Broken Strings escrita por liligi


Capítulo 10
Capítulo 10




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Capítulo 10 - Notícia

Roy vestia sua farda militar, estava quase na hora de seu turno começar. Fazia pouco mais de duas semanas que ele havia voltado para a Cidade Central, mas estava mais do que ansioso para voltar para a Cidade do Leste.

Fechou o último botão de sua jaqueta e se olhou no espelho. Ele parecia diferente desde que voltara. Uma luz parecia ter sido acendida em seu olhar e seu sorriso tornara-se bem mais caloroso. De um certo modo, ele voltara a ser ele mesmo.

- Bom dia. – Rachel adentrou o cômodo e o abraçou por trás, depois beijou suavemente a base de seu pescoço.

- Bom dia, Rachel. – Ele disse ausente e depois se soltou do abraço dela e deixou o banheiro, indo até o quarto. Sentou-se na cama, calçou suas meias brancas e depois a bota negra.

Rachel parou no portal da porta e se recostou na parede e ficou encarando Roy.

- O que foi? – O moreno perguntou.

- Eu estava pensando... – Ela começou, se aproximando da cama. – Que tal fazermos uma viagem esse fim de semana, Roy? Nós não deixamos a Central desde a lua-de-mel, e mal temos tempo para nós mesmos. Eu sinto sua falta, você sabe.

- Rach, você sabe que eu não posso. – Ele falou calmamente.

- Por que não, Roy? – Ela perguntou sentando-se ao seu lado na cama. – Você é um general, pode tirar férias por algumas semanas.

- Rachel, o exército de Amestris ainda está enfrentando um problema estrutural desde que o parlamento e a nova forma de governo foram estabelecidos, tirar férias está fora de questão por enquanto. – Ele respondeu. – Por que você acha que eu pessoalmente tenho que fazer essas inspeções?

Rachel suspirou frustrada. Não esperava que depois que Roy fosse promovido ele passasse menos tempo com ela, na verdade, ela esperava justamente o contrário.

- Se quiser, eu posso falar com meu pai. – Ela falou enquanto mordia seu lábio inferior. Já sugerira isso para Roy antes e a reação dele não foi das melhores.

- Rachel, eu já falei que não quero nenhum favor de seu pai. – Ele disse irritado enquanto se punha de pé.

- Mas Roy! – Ela exclamou num tom choroso e infantil, também se levantando e o abraçando por trás.

- Chega. – Ele disse se afastando abruptamente. – Não vamos continuar com isso. Eu já falei que não quero favores e pronto! Eu vou indo. – Ele disse, fazendo menção de sair do quarto.

- Não vai tomar café da manhã? – Rachel perguntou um pouco irritada.

- Não estou com fome. – Roy respondeu e saiu, batendo a porta ao passar.

Rachel se dirigiu até a enorme janela do quarto e parou ali, observando seu marido sair da casa e entrar no carro, e então arrancar. Ela suspirou. Já estava tão cansada daquela atitude de Roy, mas ela não tinha coragem de contrariá-lo: ela o amava demais para fazer isso.

Mesmo assim, ela tinha que fazê-lo mudar de ideia. Afinal, ela queria passar algum tempo com o marido! Às vezes ela se sentia como uma viúva: havia se casado, mas seu homem já não fazia mais parte de sua vida. E ela não queria que fosse assim, ela apenas queria um casamento feliz.

Suspirou e se recostou na parede ao lado da janela. Às vezes ela sentia que teria cometido um erro a casar com Roy. Um casamento arranjado. Mas ela não se arrependia. Não exatamente. E ela pretendia fazer aquele casamento funcionar de um jeito ou de outro.

–––

Jamie terminou seu desjejum e pegou seu prato e copo e os colocou sobre a pia. Riza observou o filho.

- Já terminou, meu amor? – Ela perguntou, o menino apenas confirmou com a cabeça e então correu para a sala de estar, onde ele havia deixado sua mochila. Ele a jogou em seus ombros e então pegou o carrinho que Roy havia lhe dado, tinha resolvido levá-lo consigo e brincar com seus amigos.

Pouco tempo depois Riza adentrou a sala e viu Jamie segurando o carrinho — uma visão da qual ela já estava acostumada, pois dentre todos os presentes que o filho havia ganhado em seu aniversário, o presente de Roy parecia ser seu preferido. — e sorriu.

- Você vai levar o carro para a escola, filho? – Ela indagou.

- Vou. – Jamie respondeu. – Eu vou brincar de corrida com meus amigos hoje.

- Tome cuidado para não quebrá-lo. – Riza advertiu.

- Eu não vou quebrá-lo. – Jamie sacudiu a cabeça e Riza podia ver que ele havia se ofendido. – É o presente que o Roy me deu.

Riza sorriu melancolicamente. Ela sabia que Roy nunca havia se dado com crianças — Ela se lembrava dele brincando com Elysia desajeitado e bem desconfortável após a morte de Hughes e também da falta de resposta da menina a suas tentativas. —, mas parecia haver um laço entre ele e Jamie, que permitia que eles se relacionassem sem problemas apesar da diferença de idades.

