Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não foi minha culpa, eu juro de mindinho. Aconteceu o seguinte, o pc estava quebrado, bloqueei a net e tals, e quando ele voltou eu desbloqueei, só que a infeliz da empresa bloqueou novamente a minha caralh* aí eu fiquei todo esse - sem créditos - e achando que era algum problema na torre. Bem, hoje eu resolvi o problema depois de uma discussão calorosa com a atendente 'maleducada'.
Me perdoem T.T
Aproveitem :3



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— Eu vou buscar você Pam, eu prometo – Vicente disse para si mesmo enquanto parava com o carro na frente do condomínio onde o pai estava morando.

Ele iria lutar por ela, começando naquele instante.

Apertou o volante com força criando coragem para seguir adiante, seu pai havia acabado de sair, provavelmente apenas Carla estava na casa com a menina, assim seria mais fácil vê-la.

Abriu a porta saindo com o celular nas mãos, estava apresentável novamente, depois dos gritos de horror de Camila sobre o quão destruído ele estava, Vicente voltou com sua vaidade de sempre. Diminuiu um pouco a barba, arrumou o cabelo, tomou um bom banho e passou o perfume que sua menina tanto gostava. Estava pronto para ela novamente. Suas mãos tremiam de nervosismo como as de um adolescente indo ver a namorada na casa dos pais, por mais que quisesse que fosse isso o que estava indo fazer, não era, aquilo era ainda pior. Pamela foi arrancada dos seus braços de uma hora para outra e a saudade esmagava seu peito a cada lembrança sua.

E para piorar, tinha Ana, a mulher surtou quando soube que Sérgio havia levado a menina da casa de Vicente, justo quando ele decidira contar toda a verdade. Chegou a dizer que iria até a casa para pegar a filha, assim ela já descobriria toda a verdade, que o tão adorado pai mentiu durante todos esses anos, que ela não havia morrido coisa nenhuma, tudo não passou de um teatro para enganá-la. Disso nem Vicente sabia, sempre pensou que Ana havia apenas sobrevivido ao acidente, mas nem acidente teve nessa história. A raiva que sentia do pai só cresceu ainda mais.

Voltou a concentrar-se no que ia fazer, só Pamela importava agora.

Os dois guardas abriram o portão para ele entrar, resolveu deixar o carro do lado de fora para evitar que Carla ouvisse alguma coisa, aquele era seu ataque surpresa, entraria na casa, perguntaria pela menina e subiria até seu quarto.

Fez uma careta repassando o plano de Camila, não parecia tão bom agora que estava tão perto. Deveria ter pensado nisso antes, ela não era muito boa com idéias surpresa. Balançou a cabeça procurando por outro, nada vinha, era hora de improvisar.

— Qual a casa do Sérgio de Carvalho? – perguntou a uma garota que passava por ele – acabou de se mudar.

— É ali – apontou para uma casa de onde uma empregada saía.

— Obrigado – tentou sorrir em agradecimento. A moça assentiu retomando sua caminhada matinal.

Expulsou o ar de seus pulmões e seguiu na direção da tal casa, a empregada agora retornava para dentro. Vicente olhou para trás certificando-se de que seu pai não estava por perto, viu apenas os guardas então continuou seu caminho pela calçada. Tudo era muito bem cuidado por ali, claro que era seu pai tinha dessas coisas, um perfeccionista com tudo o que conseguia com seu dinheiro.

Pamela trançava seu cabelo olhando seu reflexo no espelho do banheiro, tentava sorrir para disfarçar o que sentia, depois da longa conversa com a madrasta essa manhã ela percebeu que seu pai só iria esquecer aquilo –como sempre fazia com qualquer outro assunto- se ela fingisse não se importar mais. Por mais que gostasse de Carla, sentia falta da mãe, talvez ela conseguisse mudar tudo aquilo, dar um jeito na tristeza da menina como a maioria das mães faz, cuida de seus filhos nos momentos ruins e nos ainda piores.

Sua mãe. Fazia tempo que não pensava nela dessa forma, a doce Ana que aparecia nos vídeos de seu pai, buscou alguma semelhança com ela no espelho, além da marca de nascença no braço esquerdo, é claro. Os olhos, as maçãs do rosto, os lábios, era apenas isso que conseguia identificar, talvez houvesse mais algumas que seu pai nunca lhe contou, e nem Vicente.

