First Date escrita por Ametista


Capítulo 13
13º: BraPort


Notas iniciais do capítulo

Gostaria de agradecer os comentários de todo mundo. Agora HUEHUEHUEHUE BRBRBRBR E HAHAHAHA PRPRPRPR (seja lá como vocês riem :v)
Música: https://www.youtube.com/watch?v=NK1_1p_jv28 (ISSO FOI MUITO NECESSÁRIO OBRIGADA



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Aquele deveria ser o cenário mais óbvio em toda a vida de Luciano.

Perto do mar? Claro. Acompanhado? Como sempre. Por Afonso? Positivo. Falando de amor? Sem dúvida. Mas mesmo com todas essas recorrências, o brasileiro ainda não conseguia acreditar.

Como chegaram naquela situação, afinal? Um momento atrás, os dois só estavam observando gaivotas, deixando a brisa do mar passar pelos cabelos, conversando sobre poemas de romance. Tinha seu violão, e tinham apostado quem conseguia ganhar o telefone de alguém primeiro. O brasileiro cantava “Garota de Ipanema” para todas, algumas riam e continuavam, outras fingiam não ver. O português partia para o ataque, tomando as mãos de algumas e lançando seu melhor sorriso. Luciano chegava a sentir ciúmes.

Ah, não, isso não! Não sou ciumento, credo hein! Pensou, enrugando o nariz para o outro. Afonso riu da expressão.

“O que está a te incomodar, Lú?” perguntou, erguendo uma sobrancelha. O brasileiro desviou o olhar. Ele troca a ordem das palavras.

“Não tem nada me incomodando.” Disse, de braços cruzados. O português riu, e se inclinou contra ele, que corou.

“Te conheço, Lú.” Disse, com um sorriso de canto que dava arrepios no outro. “Pode contar.”

“Não é nada, cara!” Repetiu, tentando não deixar muito óbvio. Ah, mas assim era difícil. O coração de Luciano palpitava, de um modo quase ritmado, e suas bochechas estavam avermelhadas. Não conseguia encarar o outro, porque..ah, ótimo. Os olhares dos dois se encontraram, e Luciano ficou sem palavras. Os olhos do outro eram tão..envolventes. Assim como um de seus autores favoritos dissera em seu livro Dom Casmurro, eram olhos de ressaca, de maré.

De alguém que gosta muito do mar, é isso que são. Esse aqui não ia pro interior nem se empurrassem. Pensou o brasileiro, e sorriu, sem querer. Afonso sorriu também.

“Ah, aí está. Teu sorriso é lindo.” Disse, e Luciano se segurou para não emitir nenhum som estranho. As palavras ficavam presas em seus ouvidos, se repetindo: “Teu sorriso é lindo.”. Não era a primeira vez que o escutava.

“Hã..sabe, eu..eu queria..” O brasileiro tentou formar uma frase bonita. Bem-estruturada, como aprendeu nas aulas de português. Tentou fazer com que fosse linda, poética, especial. Mas só conseguiu emitir sons.

“Tu querias?” O português perguntou, com o cenho franzido. Não iria terminar o que estava dizendo nunca?

“Queria..sair com você.” Luciano decidiu que só o convite já estava bom.

“Ora, já estamos do lado de fora.” Disse, e riu. “Tens certeza?”

“Tenho.” Luciano confirmou, encarando os próprios pés. Nunca teve mais certeza. O outro nem precisava ter perguntado.

Agora, era ali que se encontrava: esperando uma resposta do português, punhos fechados contra um muro de pedras, o mar do lado esquerdo, os bares da Urca do outro. Afonso estava bem em frente de si, também encarando o chão.

“Podemos ir.” Disse, finalmente, e o brasileiro sorriu largamente. Isso também arrancou um sorriso do rosto de Afonso. “Muito melhor.” Disse, sobre o sorriso do outro, e passou o polegar pela bochecha de Luciano, que corou e riu.

