Love The Shadows escrita por Jocy Di Ângelo


Capítulo 3
Minhas novas amigas?


Notas iniciais do capítulo

O que é você trocar a senha e no outro dia ter um ataque de Amnésia (calma, não tenho amnésia) e esquecer tua senha?



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Kero tinha me levado até a biblioteca para eu começar o meu teste para entrar em uma das guardas. O lugar era lindo com prateleiras repletas de livros. Alguns pareciam antigos e outros pareciam recentes. Kero voltou com um livro grosso nas mãos com um sorriso no rosto.

–Você ta pronta pra começar o Teste?

–Sim.

–Ótimo! Vou ir ditando as perguntas e respostas porque duvido muito que você possa entender nossa escrita... –Kero ficou vermelho de repente. – Não que eu esteja te chamando de tola...

–Não se preocupa!

Ele começou a ditar as perguntas e respostas. Eu não entendia claramente o que ele estava falando. Pra enfrentar um Black Dog precisa de não sei o que, o que faria se estivesse numa floresta sei-lá-o-que, enfim, isso daí. Eu ia chutando todas as respostas como eu fazia nas provas escolares quando estava entre a sexta a oitava série.

–Bem, isso é tudo. –disse Kero quando finalmente terminou o teste- Eu vou contar os pontos, por que não vai dar uma volta pelo local enquanto isso?

–Tudo bem.

Sai da biblioteca para deixar Kero fazendo as contas. O simples tema de entrar em uma das Guardas me assustava um pouco. E se a Guarda em que eu cair não combinar comigo? Fui até o Refugio de Eel descansar um pouco. Encontrei uma belíssima fonte e me sentei. Este mundo, por mais magnífico que ele seja, me assusta um pouco. Eu não sei muito sobre este mundo e o que eu sei é só metade da metade.

–Você esta bem?

Um garotinho loiro com mechas esverdeadas estava na minha frente. Ele é muito fofo com essas... Orelhas de carneiro? Seja como for, ele é muito fofo. Seus olhos são a mistura de um verde com amarelo, mas ele aparece que estava chorando.

–Sim, e você pequeno? Parece que estava chorando.

–Oh, não é nada, é só o meu familiar que acabou fugindo de novo. –ele esfregou as costas da mão em sua bochecha. Pobrezinho!

–Não se preocupa! Se quiser eu te ajudo a buscar o seu familiar.

–Sério? –um brilho de felicidade iluminou os belos olhos dele.

–Claro! Agora me diga como é o seu familiar?

–Ele é um Cryslam.

–Ok, eu vou encontrar-lo pra você. –falei- Mas você tem que prometer que não vai chorar mais, entendido?

–Entendido! –ele sorriu de orelha a orelha- Ah, claro, meu nome é Mery.

–Samantha, prazer!

Mery sorriu novamente e saiu correndo para mais adentro da vilazinha. Ok, a questão é: O que diabos é um Cryslam? Kero tinha me explicado sobre os familiares na nossa volta pelo Refugio de Eel, mas nunca falou nada de suas espécies. Talvez ele possa me ajudar com isso. Voltei ao QG e na entrada me encontrei com Nevra.

–Samantha, minha linda, já fez o teste? –ele tinha aquele sorriso maroto no rosto de novo.

–Sim, mas ainda não sei o resultado.

–Bem, se você quiser que eu cuide de você é melhor cruzar os dedos. –ele piscou o olho para mim e ia saindo quando me lembrei de Mery.

–Nevra, espera! –chamei-o.

–Já esta caindo em meus encantos beleza?

–Não! –disse- Você sabe o que é um Cryslam?

–Um Cryslam? –ele me olhou com certo interesse e deu uma risadinha- Deixe-me adivinhar: Mery perdeu o familiar dele outra vez, certo?

–Bem, acho que sim. –disse um pouco confusa. Mery já perdeu o familiar dele outras vezes?

–Um Cryslam é uma bola de lã com asas azuis.

–Uma espécie de carneiro com asas?

–Se pode dizer que sim. Não muito difícil reconhecer um.

–Mas como é que eu consigo capturar ele?

–Para capturar os familiares você precisa de uma isca, mas como o do Mery já é domesticado é melhor usar um Esquimau, essa espécie adora isso.

–Bem, vou tentar encontrar-lo. Obrigada Nevra!

–De nada... Rainha. –ele sussurrou a ultima parte, mas eu consegui ouvir. Dei de ombros.

Estava caminhando pelo Refugio, pensando numa boa estratégia para conseguir encontrar e capturar o Cryslam. Quando por fim tive uma idéia alguma coisa se mexeu nos arbustos perto de mim. Fui me aproximando lentamente e afastei os arbustos. Por meio dos arbustos havia uma criaturinha diminuta, coberta por lã e asinhas azuis comendo o que parecia ser um picolé, só que um cheiro de ração para gatos.

–Ei amiguinho, não se preocupa! Eu não... –antes de terminar a frase, a criaturinha pulou para o meu colo. –Muito bem, creio que já nos entendemos!

