de fazer uma leve careta ao pensar nessa palavra.) insistira tantas vezes para que tivessem m herdeiro e em quantas vezes e outras inúmeras vezes ele negara aquele pedido.

Então, Seu pensamento o levou até Riza. A mulher que nunca havia querido um filho — Ao menos, não que ele soubesse. —, aquela que apenas vivia para o trabalho, foi ela que teve um filho seu. Um filho que ela escondeu por quatro anos.

Ele não sentia raiva dela, não mesmo. Apenas não entendia o porquê de ter escondido algo tão importante, mesmo sabendo que este filho seria o que os faria ficar juntos de uma vez por todas. Se ela o tivesse feito, eles estariam juntos agora, como uma família. E Rachel seria somente uma lembrança ruim do passado deles.

O tempo pareceu voar enquanto ele pensava nessas coisas, assim que percebeu já estava quase na hora da saída. Saiu do carro, mas não atravessou a rua como a maioria dos pais fazia naquele momento, esperou que os portões fossem abertos. Não demorou muito para que uma moça os abrisse e uma enxurrada de crianças irrompessem por ali.

Era o momento. A moça estava ocupada tentando manter as crianças cujos pais ainda não haviam chegado longe da rua, então seria difícil identificá-lo. Atravessou calmamente a rua e chegou até a moça, já com seu sorriso arrebatador nos lábios.

- Bom dia. – Ele disse.

- Bom dia. – A moça respondeu enquanto observava as crianças. Depois de se certificar que estavam seguras, voltou sua atenção para o dono da voz.

- Senhorita... Como se chama? – Ele perguntou galanteador.

- Ahn... Hilary. – Ela respondeu.

- Muito bem. Srta. Hilary, eu vim aqui buscar o James, filho da Srta. Hawkeye. Ela não poderá vir hoje, está muito ocupada com o trabalho. – Roy explicou.

- Eu imaginei. – Ela disse.

Roy ergueu uma sobrancelha e a lançou um olhar curioso, cujo ela respondeu.

- A farda do exército. – Hilary disse. – Você deve ser colega da Riza, não é mesmo?

Roy sorriu aliviado.

- É, sou sim.

- Bom, eu ainda vi o... Oh, ali está ele. – Ela disse quando avistou o rosto conhecido de Jamie na multidão. – Jamie!

Jamie virou a cabeça em direção à Hilary e viu que ela fazia um movimento para que ele se aproximasse. Cortou através das crianças até a moça, ainda não percebendo a presença do estranho de farda azul.

- Minha mãe chegou? – Jamie perguntou.

Hilary negou.

- Ela não poderá vir, mas ela mandou esse moço vir lhe buscar. – Hilary explicou enquanto mostrava ao homem que era designado a levá-lo embora dali.

Jamie olhou para Roy com desconfiança, havia ido algumas vezes ao quartel onde sua mãe trabalhava, mas nunca o havia visto por lá. Entretanto, se sua mãe o havia enviado, Jamie devia confiar nele.

Roy agachou-se para que seus olhos estivessem no mesmo nível do menino. Sorriu ao perceber o quanto eram parecidos: os mesmos olhos, o mesmo cabelo... Indubitavelmente seu filho.

- Sua mãe está muito ocupada e pediu para que viesse buscá-lo, tudo bem, Jamie? – Roy disse.

Jamie assentiu.

- Vamos? – Roy perguntou enquanto estendia a mão para o filho. O menino não disse nada, apenas abanou a cabeça confirmando e segurou a mão do estranho.

Atravessaram a rua até onde o carro estava estacionado, Roy acomodou o menino no banco do passageiro e depois foi para o lado do motorista e deu a partida no carro.

- Então, Jamie, para onde quer ir? – Roy perguntou.

- Minha mãe sempre me leva para almoçar e depois para a casa da Sra. Morris, ela cuida de mim enquanto a mamãe trabalha. – Jamie disse inocentemente.

- Hum...

- Moço, posso fazer uma pergunta?

Roy olhou para o filho curioso.

- Sim, vá em frente.

- Quem é você? – Jamie perguntou. – Eu nunca vi você no trabalho da mamãe antes.

Roy sorriu.

- Meu nome é Roy. Eu sou um velho amigo da sua mãe, eu trabalho na Cidade Central.

- Por que você não trabalha aqui que nem a mamãe?

- Porque eu moro lá na Central e sou um alquimista, então preciso estar lá. – Roy explicou.

Jamie sorriu de orelha a orelha.

- UAU! Você é um alquimista?