— Porque você não dá um sinal, Vicente? – suspirou apoiando-se no mármore. Como sempre, qualquer pensamento que tivesse acabaria nele.

Bateu os dedos na peça, virou-se para o quarto e seguiu até a cômoda apanhando um elástico para prender a trança. Tudo estava tão monótono em sua vida, parecia que tudo havia parado de uma hora para outra.

Como é possível? – perguntou-se sentando na cama.

Na calçada Vicente se fazia essa mesma pergunta, havia se apaixonado por Manuela um dia, mas nada comparado ao que sentia pela própria irmã, seu pequeno pecado, o mais doce de todos que pudesse existir para ele. Um dia enquanto ela dormia, passou alguns minutos observando suas feições, parecia mais um anjo que caíra e seus braços, com aqueles olhos grandes e curiosos, as mãos pequenas, o cabelo, o cheiro dela. Estava completamente apaixonado, mais do que imaginava.

Ergueu o braço tocando o interfone da casa, rezou para que a esposa de seu pai não estivesse por ali, seria o seu fim.

Alô – uma mulher com sotaque atendeu após alguns segundos.

— Oi, é, eu queria falar com a Pamela.

E quem é que quer falar com a menina? – Vicente identificou de onde era o tal sotaque. Ceará.

— Gustavo, um amigo dela.

Mentir às vezes era necessário, por mais que ele fosse contra esse tipo de conduta.

Olhe moço, ela tá de castigo, não sei se pode receber visita. Vou perguntar a dona da casa.

Ele suspirou mais uma vez, estava sendo mais dificil do que pensava. Esperou por algum tempo, imaginou que a mulher estivesse longe.

Quem dera nem estivesse em casa – pensou olhando ao redor.

A porta se abriu, para a surpresa de Vicente, a empregada baixinha deu passagem acenando com a cabeça. Era a hora.

Deu um sorriso mínimo ao passar por ela na entrada, a casa era muito bem decorada, apesar de ter um ou duas caixas no canto, parecia que tudo já estava em seu devido lugar. Não havia ninguém na sala, o que lhe foi de grande alívio. Ouviu passos na escada, seu coração acelerou à medida que via as pernas pequenas de Pamela, seu rosto se iluminou no primeiro sorriso verdadeiro do dia, mal podia acreditar que ali estava a sua menina.

Pamela mantinha a cabeça baixa, quando Carla disse que tinha visita uma chama de esperança cresceu dentro dela, mas logo se apagou ao saber que era Gustavo. Não que ela não estivesse contente em ver um amigo, mas não era bem ele quem queria ver realmente. Desceu a passos lentos a escada respirando normalmente, sua madrasta provavelmente vinha logo em seguida para rever o garoto.

— Pamela – ouviu um sussurro.

Vicente estava parado no pé da escada, não sabia se ria ou se chorava de felicidade em ver seu pequeno anjo.

— Você veio – ela disse correndo em sua direção.

Tudo sumiu, o tempo parou e agora só havia os dois, presos um ao outro num abraço carregado de saudade. Vicente apertou a menina em seus braços sentindo cada parte do seu corpo no dele, deslizou as mãos por suas costas espalhando uma onda de calor e paz pelo interior da garota, desejou que nunca mais se afastassem um centímetro sequer, e ela queria o mesmo. Pamela levantou a cabeça olhando profundamente em seus olhos castanhos, foi como se estivesse despertando de um pesadelo, correu os dedos por sua face até seus lábios.

— Eu sempre virei pra você – murmurou com os olhos fechados sentindo o toque da menina.

O rapaz segurou sua mão entrelaçando os dedos nos dela e deslizando-os lentamente. Não haviam se afastado ainda, nem queriam, aquela proximidade era maravilhosa.

— Eu te amo – a menina falou depositando um beijo em seu peito.

— Eu te amo – sussurrou roçando seu nariz no dela - não sabe o quanto senti sua falta.

Pamela mordeu seu lábio.

— Pareceu uma eternidade – ele assentiu afastando seu rosto.

Os polegares de Vicente afagaram as bochechas – agora rosadas – da menina, olhava para cada parte de seu rosto como quisesse memorizar tudo novamente, podiam ficar ali para sempre se encarando que nada os abalaria. Então ele a beijou, o beijo que toda garota sonha em receber, deixaram por alguns segundos todas as preocupações de lado naquele pequeno carinho.