O pelo dele era muito macio e ele é muito fofo. Ele adormeceu em meus braços enquanto buscava Mery. Familiares... Eles são tipos bichinhos de estimação aqui em Eldarya, não é? Encontrei Mery e lhe entreguei o pequeno Cryslam. Ele ficou muito feliz, mas sua expressão mudou pra um pouco mais séria.

–O que aconteceu Mery? –me agachei para ficar na altura dele.

–Eu não sei como te agradecer por ter me ajudado, então toma, é pra você. –ele retirou de seu bolso um pequeno pedaço de cristal azul... O mesmo cristal do grande salão!

–Mery, como você achou isso? –o pedaço cabia perfeitamente na palma de minha mão.

–Enquanto eu buscava o Copain, encontrei esse negocio ai e decidi ficar com ele, mas acho que é melhor ficar com você ou então com aquele pessoal das Guardas.

Mery não parecia entender muito sobre as Guardas ou sobre os pedaços de cristais perdidos por ai. Por falar nas Guardas...

Voltei para o Q.G. direto para a biblioteca ver se Kero já tinha terminado o meu teste. Já estou na porta e, sinceramente, não tenho vontade nenhuma de entrar. Não sei por que estou tão amedrontada, é só um resultado de um teste não o resultado do fim de ano no colégio pra ver se aprovou ou não. Suspirei fundo e entrei na biblioteca.

–Samantha, já estava indo te buscar. Já tenho o resultado do teste. –disse Kero diante mim. –O que estava fazendo?

–Estava ajudando um garotinho a encontrar seu familiar. –disse.

–Mery?

–Sim.

–Ele ainda é muito jovem para ter essa responsabilidade, mas tudo bem.

–Então, sobre o teste...?

–Ah sim! Pois bem, você quase teve um empate. –ele olhou o livro que tinha em suas mãos, o livro do teste. –Se eu não considerasse algumas coisinhas você seria da Guarda Obsidiana, mas...

–Mas...? –o incentivei a continuar.

–Mas o resultado foi a Guarda das Sombras, a guarda do Nevra. –Kero parecia não muito contente com o resultado e ele não tem culpa. Eu conheci o Nevra em tão pouco tempo, mas já conheço o tipo de garoto que ele é.

Kero me disse para buscar Nevra, que ele me diria um pouco mais sobre a Guarda das Sombras ou então, talvez, me daria uma missão. A idéia da missão me deixava feliz e nervosa ao mesmo tempo, mas duvido muito que consiga receber uma missão em tão pouco tempo.

Buscava Nevra em tudo o que era canto no Q.G., mas só fui encontrar-lo alguns minutos depois na forja. Não tinha a mínima idéia de como eu ia contar pra ele que estou em sua Guarda.

–Oh Samantha, não tinha te visto. Deseja algo? –ao contrario do que esperava ele não tinha aquele sorriso chato, mas atraente dele. Ele estava com uma certa expressão de seriedade.

–Eh... É sobre o resultado do teste... –vamos Samantha, você consegue! Não amarelar agora, né? –Sou da Guarda das Sombras.

Ele ficou quieto por um minuto que mais parecia uma eternidade pra mim. Ele me analisava da cabeça aos pés logo deu aquele sorriso idiota dele. Sério, esse cara tem problemas na hora de sorrir.

–Parece que alguém realmente cruzou os dedos pra entrar na Guarda das Sombras. –suspirei aliviada. Pensei que ele me daria umas quantas ordens, mas ao que tudo indica não é assim. –Mas só vou advertindo uma coisa: sou um pouco rígido na Classificação das guardas e faço de tudo para que minha guarda esteja em primeiro lugar, entendeu?

–S-sim... –parece que ele não é só o “Galã das Garotas”.

–Bem, se me desculpe, eu preciso ir resolver algumas coisas.

Ele simplesmente sai do local me deixando sozinha. E eu pensando que ele não tinha esse lado tão responsável. Valkyon entra na forja.

–O que esta fazendo aqui? –às vezes, a seriedade de Valkyon me assusta.

–Eu estava falando com Nevra. –disse simplesmente.

–Entendo. Kero me disse que você estava na Guarda das Sombras e que por pouco entra na minha guarda. Diga-me, você acha que tem a força necessária para estar na minha guarda?

Paro pra pensar. Eu não tenho o porte físico de uma lutadora, mas sempre tive bons reflexos. Lembro das aulas de arco e flecha que eu dominava bem nos acampamentos escolares, mas nunca levantei nada muito pesado como uma espada ou alguma coisa do tipo.

–Mais ou menos...

Ele não disse nada somente deu meia volta e se foi. Sai dali e fui direto pra biblioteca. As únicas pessoas que me receberam bem foram Kero e Leiftan quando me deu essa oportunidade, mas por que ele sorria o tempo todo? Argh! Samantha, talvez ele somente seja simpático. Não tinha ninguém na biblioteca. Comecei a observar os livros que lá tinha. Sempre gostei de ler livros, ainda mais de fantasia, mas isso era tudo que era para mim: somente livros, somente ficção. Até agora.