Roy riu ao ver os olhos do filho brilhando só pelo fato de saber que ele era um alquimista.

- Sim, eu sou.

- Que legal! – Jamie exclamou!

- Tramuta alguma coisa para mim ver? – Jamie pediu.

- Transmuta para eu ver. – Roy o corrigiu. – Agora eu tô dirigindo, Jamie. Não dá.

- Ah... – Ele murmurou desanimado enquanto fazia um biquinho.

- Que tal assim, nós vamos parar para almoçar e aí eu te mostro a minha alquimia. – Roy prometeu fazendo com que James sorrisse imediatamente.

- Eba!

–-

Roy se lembrou de um restaurante que havia por perto com playground, então resolveu que era ali que iriam almoçar, e, quem sabe, depois brincar um pouco com o filho. Iria aproveitar o máximo de tempo possível enquanto Riza não os achasse, porque depois, ele provavelmente seria um homem morto.

- Ok, baixinho, o que você quer? – Roy perguntou enquanto pegava um cardápio das mãos Jamie.

- Ei, eu ia ver! – O menino reclamou.

- Eu leio para você, pode deixar. – Roy disse.

- Eu quero ler! – O menino protestou.

- Você sabe ler? – Roy perguntou admirado, Jamie assentiu. – Tem certeza? Você não está mentindo, está?

- Eu não minto! Minha mãe diz que é feio. – Jamie disse ofendido.

- Tudo bem, desculpe. – Roy falou e entregou o cardápio ao filho.

- Eu quero... – Jamie murmurou enquanto olhava demoradamente para o cardápio. – Bolo de chocolate!

- Você tem que pedir algo saudável, Jamie. O bolo pode ficar para a sobremesa. – Roy disse, Jamie fez uma careta.

- Mas eu quero bolo... – O menino falou manhoso.

- Só depois que você almoçar. – Roy disse irredutível.

Jamie suspirou e olhou novamente o cardápio murmurando as frases formadas.

- Já decidiu? – Roy perguntou.

Jamie colocou o cardápio sobre a mesa e balançou a cabeça afirmando.

- O que você quer, então?

- Eu quero macarronada. – Jamie disse sorridente. – Igual a da mamãe.

Roy balançou a cabeça negativamente.

- Sua mãe vai ficar brava se você comer porcarias, não vai?

- A mamãe faz macarronada pra mim. – Jamie disse.

- Ok, então. – Roy falou vencido e chamou o garçom. – Traga dois pratos de macarronada, por favor.

- Sim, senhor. – O garçom disse e se retirou.

–-

Riza olhou para o relógio e se surpreendeu ao ver que era tarde. Estava atrasada, Jamie devia estar a esperando na creche.

- Droga... – Murmurou enquanto pegava as chaves do carro.

- O que foi? – Patrick perguntou.

- Eu tenho que pegar o Jamie, tô atrasada. – Ela respondeu.

Patrick olhou as horas.

- Ele deve estar reclamando de fome a estas horas.

- É, eu sei. – Riza disse. – Não demoro, tá?

- Ok. – Patrick respondeu.

Riza foi até o estacionamento e entrou no carro, dando a partida logo em seguida. Foi o mais rápido que pôde e em poucos minutos estava em frente à creche de Jamie, e viu que havia praticamente nenhum aluno ali. Sentiu uma pontada de culpa por ter esquecido o filho daquela forma.

Estacionou o carro próximo ao portão e foi até Hilary.

- Desculpe a demora, eu estava ocupada e acabei esquecendo completamente de vir pegar o Jamie. – Riza disse de uma vez. – Onde ele está?

Hilary a lançou um olhar confuso.

- Como assim onde ele está? O seu amigo veio buscar ele já faz algum tempo. – Hilary disse.

Riza gelou.

- O que? Ele não está aqui? – Ela disse aterrorizada. – Quem veio buscá-lo?

- E-Eu não sei. – Hilary gaguejou assustada. – Ele vestia um uniforme do exército e disse que você tinha pedido para ele vir buscar o Jamie... Eu não devia ter deixado?

- Não! Eu... – Riza olhou para Hilary, de repente entendendo a situação. – Como ele era?

- Ahn... Alto, muito bonito, voz firme, cabelos e olhos negros... E, bom, vestia o uniforme do exército. – Hilary disse.

"Roy." – Riza pensou sentindo a fúria crescer dentro de si. – "Como ele se atreve?"

- Me desculpe, Riza... Eu achei... Ele disse que você tinha pedido. – Hilary disse parecendo realmente preocupada.

