Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 2
Capítulo 2




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Quando os três chegaram ao apartamento foram logo atacando a comida. Pamela estava faminta, pouco se importou em “comer como uma mocinha”. Enfiava garfadas gigantes e ria das piadas do irmão, ele já parecia mais confortável com sua presença, na verdade ambos estavam à vontade. Manu a todo o momento perguntava como era a vida no frio de matar, a menina achava divertido o modo como ela fazia as perguntas, algumas até intimas, mas não pareciam tão assustadoras no momento, mesmo com a presença de um homem.

Por alguma razão ela não conseguia ficar muito tempo sem olhá-lo, seu sorriso amplo era como um ímã para seus olhos, mas sempre desviava o olhar quando percebia que ficara encarando por muito tempo, ela mais do que ninguém, sabia o quão inconveniente é ser encarado por alguém que mal conhece.

— Preciso de um banho – comentou se levantando segurando seu prato.

Sua cunhada arrumava todos na pia para lavar depois, seu irmão comia uma maçã, ainda sentado à mesa.

— Vou colocar suas malas no meu quarto para não ficarem no meio da sala – Vicente comentou se levantando e caminhando até a menina que pegava suas coisas na mala menor.

Ela se afastou para deixa-lo pegar a outra, em seguida caminhou para o banheiro. Seu banho não demorou muito, seu corpo começava a reclamar da viagem e de toda essa movimentação.

Saiu usando seu pijama e os cabelos amarrados num rabo de cavalo, olhou para a sala e não viu ninguém, caminhou até a cozinha e também estava vazia, deslizou os dedos no balcão e olhou em volta, suspirou imaginando a animação do pai com a viagem, uma hora dessas deviam estar se preparando. Olhou no relógio perto da geladeira, 15h17min – com certeza estavam – pensou.

— A Manu teve que ir para casa, pediu desculpas por não poder se despedir – seu irmão apareceu cortando seus pensamentos.

Ela sorriu de lado, inconscientemente.

— Tudo bem, eu entendo – disse mexendo nos dedos sem coragem para encará-lo, estavam sozinhos e isso fazia uma enorme diferença.

— Pam, não precisa ficar com vergonha de mim, eu sou seu irmão – ele disse se sentando no sofá ali na sala – senta aqui, tá passando um filme legal agora.

A garota caminhou um pouco vergonhosa até o rapaz e se sentou afastada. Seus olhos grudaram nos dele por alguns segundos, o suficiente para sentir um formigamento pelo corpo, ele era bem bonito para ser seu irmão.

Irmãos não podem ser bonitos assim - Pensou virando a cabeça para a televisão.

— Como era a sua vida com o papai? – perguntou pouco depois de colocar no canal certo.

Ela riu sem graça.

— Parecia que eu morava sozinha, ele sempre estava ocupado com os negócios então eu ficava estudando ou lendo – disse virando-se para ele.

Vicente ouvia atentamente, mas já sabia que era assim, quando ele dependia e ainda morava com o pai, sempre ficava sozinho, só mudou um pouco quando a Pamela chegou, aquela criança tão linda e inocente e que agora estava ali diante dos seus olhos, ainda mais linda.

— E suas amigas?

— Ah, elas iam lá às vezes, eu não gosto muito quando elas vão lá, parece que as paredes têm ouvidos. Mas eu gosto de sair com elas, principalmente com o Gustavo, ele me faz rir só em abrir a boca – sorriu ao se lembrar das palhaçadas do garoto.

— Tinha que ter visto os seus olhos brilhando quando falou dele – sorriu com ela – para onde ele foi?

— Não sei, por falar nisso eu tenho que ligar para ele – respondeu olhando para a janela, o tempo parecia que ia mudar.

Seu irmão começou a pular os canais impaciente, o filme demoraria pra começar ainda. Se tinha uma coisa que ele odiava fazer era ficar esperando algo, como um bom publicitário ele gostava de coisas feitas no prazo. Ele parou num canal qualquer onde passava um programa que abordava temas polêmicos, aumentou o volume para ouvir melhor.

“... e por ainda ser visto como algo errado, quando alguém diz que já beijou ou mantém relações com um membro da família ainda gera toda essa polêmica...”

Trocou de canal fazendo a menina o olhar irritada. Gostava daquele programa.

— Porque mudou? – perguntou se sentando mais perto.

— Não gosto de ver debates sobre incesto, as pessoas se prendem à religião em todos os argumentos. Sim, eu acho supernormal isso acontecer, eu pegaria a minha irmã numa boa – ele congelou ao perceber o que tinha dito, olhou para a menina e ela estava encarando-o com os olhos arregalados – quer dizer, se eu não tivesse namorada... mas não to dizendo que eu daria em cima de você, quer dizer, você é mais nova...

