Um mês de desespero escrita por Leon Yorunaki


Capítulo 40
XXXIX: Roost


Notas iniciais do capítulo

Okay, não vim aqui para pedir desculpas, pois elas não cabem. E também que para pedir desculpas eu deveria estar me sentindo culpado pela demora. Não que eu não esteja me sentindo um merda por todo esse tempo (seis meses, pessoal. Não são seis dias nem seis semanas).
Também não vou ficar justificando o injustificável. Passei metade desse tempo descontente pelos rumos que a história está tomando. Sim, está tudo dentro do que foi inicialmente planejado mas... sei lá, eu não consigo me sentir bem com o andamento disso tudo.
Pesam também uns problemas de ordem pessoal que prefiro não postar aqui. Se quiser conversar comigo a respeito, meu inbox está aberto para mensagens privadas tanto quanto eu estou.



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Os olhos de Himiko se abriram, mas a escuridão permanecia. Cercada por nada além do negro de sua insegurança, ela era incapaz de se orientar. Não havia nem mesmo a noção de cima ou baixo, sequer podia afirmar se estava em pé ou deitada. Simplesmente existia em um vácuo, um mundo isolado sem qualquer referência.

Não pôde evitar sorrir, não quando sua conclusão inicial foi pensar ter morrido. Seus pensamentos lentos ignoravam as possibilidades mais concretas, como, por exemplo, ter tido suas percepções drenadas por Futa. Era talvez o tipo de coisa que ele faria, supondo ele ter tal capacidade. Sentia-se esvaziada de emoções, sozinha no meio do nada, talvez por um bom motivo. Não podia ao menos sentir que estava viva.

Um ruído quebrava o silêncio percebido por ela. Vindo de algum lugar a sua direita, um farfalhar de asas, por mais suave que o fosse, era o suficiente para lhe causar incômodo.

Com o barulho apareceram também os sentimentos, todos ao mesmo tempo. Alívio e insegurança; conforto e medo; relaxamento e inquietude. A mistura se relacionava a sua percepção de não estar sozinha. Era impossível ter qualquer noção de distância, mas já discernia uma mancha branca se aproximando, saltando-lhe aos olhos em meio a tanto negro em seu redor. Logo outras cores foram se tornando perceptíveis: vermelho, bege, rosa, amarelo. Os tons mais escuros, como o azul e o cinza, tornavam-se visíveis logo depois.

Ela chegou então à conclusão de que não apenas um, mas muitos se aproximavam dela. Ansiava pelo encontro tanto quanto temia o desfecho. Seriam amigos ou inimigos?

Teria ao menos as respostas para vários de seus questionamentos, apesar do receio do que poderia encontrar.

E ao enfim discernir as formas coloridas que se aproximavam, assustou-se.

Havia um bom motivo para tal; enxergava àqueles que jamais imaginaria poder rever. Nuri, o Swellow, voava ao centro, rodeado por cada um dos companheiros de viagem que pereceram. Alguns deles, como um Beautifly e um Poochyena, ela nem sequer se recordava dos nomes; culpava-se por isso. Não conseguia ver em suas faces, contudo, qual era a reação deles em vê-la; nenhum dos pokémon demonstrava qualquer emoção.

Himiko, no entanto, sorria, entendendo o significado de encontrar seus colegas que haviam partido.

Esticou os braços em direção a eles, estendendo-se no que seria um abraço.

Melhor dizendo, tentou fazê-lo, tendo na dor a certeza de que nada do que percebera até então era real.

A escuridão era substituída pela fraca iluminação de uma lâmpada amarelada no teto do minúsculo cômodo em que se encontrava, definitivamente deitada, um espaço reduzido por duas caixas ao seu lado esquerdo. Apenas um colchonete a separava do chão emborrachado. Notou uma toalha esverdeada que lhe fora colocada sobre as pernas — uma delas apoiada sobre a outra em uma posição impossível, o que lhe causou um mínimo de lembrança a lhe acometer, justificando a dor a lhe fazer gritar outra vez.

— Calma, Himiko, não se mexa!

A voz de Futa não era o suficiente para lhe acalmar, não quando notava dividir o pouco espaço com outros ocupantes, inicialmente fora de seu campo visual. Até mesmo mover o pescoço lhe causava certa dor, pouca em comparação ao que sentia nos membros do lado direito do corpo, mas o suficiente para lhe impedir de analisar aqueles que a acompanhavam.

— Desculpe o mau jeito — comentou o rapaz ao lado do Gardevoir, sentado sobre as próprias pernas. — Já estamos chegando no hospital de Lilycove, tenha calma.

Um ruído metálico se fez quando o último membro da estranha comitiva se moveu, revelando-se para a garota. O Magnemite se aproximou, com seus bips e bops incompreensíveis para ela, pairando sobre a perna quebrada e movendo-se devagar em direção a sua cabeça, como se a analisasse. Algo que julgou possível, dadas as características magnéticas do espécime.

Atordoada demais para ter qualquer ação que não fosse uma reação a suas dores, não se manifestou, estando limitada a uma percepção semiconsciente do que ocorria ao seu redor. Nem sequer notava as leves trepidações que lhe revelariam estar não em uma sala, mas na área de carga de uma van, um abrigo improvisado na tarefa de lhe levar em segurança.

— Boas notícias, Himiko! — Futa anunciou, compreendendo não os ruídos, mas os gestos do pokémon ímã. — Nenhum osso quebrado, eles só estão fora do lugar! ¹

Ela, contudo, não entendia como seu pokémon podia se mostrar feliz com uma notícia dessas. Não era ele a sentir uma dor angustiante toda vez que pensava em se mover, um estado de quase invalidez. Tampouco poderia ele entender a vergonha que ela sentia ao se encontrar na companhia de um estranho naquele estado deplorável, uma mera toalha a cobrir sua intimidade e nada mais.

Só o que conseguia fazer, ignorando-o, era perguntar-se como havia ido parar ali. A memória lhe traía, suas lembranças desde que saíra do centro pokémon de Fortree completamente vagas e enevoadas. Forçou-se por um instante mas, vendo que não obtinha nenhum resultado, tratou de dispersar-se. Afinal, nada de bom poderia vir que fosse capaz de explicar o acontecido.

— Tente dormir, vai lhe fazer bem! — Futa aconselhou, compreendendo como ninguém o que Himiko sentia, mais até do que ela própria. Ao contrário da garota, ele não se esquecera do que viu nas últimas horas.

O Gardevoir sentiu uma pitada de orgulho ao ver o bom trabalho que fizera, por mais que preferisse não ter tido tal oportunidade. Apesar de ser impossível fazer com que ela se esquecesse de todos os traumas que lhe foram causados naquele buraco, fora ao menos capaz de bloquear o acesso a elas enquanto memórias recentes, colocando-as no limbo de sua mente junto com tantas outras lembranças ruins que ela jamais se atreveria a mexer.

Ele, contudo, não deixava de se preocupar com a treinadora, não apenas pelo que passaram nas últimas horas. Foram momentos angustiantes nos quais ele trabalhou arduamente para que ela fosse resgatada; inclusive fisicamente, após usar sua telecinesia com todo o cuidado que lhe era possível para não agravar qualquer lesão. Felizmente dera certo.

E, ao olhar para Himiko naquele estado a sua frente, sabia que ela tinha problemas muito mais sérios do que ele jamais poderia ter imaginado. Ele, tão curioso para entender o que a tornava uma pessoa tão difícil de lidar, agora preferia jamais ter descoberto a extensão dos medos da treinadora naqueles momentos tão terríveis.

Ele sabia que ela precisaria de um bom tempo para que fosse capaz de se organizar. E um hospital não haveria de ser o melhor lugar para isso.

— Himiko? — Perguntou ele mentalmente, incerto se teria alguma resposta.

— Diga…

— Tive uma ideia. Posso resolver isso com a telecinesia. Colocar seus ossos no lugar, digo.

— Eu não quero arriscar…

— Posso pedir para o Magnemite ajudar e…

— Não! — A afirmação da garota foi incisiva. — Já estamos chegando no hospital, melhor não mexer…

Tomado pela surpresa, o Gardevoir resignou-se, apenas observando a expressão de dor da treinadora, bem como a pena demonstrada pelo rapaz que a resgatara após terem saído daquele buraco fétido. Os minutos se seguiam em silêncio, algo que dava ao pokémon o que pensar. Não era normal ele se enganar em qualquer coisa que dissesse respeito à Himiko, por mais complexa que a mente dela fosse.

E, baseado no que vira naqueles momentos, seria muito bom se estivesse igualmente enganado.

— — —

A manhã seguinte provavelmente seria uma das piores no ponto de vista de Himiko, pelo menos desde o início de sua jornada. Não era necessário muito para saber que a jovem superestimava seu sofrimento, um ato justificado pela dor que a acompanhava enquanto tudo se decorria desde a chegada ao hospital de Lilycove ao amanhecer.

Ao contrário do que ocorrera em Rustboro, ela dependia de uma instituição pública, a qual podia ter uma estrutura de boa qualidade, mas definitivamente não o mesmo cuidado e atenção por conta da quantidade elevada de pacientes, algo que se traduziu em uma espera de quase uma hora e meia para que fosse encaminhada para atendimento.

Um período que foi utilizado para conversar com a dupla que havia lhe resgatado. Tyler Sunayama, o rapaz que lhe acompanhara no fundo da van, continuava a estampar a pena por vê-la naquele estado; talvez por esse motivo tenha se desculpado pelos métodos agressivos utilizados por eles na primeira vez em que se encontraram, por mais que não estivesse de fato arrependido.

Ele e sua colega de trabalho, Gabrielle, eram justamente a dupla de jornalistas da qual Himiko fugira correndo dois dias antes, escapando do cerco maldoso que fizeram na tentativa de entrevistá-la.

— Foi um ato de desespero — explicou. — Nós precisávamos de algo para apresentar no jornal do almoço, não podíamos deixar a oportunidade passar… desculpe o mau jeito…

— Por que eu?

— Por causa do atentado ao ginásio — respondeuu ele, baixando a voz para não ser entreouvido. — As filmagens que tivemos acesso mostram você saindo de lá alguns minutos depois e, modéstia à parte, sou um ótimo fisionomista…

Himiko levou um tempo para entender do que Tyler falava, chegando à conclusão correta de que ele se referia ao ocorrido em Mauville. As memórias daquele dia retornavam em cheio: a dor da perda de dois amigos, a decepção que sentiu por pensar que tinha encontrado April, a culpa pelos erros cometidos…

— Depois. — A resposta da garota foi curta e seca, porém, cheia de significado. Não era o momento para pensar naqueles problemas, não quando estava presa a uma maca de hospital aguardando por atendimento. Apesar disso, não via muitas ressalvas em contar sua versão do que presenciara.

O que talvez não fosse tão cedo assim, a julgar pelo ritmo que as coisas se decorriam. A dupla acabou por deixá-la sozinha desde que ela foi chamada para o atendimento, tendo os afazeres do trabalho para se preocuparem. Antes eles soubessem que a má vontade do médico que a atendera fez com que a consulta não durasse mais do que dois minutos, nos quais ele se limitou a algumas perguntas sobre como ela chegara àquele estado e terminou por lhe encaminhar para que tirassem uma radiografia.

Dois minutos também foi o tempo entre o alívio por ter sido atendida e a frustração por descobrir que o equipamento de raios-x estava com defeito. Em meio às várias reclamações dos outros pacientes e os funcionários que nada podiam fazer quanto ao aparelho quebrado, Himiko acabou salva por um enfermeiro que se deu conta do estado de urgência dela e lhe prometeu dar um jeito na situação.

E o improviso mostrado por ele em uma das salas respondia exatamente à pergunta que a treinadora mentalizara ao lembrar-se de que o Magnemite de Tyler fora capaz de ver que nenhum de seus ossos se encontrava quebrado.

Um grupo de pokémon trabalhava em conjunto no atendimento de alguns pacientes; um deles, o único no campo de visão da garota sem que ela precisasse mover o pescoço, recebia pulsos sonoros de um Zubat, ambos paciente e pokémon acompanhados por um espécime cor-de-rosa não reconhecido por ela, mas que por muito pouco não podia ser confundido com uma enfermeira humana.

Poucos segundos se passaram após ela ter sido deixada lá para que um pokémon se aproximasse dela. Este era também humanoide e, apesar do corpo esguio e das mãos disformes, também poderia ser confundido com um humano a um olhar desatento. Tentando não rir de sua comparação, Himiko desviou o olhar, focando-se na estrutura avermelhada a lembrar um chapéu na cabeça da criatura. O Medicham, no entanto, concentrava-se apenas em seu trabalho, comunicando-se com ela telepaticamente:

“Luxação com possibilidade de fratura. Aguarde um pouco, vou precisar de ajuda.”

O pokémon então afastou-se, deixando Himiko pensativa. A telepatia do Medicham era completamente diferente do que ela havia visto até então; a mensagem dele aparecia sem qualquer entonação em sua mente, como se ela se recordasse de algo que havia acabado de ler em algum lugar. O mecanismo era o oposto de conversar com seu Gardevoir, com o qual tinha conversas efetivas, uma voz que expressava o sentimento dele além da mensagem em si.

Não houve tempo para chegar a qualquer conclusão a respeito dessas diferenças, visto que o Medicham logo retornara, acompanhado por um Magneton. A dupla de pokémon a analisou por um breve instante, chegando à mesma resposta que ela já tinha a respeito de seu estado.

“Nada quebrado. Posso resolver em um instante.” A comunicação do pokémon psíquico era curta e direta. “Vou ter que lhe paralisar por um minuto para evitar reflexos e reduzir sua dor.”