Eu cheguei a estranhar o fato de que alguns livros estavam escritos na minha língua, na linguajem humana. Já estava chegando no final de uma estante quando vi alguém uma mesa e uma garota sentada. Ruiva, vestido verde com branco, pele clarinha e orelhas de coelho. Ela é fofa de algum jeito. Vi o livro que ela estava lendo, espera!

O livro tinha capa verde, uma ilustração de um garoto segurando uma espada, um prédio e um raio cruzando o céu e as letras de titulo eram de uma cor dourada; Percy Jackson e o Ladrão de raios. Ela pareceu notar minha presença.

–Ah... Olá?! –disse ela confusa.

–Ah, oi! –disse sem jeito.

–Quem é você? Você não parece ser de Eldarya.

–Na verdade, não. Meu nome é Samantha. Sou humana. –disse.

–Uma humana? –ela pareceu ficar surpresa- Mas como assim? Como venho parar aqui? Alguém sabe que você esta aqui?

–Bem...

Comecei a contar TODA a história de novo, só não dizendo nada sobre a briga que tive com minha família, é melhor ninguém saber disso. Ela ficou quieta o tempo todo, não falava, só fazia expressões.

–Nossa, faz um bom tempo que não vejo algo como isso acontecer aqui em Eldarya faz um bom tempo. Na última vez, um cara muito estranho chegou aqui e de repente, de uma hora pra outra, ele virou nosso inimigo.

Cara estranho? Será que é o Cara Mascarado?

–Eu queria te perguntar uma coisa. –disse olhando seu livro- Esse livro que esta lendo, não é o Percy Jackson e o Ladrão de raios?

–Sim. Por que? Você gosta?

–Adoro! É minha saga favorita.

–Sério? –um brilho tomou conta do seu olhar- Eu sempre gostei desses mitos que os humanos criavam antigamente. Um deus para cada coisa e para adorar. Você gosta de qual deus?

Pensei um pouco. Nunca fui fã de ler muito sobre mitologia antes, mas eu tinha que ler por causa da escola, então comecei a me interessar.

–Gosto da deusa Ártemis.

–Eu prefiro Atena. –disse a garota coelho- Ah, é claro, meu nome é Ykhar.

E eu achando nome japonês estranho.

Ficamos conversando sobre o assunto de livros por um bom tempo. Ykhar era bem simpática e tinha bons gostos, mas o seu único defeito é falar de um assunto e sair completamente dele. A porta se abriu revelando uma menina morena, cabelos azul bebe e em sua pele podia-se ver leves marcas de escamas. Deixa eu adivinhar, uma sereia?

–Ykhar, ai esta você! Tava te procurando faz um século. –foi quando ela olhou pra mim- Quem é essa daí?

–Oi Alajéa. –Eita, nome complicado- Eu estava aqui o tempo todo e essa é a Samantha, ela é humana.

–Humana? A Miiko sabe disso?

–Sim, pelo o que ela me contou sim.

–Ah bom, eu só vim falar Boa Noite...

–Noite? –me espantei com o que aquela garota disse. –Como assim Noite?

–É, olha! –ela apontou pra janela e era verdade. Tudo estava escuro. Levantei-me da mesa e comecei a andar em círculos.

–Não, não pode ser de noite? Como assim?

–Calma Samantha, você vai me deixar tonta desse jeito. –disse Ykhar. –Deixa eu adivinhar, você não tem onde dormir hoje, certo?

–Sim...

–Que tal você dormir no quarto?

–Não sei. Não vou ser um incomodo?

Claro que não bobinha. Até vai ser bom ter alguém pra conversar. –seu sorriso era gentil.

–Ei, e eu? –protestou Alajéa.

–Pode vir também Alajéa. –convidou Ykhar.

–Então ta, se não vou ser um incomodo.

Ykhar pegou Alajéa e eu pelo pulso e nos conduziu pelo Q.G. até o corredor. Ela abriu uma porta e nos empurrou pra dentro. Ela pegou alguns lençóis e almofadas e fez duas camas improvisadas no tapete macio.

O quarto dela era realmente bonito. As quatro paredes são de um verde claro bem bonito, uma estante cheia de livros, alguns até do meu mundo e outras coisinhas. Ela me emprestou um pijama dela que ficava um pouquinho grande em mim, mas por esta noite já é bom o suficiente.

Ficamos conversando de assuntos aleatórios. Elas eram bem legais. Até que meus olhos começaram a ficar pesados. Ykhar da um bocejo e Alajéa... Simplesmente estava dormindo. Dei boa noite pra Ykhar e ela apagou a luz.


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Notas finais do capítulo

AVISO UM TANTO IMPORTANTE
Gente, sobre o grupo do what's, tivemos um certo probleminha e não deu pra fazer o grupo. Então, o que acham de criar uma page ou grupo logo mesmo no face?
Nos vemos no próximo capítulo!
FUI!