- Mesmo assim é melhor prestar atenção. – Ela falou.

- Tá bem. – Jamie respondeu.

- Vamos. – Ela disse por fim.

–––

Riza deixou Jamie na Creche e então dirigiu até o quartel, pensativa. Ela lembrou da expressão ofendida de seu filho e suspirou ao perceber que era muito parecida com a de Roy. Jamie, fisicamente, estava se tornando a cópia do pai a cada dia que se passava.

De tão absorvida em seus pensamentos que estava, Riza mal notou que já havia chegado. Estacionou o carro e subiu para sua sala, encontrou apenas Patrick ao chegar.

- Onde estão os outros? – Perguntou um pouco surpresa.

- Kent chegou irritado e foi tomar um café. – Patrick explicou. – E Adam está de cama.

- O que ele tem? – Ela perguntou.

- Gripe. – O tenente falou. – Ou quem sabe a doença dele foi causada por um certo alguém. – Completou sugestivo.

Riza sorriu cansadamente e então desabou em sua cadeira, colocando o rosto entre as mãos.

- Algo errado? – Patrick perguntou preocupado.

- Não, nada. – Riza respondeu.

- Essa expressão não é uma expressão de nada. – Ele pontuou.

- Foi só um pesadelo que tive na noite passada. – Ela disse séria. – Sobre Ishval.

- Ishval? – Patrick repetiu surpreso. – Você participou daquele massacre?

Riza sacudiu a cabeça afirmando.

- Eles precisavam de atiradores e eu tinha acabado de sair da academia com méritos. – Riza disse. – Você não participou?

Patrick fez um som negando.

- Nessa época eu estava doente. – Ele disse. – Deve ser realmente horrível ter feito parte daquilo.

- Definitivamente era. – Riza concordou.

- E você era tão nova... – Ele acrescentou.

Riza sorriu, mas havia uma sombra em seus olhos.

- Vamos mudar de assunto. – Ela disse e Patrick imediatamente concordou, embora estivesse curioso.

- É melhor começarmos o trabalho, isso sim. – Ele disse. – Já que estamos apenas nós dois hoje.

- O que tem aí? – Ela perguntou encarando a pasta sobre a mesa dele.

- Um incêndio na ala oeste do hospital. – Ele disse.

- Terroristas? – Ela perguntou.

- Eu acho que sim.

–––

Aquela semana também pareceu voar, assim como a semana seguinte e com a mesma velocidade que os dias passavam, a ansiedade de Roy crescia, a saudade rugia dentro de si, exigindo a presença de Riza e de seu filho, e era quase tão insuportável quanto a lembrança da partida de Riza, quatro anos antes.

Mas ao fim daquela semana, Roy andou pelos corredores do Quartel parecendo satisfeito, já havia notificado que iria viajar, iria visitar um amigo que estava doente, na Cidade do Leste, o que não era de todo mentira, já que ele sempre considerou Riza uma amiga, além de outras coisas.

Era a desculpa perfeita para dar para sua esposa, embora ele fosse omitir a que iria para a Cidade do leste. E claro, ele poderia ficar quantos dias quisesse com a desculpa que seu "amigo" pedira.

Entrou em sua sala e sentou-se em sua cadeira de couro, depois fitou o céu através de sua janela. Talvez fosse bom levar algum presente para Jamie. Ele sabia que Riza iria desaprovar seu ato, mas ele queria mimar seu filho — mesmo que o menino não soubesse a relação consangüínea que havia entre eles.

Mas a questão era o que ele deveria comprar para o filho? Ele já dera um brinquedo, não queria que seus presentes fossem repetitivos, ele definitivamente não saberia que roupa comprar para um menino de quatro anos, nem saberia dizer que tamanho iria servir em Jamie, então qual seria o presente perfeito para o filho?

Durante resto da tarde, Roy se concentrou no que deveria comprar para Jamie, e, embora estivesse distraído do trabalho, sentia-se satisfeito — ele agora sabia como era ter uma família de verdade. Ele desejava ardentemente que o tempo passasse mais rápido, agora. Ele queria estar com aquela família que, de certa forma, não o pertencia.

–––

As ruas da Cidade Central já estavam parcialmente escuras quando Roy deixou o Quartel e dirigiu até sua mansão num dos bairros mais nobres da cidade. O portão logo foi aberto e ele adentrou sua "casa", estacionou o carro e subiu imediatamente para seu quarto. Rachel estava sentada diante de sua penteadeira, olhando seu reflexo no espelho enquanto escovava seu cabelo suavemente. Ao perceber a presença do marido, ela se virou e sorriu docemente.

- Boa noite. – Ela disse.

Roy sorriu fracamente. Ele não a amava do jeito que ela gostaria, mas não tinha razões para ser grosseiro com ela todo minuto de sua vida.

- Boa noite. – Ele respondeu.

- Parece de bom humor – Ela comentou, se pondo de pé. – Aconteceu algo no trabalho?

- Não – Roy falou enquanto se livrava da pesada jaqueta azul Royal. – Só estou aliviado por estar em casa.

Com um semblante de satisfação, ela se aproximou dele e tocou seus lábios nos de Roy.

