Incesto escrita por SweetBee


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oie, espero que gostem do primeiro capítulo :3



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Ela olhava para o pai caminhando de um lado para o outro na sala, o telefone estava grudado na orelha pela quinta vez. Pamela se perguntava se aquilo tudo era pressa para se livrar dela, sua madrasta estava impaciente, ao contrário do marido, não queria que a menina ficasse com o irmão, não achava justo deixa-la fora da viagem, tentou argumentar com o homem, mas ele era irredutível.

A garota se levantou do sofá e pegou o telefone que estava carregando, digitou a senha e discou para outro numero, era da namorada do seu irmão. Ela sabia que a Manuela sempre dormia com o celular perto da cama, era assim que tinha noticias dele. Seu pai continuava caminhando de um lado para o outro tentando inutilmente fazer com que o atendesse.

O som da chamada sendo completada fez com que a menina saltasse, ouviu alguns resmungos do outro lado como se ela estivesse reclamando, claro que estava.

— Não acha que é muito cedo para importunar os outros? – a voz sonolenta da mulher fez a menina rir.

Pamela pigarreou tomando coragem para continuar, não tinha muita intimidade com a cunhada, e juntando com sua timidez aquela conversa tinha tudo para não ir a diante.

— Oi, é. Eu sou a irmã do Vicente e queria saber se você está com ele. Meu pai está tentando ligar...

— Ah, Pamela! – disse alegre interrompendo-a – ele não está, acho que foi na padaria, mas assim que chegar peço pra ele te ligar tá bom?

Ela suspirou olhando em volta, se seu pai conseguisse falar com ele primeiro seria o seu fim.

— Claro! Obrigada – respondeu desanimada, desligando em seguida.

Seus dedos deslizaram pelo aparelho imaginando como seria viver num apartamento de solteiro com um casal, uma caixa de papelão parecia menos apertada, se aberta poderia servir de cama, os mendigos dormem todos os dias e se conformam. Mas um casal faz coisas que casais fazem, tipo, dormem juntos e...

Pamela balançou a cabeça afastando aqueles pensamentos que começavam a ficar impróprios, sua imaginação tinha que ter as asas aparadas a cada duas páginas de um livro. Talvez os genes da sua mãe fossem mais fortes que o do pai irresponsável.

Já no Rio de Janeiro, Vicente saía do elevador do seu prédio com várias sacolas, como em todos os fins de semana em que sua namorada vinha ficar com ele, os dois não se viam muito por causa da correria durante a semana, por isso aproveitavam. Como de costume ele bateu na porta antes de colocar a chave na fechadura, entrou devagar para não acordar a garota, queria fazer um café da manhã surpresa.

— Amor, você demorou – disse surpreendendo-o na sala.

Ele abaixou as sacolas frustrado, sorriu minimamente olhando a namorada vestida numa de suas camisas e foi para a cozinha que ficava a poucos passos da sala.

— Não podia esquecer nada, nosso fim de semana merece tudo de melhor – comentou colocando as compras no balcão.

— A Pamela ligou te procurando, parece que seu pai quer muito falar com você – ele parou o que estava fazendo.

Quando seu pai ligava nunca era um bom sinal, ele nunca se lembrava de que tinha um filho mais velho que precisava de noticias regularmente, sempre era o rapaz que ligava para perguntar da sua irmã, sabia que o pai não estava precisando de nada, o dinheiro que ele tinha supria qualquer necessidade, era um ser desprovido de sentimentos verdadeiros, ao contrário de sua pequena Pam.

— Ela falou alguma coisa, além disso? – perguntou pegando o telefone na mão da garota.

— Parece que não conhece a sua irmã. A Pamela odeia qualquer conversa que não possa olhar nos olhos da pessoa – brincou passando por ele.

Vicente olhou para a tela do celular um pouco receoso, uma ligação dela assim do nada era estranho demais. Procurou o numero do pai e ligou, o homem atendeu no primeiro toque, estava com o telefone na mão esperando pelo retorno do filho, andando para um lado e para outro.

