Eu queria poder escrever alguma coisa que fosse bonita, mas não estou no clima. Eu queria poder falar do que estou sentindo, mas acho que não sei bem o que está acontecendo. Tudo acontece de uma só vez. Talvez seja esse o problema, é pouco tempo para muitas decisões. Eu queria chorar as vezes, mas as lágrimas estão secas, porque eu prometi para mim mesma que elas seriam apenas de felicidade. Que ironia, chorar de felicidade e rir de desespero. Mas esta sou eu…

Minha vida é como uma roda gigante cheia de altos e baixos e nunca intermediários. Na maior parte do tempo, ela vive subindo. Quando atinge o topo, as sensações de adrenalina-alivio-intensidade podem ser sentidas. Às vezes algum passageiro sai no meio do caminho, ou um novo entra sem avisar, mas ela continua seguindo sorrateiramente e normalmente. Pois sei que quando eu menos esperar, ela logo retornará para onde partiu. Pode parecer um tanto deprimente, mas para se sincera, minha vida é um tanto deprimente mesmo. Talvez eu esteja exagerando, minha mãe sempre diz que tenho esta mania.

Costumo ter muita dificuldade ao tentar decodificar todas as minhas emoções contraditórias,  entender os sentimentos confusos. Sinto que minhas emoções combinaram em não ter padrões. Elas são desse jeito, desorganizadas, em excesso e intensas. Se assemelham com uma bomba atômica, a qualquer momento podem explodir. 

E são esses sentimentos incompreendidos e passageiros de minha grande roda gigante emocional que me causam tantas dores de cabeça. Para ser mais precisa, tudo se trata de um único passageiro. O Internauta De Duas Faces.
Aquele amigo virtual que me conhece pessoalmente. Aquele melhor amigo que se tornou uma paixão de verão. Aquele mesmo internauta que quase me fez perder uma das mãos. O amigo que me ouvia. A paixão que me entendia. O caso que me ignorou. O quase-namorado que me deixou.

Aquele gordinho da aula de Física. O Youtuber que se esconde embaixo de um boné de aba reta. O garoto esquisito da sala que faz suas amigas dizerem “Você gosta dele?!”. O moreno do topete imóvel que me faz recitar “Esse Cara” de Caetano Veloso mentalmente sempre que passa por mim.

“Ah! Que esse cara tem me consumido // A mim e a tudo que eu quis // Com seus olhinhos infantis // Como os olhos de um bandido // Ele está na minha vida porque quer // Eu estou pra o que der e vier // Ele chega ao anoitecer // Quando vem a madrugada ele some // Ele é quem quer // Ele é o homem // Eu sou apenas uma mulher”

Por quase 5 meses, ele foi a minha Âncora. Me amava. Me suportava e me adorava. Me xingava, me chamava, me idolatrava. Me adorou, me idolatrou, me amou. Me deixou ir. 

E entre mil planos para um encontro, nos perdemos. Ou, ele se perdeu. 

Talvez se tratasse apenas de vergonha. De si mesmo ou da minha pessoa. Quem sabe, medo, receio, angústia… Ou talvez a simples falta de coragem para se posicionar diante da situação.

Cinco músicas perdidas, Cinquenta mil mensagens enviadas. Vinte bilhetes amassados. Seis mortes vividas. Foi isso o que ganhei por acreditar em palavras ditas em vão em um passado nem tão distante.

Em menos de de duas semanas o tempo passou tão rapidamente que todos aqueles olhares trocados nas aulas de Matemática, se tornaram raros, e agora, inexistentes. O tempo passou tão rápido que seus amigos passaram a se importar mais comigo do que ele se importava. O tempo passou tão rápido que toda aquela felicidade de ter alguém que parecia tão certo, acabou se tornando a sensação amarga de perder um amigo. 

(E foi só com esse tempo que passou que percebi o quão trouxa eu era.)

Não sei se alguém irá se interessar por este desabafo-confissão-postagem, mas se alguém responder… Eu sei que não sou a diferentona do coração partido.

Mas... Guess what?

Convinced me to please you / Made me think that i need this too / I'm trying to let you hear me as i am // I'm not gonna write you a love song / 'cause you asked for it / 'cause you need one / You see, i'm not gonna write you a love song / 'cause you tell me it's make or break in this / If you're on your way / I'm not gonna write you to stay / If all you have is leavin' / I'm gonna need a better reason / To write you a love song today...

— Março de 2016