Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 15
Capítulo 15




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Capítulo 15 – Loves me not

Riza estava sentada na cozinha. Ainda era cedo, Jamie ainda dormia e ela sequer tinha começado a preparar o desjejum ou a se arrumar para o trabalho, mas ela já tinha em mãos uma carta que recebera na tarde anterior que, contudo, não tivera tempo de ler.

Ela não acreditava que há pouco mais de seis meses havia recebido outra dessas cartas, da mesma pessoa que por tanto tempo ela havia afastar: Roy Mustang.

Na verdade, estava começando a se acostumando a receber aqueles envelopes periodicamente, que muitas vezes também vinham acompanhados de presentes para seu filho.

E não eram apenas as cartas que vinham com frequência: Roy agora os visitava duas, três vezes por mês. Ela não sabia o que ele dizia a Rachel, nem ele contava, mas ela realmente não queria saber, não gostava que ele a estivesse enganando de tal forma, mas toda vez que a loira trazia o assunto à tona, ele iria beijá-la e mudar de assunto.

Ao terminar, levou a folha até seu quarto e a guardou na gaveta de seu criado mudo. Teria que arranjar um lugar melhor para as cartas, embora ela não se preocupasse com a ideia de Jamie — ou qualquer outra pessoa — as ver, sabia que o filho não mexeria ali sem sua permissão.

Ficou sentada em sua cama por algum tempo em sua cama, sem realmente ter nada em mente, apenas se deliciando com a sensação que vinha sentindo desde que o beijara na estação meses antes. Algo que ela não sentia há algum tempo, uma mistura de leveza e alegria constante.

Por fim, resolveu voltar a sua realidade, pois não podia perder a hora, não podia deixar sua vida pessoal lhe fazer perder o foco. Em pouco tempo, já havia tomado seu banho e colocado a pesada farda do exército, preparado a comida e agora iria fazer a tarefa mais difícil da manhã: acordar Jamie.

Parada na porta, a loira observou sua cria deitada de bruços na cama, com a face tranquila de uma criança que passara a noite em sonhos agradáveis. Até lhe dava dó de arrancá-lo de um mundo tão perfeito.

Aproximou-se de onde o pequeno dormia e sentou-se na beirada da cama. Passou a mão em seus cabelos negros, idênticos aos do pai, e beijou-lhe a bochecha. O menino moveu-se levemente e ela sorriu.

- Bom dia, rapazinho. – Ela disse, usando seu tom que era reservado apenas para aquele projeto de gente.

- Não, mamãe. Não quero ir. – Jamie disse manhoso, afundando a cara no travesseiro.

- Vamos, meu amor. Senão vamos acabar nos atrasando. – Ela pediu.

O menino se virou lentamente até que estivesse com seus sonolentos olhos negros fixos em sua mãe.

- Bom dia. – Ele disse, ainda grogue de sono.

- Bom dia, meu amor. – Riza disse. – Vamos, levante-se.

Ele fez um barulho de descontentamento com a boca, mas acabou sentando-se. Riza ficou parada, observando o menino espreguiçar-se, sabia que saísse dali antes que ele estivesse de pé, ele logo voltaria a dormir.

À contragosto, o garoto removeu as cobertas de seu corpo e saiu da cama, foi diretamente até seu armário e pegou sua roupa, e, ainda sob o olhar vigilante de sua mãe, dirigiu-se ao banheiro no corredor. Ele era uma das poucas pessoas que sabia muito bem a habilidade da tenente Olhos de Falcão.

---

Rachel acordou naquela manhã com o barulho de um carro sendo acelerado, não precisou ir até a janela para saber que Roy já havia partido para o Quartel. No últimos meses ela foi o percebendo cada vez mais distante, ia trabalhar antes mesmo dela acordar e voltava tão tarde que ela acabava adormecendo enquanto o esperava.

Estavam casados há tão pouco tempo, mas ela já podia ver seu casamento tornando o de seus pais: sua mãe passava o dia sozinha numa casa grande ditando ordens aos empregados e organizando reuniões com as amigas enquanto seu pai dedicava cada minuto de seu tempo ao exército e, ela desconfiava, a mulheres mais jovens que podiam oferecer e sua mãe não.

A moça não sabia o que fazer, tentara se aproximar de Roy em casa, mas ele sempre estava cansado demais pra qualquer tipo de conversa, havia tentado também ir ao Exército, mas ele sempre a afastava e arranjava algum papel que tinha que ser assinado urgentemente, e no final das contas ela acabava dentro do banheiro chorando e se culpando pela falta de sucesso naquela união.