- O jantar já deve estar pronto. – Ela disse.

- Tomarei um banho e depois desço. Pode ir primeiro, se quiser. – Ele respondeu.

- Claro. – Ela disse sorrindo novamente. – Ajudarei Judith a pôr as coisas na mesa.

Roy esperou o barulho dos passos de Rachel diminuir até desaparecerem antes de entrar no banheiro e tomar um merecido banho. Estava sim de bom humor, como Rachel havia pontuado, mas ele sabia que duraria pouco, pois ele contaria naquela mesma noite que iria visitar seu "amigo" e sabia bem demais qual seria a reação de sua esposa.

Ela se irritaria, o irritaria e eles iriam dormir naquela noite chateados um com o outro — algo que frequentemente acontecia desde que se casaram. Era apenas inevitável.

Terminou seu banho, se vestiu e desceu. Rachel estava conversando algo com a empregada, Judith, e fazia gestos com as mãos, e a outra mulher assentia enquanto a ouvia atentamente.

- Está tudo bem aqui? – Roy perguntou.

- Sim. – Rachel respondeu, se virando. – Só estava dizendo para Judith o que fazer amanhã para o desjejum.

Roy sorriu e então se sentou, Rachel imediatamente fez o mesmo, sentando-se de frente para o marido. Logo a empregada estava de volta, carregando uma bandeja com um frango assado que cheirava maravilhosamente bem e que fez o estômago de Roy roncar com expectativa.

Com ansiedade contida, ele cortou a coxa do frango e a colocou em seu prato e depois complementou com o que quer que Judith colocasse sobre a mesa. Cortou um pedaço generoso do frango e colocou na boca, enquanto discretamente observava sua esposa comer tranquilamente, parecendo perdida em pensamentos.

A atmosfera estava tão tranqüila, o que era algo raro nos últimos tempos, mas Roy sabia que teria que arruiná-la. Ele não queria magoar Rachel, não queria que fossem dormir irritados um com o outro naquela noite, mas ele faria o que fosse preciso para voltar à Cidade do Leste.

O resto do jantar transcorreu calmamente, poucas palavras foram trocadas pelos ocupantes da sala, mas nada realmente importante. Quando Rachel pareceu estar satisfeita, Roy limpou a garganta, chamando a atenção de sua esposa.

- Eu preciso conversar com você. – Ele disse sério.

- Algo errado? – Ela perguntou com um semblante de preocupação.

- Não, não exatamente. – Roy disse.

- Como assim 'não exatamente'?

- Eu terei que fazer uma viagem. – Ele disse sem rodeios.

- Viagem?

- Sim, um amigo meu da cidade do Leste está doente e pediu que fosse visitá-lo. – Roy falou. Rachel o encarou, incredulidade estampada em sua face.

- Não faz mais de um mês que você à Cidade do Leste!

- Eu sei, Rachel, mas não posso negar o convite. Ele foi dispensado por alguns meses e precisa se distrair um pouco enquanto está se recuperando e...

- Meses? – Rachel cortou o marido. – Você pretende ficar lá por alguns meses?

- Não, claro que não! – Ele disse já irritado. – Algumas semanas talvez, mas não por muito tempo, afinal, eu tenho minha vida.

- Quando você vai? – Ela perguntou já conformada, Roy agradeceu mentalmente por ela não querer continuar a discussão.

- Em dois dias. – Ele falou.

- Tudo bem. – Ela disse se pondo de pé. – Judith já deve trazer a sobremesa. Vou para o quarto, estou sem apetite. – Após falar, ela se retirou deixando a sala de jantar rapidamente.

Roy se jogou contra as costas da cadeira, e suspirou exasperado.

"Pelo menos," – ele pensou. – "esses dias longe darão a chance dela se acalmar."


03/09/10 - 22h21

N/a: Yaaay, capítulo novo!

Tava com saudades de vocês 3

Bem, vo falar rapidinho porue tenho que dormir, vou viajar amanhã cinco da matina, oi -q

Enfim... Muito obrigado pelo comentários, eu creio que respondi todos, se não tiver, sinto muito :x E como vocês já devem saber, os comentários estimulam os escritores a continuar escrevendo, então, comentem! rs :]

Anyways, me perguntaram no formspring quando eu iria terminar a fic, e, caso não tenh visto lá (quem quer que perguntou), tenho que dizer que não sei exatamente. Quero fazer em média 20 capitulos pois sempre que passa disso eu acabo desistindo de escrever as fics, então significa que estamos mais ou menos na metade, né? :D

Bom, espero que gostem do capítulo, apesar de ser meio filler (:/) e não esqueçam de deixar sua opinião. (Vai! Não dói nada, e é grátis :D )

Boa noite, amores.

Beijos

Liligi

PS.: Incentivo a fazer perguntas nos forms, gente, sempre respondo :] Qualuer curiosidade, dúvida, já sabe onde me encontrar

PS2.: Qualquer erro no capítulo, copie o trecho e mande por MP, tá?

PS3: YAY, capítulo passado recebeu a maior quantidade de reviews, vamos superar essa meta? 8D -qqq


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