Eros escrita por Malina Endou, Kokoro Tsuki


Capítulo 8
Capítulo VIII


Notas iniciais do capítulo

Depois de mais de seis meses eu estou finalmente atualizando! Peço desculpas pela demora, mas vocês sabem, é a vida XD Já aviso que esse é um capítulo meio dramático então... Se preparem!



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Capítulo VIII

Serena.

— Não, Achiel, eu realmente não vou sair daqui e ir à Inglaterra simplesmente porque vai haver uma festa! — não faço a menor ideia do tom de voz que estava usando quando neguei o pedido de meu irmão, mas pelo jeito era bastante alto, já que muitas pessoas pararam de andar pelo centro de Inazuma para me encarar. Devem pensar que sou louca.

Baixei a cabeça e acenei, num simples pedido de desculpas aquela gente intrometida. Sério, se alguém quer se esguelar no meio da rua, qual o problema? Gente, vão cuidar das suas vidinhas medíocres!

Fui obrigada a suspirar quando o caçula insistiu ainda mais para que eu pegasse um avião naquela mesma tarde. Achiel tem umas ideias idiotas de vez em quanto. Até parece que, com tudo o que está acontecendo no Japão eu iria me dar ao luxo de passear por aí. De maneira nenhuma.

Até porque eu também não estava com estômago para ver toda a minha família reunida num só lugar... Parece um ninho de cobra. Principalmente minha madrasta. E o pior é que nem é implicância minha com a mulher. Ela simplesmente é... Insuportável!

— Olha irmãozinho, vê se para de insistir. Eu não vou para casa só para ser obrigada a falar com a sua mãe. Nem morta e nem viva. — disse com claro desagrado em minha voz, ouvindo o mais novo respirar fundo do outro lado. Tá, eu sei que ele gosta da Charlotte, é mãe dele afinal de contas. Cada louco com suas manias. — Desculpe se te magoei. Mas não é não.

Ele ainda disse uma ou outra coisa a respeito disso e logo desistiu, finalmente! Sei que devo tê-lo magoado em alguma parte da conversa, o que é péssimo, já que quase não nos falamos — falo com papai uma vez durante a semana, e normalmente nesse tempo Achiel está num colégio interno em Londres —. Bem, pelo menos conseguimos torcar uma outra palavra divertida, até que vi duas pessoas conhecidas se aproximarem de mim. Ô, inferno!

Me despedi rapidamente dele e desliguei, guardando o celular no bolso de minha saia. Olhei para as meninas que vinham e tentei sorrir, sem muito sucesso. Não muito com a cara das duas, principalmente a ruiva de farmácia.

— Serena-san, como vai? — perguntou-me a primeira, e eu senti imensa vontade de mandá-la tomar bem naquele lugar junto com a toda a sua falsidade.

Estava bem até você aparecer, queridinha.

— Estou ótima. Melhor impossível, Natsumi-san.— respondi, dando de ombros e apertei a alça de minha bolsa. Natsumi e Rika costumam andar juntas às vezes, mas raramente vinham ao centro. — Que surpresa vê-las aqui. Olá, Urabe-san.

A azulada revirou os olhos, descontente. Se ela acha que estou feliz em encontrá-la está muitissímo enganada.

— Viemos falar com o Endou-kun. Ele mora por aqui. — a dona de cachos vermelhos comentou, passando a mão por seus cabelos. Não posso negar que ao ouvir o nome do moreno fiquei um pouco surpresa.

— Eh? Mamoru-kun? — questionei e vi o desagrado se desenhar nas feições da moça. Provavelmente por ter chamado o namoradinho dela pelo primeiro nome. — Ele não morava lá pelo leste?

— O Endou-kun — enfatizou o sobrenome do infeliz, de uma maneira que eu me assustaria caso não a conhecesse. — se mudou recentemente, por isso mora por aqui agora. Pensei que soubesse, Serena-san, afinal, vive grudada na prima dele.