- Oh, não se preocupe, Hilary. Desculpe-me você, eu tinha esquecido que tinha mesmo pedido para ele vir buscar o Jamie. – Riza forçou um sorriso. – Onde é que eu ando com a cabeça? Sabe como é... Muito trabalho.

- Então, está tudo bem? – Hilary perguntou incerta.

- Está sim, Hilary. – Riza disse. – Mas da próxima vez que ele aparecer aqui para pegar o Jamie, me ligue antes, tá? Eu posso esquecer de novo.

- Está bem. – Hilary afirmou.

- Então, tchau, Hilary. – Riza se despediu.

- Tchau, Riza.

Riza foi até o carro e deu a partida sentindo o fogo da raiva arder dentro de si. Sua mão coçava para segurar sua arma e atirar em Roy Mustang assim que o encontrasse. E ela o faria.

–-

Roy terminou de mastigar o que restava de sua macarronada e engoliu, depois olhou para Jamie e sorriu.

- Já terminou aí, baixinho? – Roy perguntou.

Jamie engoliu o resto de sua macarronada com certa dificuldade.

- Eu não sou baixinho. – Ele disse emburrado.

- Terminou ou não?

- Terminei. – Jamie respondeu – Posso pedir meu bolo de chocolate agora?

Roy encarou o rosto esperançoso do filho e assentiu.

- Oba! – Comemorou. Roy chamou o garçom.

- Pode levar os pratos. – Roy disse ao garçom. – Traga uma fatia de bolo de chocolate e a conta.

- Sim, senhor. – O garçom pegou os pratos e talheres e depois se retirou.

Roy observou a animação de James com alegria. Ele acreditava que poderia ser um bom pai, e iria lutar para pelo menos ter essa chance. Olhando mais atentamente, percebeu que Jamie estava com a boca suja de molho de macarrão.

- Limpe sua boca, Jamie. Você está todo lambuzado. – Roy disse divertido.

- Você também tá. – Jamie falou.

- Não estou nada. Você sim está. – Roy disse.

- Tá sim. Aqui, ó. – O menino apontou.

Roy tocou o local apontado por Jamie e sentiu a substância que ali estava presente. Envergonhado, pegou um guardanapo e limpou a boca. Balançou a cabeça negativamente, devia estar parecendo uma criança com a boca suja de comida.

- Limpei, agora é sua vez. – Roy disse e depois entregou um guardanapo para o menino.

Jamie pegou o guardanapo que lhe era oferecido e limpou a boca.

- Pronto? – Perguntou, Roy assentiu.

- Agora você está limpinho.

- Roy... – Jamie perguntou acanhado.

- O que foi?

- Você pode me mostrar sua alquimia? – Ele perguntou.

- Claro. – Roy sorriu.

Colocou a mão dentro do bolso de sua calça e tirou suas luvas com o circulo de transmutação da alquimia do fogo e as calçou. Olhou ao redor à procura de um alvo, avistou uma vela na mesa ao lado da que estavam.

- Observe. – Ele disse para Jamie. O garoto fixou o olhar onde Roy mirava.

Roy estalou os dedos, acendendo a vela instantaneamente e fazendo com que Jamie sorrisse empolgado.

- Que legal! – Jamie exclamou. – Você sabe fazer mais alguma coisa?

- Eu sei fazer várias coisas, mas não posso fazer aqui porque é perigoso. – Roy falou.

O sorriso de Jamie murchou.

- Eu queria saber se o meu pai é alquimista. Seria tão legal... – Roy encarou o filho surpreso. Sentiu que devia dizer que o pai dele era sim um alquimista, e que estava sentado ao lado dele. Mas não podia. Não agora.

- Jamie...

- Sim?

- Como a sua mãe é para você? Ela é boa?

- Ela é a melhor! – Jamie disse. – Ela trabalha no exército todo dia e manda no tio Adam e no tio Patrick o dia todo, mas ela sempre vai me pegar na escola, e a gente almoça juntos. De noite ela me pega na casa da Sra. Morris e nós vamos para casa, eu fico assistindo TV enquanto ela faz nosso jantar. Depois de comer ela assiste TV comigo ou brinca de carrinho.

- Ela brinca de carrinho com você? – Roy perguntou enquanto sorria. Ele não conseguia imaginar tal cena.

- Brinca. – Jamie respondeu. – Às vezes a gente também brinca de super-herói. Eu sempre salvo ela do vilão.

- É mesmo?