— Hum – ele se afastou – como isso é bom.

Pamela riu segurando suas mãos. Notou a sala vazia, a empregada devia estar na cozinha novamente. Uma idéia maluca atravessou sua mente.

— A Celma está na cozinha – sussurrou olhando para trás – vem.

— O que? – perguntou confuso impedindo-a de arrastá-lo.

Ela apertou sua mão voltando para beijá-lo.

— O nosso pai só chega meio-dia e a Carla está fazendo a unha lá no quarto – ele ergueu a sobrancelha – vem logo Vicente, você nunca foi adolescente?

A garota sorria travessa, queria levá-lo para o quarto para aproveitar o tempo que tinham. Ele parou novamente puxando-a levemente.

— Pam, é melhor não – disse segurando seu queixo – se alguém me ver no seu quarto podem chamar a polícia, não esquece que o papai já me ameaçou uma vez. Não temos muito mais que trinta segundos.

— Mas-

— Não. Temos que fazer do jeito certo – sem se precipitar, tinham que ir com calma, sem ninguém saber que se encontraram ali – meu amor, eu sei que está sendo difícil ficar longe, mas a Camila vai nos ajudar.

— Você promete? – ele engoliu em seco lembrando-se do passado, mas dessa vez era diferente.

— Por todo o meu amor.

Tomou-a novamente em seus braços selando os lábios nos seus, por mais que se beijassem nunca seria o suficiente, necessitavam saber que se pertenciam. A língua de Vicente tocou a sua causando-lhe sensações conhecidas, tão boas que a garota sabia como nomeá-las. Espetaculares, como tudo nele, inclusive seus defeitos.

— Quando vou te ver? – perguntou acariciando seu braço enquanto fitava sua íris.

— Mais cedo do que imagina – sorriu tocando seu nariz.

Estendeu a mão para ela xingando-se internamente por não ter aceitado o convite para fazer aquela loucura, queria tanto ter mais um pouco de Pamela.

A garota caminhou com ele até a porta, nem ligava mais se alguém os visse juntos, estava em êxtase com tudo aquilo, sentir os lábios dele nos seus novamente recarregou todas as energias para continuar lutando, com a ajuda de Camila agora, o que era ainda mais esperançoso.

— Até breve, minha pequena criminosa – disse dando um ultimo beijo nela, molhado e carregado de sentimentos. Do jeito que a menina gostava.

— Até breve – sorriu esperando ele se virar para fechar a porta

[...]

Estava radiante, a visita do amante a fez sorrir para as paredes novamente.

Estava deitada na cama fitando o teto e sorrindo como uma boba, agora com a ajuda de Camila seria mais fácil, do jeito que era louca não se assustaria se entrasse por aquela porta arrastando Vicente e armando um escândalo com seu pai. Lembrou-se do susto ao vê-lo de pé na sala minutos atrás, foi tão inesperado, romântico, tão... Vicente. Estavam parecendo duas ratazanas roubando queijo.

— Não me lembro de ter visto você suspirar – assustou-se saltando na cama para ficar sentada.

Carla estava a poucos metros da cama observando-a, mal sabia o que havia acontecido debaixo do seu nariz. Por um momento a menina sentiu-se mal por estar fazendo-a de idiota, mas era um mal necessário para todos.

— Eu não tinha motivos para isso – comentou afastando o cabelo do pescoço.

— Foi o Gustavo que te deixou tão feliz? – quis saber, sentando-se na cama – ele deve ser um ótimo amigo pra conseguir te tirar daquela fossa.

Mordeu o lábio para conter o sorriso.

— Ele é sim – que bela mentirosa estava se saindo – disse que volta em breve. Obrigada por deixá-lo entrar.

— Imagine. Gosto muito dele, seria até bom que vocês se aproximassem mais nesse momento – apertou seu nariz fazendo-a rir.

— Não sabe o quanto eu queria, mas o meu pai não está muito flexível.

Ela se aproximou mais um pouco.

— Ora, eu falo com ele. Aposto que vai adorar se ouvir esse pedido saindo da sua boca – Pamela balançou a cabeça negativamente –ah Pamela, ta na hora dos dois pararem com essa birra, almoça conosco, fala de como foi bom ver seu amigo, pergunta a seu pai como foi sua manhã.

