Eros escrita por Malina Endou, Kokoro Tsuki


Capítulo 7
Capítulo VII


Notas iniciais do capítulo

Yo! ^^

Aqui está mais um capítulo de Eros, cheio de novas decisões e "novidades" por assim dizer! kkk

Boa leitura!



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Capítulo VII

Malina

Apreciava imenso o facto da Serena me querer ajudar em tudo o que pudesse, mas eu não queria estar a falar desse tema. Apesar de saber bem que por muito que queira, é algo que já mais me sairá do meu pensamento, já que cada vez que olhou para o meu ventre, só recordada da criança que cresce dentro de mim.

—E como vão as coisas com o meu primo?- a albina olhou para mim como uma cara de espanto, boquiaberta com a minha pergunta.

—Não vão! Não existe nada entre mim e ele.

—Mas vocês vieram aqui ter, juntos!- ri-me. Seria ótimo se tanto ela como ele estivessem juntos... A minha melhor amiga e o meu melhor amigo- Até vinham de mãos dadas!- pela primeira vez em anos, vi a sua face ganhar uma nova cor.

—A culpa foi dele!- e levantou-se, repentinamente- Ele é que me queria trazer até ti e agarrou-me na mão!- levantei as mãos em sinal de rendição, pondo-me também de pé.

—Pronto! Já cá não está quem falou!- ri-me. É engraçado deixa-la constrangida, principalmente quando faz aqueles suspiros de falta de paciência, pondo-se logo a andar.

—Eu vou mas é pedir ao professor para me dar uma nova prova.

—A outra correu assim tal mal?

—Digamos que não vou ter propriamente a melhor nota da turma.- sabia bem aquilo só queria dizer “correu pessimamente mal” noutras palavras.

—Então boa sorte.- ela simplesmente me acenou após entrarmos no prédio escolar e ela ter de ir para a sua sala, e eu, para minha.

Felizmente, hoje não há aula prática. Estou demasiado mal disposta para fazer o que quer que seja, já que durante toda a noite não deixei de vomitar. O grande problema, é que estou com imenso sono e fazer agora uma prova só aumentará as minhas dores de cabeça.

Durante o trajeto até à sala, encontrei vários dos meus amigos velhos amigos da Raimon, os quais me perguntaram se estava tudo bem comigo pois ao parecer, estou mais pálida do que o normal. As que mais insistiram, foram a Natsumi e a Fuyuka que não me queriam deixar ir para a sala por nada deste mundo, e pela primeira vez na minha vida, agradeci ao toque de entrada por ter soado.

Assim que cheguei à sala, e começaram a passar os testes para cada aluno, só me apetecia pegar naquelas folhas e tritura-las até desaparecerem da minha frente.

Apertei o tecido branco da minha camisola desejando por tudo não me sentir mal durante a prova, a qual tentava responder o melhor que podia.

*

Ao terminar a prova, agradeci por ter passado bem durante o interminável tempo que estive a escrever aqueles testamentos sem fim.

—Malina.- assim que saí do prédio escolar, ouvi logo a voz do Goenji, e ao voltar-me para trás, vi-o correr até mim. Ele parecia preocupado.

—O que se passa?

—A Fuyuka disse-me que tu não parecias bem, que estás pália. Eu nem reparei nisso, desculpa.- é querido o facto dele se preocupar comigo, só que o único problema é que a Fuyuka não podia ter mantido a boca fechada? Preferia mil vezes que ele não tivesse notado porque serei obrigada a mentir-lhe, para além da verdade que lhe oculto- Ouve, eu sei que tenho andado ocupado estes dias e mal temos estado juntos e...- antes dele continuar, simplesmente, beijei-o Um beijo rápido que o fez calar.

—Está tudo bem. Eu estava apenas muito nervosa para o exame que acabei de ter, só isso. A Fuyuka é que exagerou.- odeio mentir-lhe, mas tem de ser- Eu estou bem.

Ele limitou-se a suspirar antes de sorrir para de seguida, me abraçar.

—Só não quero que te aconteça nada e que estejas bem. Se acontecer alguma coisa, sabes bem que me podes dizer o que é, certo?

—Sim.- esforcei-me tanto para dizer aquela palavra, quando na verdade só me apetecia gritar o que se estava a passar comigo.

Só me apetecia pedir-lhe desculpa, mesmo que sem razão nenhuma, mesmo que ele não percebesse o porquê, era o único desejo que tinha naquele momento.

—Eu tenho de ir andando.- e soltou-me após o aviso- Já agora, logo estás livre?- não me lembrava de nada para fazer. Talvez ajudar os meus pais no restaurante mas podia bem inventar uma desculpa qualquer.

—Sim, estou, porquê?

—Às seis e meia achas que consegues ir ter comigo ao parque da torre?- aquele parque! Há imenso tempo que não lá vou! Traz-me sempre ótimas recordações!

—Claro!- ele deu um beijo na testa antes de me voltar as costas.

—Então até logo.- e acenou.

Estava curiosa para saber o porquê dele querer que eu fosse até aquele local. O que seria? Quereria dizer-me algo em privado? Só queria que as horas passassem a correr para saber o que é.

*

Chegadas as seis e meia, já me encontrava no parque da torre há espera do meu namorado que, para variar, estava atrasado.

Não tive muitos problemas em safar-me dos meus pais, afinal, o castigo já terminou e eles nem me perguntaram para onde ia, apenas para não voltar antes da hora do jantar para ajudar no restaurante, já que geralmente é a hora mais agitada, assim como o almoço.

