Nem pense em clicar aqui. escrita por Jujubas Azuis


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Ninguém =[



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Ela não pareceu ofendida com o que eu falei, ela só faz cara de cansada e sai do quarto. Fico olhando para um quarto fofo de garota, acho que eu gostaria disso se eu tivesse sido criada assim, mas eu só recebi morte quando eu era modelada.

Elaboro um plano para o final da noite, eu deixaria meus eletrônicos aqui e sairia sem ser percebida, eu não queria fazer mais escola, eu já sabia de tudo o que eu precisava para continuar de boas, mas NÃOO, a Sally me forçaria a fazer faculdade, arranjar um emprego bom aí ela largaria do meu pé.

– Bine, jantar!!- Sally chama da sala de baixo.

Desço as escadas rapidamente e me sento na mesa de jantar por implicância dela. Sally coloca uma panela pequena de sopa na mesa e me serve, depois a ela.

– Obrigada.- digo.

Como de muito bom gosto aquilo, mesmo porque, a última coisa que eu comi foi aquela merda enlatada que o Rutendo me deu.

– Que fome, eihn?- pergunta Sally sarcasticamente.

– Você não tem ideia.

Encho mais um ou dois pratos, lavo a louça e vou para cama por estar reconfortada com algo quente. Me deixo cair naquele monte de travesseiros e só acordo com a campainha, aproveito a oportunidade, faço um parkur lindo pelo telhado até algo parecido com uma horta, e vejo um cara com um capuz cobrindo o rosto ameaçar Sally com uma faca.

– Ordens do chefe.

Fui rápida o bastante para tirá-la da frente do caminho, mas o cara me acertou com a coisa.

– Mas o que?- ele começa.

– Não é a primeira vez que eu apanho.

Dou um puta soco na cara dele e coloco a mão na ferida, Sally tranca a porta a duas voltas e se vira para mim.

– O que você fez?!!- ela estava muito preocupada.- está doendo?

– Não, não. Eu só levei uma facada no ombro que eu quebrei anteontem, tá doendo pra porra!

Sally tira a fita do cabelo e amarra no meu ombro como um torniquete.

– Entra no carro agora!

Para não gastar energia, faço o que ela pediu e tento achar uma posição confortável, mas não existia.

– Mãe, dá para dar um jeito nisso em casa!- reclamo por estarmos perdendo tempo.

– Para de viver em um conto de fadas onde tudo é fácil!!! Não dá pra dar um jeito nisso em casa e você vai para o hospital.

– E ficar o dia inteiro na fila? O Leen me ensinou primeiro socorros e...

– Não quero ouvir o nome dele!

Calo a boca por ter um certo medo dela, deixo-a me levar para o hospital que por algum milagre não estava cheio e um cara de jaleco branco me atende.

– Cuide dela, eu vou para a delegacia.- Sally me acompanha até uma sala com numero 1323221 e segue um caminho divergente. Por que fuking diabos eu lembrei do número?

O cara corta a manga (e faz uma salada de frutas!!! Konga konga kongá!!!) Como eu disse, Alice, corta a manga do meu pijama e molha um gaze em um trequinho que eu não sei.

– Tente se controlar, senhorita, eu sei que vai doer.

SENHORITA?!! Eu tenho cara de velha para você? Senhorita. Essa raiva ameniza um pouco a dor de um pano entrando no meu ombro pela segunda vez em menos de uma semana. (ai ai, eu adoro meus personagens!)

Cubro a boca com a mão enquanto tento lidar com fogo. Eu sabia que não era, mas parecia muito mais fogo que alcool ou qualquer coisa parecida. Finalmente parou, mas o médico se vira para mim e foi como se me sentenciasse a algo pior que o passado.

Agulha.

Não dê chilique, não dê chilique, NÃO DÊ CILIQUE PORRA!! O cara fez um nó na ponta e a passou na minha pele, doeu menos do que a facada, mas eu imagino o metal entrando e saindo com um desenho HD de pele, a aflição...

Finalmente acaba, cumprimento o médico pela ajuda e ele diz.

– Eu realmente achei que tivesse sido pior, mas você tem bastante músculo, parabéns!!

– Valeu, eu acho...

Encontro com minha mãe do lado de fora.

– Está tudo bem?- ela pergunta.

– Está melhor do que estaria se fosse com você.- rio.

– Deve estar melhor do que se você estivesse em Cato.-Sally olha para os lados para ter certeza que ninguém ouviu isso.- você não devia ter feito isso.

– O que, te salvar? Eu já estou boa de novo.

– Mas e se não estivesse.

– Eu gostava muito mais DELE.

Sally me olha com uma raiva enorme, mas eu rio.

– Eu não falei o nome dele.

– NEHUMA menção a ele.

– O que você acabou de fazer?

Jurei que ela ia me bater, mas pensa duas vezes e se acalma.

– Estou quase desistindo de você e nem se passou um dia...

– Não vou ficar triste se desistir.

Ela me enfia no carro, eu deixaria o plano para amanhã de noite, hoje não dá, com esses caras, eu vou precisar de uma faca e algo preto para camuflagem. Pelo o menos, eu não brilho na luz da lua.

Sally me tranca no quarto, me fala para não sair independente do que acontecesse e se despede com um boa-noite mau-humorado.

Me afundo nos travesseiros e me cubro com o cobertor, respiro fundo tentando sentir o cheiro do mofo como no meu antigo apartamento, mas só sinto o cheiro de limpeza e amaciante.

Fico me sentindo uma pati morando em uma casa tão grande, tendo um carro, não poder sair de casa com o medo de assalto... me lembra outro lugar. ( BRASIL!!! Hu3)

Tento dormir, ajeitando os travesseiros, pegando mais cobertores do armario, mas nada adiantou, no final, durmo de cansaço, não sou acordada por coisas boas, mas por pensamentos horríveis. Eu tive um pesadelo em que eu pegava uma faca enorme na gaveta da cozinha da casa de Sally, ela entrava sorrindo no lugar usando uma camisola branca, se virou para ir para o quintal, eu dei uma facada nas costas dela e fui para fora, lá encontrei Leen arrasado, eu o matei também e acordei pensando em como esconder o corpo.

Torcia para que aquilo não fosse verdade, mas estava mais nitido que sonhos felizes. Por que eu pensei nisso? Eu sempre quis ficar com eles, os dois juntos e os matei em sonho? Droga.

Encaixo a cabeça entre as pernas e fico encarando o chão de madeira brilhante que se tornava ainda mais branca com a luz que entrava pelas janelas. Como eu fui capas de pensar em uma coisa dessas?

– Bine, está tudo bem?- pergunta Sally tentando me reconfortar.- ah, filhota, conta pra mamãe o que aconteceu…

– Foi só um pesadelo, eu tô bem.

– Que bom, eu já fiz sua matrícula no colégio onde eu trabalho, as aulas começam amanhã, é de um jeito que eu não sei se você conhece, aulas só de manhã e de tarde você esta em casa para fazer as coisas que precisar… agressão física é suspensão.-Sally ri ao dizer isso.

Eu não gostava daquilo, nunca gostei estava sendo forçado, eu não escolhi vir para cá, só precisava falar para ela o que eu planejava e ponto.

– Eu venho de Cato e você sabe disso, me devolve para lá ou me deixa sozinha!!

– Isso está fora de negociação.

Vamos fazer um experimento com o ser humano chamado Sally, vou apelidar o projeto de Gorila.

– Eu omiti uma verdade…- digo.

– Que foi?

Na hora de falar, eu engasguei, mas tive certeza que esse era o único jeito de faze-la ficar puta o suficiente para me deixar ir embora. Suspiro e digo.

– Eu que mandei aquela moça matar o Leen. A culpa é minha, mãe, eu juro que eu não…

Ela começou a rir de um jeito que eu só via em filmes de terror.

– É mentira, não é?

– Juro que não, eu só estava com medo de te contar, eu não queria que isso tivesse acontecido…

– Você já pode ser presa, mas isso não será a punição necessária… como você teve coragem?! Ele era seu pai, cuidou de você por todos esses anos, seu pai, Bine, SEU PAI!!! Ele quebrou seu coração a esse ponto?

Eu a encaro enquanto espero por uma reação, eu sabia da verdade, só precisava que ela largasse de mim, só por isso eu fiz isso, ela não se preocupou enquanto Leen estava vivo, não se preocupou em vir me pegar, nem ligou enquanto a Bine de cinco anos via o pai matar alguém depois se afogar em alccol. Eu só queria dar a notícia, mas ela me forçou a fazer algo que eu não queria.

– B, como você pôde?

Não respondo, só pego minha mochila e as coisas que eu tinha deixado fora.

– Achei que você estivesse morta, ele sempre quis estar perto de você, agora está.- digo saindo do quarto.

– Sua filha da puta!

– Repete isso, mãe!

Dou uma risada enquanto pego a rua, feliz por andar de novo. Corro para sair de perto de lá e entro em um albergue diferente depois de pedir o dinheiro de volta, o quarto não era muito diferente, arrumo minhas roupas na mochila, separando entre limpas e sujas, confiro o banheiro e saio para comprar os papeis, no final, eu comprei um bolo enorme de papeis, uma borracha enorme, muitos lápis e alguns carvões, eu parecia uma criança em loja de doces…

Volto para o quarto, mas quando percebo, lá não tem mesa. Droga! Desço para algo que parecia uma cantina, pego uma mesa e começo a desenhar, fiquei sem inspiração no momento, mas segui alguns passos que a Mari me ensinou: Como está? O que isso te lembra? Mais alguma coisa? Abra um pouco mais. Isso. No final, muitas coisas estranhas saíram, eu falo com a moça da recepção assim que vejo um mural.

– Posso colocar um anuncio?

– Claro! O que é?

– É que eu sou uma desenhista e eu quero divulgar meu trabalho…

– Legal! Pode colocar sim.

Ela me entrega um papel e eu escrevo:

Blinky Tincta, vende desenhos por preço de negociação, quarto 25.

Dou mais um trato nos aposentos e vejo que meus eletrônicos ainda estavam comigo, eu queria muito ficar com meu laptop, mas a Sally saberia onde eu estava. Faço uma modificação mostrando que o objeto também estava a venda. Salvo tudo em um pendrive barato e fico esperando a batida na porta que não demorou para acontecer.

Olho pelo olho mágico e vejo um casal.

– Oi, tudo bem?- pergunto.

– Tudo, você pode nos desenhar?- pergunta a moça.

Penso um pouco, era um bom trato.

– Posso pedir para vocês ficarem sentados naquelas mesas da cantina?

– Sim.

Acompanho os dois com uma certa inveja e nostalgia, isso doía muito, ver o que você tanto queria tão perfeito. Por isso, aquele desenho saiu com um ar mais sombrio e foi vendido por um preço razoável, vou para o quarto, tranco a porta e fico brincando com meu cabelo o dia inteiro, próximo passo, arranjar um apartamento e uma renda estáveis, isso vai ser difícil, principalmente sem uma faculdade.

Por hora, peguei um trem para a próxima cidade e procurei uma editora que precisasse de ilustradores, mas antes, com as lições aprendidas, tiro os documento depois de um dia de espera na fila, como todas as pessoas normais, minha foto 3x4 ficou horrível, minha assinatura ficou zoada e aquelas coisas de sempre, pelo o menos, dessa vez daria para eu esfregar na cara do PacMan que eu tinha papeis.

Estava tudo indo como o planejado, eu queria que ficasse assim e ficou. Eu consegui o que eu queria, mas a rotina estragava tudo, final de semana, eu nem acordava, até que teve um dia em que eu ouvi no rádio do escritório, muitas pessoas se juntaram em volta do aparelho para escutar a novidade que quebraria essa merda de rotina na qual eu me coloquei.

Cato negocia compra de cidades vizinhas e tem sucesso, estudos prevêem que em pouco tempo, ele será o estado dominante.

Essa é a minha deixa!

Eu voltaria para lá, como Nikki disse, eu sou uma árvore de Cato, se eu sair daqui, eu morro, na hora eu neguei isso, mas ele só disse a verdade, eu não gostei de mudar meu estilo de vida, nem com Sally, nem comigo mesma, Cato pode até não ter sido algo bom no começo, mas precisava dar certo, precisávamos de pessoas, dinheiro, isso moveria a cidade para frente, mas por enquanto, eu fico em Aitu, agora, eu não posso fazer nada significativo o suficiênte para mudar algo.

– Por que esse intusiasmo, todo, Bine?- pergunta uma moça que acompanhava tudo de perto.- isso não é uma coisa boa.

– Não mesmo,- sorrio.- por isso mesmo esse intusiasmo, poderemos fazer alguma coisa a não ser ficar sentados intrepertando textos e desenhando.

– Achei que você gostasse.- murmura um cara.

– Não estou dizendo o contrario, é que rotina cansa de vez em quando, vocês sabem do que eu estou falando, uma guerra está próxima, todos os preconceituosos das cidades vizinhas contra a nova potência Cato.

– Você fala dos preconcituosos das cidades vizinhas como se você fosse melhor.

– E sou. Vocês conheceram uma menina de Cato que não fez mal nenhum a vocês e se deu bem na vida. Até mais, bocós!

Saio rindo do prédio e tento correr até Cato, mas foi muito tempo parada, eu já aguentei mais.

– Não, Bine,- murmuro entre tentativas de recuperar o ar.- daqui a pouco, você já aguenta uma volta ao mundo.Eu falaria com o Kenny para ajeitar algumas coisas, passo o dia inteiro no meu antigo apartamento que nem estava tão ruim assim, mas depois ando para sua casa, bato muito na porta antes de ele me atender.

– Oi.- digo.

– Entre...

Ele me guia para uma mesa feita para um chá.

– Foram nove meses, né?- ele pergunta.

– Pareceram muito mais.

– Eu sei... a Mari tem uma notícia muito boa para você.

– O que é?

– Vá la dar uma olhada.

Arrasto a cadeira para de baixo da mesa e vou para o quarto dela. Mari estava mexendo no laptop de costas para mim, mostrando algo que eu nunca imaginei que veria de novo. ( Não pensem merda.)

– O que...?

Mari fecha rapidamente o laptop e o esconde de baixo do travesseiro.

– É que você está fazendo aqui?

– Voltei de Laleto e o que você estava vendo ai?

– Nada...

– Vamos, coopera, eu dei uma olhada.

– Não vou deixar.

– Eu posso quebrar sua cabeça.- rio.

– E eu sua moral.

– Tá bom, vem nessa.

Tiro-a do chão e pego o laptop que estava escondido.

– Qual a senha?- pergunto.

– Cade a senhorita fortona?

– Cala a porra da boca e fala a senha.

– EuGostoDeTrens.

– Que coisa horrível.

Deixo-a cair e digito a senha. E abro o e-mail, refazendo a chamada mais recente encerrada, não olhei o e-mail de quem eu estava ligando, só lembro ter visto um rosto familiar.

– Porra, Mari, não enche...- diz.- puta merda, Bine???

Não respondo, só cubro a boca com a mão.

– Onde você está?

– Na China, no meio do mar, na Lua.

– Na minha casa.- grita Mari de fundo.

– Tô indo pra i.