— Não é tão simples fingir que não está acontecendo nada.

— E quem disse que seria?

É ela tinha razão, por mais errado que seu pai estivesse sendo com ela, manter-se afastada talvez piorasse, sem contar que também o amava, queria conversar com ele como uma filha e não como inimiga.

O celular de Carla tocou uma vez, Pamela sorriu para ela enquanto a mulher se levantava para atender. Cada um com seus problemas para resolver. Jogou-se novamente na cama esperando a hora do almoço – que não demorou muito.

Seu pai chegou no meio da refeição, como sempre acontecia, então a menina nem se importou muito. Quando desceu fez questão de dizer o quanto estava feliz em vê-la na mesa com a família, tentou falar sobre o filho, mas a esposa interrompeu apontando para a gora, entendendo o recado ele mudou de assunto. Carla mencionou a vinda de Gustavo, e como esperado ele ficou radiante, via o garoto como um futuro genro naquele instante, melhor do que vê-la com o irmão, ele pensava. Decidiu que o convidaria para passar uma tarde com a menina, quem sabe ela ficasse mais feliz e esquecesse tudo, Pamela apenas deu de ombros perguntando o que ele fez durante amanhã inteira, e para sua surpresa ele estava fechando um contrato coma agencia de publicidade rival da de Vicente. Iria enfrentá-lo de todos os modos, a vontade da garota foi bater na mesa e gritar sobre quão infantil era sua postura.

Depois daquela tortura a garota foi para o quarto, ligou a TV e assistiu filmes até pegar no sono. Quando acordou já era quase hora do jantar, resmungou algo sobre ninguém acordá-la e correu para o banho, ficou debaixo do chuveiro por mais tempo do que queria, a água morna relaxou todos os seus músculos para mais uma refeição com o pai, ouvindo como ele estava feliz com o novo negocio no Rio, que iria abocanhar todos os clientes dos rivais, uma verdadeira tortura. Se ela não estivesse preparada para isso, sairia correndo para a casa de Vicente na primeira oportunidade. Se bem que para segurá-la ali eles só tinham usado a palavra, ainda podia sair de casa escondido, não ligava para mesada caso cortassem, mas ainda podia mandar seu irmão para a cadeia.

Balançou a cabeça jogando o cabelo molhado para trás, vestiu o vestido que usou no dia da Lapa, lhe trazia tantas lembranças, engraçadas, embaraçosas, ruins. Riu passando a mão para alinhá-lo ao corpo. Abriu a porta do quarto indo diretamente para a sala de jantar, ouviu vozes vindas de lá, pareciam se divertir com alguma coisa. Só esperava que não fosse algum novo amigo do pai. Assim que chegou congelou no mesmo lugar.

— Camila?

A moça abriu um sorriso ainda maior e ergueu o copo de suco em sua direção.

— Pampers, me convidei para jantar – seu pai e sua madrasta riram – feliz em me ver?

Pamela arregalou os olhos tentando pensar em algo, pelo jeito que Vicente falou parecia que a garota só apareceria ali no dia seguinte, mandando recado, batendo à porta ou qualquer outra coisa que as pessoas normais fazem quando vão visitar um amigo. Pelo que via ali, ela já estava conversando com seu pai há algum tempo, sabe Deus sobre o que. A menina tentou não imaginar coisas, mas era quase impossível, era a Camila diante dos seus olhos.

— Claro você não avisou que vinha – disse incerta aproximando-se mais um pouco.

— Eu estava falando a ela sobre a visita do Gustavo essa manhã – a menina sentou ao lado de Camila enquanto a madrasta falava – queria tanto vê-lo.

A moça riu afastando os cabelos de Pamela dos olhos.

— Tenho certeza que ele também estava ansioso em vê-la – tomou mais um gole da bebida – mas ele teve que pedir ajuda a uma amiga, tem planos para o final de semana.

A garota estava espantada coma desenvoltura da outra, parecia até parte da família, ria com a mulher e puxava assunto com seu pai com tanta facilidade, coisa que Pamela nunca conseguiria fazer com um estranho. Por mais incrível que parecesse eles não faziam cara feia para o cabelo vermelho de Camila, o que provava seu poder de persuasão fora do comum.

— Mas me digam, como as duas se conheceram? – Sérgio quis saber.