— Como se a vida dele me interessasse! — devolvi, cruzando os braços. Maldita ruiva abusada. Deve achar que eu sou algum tipo de ladra de namorado, só pode. — Eu tenho mais o que fazer para ficar me preocupando com a vida alheia. — disse e simples mente saí dali, irritada.

Agora vou comprar alguns doces para acabar com o estresse! Droga... Vou acabar ficando gorda!

 

***

 

De todas as docerias de Inazuma, eu sempre gostei mais daquela que fica perto do meu singelo apartamento, que aliás não é muito longe da casa da minha melhor amiga. Já estava para escurecer, já que eu decidi por parar em algumas lojas e comprar um agradinho para ela... Ou melhor, para o bebê. Eram tantas coisas, uma mais linda que a outra, que tive até vontdade de ter um filho também!

Acabei por escolher um sapatinho de crochê, e como não sabemos o sexo ainda, resolvi comprar algo branco, para combinar com os cabelos da tia — e madrinha também, irei deixar isso bem claro para ela.

Tudo bem que provavelmente a Malina vai demorar para aceitar essa informação da gravidez, ainda mais com os pais que ela tem. Não que eles sejam ruins, só que assim como o meu pai acreditam que... Filhos devem vir apenas após o casamento. E sexo também.

Ideias que bem... Eu não concordo de maneira alguma. Somos livres. Livres para viver a nossa maneira. Que mal há nisso?

Mas bem, infelizmente nada podemos fazer sobre isso. Minha única ação antes de ir visitar a ruiva seria ir comprar algum doce, no entanto, assim que entrei na loja dei de cara com o moreno em minha frente. O primo dela, o melhor amigo do pai do meu afilhado. Endou. Com aquele sorriso idiota.

— Boa noite Serena! — gritou, me fazendo revirar os olhos e arquear uma sobrancelha. Será que ele não sabe o significado de ser discreto? — O que está fazendo aqui?

— Passeando um pouco para esquecer uns problemas. — tipo a sua prima gravida e sem querer contar ao pai da criança, nada de mais. — E você? — não que eu esteja interessada em saber, porque sinceramente não estou.

— Eu estava jogando futebol com uma crianças — jogando futebol com umas crianças... Como se ele mesmo já não fosse uma. — e vim comprar alguns doces para eles.

Tudo bem, essa última frase me surpreendeu. Não que Endou Mamoru não seja o tipo de cara que faz isso, porque pelo que a Malina me conta ele é, e sim por não esperar isso dele em uma terça feira a noite. Sorri com as palavras do mais alto e ele me retribuiu, daquela maneira doce que sempre fazia com todo mundo, incluse a pseudo-namoradinha dele. Aliás, queria que a Natsumi estivesse aqui, eu riria muito da cena.

Entreabri os lábios para dizer algo, mas nesse momento ouvi meu celular tocar e suspirei, um tanto irritada. Se tem algo que eu odeio é ser interrompida, emboa a raiva tenha passado assim que vi o nome da minha melhor amiga no visor. Acho que a preocupação se desenhou em meu rosto, pois ouvi o garoto ao meu lado chamar pelo meu nome, enquanto comecei a correr assim que atendi o telefone.

— Mali, o que foi? — perguntei e recebi o silêncio como resposta, como se fosse houvesse uma pequena incerteza do que dizer do outro lado da linha. Por algum motivo senti meu coração se apertar. — Malina? Está aí? Mulher, o que aconteceu?

— Sky... — o apelido e voz chorosa me fizeram vacilar, e eu finalmente parei. Já tinha corrido algumas quadras e meus pulmões pediam por oxigênio, mas eu não estava me importando com isso no momento, minha única preocupação era ela e o bebê. — Eu preciso falar com você... Agora.

— Onde você está? — perguntei ofegante, e ela murmurou algo sobre estar no meu apartamento, o que não me surpreendeu muito, já que lhe dei uma cópia da chave assim que me mudei para lá. Prometi que iria para lá o mais breve possível e desliguei, guardando o celular em meu bolso, pronta para iniciar mais uma corrida, porém a mão forte me impediu, segurando meu braço.

Era Mamoru.

