Davina - No limite de um amor veloz. escrita por Lya De Volkan


Capítulo 6
GP da Holanda - Agosto de 1968


Notas iniciais do capítulo

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Holanda, lugar interessante e belo, seu povo era completamente hospitaleiro e gentil, foi o palco de uma das competições mais acirradas da Fórmula 1 feminina. Chegamos no autódromo pouco tempo antes da corrida, o movimento nos boxes era intenso e turbulento, quando nos aproximamos deles o Jackie me parou subitamente.

–Daqui em diante eu vou sozinho, o plano até afora só terá a mim e a Davina, na hora certa, você entra em cena. -concordei com ele e assim Jackie se foi, antes mesmo de decidir para eu iria dali em diante fui surpreendido por uma mulher. Pela aparência e pelo macacão vermelho que ela usava, eu tinha certeza que era uma pilota que iria correr naquele dia, mas precisamente uma pilota da McLaren.

–Oi coisa linda. -ela falou se aproximando de mim e colocando suas mãos sobre meus ombros de forma estranha. Seus olhos eram verdes cintilantes e seus cabelos eram negros e curtos sobre os ombros. -Você é o famoso François Cevért não é? Que coincidência encontra-lo aqui nos boxes. Meu nome é Neyde Piquet, é um prazer conhece-lo.

Desculpe-me a sinceridade, mas chegava ser vulgar o moco como ela me olhava, como se ela quisesse me devorar de uma única vez. (Perdão Neyde)

–Senhora, não é prudente continuarmos tão próximos assim no corredor dos boxes, alguém pode aparecer. -tentei usar da minha educação para afasta-la mas parece que isso só a atraiu mais ainda.

–Senhora? Além de belo é um cavalheiro, que tal irmos a um lugarzinho mais calmo, conversar um pouco, se conhecer melhor, sempre tive curiosidades sobre você, as histórias que correm no meio dos pilotos e pilotas são bem...interessantes. -amaldiçoei-me eternamente por varias coisas que fiz em toda a minha vida que sabia que corria no meio daquele paddock. Esperando que nem todas chegassem aos ouvidos de Senna.

–Senhora, não. Além do mais, você tem uma corrida a participar, não vai querer ficar em segundo não é? -sai de perto da sua presença e fui para o paddock que já estava quase lotado, lembro-me de quase não conseguir entrar, mas eu tinha sorte de ser piloto. Foi lá onde avistei Niki Lauda, pensativo e calado, me aproximei dele e o cumprimentei, ele me perguntou o que eu esperava daquela corrida e respondi que era algo difícil de responder por que eu nunca tinha visto uma corrida de Fórmula 1 feminina ao vivo.

–Estou muito confiante em Davina. Ela treino bastante para esse prêmio e tem grandes chances de vence-lo. -ele realmente parecia bem confiante nela, raramente seus palpites eram errados e ele era famoso entre os pilotos por ser bem perfeccionista. Então me permitir ser um pouco invasivo ou até mesmo curioso ao extremo.

–Vocês são muito próximos? -perguntei e ele apoiou seus cotovelos na barra de proteção e olhou para a pista ainda sem movimento.

–Mais do que meus irmãos de sangue. -como eu e o Jackie, pensei.

Os carros já estavam sendo colocados na pista para a corrida, foi onde vi a Davina com um macacão vermelho da McLaren e o capacete amarelo com duas listras, uma verde e uma azul. Ali já não era mais a moça que eu tinha conhecido na praia de Saint-Tropez, longe disso, agora era a pilota ousada e impetuosa que dominavas as pistas. Já haviam me falado muito dela, de como ela era agressiva na pita, como ela fazia grandes ultrapassagem que eram ao mesmo tempo perigosas, e mais uma série de fatores que tornam uma pessoa difícil de conviver. Perfeccionista e competitiva, foi como Ron Denis a descreveu para mim.

Tudo pronto, foi dada a largada. Seria uma corrida de 90 voltas. Davina deu partida na segunda posição no grid entre outras vinte pilotas que ali estavam, atrás de Abigail Mansell e sendo seguida do Marie-Rose Prost e a Neyde Piquet, a mulher que eu vi naquele dia mais cedo no corredor dos boxes.

