Nem pense em clicar aqui. escrita por Jujubas Azuis


Capítulo 6
Capitulo 6




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Não sei onde eu estava com a cabeça quando disse que iria com Bryce para St. Magnes…Acho que em minha atual situação, iria pra qualquer lugar, se fosse para estar ao lado dele. Peguei uma mochila surrada e coloquei roupas e itens indispensáveis nela, sem falar em uma arma. Bryce apareceu, com um boné surrado nas mãos e uma arma no cós da calça.

–Pronta para um ultimo crime?

–Um último crime?

–Sim, precisamos de um carro, e de dinheiro.

Assenti, era meio óbvio.

–Tudo bem, vamos para uma parte nobre de Cato.

Cato era 90% de periferia e 10% de parte nobre, mas fomos pra lá e, em conjunto, como a boa dupla que éramos, logo enquadramos um cara, ele tinha cerca de vinte anos, a aparência que um boyzinho metido costuma ter. Ele abriu o carro e o abordamos, comecei eu, andando como se fosse uma prostituta, disposta a ganhar alguma coisa com ele.

–Olá, docinho.

–Olá…-Miei, tentando ser sedutora.

–E aí? Quer dar uma volta?

–Claro!-Sorri, entrando no carro. Ele dirigiu por duas quadras quando parou no sinal, apontei a arma para sua cabeça e fiz ele parar.

–Chaves, dinheiro e documentos- Rosnei.

Ele ficou assustado, mas colaborou e me entregou o que pedi.

–Saia do carro- Ordenei, e ele saiu correndo, deixando a porta aberta. Bryce entrou e disparou.

Não paramos até dar meia noite, quando fizemos uma pequena pausa para comer e tirar um cochilo. Depois fomos até Laleto, e de Laleto para St. Magnes.

–Onde vamos morar?-Perguntei.

–Em uma fazenda, trabalhando para um senhor rico e sua família. Ele se dispôs a abrigar “irmãos” fugitivos da perigosa cidade de Cato, e ficaremos assim por um ano, para juntarmos dinheiro o suficiente para um apartamento.

–Seremos honestos?

–Sim.

–Mas mentiremos ao dizer que somos irmãos!

–Isso é necessário, Bine, pelo menos por enquanto.

–Tudo bem, então- Suspirei e chegamos na fazenda.

Largamos o carro um tanto longe da propriedade e caminhamos até a casa.

–Martha! Martha!- Gritou alguém- Eles chegaram!

Um senhor de terno e uma mulher loura de vestido se aproximaram.

–Olá, senhores, eu sou Bryce e essa é minha irmã, Bine.

–Que fofa!- Disse a mulher—Trabalhará dentro de casa, e você, menino forte, cuidará dos animais!

–Será ótimo.

–Perfeito.

A mulher me guiou até a casa e foi conversando comigo enquanto Bryce era levado pelo senhor.

–Sua principal função será limpar a casa, cozinhar e cuidar de meu filho.

–Ah, ele é pequeno?

–Sim, Spancer é um garoto, ainda.

–Ele está?

–Não, está na cidade, onde eu e meu marido geralmente ficamos, Spancer fica muito sozinho por aqui. Farás companhia para ele, ok?

–Claro!- Sorri.

***

Dois dias se passaram, e o senhor a senhora foram para a cidade, e o tal de Spancer chegaria. Bryce cuidava dos animais e eu da casa.

Ouvi música alta vinda de um quarto. Provavelmente era Spancer. Segurava uma bandeja de café da manhã, e bati.

–Entre.

Entrei e quase derrubei a bandeja.

–Se assustou?- Ele me lançou um sorriso presunçoso.

–S-sim…Me desculpe, imaginei que era uma criança quando a dona Martha me falou…

–Adoraria brincar de papai e mamãe com você- Ele sorriu, malicioso.

Arfei, e eu achando ruim o Rutendo.

–Brincadeira, mais ou menos…Bem, qual o seu nome?

–B-bine…

–Hmm, lindo nome, e quando anos você tem, Bine?

–Dezoito...

–Hmm, não é tãão novinha assim…

–E você, senhor?

–Não me chame de senhor!- Ele riu- Tenho só vinte e dois anos…

Ele se levantou e tirou a bandeja da minha mão, ficando muito próximo do meu rosto. Engoli em seco, nervosa com a proximidade.

–Vai ser maravilhoso ter você me servindo, Bine....

O resto do dia, ele não me incomodou, e de noite pude ver Bryce. Dormiriamos em uma edícula atrás da casa, e nos encontramos lá. Ele me beijou apaixonadamente e perguntou como foi meu dia…

No outro dia só vi Spancer na hora do almoço, ele sentou-se no sofá e começou a comer.

–Bine!

–Sim, senhor?

–Venha cá!

–Sim, senhor.

Fui até ele.

–O que desejas.

–Sente em meu colo e me alimente.

Estremeci.

–Vamos! Sente-se! Seu trabalho é cuidar de mim...

Bufei, mas sentei. Prometi para Bryce que seria obediente para podermos sair logo dali.

Falando em Bryce, não o vejo faz um bom tempo…

Peguei o garfo e espetei-o na carne, depois, como se Spancer fosse uma criança, dei-lhe a comida na boca. Era humilhante.

Depois, acidentalmente, derrubei um pouco de suco em sua roupa. Ele quase deu um piti.

–Olhe o que você fez! –Reclamou- Estou todo grudento!

–Me desculpe…-Abaixei a cabeça, querendo esganar esse idiota.

–Só resolva isso, sim? Retire minha camisa e me banhe.

Fiquei vermelha.

–Não quero vê-lo nu.

–Quer sim, Bine… Agora, faça o que eu mando ou vou descontar no seu “namoradinho”...

–Namoradinho?

–É-ele sorriu maldoso- Aquele seu irmãozinho… Irmãos…Sei.... Vi alguns beijos bem quentes ontem a noite.

Empalideci. Merda!

–Tudo bem…Faço o que quiser, só não conte aos seus pais, por favor…

–Trato feito, agora, se você está tão desconfortável em me ver sem roupa, entrarei na banheira de espuma e você limpará apenas o meu tórax, braços e cabeça.

As semanas foram passando, e cada dia Spancer era mais audacioso nos seus pedidos, exigindo até que eu passasse uma noite com ele.

–Não.

–Ah, então acho que seu namoradinho será privado de certas coisas...-Comentou.

–Tudo bem, tudo bem! Só não toque em Bryce.

Deitei-me ao seu lado, humilhando-me. Ele beijou-me a força e tirou meu uniforme.

–Não conteste-Sibilou. Não ousei me mover.

Eu não me reconhecia mais. Estava mansa, obediente e permitindo-me ser humilhada, o que deu em mim? E tudo isso apenas para manter Bryce feliz... O que está acontecendo comigo?!

Acordei por gritos de uma mulher. Dona Martha estava no quarto, e não aguentou ao ver eu e seu precioso filhinho dormindo abraçados. Cobri-me com o lençol, apenas de lingerie.

–Não se constranja!- Falou- Você e meu filho são um casal perfeito!

Com essa exclamação, Spancer despertou, e o tarado ainda teve coragem de ficar vermelho.

–Ah, mamãe…

–Não se preocupe, meu filho! Aprovo completamente seu relacionamento com Bine! Vamos comemorar!

Quis chorar! Que relacionamento, tia?

–Mas já vou avisando. Não magoe meu filho. JAMAIS!

Estremeci. Era minha vida que estava em jogo. Minha vida e a vida de Bryce.


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