- É. Ela é demais, sabe? Ela me ensina coisas e de vez em quando compra presentes pra mim. Eu amo ela.

Roy sorriu. Ela podia ver como aquele menino idolatrava a mãe — e com toda razão. —, e também conseguia entender como Riza havia mudado tanto em tão pouco tempo. Jamie a fizera mudar, ela o amava demais.

- E o que ela lhe falou do seu pai? – Roy perguntou.

O sorriso que Jamie sustentava desapareceu quando Roy fez a pergunta.

- Eu perguntei dele uma vez, ela só sorriu. – Jamie relatou. – Eu não perguntei de novo porque eu vi que ela ficou triste. Eu não quero que ela me fale mais nada dele, se isso for deixar a mamãe triste.

–-

Riza dirigiu. Ela não sabia para onde ir, mas sabia que eles não deveriam estar longe, ela conhecia muito bem Roy. Não demorou muito para que achasse um carro conhecido. Assim que encontrou uma vaga, estacionou e entrou. Não foi difícil encontrar duas cabeças cheias de fios negros. Seguiu até onde estavam sem ao menos tentar disfarçar sua raiva.

- Mãe! – Jamie exclamou quando a avistou.

O menino levantou-se e correu até onde a mãe estava e a abraçou.

- Oi, meu amor. – Ela disse enquanto afagava os cabelos do filho.

Aquela altura Roy estava de pé e tentava reunir coragem para enfrentar Riza. Riza lançou-lhe um olhar furioso, ele engoliu em seco. Não seria nada fácil lutar contra uma mãe que queria proteger a cria.

- Jamie, me espere no carro. – Ela disse para o filho.

- Mas, mãe... O Roy pediu um bolo de chocolate para mim! – Jamie protestou.

- Vá, Jamie. – Riza disse enquanto o entregava a chave do carro.

- Tá bom. – Jamie se deu por vencido. Deixou o restaurante com a cara fechada e resmungando baixinho.

Assim que o menino não podia mais ser visto, Riza aproximou-se de Roy e deferiu um tapa em seu rosto.

- Você tem ideia do quanto eu fiquei preocupada? – Ela rosnou. – Eu achei que alguém havia seqüestrado meu filho! Bom, alguém realmente seqüestrou meu filho, mas da próxima vez que isso acontecer, pode não ser alguém que eu conheça. E se isso acontecer, Roy, eu vou te caçar.

Roy sabia que ela cumpriria aquela ameaça, então desistiu de armar qualquer plano que envolvesse levar Jamie da creche.

- Eu só queria conhecê-lo. – Roy disse.

- Fique longe dele. – Riza alertou.

- Riza, eu tenho o direito de querer conhecer meu filho. Eu quero passar algum tempo com ele, fazer coisas que pai e filho fazem juntos... Você sabe muito bem que há coisas que só um homem pode ensinar a seu filho. – Roy falou.

- Para essas coisas que o Jamie tem o padrinho dele. – Riza rebateu. – Ele não precisa de você na vida dele, Roy. Vá embora, volte para sua esposa.

- Riza...

- Não volte a procurar o Jamie. – Riza disse e depois deu as costas e caminhou até seu carro. Jamie estava sentado no banco do passageiro olhando através do pára-brisa.

- Mamãe, você e o Roy estavam brigando? – O menino perguntou.

- Não, meu amor. Nós só estávamos conversando. – Ela disse. – Escuta, Jamie, eu não quero você perto dele, tá?

- Por que, mamãe? – Ele a encarou com grandes olhos inocentes (olhos que a lembravam constantemente do pai dele)– O Roy é legal... Eu gosto dele. – Jamie disse.

Riza encarou Jamie sentindo um nó se formar em sua garganta. O que ela não queria que acontecesse estava acontecendo. Roy tentaria roubar seu filho. Ela não permitiria isso, nem que tivesse que matar para mantê-lo longe de Jamie.


N/A: Olá,chaveirooos 3
Como estão as tchuchuquinhas da mamis? *-* -nnnnnn
okok, acho que colocaram algo na minha comida iahsiashaishais xD -n
Anyways, tudo bem, gente? Novidades? Todas saudaveis e felizes? *-* rs

Bem, primeiramente, muuuuuito obrigado pelos reviews, eles iluminam minha vida confusa e tristonha -n
Ah, mas iluminam sim (y) rs
Creio que tenha respondido todos, mas não sei ao certo -q
Aaaaanyways, nem tenho muito pra falar dessa vez. Só agradecendo mesmo às melhores leitoras que alguém pode ter :)
Beijoooos :*


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