“Para de me provocar, Afonso.” Disse, ainda sorrindo, e pegou a mão do outro, afastando-a do rosto. Para sua surpresa, o português corou. “Aah, não é tão machão assim, né?” perguntou, travesso. Afonso riu, e virou os olhos.

“Só vamos logo com isso, homem.” Disse, e Luciano fez que sim com a cabeça.

“Com prazer.” Disse, e começaram a andar, mãos firmemente entrelaçadas.

“Lú..tu sabes aonde estamos indo?” O português começava a ficar cansado, e o brasileiro finalmente parou pra pensar. Não, não sabia para onde estavam indo. Podiam encontrar as meias de Judas se Afonso não tivesse mencionado.

“Não..” O brasileiro arregalou os olhos. “AONDE NÓS ESTAMOS INDO?” Perguntou, como se o outro soubesse. Ora, era sempre ele quem sabia! Luciano sentia-se simplesmente perdido.

“Não me pergunte!” Afonso respondeu, também começando a se desesperar.

“N-nós, é..podemos..hã..podemos..” balbuciou, e o português suspirou fundo.

“Tu não sabes.” Disse, por fim, e Luciano fez que sim com a cabeça, relutante. “Podemos ir à algum motel de esquina, e-“

“TÁ DOIDO?” O brasileiro exclamou, o rosto ardia. Onde é que aquele maluco estava com a cabeça?!

“Se acalme, foi só um chiste!” disse, e começou a rir. Luciano ainda estava muito envergonhado para rir junto. Sentiu uma leve vontade de dar um tapa no outro, mas aí via o rosto de Afonso, e não conseguia. Ótimo.

“Então aonde vamos, idiota?” perguntou, mal-humorado. O português não pareceu se importar.

“Ah, talvez algum restaurante.” Disse, e deu de ombros. Era só uma sugestão aleatória, mas assim que a deu, o brasileiro começou a ouvir alguém cantar. E cantava BEM.

“Pode ser.” Decidiu, e arrastou um português realmente perplexo até o restaurante mais próximo de onde vinha a voz. Não fazia ideia de quem fosse, mas que tinha gostado tinha.

Depois de pedirem alguma coisa, e saírem do restaurante, voltaram para a murada do mar, observando-o. EU NÃO BEIJEI ESSE IDIOTA ATÉ AGORA! Era o único pensamento na mente do brasileiro, que encarava os lábios do outro intensamente.

“O que achas de nadar?” Afonso perguntou, trazendo o outro de volta à realidade. Bem, mais ou menos.

“Hã?” perguntou, mas antes de receber uma resposta, viu o português se atirar murada abaixo, para seu desespero. “FONFON?!” Exclamou, e ouviu a risada do outro lá embaixo. Suspirou fundo. Ainda bem que estava vivo.

“Que nome é esse, pá?” perguntou, e o brasileiro mostrou o dedo do meio. “Vem, podes descer também!”

“Já vou.” Resmungou, e desceu pela rampa, do jeito que as pessoas razoavelmente civilizadas fazem. Entrou na água com o outro, sem se importar com as roupas. Secariam na caminhada de volta.

“Tu ficas bem assim, molhado.” Comentou o maior, e Luciano sentiu-se corar. Jogou água no rosto de Afonso.
”Cala a boca!” exclamou, rindo. Aproximou-se discretamente, e beijou-o nos lábios, rápida e levemente. Afonso sorriu, travesso, e retribuiu o beijo. Por um momento, se encararam assim, até que ambos começaram a se beijar mais intensamente, se agarrando nas roupas um do outro. Bem, isso foi até Luciano engolir água, e ser arrastado até a praia por um Afonso culpado e nervoso.

“M-me desculpe!”

“Tudo bem, idiota.” Disse, e riu. “Da próxima vez, a gente se dá uns pegas na areia mesmo.”

“Na areia é melhor.”


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado