Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 3
Capítulo 3




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Seu olhar se uniu ao dela como se quisesse ler sua alma. A garota não recuou, não se encolheu, era muito decidida em qualquer assunto, estava acostumada com o pai dando chiliques com o trabalho, ela tinha que resolver as coisas de casa, como o supermercado, organizar as contas. Ela era quase uma mini adulta.

— Você é sempre assim? – ele riu – quero dizer, curiosa.

— Na maioria das vezes.

Ouviu-se um barulho de chaves na porta e os dois olharam na mesma direção. Manu vinha carregando algumas sacolas e não pareceu nada contente em ver os dois ali.

Pamela olhou para o irmão, que continuava encarando a namorada, e se afastou um pouco deixando um espaço razoável entre os dois. Só depois disso percebeu que estavam perto o bastante para alimentar o ciúme da Manuela, não que a moça deixasse evidente a dimensão desse sentimento – ou doença.

— Pensei que fosse vir mais tarde – Vicente se levantou indo ao encontro da garota.

Ela continuava com a mesma expressão desconfiada no rosto, os dedos apertavam as alças das sacolinhas com força, fazendo com que os nós ficassem brancos.

— Eu mudei de ideia – respondeu seca – pelo visto em boa hora, não é?

Sussurrou a ultima parte, tomando cuidado para a menina não ouvir. Vicente sorriu sem graça, inclinando-se para beijar a garota, mas ela virou o rosto passando por ele em seguida.

O rapaz fechou os olhos buscando paciência, não acreditava que aquilo estava se repetindo, o ciúme doentio que ela tinha por ele que achava que não tinha mais.

— Parece que já está bem solta com o seu irmão – disse enquanto passava pela menina, indo para a cozinha – mais cedo parecia aquelas garotas nerds e ridiculamente tímidas dos filmes.

Ela riu tentando não parecer tão rude. Pamela ergueu uma das sobrancelhas percebendo o toque de ciúmes nas palavras da garota.

— É, nós vamos passar dois meses juntos, comendo, dormindo, vivendo. Tenho que me soltar você não acha?

Manu parou o que fazia, olhou a lata de extrato ainda suspensa e umedeceu os lábios num típico sinal de raiva.

— Acho. Claro que acho.

Pamela percebeu como a desafiou, não se reconheceu por alguns instantes, mas não era de sua total culpa, as palavras saltaram de sua boca antes mesmo de raciocinar direito.

Colocou uma mecha do cabelo atrás da orelha e sorriu tentando quebrar o clima a sua volta.

— Meninas, vamos cozinhar? – seu irmão falou alto para que elas se desligassem da picuinha que estava prestes a se estabelecer entre as duas – eu pensei em pedir pizza ou um ‘dogão’, mas já que você veio, vamos jantar como pessoas normais.

— Não precisa, eu não estou com fome – Pamela se levantou finalmente.

— Ta bem, guardo um pouco pra mais tarde – ele falou colocando a garrafa em cima do balcão e virou-se para a irmã – pega umas bolachas no armário, conheço bem os adolescentes, besteira sempre querem.

Pamela sorriu abrindo as portas do armário descendo um olhar esquisito da namorada do irmão. Só o rapaz percebeu no momento, antes isso seria até bonitinho da parte dela, bem antes.

A garota foi para o quarto com um saco pela metade.

Vicente caminhou lentamente para trás da namorada, olhou fixamente para o corpo da garota imaginando as coisas que poderiam estariam fazendo agora, era incrível como ficava bem em shorts curtos e blusas coladas, foi assim que a conhecera e não conseguia imaginá-la de outra forma.

Tocou sua cintura deslizando-a por sua barriga, sentindo a rigidez de seus músculos, o peito desnudo de Vicente tocou suas costas, ele se abaixou até sua boca alcançar o lóbulo da moçam seus lábios o capturaram deslizando lentamente por ele.

— Para – ela disse tentando livrar-se das mãos do namorado. Ele a virou bruscamente aproximando ao máximo seus corpos – eu mandei parar, Vicente.

Ele não parou, continuou insistindo, distribuindo beijos por seu pescoço e colo na tentativa de fazê-la ceder, mas Manuela estava intrigada com a cena que vira pouco antes e aquilo a sufocava.

— Eu não quero – o empurrou fazendo-o encostar-se ao balcão novamente – que saco.

Vicente suspirou passando a mão no cabelo tinha suas necessidades de homem.

— O que foi agora, Manu? – perguntou ríspido – não me vai dizer que ficou com ciúmes da minha irmã.

— Se eu disser que sim? – ela cruzou os braços sustentando seu olhar.

O rapaz balançou a cabeça negativamente e foi até a geladeira.

— Você é doente – pegou mais uma garrafa.

— Quando você tinha ciúmes do Jorge eu tinha que aceitar, agora quando o jogo vira, a errada sou eu – comentou voltando a tirar o frango da embalagem – é incrível como você é coerente, Vicente.