Camila terminou de mastigar e olhou para Pamela sorrindo como uma psicopata.

— Foi numa festa na Lapa, ela estava com o irmão, mas ele a deixou sozinha para procurar a namorada, aí o Guto a achou na multidão e a adotamos por algumas horas. Acredita que o Vicente a deixouela beber?

— Camila! – protestou horrorizada com a cara de pau da garota.

Como podia mentir tão descaradamente sem hesitar? Ela não tem consciência de nada?

— Cala a boquinha, Pam – falou passando a mão em seu rosto até tapar sua boca. A garota tirou sua mão dali furiosa. – ela não gosta quando eu falo do irmão, mas ele é um idiota possessivo.

Seu pai olhou para a esposa dando um suspiro de cumplicidade.

— Viu? Não somos só nós que sabemos as verdadeiras intenções do Vicente.

Ela abriu a boca totalmente chocada e irritada, pensou que a outra estivesse ali para ajudá-la e não pôr mais lenha na fogueira.

— É Pam – virou para encarar a menor – está tudo sob controle aqui, você está apenas imaginando coisas.

— Concordo inteiramente – Sérgio ergueu o copo na direção de sua amiga.

Estreitou os olhos para a moça tentando decifrar suas palavras, ela revirou os olhos desistindo de esperar que a garota entendesse de imediato. Pamela decidiu ignorar o resto da conversa sobre como o convívio com Vicente a fazia pensar diferente e fitou os alimentos no prato, pensaria em algo bom.

A única coisa boa é estar com o Vicente mais uma vez, aquele encontro foi tão rápido, queria poder beijá-lo mais, sentir o calor de sua pele, a barba em meu rosto. Só que agora a Camila está estragando tudo, meu pai nunca mais vai me deixar vê-lo.

— Domingo à tarde está bom filha? – voltou à realidade.

— Perdão?

— Sair com o Gustavo e a Camila – sua madrasta continuou – ela acabou de nos convencer a te liberar do castigo para sair com eles.

Filha da mãe!

— Tenho certeza que vai adorar o nosso passeio – encarou a figura ruiva falsa por alguns segundos – o Edu vai jogar vôlei na praia.

Pamela sorriu por dentro, finalmente entendera os jogos da amiga, só queria ganhar a confiança dos dois.

— Pensei que estivessem brigados – comentou entrando nas mentiras – sabe, quando você o trocou pelas aulas de Ballet.

Camila simplesmente odiava Ballet, a menina sabia disso e usou para deixá-la desconfortável. Quem mandou insultar Vicente daquela forma?

— Faz aulas? – o homem perguntou curioso.

— A Pamela não consegue guardar a língua na boca – sorriu cínica – na verdade vou começar ainda.

— Fantástico! – ele riu fitando-a – Sempre quis que a Pam seguisse com a dança. Ela sempre foi uma ótima bailarina.

Ela sempre foi uma ótima bailarina – ela repetiu a frase em sua mente, e como era muito esperta teve mais uma idéia. Poderia usar as aulas como um pretexto para ver o irmão.

— Pai – chamou a atenção do homem –eu posso fazer aulas com a Camila?

Ele ficou sério, havia sido pego de surpresa pela menina. Passou a mão no queixo ponderando, seria uma boa ocupação para a menina nesse final das férias, e também sentia falta de vê-la como uma bailarina, isso o fazia lembrar-se de Ana. As duas eram tão parecidas quando dançavam. Olhou para a filha com a lembrança da ex-mulher, Pamela achou estranho vê-lo sorrindo daquela forma, tão estranho que até Carla o olhou diferente.

— Pai? – o chamou novamente.

— Ah, deixe-me pensar um pouco – voltou ao normal olhando para a amiga da garota – Então está combinado, vocês saem no domingo?

Camila olhou para Pamela procurando resposta.

— Sim – a garota respondeu sorrindo.

— Então tudo bem – todos observaram o homem se levantar da mesa – tenho algumas coisas para fazer no escritório. Foi um prazer jantar em sua companhia, Camila. Espero que volte mais vezes.

A moça sorriu assentindo para Sérgio, sem deixar de pensar o quão estranho fora aquele fim de conversa.

Mas Pamela não estava nem aí, havia conseguido sinal verde para sair daquela prisão, e junto com isso a chance de encontrá-lo mais vezes. Devia muito à Camila.


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