Colocou a mão sobre o ventre plano e pensou com tristeza em como as coisas poderiam ser diferentes caso ela desse a Roy um herdeiro, mas ele lhe negava até mesmo isso, a intimidade dos dois estava em algo próximo de inexistente e parecia ter piorado muito nos últimos seis meses.

Sem ânimo para qualquer coisa, ela decidiu que ficaria deitada em sua aconchegante cama. A pergunta era: até quando?

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Patrick havia acabado de retirar a chave da ignição quando viu pelo retrovisor o carro de Riza se aproximar e parar em uma vaga distante. Ele observou a mulher por quem nutria sentimentos e percebeu o quão distante e sem foco ela parecia, tão diferente da tenente astuta que ele conhecia.

Aquela visão alienígena não durou muito, contudo. Logo a sua máscara de seriedade e os olhos atentos estavam de volta e ela era novamente a Primeiro-Tenente Riza Hawkeye amada e temida em todo o quartel.

Ela destravou a porta e ele imediatamente imitou o gesto, esperaria por ela para que entrassem juntos. Amava aquele breve momento que passava com ela, porque somente perto dele ela deixava um pouco de sua verdadeira personalidade transparecer, e para ele, ela era sua naqueles meros instantes da entrada até a sala em que trabalhavam.

Foi naquele dia que ele percebeu a mudança. Exatamente como nos outros dias, ela lia seus relatórios, mas, em alguns momentos ele a viu parar o observar além da janela sem, ele sabia muito bem, estar realmente olhando o eu havia do lado de fora. Ela estava em um lugar totalmente diferente daquela sala no quartel militar, em um outro tempo.

Mas, exatamente como no carro, havia sumido tão rápido e substituído por seu semblante de mais pura concentração e apenas Patrick havia notado a mudança. Ela havia se distraído, e não havia sido a primeira vez que ele havia presenciado aquilo, ele sabia que sempre essas pequenas mudanças sucediam a chegada de uma carta de Mustang.

Ele lembrava de como ela tinha reagido quando ele chegou ali a primeira vez, de como ele havia encorajado ela a deixá-lo entrar na vida de Jamie, mas agora ele ouvia uma parte de seu cérebro gritar idiota, idiota, idiota toda vez que lembrava de seu conselho. Era Mustang que a fazia sorrir agora, que podia trazer sua verdadeira personalidade à tona e que, por mais doloroso que fosse, a fazia verdadeiramente feliz...

... E ele não sabia como lidar com esse fato.

Mais tarde naquele dia ele iria acompanhá-la até o refeitório, ambos em silêncio, com os pensamentos em lugares distantes. Serviram-se e se assentaram em sua mesa habitual, Patrick sentou-se diante da loira e a observou, ela, após alguns segundos sentindo o olhar dele sobre ela, soltou os talheres e lhe lançou um olhar inquisitivo.

- Tem algo no meu rosto? – Ela indagou quando viu que ele não iria responder de imediato.

- Não, não é nada. – O tenente disse e desviou o olhar para seu prato ainda intocado.

- Patrick. – Ela disse e ele encontrou os olhos perspicazes da loira. – Há algo de errado?

- Por que você acha que há algo errado comigo? – Ele não gostava de responder uma pergunta com outra, e sabia que ela também não gostava, mas não queria ter que dizer a ela o que tinha em mente.

- Você esteve calado a maior parte do dia – Riza disse.

- E só por isso você acha que há algo errado? Até onde eu saiba, é o Adam que passa o dia tagarelando.

- Mas você também não é do tipo calado. – ela disse. – Vamos, você sabe que pode me dizer qualquer coisa.

- Não há nada para dizer. – Ele disse e se pôs de pé.

- Não vai comer?

- Não estou com fome.

Patrick deixou seu prato na bancada e saiu ás pressas do refeitório. Ele não queria falar sobre aquilo com ela e ele sabia que se continuasse ali, eventualmente ele iria. Andou pelos corredores quase vazios do Quartel e foi para o telhado, ali ele poderia se recompor.

Sugou o ar para dentro de seus pulmões com força, tentando colocar as idéias no lugar, mas todo o oxigênio que inalou escapou quando ouviu a porta atrás de si ser aberta e logo em seguida bater. Não se virou; Não havia necessidade, sabia que ela estava lá.

Por algum tempo, houve apenas silêncio, mas ele sabia que não duraria muito.