— Para de falar merda, a garota é minha irmã, o Jorge é seu ex-noivo.

Manuela soltou novamente a embalagem dentro da pia, com mais força agora.

— Então eu continuo sendo errada, é isso? – gritou fazendo gestos escandalosos com os braços.

Pamela ouvia toda a briga do quarto, sentia-se envergonhada por ser o motivo, sua cunhada parecia ser tão boa e ela a provocara minutos antes. Era errado.

Mas era mais errado se sentir culpada. Começava a travar uma luta interna sobre o que era certo e errado, as palavras da garota começavam a ser mais ofensivas a seu irmão, Pamela não sabia o que fazer, sentia-se de volta a sua casa, quando seu pai discutia com a esposa anterior à Carla, chegando a até mesmo agredi-la fisicamente.

Na cozinha o clima continuava tenso, Vicente tentava ignorar os comentários da namorada, que insistia em reviver brigas do passado, coisas que aconteceram até mesmo antes de namorarem, como amigas da faculdade que davam em cima dele descaradamente. O homem mostrava ter uma paciência divina, mas a verdade era que queria esganá-la por tudo aquilo e mais outros motivos, o mais forte eram suas amigas. As cobras que viviam inventando fofoca sobre ele, como quando viajou a trabalho para São Paulo, as elas disseram que o viram numa boate beijando uma garota mais nova. Era de arrancar os cabelos, e ela sempre acreditava.

— Bem que as minhas amigas disseram que quando a Pamela chegasse você esqueceria-se da minha existência – cuspiu as palavras indo até ele na sala – elas sempre têm razão.

— Claro, porque em mim você não confia – ele riu – está cagando para o que eu digo, mas aquelas vadias, ah, nelas você confia.

— Não fala assim delas – se pôs na frente dele irritada.

— Falo! Falo porque é isso que elas são três vadias que vivem dando em cima de mim quando você, sendo burra não está perto...

Um estalo alto foi ouvido.

Vicente pôs a mão no rosto sentindo arder o local, olhou para a garota e sorriu.

— Vai fazer o que? Bater-me que nem o seu pai fazia com a ex-mulher?

— Cala a sua boca! – gritou segurando-a pelos pulsos.

Pamela, que ouvira o tapa dado pela garota, correu para a sala tentando impedir que aquilo piorasse. Assim que viu o irmão segurando a namorada pelos pulsos, ela congelou, por alguns segundos pensou que ele iria agredi-la, seus olhos pareciam negros, seu maxilar travado denunciava o ódio que sentia naquele momento, mas foi só ver a garotinha parada na porta da sala que toda aquela raiva pareceu sumir. Vicente soltou os pulsos da garota, que ainda assustada pegou a bolsa em cima do sofá, virando-se para falar uma ultima coisa.

— É melhor nos falarmos depois.

— Some da minha frente, porra! – gritou apoiando segurando-se no sofá, colocando a cabeça entre os braços.

Manuela caminhou apressada para a porta, esbarrando no ombro da menina com força. Pamela não fez nada, apenas caminhou lentamente até o irmão que tentava se acalmar.

Ele ergueu a cabeça encontrando o rosto pálido da menina, sentiu-se imundo por tê-la feito presenciar uma discussão dessas, ela não merecia isso logo no primeiro dia ali.

Pamela se aproximou ainda mais do rapaz, tocando delicadamente seu rosto. Vicente fechou os olhos com aquilo, a pele fria da menina fazia o rapaz sentir uma sensação estranha um nó se formando na garganta, uma agonia diferente.

— Me desculpe – pediu a menina fazendo o irmão abrir os olhos.

— Não é culpa sua. Minha relação com a Manu já estava desgastada há um tempo – ela torceu a boca imaginando o que falar – vamos pedir comida, já que ninguém aqui sabe cozinhar.

Terminou tentando desanuviar o ambiente, Pamela se sentiu mais segura, não estava acostumada com esse tipo de coisa.

— Eu sei cozinhar, só não garanto que saia bom – ele ergueu a sobrancelha intrigado.

— Melhor pedir alguma coisa, intoxicação alimentar não vai rolar.

— Para, seu idiota – falou rindo dando um tapinha em seu ombro.

Vicente riu encarando a menina, pelo que sua madrasta disse era raro vê-la sorrir espontaneamente e ele gostou daquilo, sua boca ficava ainda mais linda curvada num sorriso, suas maçãs subiam deixando-a ainda mais graciosa. Por um momento se sentiu extremamente atraído, uma súbita vontade de acaricia-la tomou conta dele, mas logo desapareceu com o rubor de seu rosto envergonhado. Ela havia percebido seu olhar de predador.

Lembrou-se de uma coisa que Manu dissera durante a briga: Você olha pra ela como se fosse algo precioso.

Na verdade ela era muito preciosa para ele, mas não esse o sentido da frase.

Ela é realmente preciosa, e linda. Pensou ainda observando-a.

— Droga! – praguejou alto, atraindo o olhar curioso de Pamela.


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Notas finais do capítulo

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