Sentada no banco do parque, tento o vento a passar-me pelos cabelos presos, que baloiçavam ao seu sabor, ouvi passos a aproximarem-se cada vez do local, fazendo-me olhar para o lado, vendo o loiro que eu tanta esperava, subir as escadas.

—Goenji!- chamei-o, levantando-me do banco e correndo até ele para o abraçar, um abraço que foi logo desfeito- Estás atrasado!

—Eu sei. Desculpa.- sei bem que ele sempre chega atrasado a coisas importantes, mas aparece sempre! Nunca falta aos seus compromissos, e é uma das coisas que adoro nele- Os teus pais não disseram nada por teres saído?

—Só para voltar antes dos jantares.- ele sorriu antes de passar a sua grande e quente mão pela minha face- Então? Chamaste-me aqui para quê?- após o que eu dissera, o seu sorriso desapareceu, fazendo-o virar-me as costas e ir até às barras verdes, apoiando-se nelas.

—Malina, sabes que te amo, não é?- estava um pouco surpreendida com a pergunta. Ele sabia bem a resposta.

—Claro que sim.- por alguma razão, comecei a ficar realmente preocupada. Era a primeira vez que ele me perguntava uma coisa daquelas. Ele voltou-se para mim, mas sempre sem me encarar, estando mais sério do que o normal. Aliás, parecia chateado com algo- Goenji, o que é que se passa?

—No próximo semestre, eu vou para a Alemanha.

Fiquei boquiaberta. Não sabia o que dizer! Esperava que ele me dissesse tudo, menos aquilo.

Já não basta o que estou a passar sem lhe contar e agora ainda tenho que levar com esta bomba?

—Quando é que decidiste isso?- foi a única coisa que me saiu após os segundos de silêncio e sem eu saber o que responder.

—O meu pai já me tinha falado disso há um tempo, mas nunca me interessou, só que eu estive a pesquisar e eles têm ótima faculdades eu poderei continuar lá os estudos.

—Não foi isso que eu perguntei!- pela primeira vez, desde que nos conhecemos, levantei-lhe a voz. Não sabia se eram os nervos ou as lágrimas que ajudavam a que ficasse completamente alterada.

—Há uns meses.- a sua resposta foi como uma facada.

Há uns meses.”, era a resposta dele? Se eu tivesse sabido disso há uns meses, provavelmente não estaria a passar por esta angustia.

Esfreguei a fase para fazer desaparecer as lágrimas que por ela escorriam, abanando a cabeça para acordar daquele pesadelo... Só podia ser isso! Um horrível pesadelo.

—Malina...- apesar de tapar também os olhos, pude ver entre as aberturas dos dedos, que ele ainda levantou a mão para me tocar, mas baixou-a logo ao prenunciar o meu nome.

—E nós?- foi tudo o que consegui perguntar após baixar as mãos e conseguir finalmente encara-lo- Como é que vai ficar a nossa relação, Shuya?- geralmente só o chamo de Shuya quando o assunto é importante, e este é de extrema importância.

—Quero que venhas comigo.- adoro a sinceridade dele, mas isto foi demasiado repentino para mim.

—O quê?- ele aproximou-se de mim e pegou-me em ambas as mãos.

—Quero que venhas viver comigo para a Alemanha, Malina. Não quero ficar sem ti.

—Eu...

Nem sabia o que dizer! Ele queria que eu fosse para um outro país, o qual nunca fui, para ele terminar os estudos? E eu?! Entretanto o que faço? E além do mais, com esta criança, eu...

—Goenji, eu acabei de fazer dezoito anos. Ainda estou a depender dos meus pais.

—E então? Eu não vou agora, Malina. És uma rapariga inteligente que sabe tomar conta de si própria e tomar a suas próprias decisões. Ainda tens tempo para decidir.

Olhei para as nossas mãos, vendo-o apertar as minhas sem me magoar, apenas em sinal de que não me queria deixar ir.

—Eu não sei...- tirei as minhas mãos das dele e voltei-lhe as costas ao perceber que ia começar novamente a chorar.

—Malina, eu não quero que a nossa relação acabe assim.

Ao ver as suas mãos passarem pelos braços e indo de encontro à minha barriga, para se fecharem à minha volta, numa abraço, empurrei logo os seus braços, dando alguns passos para a frente antes de me voltar novamente para ele e para o sol que se punha por trás.

—Dá-me tempo. Eu... Eu vou pensar.

Sem dizer absolutamente mais nada, voltei para as escadas, pronta para ir embora e afundar-me na minha cama, e provavelmente chorar até mais não.

—Eu te amo.

Ao ouvir as suas palavras, as minhas pernas não quiseram mexer-se mais.

Será que ele não percebia o quão cruel estava a ser ao dizer aquelas palavras? Não percebia que eu não podia dar-lhe já a resposta por culpa de outras coisas?

Porque razão tudo se tornou tão difícil?! Que raiva!

Esta criança! É tudo culpa dela! Deste bebé que cresce dentro de mim.

Eu amo o Goenji e sou capaz de ir até ao fim do mundo por ele, se for preciso, e eu quero ir com ele para a Alemanha mesmo que tenha de deixar o meu país.

Por isso, tenho de fazer alguma coisa... Mesmo que isso implique acabar de vez com o ser que nasce dentro de mim.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! ^^

Reviews?!
Kissus!



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