Finalmente consegui falar com você, parece que está se escondendo do seu pai – falou contente.

Caminhou para longe da menina que observava tudo atentamente, não queria que ouvisse nada, assim como sua esposa atual.

— Aconteceu alguma coisa? A Pamela me ligou – perguntou o rapaz se sentando numa cadeira perto do balcão.

Ah, bem – começou – eu e a Carla iremos passar as férias no Nordeste, acho que merecemos depois de um ano tão cheio. Então eu liguei para informar que a Pamela vai ficar com você durante esse tempo.

— O que?! Não! – o rapaz ria nervoso, sua namorada olhava a cena sem entender nada, mas logo voltou sua atenção para as panquecas – olha não que eu não queira a minha irmã aqui, mas não dá mesmo.

Desculpe, mas vai ter que dar, o voo está marcado para as nove da noite – retrucou olhando para fora da janela.

Vicente estava tenso, sua mão fechada batia lentamente sobre o balcão, não fazia barulho, era contido.

— Pai, eu não tenho como cuidar de uma adolescente, meu apartamento é minúsculo, praticamente divido com a Manu. Não tem como deixa-la com um vizinho ou amigo?

E você acha que vou deixar o meu bebezinho com um estranho? – riu em deboche. O rapaz podia notar em seu tom que ele não estava se importando com a menina, queria só importunar a vida dele – as amiguinhas dela não estão na cidade, por favor, quem ficaria num estado frio podendo ir para um lugar bonito e cheio de praias?

— Argh! me dê alguns minutos, já te ligo – falou desligando e batendo o aparelho na madeira.

Passou as mãos no cabelo exasperado e afundou o rosto nelas, tentava controlar a raiva que tinha do seu pai naquele momento, sua namorada havia parado o que fazia para ajuda-lo. Passou a mão em seu braço fazendo-o olhá-la.

— Ele quer que a Pamela passe as férias aqui – falou relutante.

Manuela tocou seu rosto se aproximando mais.

— Não vejo problema algum – sussurrou tocando brevemente seus lábios. Ele resmungou sem abrir a boca, estava bravo – sua irmã não vai nos atrapalhar em nada, eu posso ficar na minha casa por mais tempo durante o dia, não vai tirar pedaço. Poxa, você mesmo não diz que a Pamela é uma garota supertranquila?

— Fora dos padrões da sua idade – completou olhando para o lado pensativo. Apertou seu punho com a outra mão fazendo com que as veias ficassem ainda mais visíveis.

Ele encarou o celular em cima da mesa por alguns segundos, talvez passar uns meses com a irmã caçula não fosse tão embaraçoso, ela já tinha dezesseis anos, sabia muito bem se virar. Além do mais, ele estava com saudades da sua pequena, aqueles olhinhos castanhos e curiosos faziam falta.

Decidiu aceitar o “pedido” do pai, o mesmo ficou eufórico, disse que arrumaria as malas da menina o mais rápido possível.

Carla, sua madrasta estava ajudando a menina a colocar as coisas nas malas enquanto seu pai providenciava a passagem.

— Seu pai já ajeitou os papéis, você vai poder viajar sem nenhum problema – comentou passando a mão pelo cabelo da garota.

— Ele parece apressado pra se ver livre de mim – comentou fechando a primeira mala. A mulher segurou seu rosto olhando fixamente para ela.

— Sabe que ele te ama, só não consegue demonstrar como qualquer outro pai. E eu também, mesmo tendo te conhecido a pouco menos de dois anos – sorriu abraçando-a.

Pamela ficou ali analisando como sua vida era confusa, sua mãe havia partido quando ainda era criança, se lembrava perfeitamente como seu pai lhe dera a noticia, estava transtornado, não sabia quais palavras usar ao certo, mas ela entendeu e superou logo, e até hoje não sabe como conseguiu com tão pouca idade.