- Patrick – Riza disse e fez uma pequena pausa, e quando percebeu que não haveria resposta, ela continuou. – Somos amigos há quatro anos, se há algo errado, você sabe que pode me contar.

Ele hesitou antes de responder.

- Eu sei.

A loira se aproximou cautelosamente. Queria entender o que estava acontecendo com o amigo, ele nunca havia agido daquela forma antes, sempre havia confiado nela, mas naquele momento, ela sentia que ele apenas a tentava repelir.

- Então, por favor, me diga agora. Você está agindo estranho desde que chegou. – Ela pediu, mas desta vez não houve resposta.

Ele se virou lentamente. Não queria encará-la, pois sabia que acabaria cedendo, mas também sabia que se ele continuasse a ignorá-la, ela não iria deixá-lo em paz.

- Não é nada, Riza. Eu só... tive uma noite de sono ruim. – Ele falou sem emoção alguma na voz, e soube imediatamente que não conseguiria enganá-la.

Ela balançou a cabeça. Não acreditava naquilo e saber que ele estava mentindo a deixava ainda mais preocupada.

- Se você não quer falar, tudo bem. Mas não minta pra mim. – Riza disse. – Eu só estou preocupada com você.

- Você está preocupada porque eu sou seu amigo, certo?

- É óbvio. Eu me importo com você.

Patrick aproximou-se. Seus pensamentos estavam turvos, e antes que pudesse impedir a si mesmo, ele estava puxando a tenente para ele e colando seus lábios aos dela.

Havia um zumbido em seu ouvido, e ele não conseguia ouvir mais nada, nem pensar em mais nada. Só conseguia sentir o calor do corpo de Riza junto ao seu e de seus lábios, os quais ele desejara por tanto tempo. Mas então ele percebeu como eles estavam rígidos sob os seus, como ela estava tensa com aquele contato inesperado, então, ele a soltou.

O moreno engoliu em seco. O que eu fiz?, ele repetia mentalmente. Não acreditava em como agira tão impulsivamente e agora temia perder a amizade da loira de uma vez por todas.

- Patrick... – Ele a ouviu dizer em seu habitual tom firme, havia algo errado.

- Perdão, eu não... – Ele tentou se desculpar, mas não conseguia finalizar. Ele não queria tê-la beijado? Claro que queria, havia muito tempo. Não poderia mentir sobre aquilo.

- Tudo bem – Ela disse, encarando-o calmamente, ele estranhou.

"Por que ela não parece surpresa?" – indagou-se.

- Você não está brava? – Perguntou, e ela balançou a cabeça. – Por quê?

- Porque eu sei como é quere alguém que está ao seu lado todos os dias.

O coração do jovem tenente se contraiu. É claro que ela o entendia naquele aspecto, afinal, ela fora o braço direito de Mustang por tantos anos, mas o que mais doeu nele foi saber que o mesmo amor que ele nutria por Riza, ela nutria pelo alquimista.

- Sendo assim, - Patrick começou. – não vou me desculpar pelo que fiz. Você está mais do que ciente dos meus sentimentos por você.

- Eu não quero que nada mude entre a gente, Patrick. – Ela disse, e ele viu como, em seus olhos, ela o implorava por isso.

Mais uma vez, ele aproximou-se dela, sendo que de forma cautelosa, e depositou um beijo no topo da cabeça dela.

- Eu também não quero.

Passou pela loira e foi embora rapidamente. Não permitiria que ela visse as lagrimas que agora toldavam sua visão e molhavam sua face. Embora ele soubesse que ela estava ciente de seus sentimentos...

Olá, gente!

Sei que demorei novamente a atualizar a fic, mas, como eu disse na N/A anterior, não pretendo desistir dela.

Então, como estão as leitoras mais fofas do mundo? Já estão pedindo pra que o semestre acabe e as férias cheguem? haha

Bom, o capítulo ficou bem pequeno dessa vez, mas espero que gostem... Mas se detestarem, podem dizer isso nos comentários também, só tenham cuidado pra distinguir uma crítica construtiva de uma destrutiva ;)

Dica de musica pro capítulo: Loves me not - t.A.T.u.

Adoraria ficar falando endlessly aqui sobre minha vida, mas eu pouparei vocês desse sofrimento haha

Vou dormir que amanhã tenho um belo combo aula + estágio (sim, estou estagiando \o) haha

Feliz sete de setembro, e aguardem a proxima atualização!

beijos



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Notas finais do capítulo

× http: / / www . orkut . com . br/ Main#Community ? cmm=98869609 (junte os espaços) Fanfic original, Eternal Bond
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