Desligo o computador e encaro a Mari.

– Como...?

– Relaxa, ele vai estar aqui em pouco tempo.

Me jogo na cama e fico imaginando como. Já faz quase oito meses... achei que ele estivesse morto, o Leen falou que era ele ou o outro. Mas foi o Leen. Leen que morreu. Bryce estava vivo.

Eu não sabia se Leen fez a escolha certa, não sabia se ele não queria me ver bravo, mas Runtendo disse que aquele loirinho irritante morreu. Que loirinho irritante?

Tiro isso da cabeça ao ouvir alguém quase derrubar a porta, abro-a e vejo Bryce. Vivo. Era ele.

Pulo em cima dele e dou um abraço nele até meus braços doerem.

– Ei, ei... não é pra fazer purê de mim!

– Vou comer esse purê!

– Deu pra entender outra coisa...

– Não me importo!!!

Ele segura meu rosto e me beija, não me deixando sair de jeito nenhum. Não tento afastá-lo, só me deixo levar.

– Bem fofo, agora se soltem.- diz a esposa do Kenny.

Só para ela não me bater com uma panela, Bryce me solta e eu fiquei olhando para aqueles olhos azuis LINDOOOOOS.

– Lanchinho!!- diz Tina, a esposa do Kenny.

Eu e ele andamos para a mesa, onde tinha um bolo e um monte de tipo de chás. Eu não estava com fome, mas a merda da educação me forçou a aceitar mil fatias de bolo e queimar muito minha língua com o chá quente. Fiquei muito tentada a dizer que isso é só suco de folha e que era completamente desnecessário. Mas, como sempre, educação.

– Você não me respondeu uma coisa.- diz Bryce.- passou no teste?

– Acho que sim, mas isso nem ajuda muita coisa. Agora me faça o favor de responder onde você estava?

– Em casa a muito tempo. E você?

– Fugindo da minha mãe, mas isso não vem ao caso. Como assim? No dia da prova eu faltei mesmo por que eu não queria mais isso e fui dar uma volta em Ladro. Até que o psicopata do seu pai apareceu tentando me matar!

Fico com uma cara triste enquanto lembro do que aconteceu.

– Era você ou ele...

– Sinto muito...

– Não sente não, só está falando isso da boca para fora.

– Ele era meu pai também, algo parecido.

– Acho que o Nikki é melhor que ele... mas eu queria o Leen de volta.

– Não tem como.

É...

– Ei, gente. Que tal um bolo??- pergunta Tina tentando melhorar o clima.

– Chega dessa delicia gelada e macia e gostosa e tudo de bom...

– Quer ou não quer?

– Não, obrigada.

Termino o chá e tiro os pratos da mesa. Me despeço de todos, menos de Bryce, que se recusa totalmente a fazer isso.

– Você vem comigo!!- diz depois de muita implicância.

– Mentira. Tenho que dar um jeito na minha casa!

Já estávamos na rua, estava no meio da tarde, quase chovendo e Bryce e eu. Discutindo para eu ir com ele ou ele comigo.

– Vou com você.

– Tá bom. Mas saiba que eu estou usando a teoria de concordar para o cidadão calar a boa.

– Tudo bem!

Andamos até o mundo de prédios onde eu morava e demora para eu achar a maldita chave. Verifico em todos os lugares até que Bryce teve uma ideia linda, tentar abrir aquela porra. Deu certo...

– Nunca deixe sua porta aberta, Bine!- diz ele tentando me dar uma lição de moral.

– Ficaram abertas por toda a estadia em Laleto e milagrosamente, ninguém entrou.- achei a chave de baixo de uma almofada da cadeira.

– Milagrosamente.

Fecho a porta e cruzo os braços.

– Já que veio aqui, vai me ajudar a arrumar isso daqui.- abro o armário onde eu guardava os coisos de limpeza.- dá um jeito nas portas/ mesas/ sala que eu arrumo o resto.