— Sério, o que está acontecendo aqui? — ele perguntou e em reação arqueei a sobrancelha. — Eu ouvi você gritando com a minha prima no telefone, e ela tem agido estranho há alguns dias. — gente, sério que ele notou? Estou abismada. — Sei que sabe, vocês são melhores amigas... Então me diz, o que a Malina tem?

Por um momento, fiquei muda. Realmente não esperava que logo o garoto desleixado e distraído que nunca fui com a cara tivesse percebido algo que tentavamos a todo o custo esconder. E também nunca me imaginei tão próxima a ele, sentindo o cheiro do perfume que exalava por seu corpo, e encarando seus grandes olhos castanhos.

Foi a primeira vez que achei aqueles olhos bonitos.

— Não está acontecendo nada, e mesmo que estivesse, não é da sua conta! — disse, como o coração em pedaços e me soltei com força. No fundo, não queria mentir para o primo. Acho que tanto ele quanto Goenji tem todo o direito de saber sobre essa gravidez, mas eu precisava respeitar a decisão da Malina. É a vida dela.

— Ela é da minha família, é caro que é da minha conta. — o moreno respondeu, elevando o tom de voz e chamando a atenção de algumas pessoas que passavam para nós. Pude escutar alguns comentários sobre sermos um casal discutindo no meio da rua, mas no calor do momento, simplesmente ignorei.

— É da minha também! — falei de volta, em igual tom. Que ele achava que era para gritar comigo? — É a única pessoa que eu tenho nessa droga de país! E é a pessoa por quem eu vou zelar sim, não importa o que você diga! — nesse ponto eu falei mais baixo e me afastei a passos largos.

Ele não disse mais nada. E eu senti que ao virar as costas, iria me arrepender.

 

***

 

Cheguei ao meu pequeno apartamento um pouco depois que eu esperava, com os sapatos de salto em minha mão, sem aguentar continuar usando-os. Para entrar, apenas empurrei a porta, pois já esperava que a ruiva estivesse me esperando ali, e realmente acertei. Ela estava jogada em minha cama, com uma expressão cansada e um pouco melancólica, como a de quem acabava de tomar uma difícil decisão.

Eu sei porque também fiquei assim ao decidir mentir para o meu quanto ao meu curso na faculdade.

Sentei ao lado da cabeça dela, acariciando os cabelos tão vermelhos quanto o sangue esperando que falsse algo. Seus olhos verdes pareciam perdidos em algum ponto em especial, e eu sabia que Malina trava uma guerra interna entre me contar ou não.

— O Shuuya vai para a Alemanha... — fiquei boqueaberta com a revelação, e tentei não demonstrar o aperto que isso me causava no coração. — Ele... Me chamou para ir junto... E acho que vou aceitar.

O que? A Malina ia para longe com aquele loiro idiota? Não posso negar que isso foi com uma faca no peito, mas vê-la feliz era o importante ali. Forcei um sorriso e tentei arrumar uma forma de continuar aquela conversa, puxando para o lado daquela vidinha que começava a brotar no ventre dela.

— Então... Já contou sobre o bebê?

— Eu não vou ter esse bebê, Serena. — confessou em um simples sussurro e ali meu sorriso simplesmente desapareceu. Que tipo de loucura era essa? Onde bateu a cabeça? — E não me olhe assim, eu já tomei minha decisão! Vou para a Alemanha com o Shuuya e... Essa criança não vai nascer.

Não podia acreditar no que estava ouvindo. Eu não podia de maneira alguma apoiar uma loucura dessas. Não era culpa do meu pequeno sobrinho — ou sobrinha, pode muito bem ser uma menina — se os pais não haviam usado camisinha. Eu não podia permitir aquilo.

— De jeito nenhum! — coloquei minhas mãos em seus ombros, fazendo com que encarasse meus olhos azuis. Havia muita tristeza no olhar dela, e no meu também. — Eu não posso deixar que faça isso.

Porque sei que ela iria se arrepender.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ♥ O próximo capítulo vai ser o da Malina!

Beijos gente ♥



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