— Tudo bem, eu já entendi – disse erguendo a mão para que ele parasse de falar – eu acho que vou descansar um pouco.

— Ah, nós precisamos conversar sobre isso – ela o olhou novamente – como aqui só tem um quarto, eu vou dormir no sofá e você fica com a cama, só até eu comprar um sofá-cama.

Ela parou para pensar, seu irmão tinha razão, só havia um quarto na casa e com certeza ele não ficaria na mesma cama que ela.

Ah, por favor, pare de pensar besteira. Disse para si mesma mentalmente.

Foi para o quarto de Vicente e se sentou na cama imaginando o quão longos seriam esses meses ali, sabia que estava atrapalhando, afinal, esse seria o fim de semana do casal. Pelo menos era o que ela pensava.

Vicente estava na cozinha agora, pegava uma cerveja na geladeira enquanto tentava ligar para a namorada, era a segunda vez que tentava e não dava em nada, ela estava irritada com a situação, mesmo que não dissesse. Manuela não era muito de expor o que sentia, preferia ficar calada e deixar aquilo a corroer até chegar o ponto em que não consiguir mais aguentar. Era um ponto negativo em sua relação, o rapaz nunca sabia o que ela sentia de verdade, tinha que aprender com os sinais que a garota dava, e não atender ligações era o mais corriqueiro.

[...]

Algumas horas depois da irmã ter ido dormir, Vicente estava na sacada do apartamento olhando o mar – sim, ele havia conseguido alugar o lugar bem ali, foi o ultimo, mas conseguiu. Isso explicava o motivo de ser tão pequeno.

Ainda era sábado e ele não sabia o que faria, a vinda surpresa de sua irmã fez com que seus planos rolassem escada a baixo. Mas não culparia a menina, ela era apenas um fantoche do seu pai para irritá-lo, se perguntava como a Carla suportava conviver com aquele homem desprezível. Ele não sabia o que era amor nem a verdadeira felicidade, a mais bonita de todas.

Bebericou mais uma vez a cerveja. Seus pensamentos foram para a Manu, ela estava tão feliz que finalmente conseguira folga para ficar com o namorado durante o fim de semana, mas ao mesmo tempo ele pensou na irmã, não seria egoísta com a garota, a pobre não tinha para onde ir.

— Vicente! – ouviu seu nome ser chamado. Saiu da sacada entrando na sala, Pamela segurava seu celular com as duas mãos.

A menina sorriu.

— A Manu ligou, disse que vem para cá – entregou o aparelho para ele.

— O Que mais ela disse? – perguntou olhando para a tela.

— Nada.

— E você, está melhor? – ela assentiu animada.

Vicente bebeu mais um pouco e se sentou no sofá, a menina foi para a cozinha beber água. Ainda era meio estranho para ela ficar no mesmo ambiente que o irmão mais velho – irmão esse que quase nunca ela via depois que ele viera morar no Rio. Ele sempre a tratou com carinho, nunca deixou que faltasse nada, mas algumas vezes ela já notara a distância na proximidade. Pegou uma caixinha de suco e voltou para a sala, ele estava sem camisa e usando uma bermuda fina. Por um momento ela olhou para o próprio corpo, aquele vestido violeta um pouco grosso para a cidade escondia seu corpo pequeno e pouco atraente, esticou a mão direita notando sua cor pálida, em seguida olhou novamente para o homem, que agora a encarava divertido.

— Algum problema com sua mão? – perguntou apoiando a garrafa na perna.

Pamela se sentou a seu lado e olhou fundo em seus olhos.

— Porque somos tão diferentes?

Aquilo o pegou de surpresa, nem ele mesmo sabia o que responder. Mas Pamela era muito observadora, estava na cara que uma hora ou outra ia perceber.

— Somos filhos de mães diferentes, claro que não somos parecidos.

— Eu sei, mas não temos absolutamente nada em comum, fisicamente.

Ele suspirou pesadamente.

Seu olhar se uniu ao dela como se quisesse ler sua alma. A garota não recuou, não se encolheu, era muito decidida em qualquer assunto, estava acostumada com o pai dando chiliques com o trabalho, ela tinha que resolver as coisas de casa, como o supermercado, organizar as contas. Ela era quase uma mini adulta.

— Você é sempre assim? – ele riu – quero dizer, curiosa.

— Na maioria das vezes.

Ouviu-se um barulho de chaves na porta e os dois olharam na mesma direção. Manu vinha carregando algumas sacolas e não pareceu nada contente em ver os dois ali.


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