Ela se afastou da madrasta, sentando-se na cama para dar uma ultima olhada no seu quarto, era exagerado para apenas uma garota, muito espaço a fazia se sentir menor, gostava do que a fazia ficar aconchegada. Pelo que sabia, o apartamento de seu irmão parecia mais um ovo, ele gostava de coisas organizadas e praticas, algo que tinham em comum – pelo menos – e isso a deixava ainda mais receosa, podia faltar espaço para os dois.

Algumas horas depois ela já estava no aeroporto, seu pai entregava os documentos pouco antes do embarque, estava tudo certo, pelo menos ali. Ela se despediu rapidamente deles, nunca gostou de despedidas, para ela um até breve era o bastante, sem contato físico demorado demais, para não deixar a sensação de vazio quando a outra desse as costas e a ficha caísse que ela demoraria a voltar, ou talvez não voltasse mais.

— Mas eu não estou pronto pra isso – dizia pela terceira vez o irmão mais velho caminhando de um lado para o outro no saguão. Manu ria das caras e bocas feitas pelo namorado.

— Eu já entendi Vicente, agora dá pra você olhar para trás e ver a sua irmã?

Pamela caminhava timidamente por entre as pessoas, empurrava seu carrinho com as malas assustada, seu lado pessimista se fazia presente e ela imaginava as situações mais perigosas, como ladrões, sequestradores e assassinos a seguindo. Com os braços à frente do corpo, quase que totalmente cobertos pelo casaco comprido congelaram assim que ela viu perto duma lanchonete um homem alto com a barba por fazer, e uma garota de cabelos curtos segurando seu braço sorridente olhando em sua direção, seu irmão a olhava curioso.

Claro, uma adolescente em sua casa, uma bomba relógio para ser mais claro – pensou ajeitando os óculos que havia se esquecido de tirar quando saiu do avião.

Seus pés se firmaram no chão novamente e ela pode caminhar mais apressada ao encontro do casal, agora o que estava prestes a falhar era seu coração, acelerado e pequeno. Vicente não conseguia se mover, aquela garota extremamente linda não parecia ser mais aquela garotinha pequena de seis anos atrás. Ficou parado com as mãos nos bolsos observando sua namorada caminhar até a menina e abraça-la, piscou os olhos finalmente voltando a si, as duas estavam paradas na sua frente esperando alguma reação, mas o que ele faria? Ah sim, abraçar é um bom começo.

— Você está diferente – comentou abaixando-se desajeitado para abraça-la.

A menina coçou o canto do nariz um pouco desconfortável com aquilo.

— Seis anos mais velha – sorriu sem graça.

— Gente, vocês poderiam mostrar mais emoção? Caramba, são irmãos – Manuela disse empolgada – agora vamos para casa porque eu fiz um almoço maravilhoso para a minha cunhadinha linda.

— Desse jeito vai assustá-la, não quero que minha hospede ligue para o meu pai apavorada – brincou o rapaz passando o braço pelos ombros da menina, tentando quebrar a tensão entre eles.

Pamela sorriu sem jeito caminhando com os dois, seu irmão parecia muito mais maduro agora, claro que estava morar sozinho durante seis anos muda qualquer um, inclusive ela que ficava a maior parte do dia em casa sem ninguém, seus responsáveis vivem atolados no trabalho, pelo menos com o irmão seria diferente, como trabalhava pouco teria mais tempo para ela, ou para as duas, não podia se esquecer da Manu.

E lá se foram os três para casa, a garota tentava parecer confortável dentro do automóvel, mas a verdade era que o calor estava quase insuportável ali dentro, seu irmão puxava assunto a cada parada, já começava a se acostumar com o jeito calmo e sério dele, ao contrário da sua namorada que era alegre e viva.

Apoiando a cabeça nos braços ela olhava para os dois conversando e se distraía sorrindo poucas vezes, talvez essa fosse sua chance de mostrar quem realmente era, eles dariam espaço para conversas e brincadeiras que ela fazia com as colegas de escola, aliás, na sua casa não tinha com quem conversar, nunca teve.

Esses meses serão sua liberdade, sua chance de se sentir mais viva.


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