Piquet conseguiu ultrapassar Prost e depois ultrapassou a Davina e me preocupei, agora ela estava em terceiro lugar. Havia alguma coisa errada, Davina tinha se preparado e estava confiante para aquela disputa, o Lauda também estava muito confiante e não era normal ela decair para um terceiro lugar sem ao menos tentar disputar o primeiro.

"Estando em terceiro lugar, Senna está perdendo na corrida, ela precisa se recuperar o mais rápido possível e acabamos de receber a noticia que ela é a aposta maior nos lances de hoje! Ela está ganhando força agora...está indo mais rápido, afundou o pé no acelerador, e vai ultrapassar a Piquet, e vai ultrapassar a Piquet...SENNA ULTRAPASSA NEYDE PIQUET!"

Fechei o punho e o balancei em sinal em comemoração e observei o Niki batendo palmas. Jackie subiu as escadas e veio ao meu encontro, ele cumprimentou o Niki e se apoiou junto comigo nas barras de proteção.

–Está tudo certo, o plano vai ocorrer como eu pensei e você vai sair ganhando com isso meu rapaz. Agora é só esperar ela ganhar. -ele sorria confiante e aproveitei para tirar sarro dele, disse que após sua aposentadoria ele se tornaria casamenteiro. Rimos muito daquilo.

Ouvíamos as narrações de um rádio próximo, tinham narrações de várias línguas e todas misturadas em um único ambiente, até mesmo o francês, já que existia a Marie-Rose Prost que também era uma francesa. Mas como já devem ter notado, eu não torcia para minha conterrânea.

E a corrida continuou até que Davina ultrapassou Mansell, ficando assim em primeiro lugar. Só que havia uma americana chamada Milka Done que reuniu forças e saiu em disparada ultrapassando todas em seu caminho, ela parecia um foguete desgovernado, e isso era perigoso pois poderia causar um acidente. Foi uma briga interessante, imaginem pessoas de pavio curto dentro de uma pista onde todas são rivais e todas querem vencer, e tem seus desejos e ambições, fora que sempre estão com os hormônios a flor-da-pele, é meio complicado. Chegava a ser algo até mesmo mais mortal do que a Fórmula 1 só de homens.

Homens gostam de mulheres e de carros, unindo os dois é uma felicidade perfeita para um cara.

Quando estava bem perto, Done esbarrou em Senna a empurrando para fora da pista em uma batida praticamente forte, mas Milka acabou girando e saindo da pista também, a sorte dela foi que ninguém bateu nela no famoso efeito dominó, se uma bate, cinco podem acabar batendo também.

"Davina Senna e Milka Done se chocam forte e batem feito na grade de proteção!"

Admito que voltei a ficar preocupado, naquela época os atendimento não eram rápidos e os carros não eram tão seguros, qualquer coisa poderia feri-la gravemente. Vi uma ambulância saindo e outra prestes a sair, Niki Lauda desceu do paddock e entrou dentro daquela que iria sair. As duas chegaram ao local e depois de um curto momento de espera a Davina saiu de dentro do carro, depois de muita conversa com Niki ela aceitou sair do carro e deixar a prova. Pelo que eu soube depois disso, a Milka havia quebrado uma perna por que o bico do carro dela ficou completamente amassado e ela teria que ser operada, mas graças a Deus a Davina não teve nada, nem arranhões, mas o susto foi tão grande que ela chorou ao chegar nos boxes.

Depois que o medo passou, veio a revolta, ela queria ir tirar satisfações com Done em relação a batida mas ela não sabia que a americana estava sendo levada para o hospital e se preparando para cirurgia. Até que o pessoal da sua equipe a acalmou. Eu queria ir falar com ela, a ajudar como havia feito na praia, mas eu não podia, eu estaria a pressionando e deixando tudo na cara para ela, eu teria que ir com calma, muita calma, ainda mais depois daquela corrida que na realidade foi um verdadeiro fiasco. Mas eu estava determinado, ainda conquistaria aquele anjo das pistas.


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Notas finais do capítulo

>>> Qual será o plano do Jackie?
>>> Será que vai dar certo agora que a Davina perdeu a corrida?
>>> Não se esqueçam de comentar PLEASE!



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