Ele começa a limpar enquanto eu fico na cadeira observando-o.

– Não vai fazer nada não?

– Já já...

Tento me levantar, mas o cansaço de ter corrido de Laleto até a casa do Kenny e de lá para minha casa me impediu de levantar o braço.

– Por que tem um monte de riscos aqui na porta?- pergunta Bryce.

– Você nunca riscou a parede para ver quanto cresceu quando era menor?

– Nunca tive essa frescura.

– Ei...!

Rio e dou um jeito em casa. Pelo o menos, ninguém entrou nem roubou nada...

No final do dia, eu quase dormia em pé devido a hora que tive que acordar para vir trabalhar e das coisas que aconteceram hoje. Pego um livro qualquer de uma estante que tinha no meu quarto e me jogo no sofá com uma lanterna para ver as letras. Era um livro triste e que deu vontade de chorar, mas Bryce abriu a porta da sala com o cabelo molhado e a roupa reusada.

– Quem te deu permissão para usar meu chuveiro.

– O dia de limpeza que você me fez fazer.

– Bom argumento.

– Que você está lendo?

– Também não sei.

Ele olha a capa e sorri, não fala nada e se senta junto de mim.

– Vai ficar pior.

Pego uma manta num dos mil armários que tem o apartamento e jogo em cima de nós.

– Não vou arrumar a cama.- digo.

– Ok.

Tento dormir, mas fico imaginando o porque de Leen não ter voltado para casa depois de tudo, ele podia ter desistido e fugido para Laleto comigo, mas foi encontrar com seu fim. Não foi justo.

Mas agora eu te pergunto. Algo em Cato é justo?

Oi gente, eu sou a nova coautora desse projeto, meu nome é Jujubas e eu vou dar uma mãozinha para a Alice. Espero que gostem do meu trabalho, esse é um capitulo bem pequenino, mas garanto que é importante,

Beijos,

J.A

Acordei bem cedo. Bryce ainda dormia como um anjo. Me levantei vagarosamente e fui para a cozinha preparar algo para nós. Tinham poucas coisas no armário, mas fiz sanduiches e café para nós. Sacudi Bryce de leve, porque logo o café esfriaria, e seu sabor amargo ia amargar ainda mais.

–Bom dia, Bela Adormecida- Sorri. Não sei como consigo sorrir nestes tempos horríveis. Leen se foi, eu não deveria sorrir.

–Muito engraçado, Bine…Hmm, fez café?

–Sim-Sorri, orgulhosa comigo mesma, definitivamente, tarefas de casa não são para mim....

Ele levou a caneca aos lábios e sorriu.

–Bine…

–Hmm?

–Tenho uma ideia, mas você não vai gostar.

–Fale.

–Por que não vamos embora de Cato?

–Eu já fui pra Laleto!- Exclamei- Não deu certo.

–Mas e se formos para mais longe?

–Pra onde?

–Para Magnes.

–Magnes?

–Sim, lá podíamos ser felizes, Bine, juntos!

–Mas eu não quero ir para Magnes ou para Laleto! Eu quero ficar aqui em Cato e trabalhar em uma gangue, pelo menos por um tempo.

–Bine, pense bem! Poderíamos casar, ter uma família!…

–Bryce, eu não sei se quero me casar...Não ainda.

–Bine, nunca poderemos ter um futuro decente aqui-Rosnou ele- Você sabe disso.

–Eu sei Bryce- Sentei no sofá e abracei meus joelhos- Mas…pode parecer bobo…mas eu quero vingar o Leen.-Abaixei a cabeça.

–Não acho bobo- Ele disse, me abraçando- Só acho que Leen iria querer que você tivesse condições melhores.

–Você tem razão...

Leen pode ter sido um pai meio “diferente”, mas tenho certeza de que ele me amava, e muito.

–Então vai comigo para St. Magnes?

Suspirei.

–Vou.


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