Himiko levantou o polegar do braço bom, sinalizando ter entendido a mensagem, ao que o pokémon iniciou uma contagem regressiva. Antes de ele chegar ao 2, contudo, ele aplicou uma pressão com os dedos na lateral do pescoço da jovem, de tal modo a fazê-la perder suas forças quase instantaneamente, relaxando-a de tal forma que não conseguiria se mover. Na percepção dela, no entanto, o efeito foi de aumentar a dor que sentia em suas articulações deslocadas, principalmente quando o Medicham forçou estas de volta para o lugar de origem.

O alívio ao final do procedimento também foi imediato. Foram apenas dois golpes, um em cada lesão, e tudo se resolvera. As pontadas de dor certamente a fariam gritar se assim fosse capaz. Provavelmente um dos motivos pelo qual ela fora paralisada, pensou, sendo interrompida por uma última mensagem do pokémon.

“Está tudo certo agora. Descanse que eu lhe verei mais tarde.”

E, apesar do incômodo, Himiko se sentiu muito melhor quando os efeitos da paralisia passaram. Uma parcela ínfima de dor permanecia nas articulações, o que certamente se resolveria nas horas seguintes. Não duvidava que pudesse sair andando dali se assim quisesse.

E talvez tentasse fazê-lo não fosse o cansaço acumulado. Por mais que tivesse passado tanto tempo deitada, não conseguira relaxar até então, por culpa de tantas dores e preocupações. Agora, que ambas lhe haviam deixado em paz, não havia empecilho para que descansasse.

— — —

Eram talvez três horas da tarde quando Himiko recebeu alta do hospital, andando com certa lentidão. Um leve incômodo persistia na perna direita, com a articulação protegida por uma joelheira, e era só o que restava de lembrança do acontecido na véspera.

A ausência de recordações voltava a lhe incomodar. Talvez precisasse desabafar sobre isso com alguém para que pudesse se sentir melhor, mas não desejava fazê-lo com Futa. Era estranho até, considerando a ligação que tinham entre si, mas a ideia de conversar com alguém capaz de ver exatamente o que ela pensava não lhe era agradável.

Foi o motivo pelo qual ela caminhava ao lado de um Manectric tentando não se perder no desconhecido que lhe era Lilycove. Ikazuchi talvez fosse brincalhão demais para a seriedade do momento, mas Himiko julgou que talvez fosse melhor assim, tendo uma mínima esperança de que a alegria constante dele pudesse lhe contagiar.

— Eu no seu lugar estaria agradecendo — Kazu comentou, após ouvir as preocupações dela. — Tem coisas que é melhor não saber…

— Eu acordei toda quebrada em uma van, sendo levada para um hospital por desconhecidos. E não faço a menor ideia de como eu cheguei naquele estado…

— Por isso mesmo. Não tem como vir nada de bom daí. Quer dizer, pior que isso só se você estivesse toda melecada com gosma de Muk.

A tentativa de fazer a treinadora rir não fora exatamente um sucesso, mas servira ao menos para desviar o foco da conversa.

— Eca! Não fale essas coisas na hora da fome!

— Tá bom, fresquinha! O que você pensa em comer?

— Não sei… Não tem nenhum lugar de graça a esse horário, né?

— Sempre tem o centro pokémon…

— Ah, duvido muito. A esse horário não vai ter mais nada…

Himiko então parou, procurando por sua bolsa de dinheiro na mochila para ver o quanto poderia gastar. Restavam apenas umas poucas moedas pelo que ela se recordava, talvez o suficiente para se alimentar por um dia ou dois.

Mas ela não chegou a procurar sua carteira, perdida por algum lugar no fundo, em meio a seus pertences todos bagunçados; reconheceu uma pequena bolsa marrom por cima das roupas que não deveria estar ali.

O porta-moedas estava pesado e estufado pela grande quantia ali presente. Himiko reconheceu-o imediatamente; o objeto chegara a pertencer a ela por alguns dias, até o momento em que ela decidira por comprar uma insígnia roubada com aquele valor.

Como isso veio parar aqui? Será que tudo isso foi um sonho ruim?

Só havia um jeito de descobrir, apesar do receio pelo que poderia ouvir.

— Que bom te ver bem! — Futa exclamou assim que foi liberado da pokébola.

— Obrigada por se preocupar… — respondeu ela, estranhando o fato de ele não lhe atropelar os pensamentos como costumava fazer, aquela mania irritante do Gardevoir com a qual acabara se acostumando. — Mas eu quero que me explique o que aconteceu ontem…

Ela então atirou a bolsa para o pokémon; ele não chegou a tocá-la, apenas a guardando de volta com sua telecinesia.

— Esse dinheiro era seu, então eu o peguei de volta — ele respondeu de forma pausada, o que não era exatamente de seu feitio.

— Você sabe que eu não estou perguntando só pelo dinheiro…

— Confie em mim, Himiko, você não quer saber dos detalhes.

— Se vocês me dão licença… — Kazu interviu, notando que não fazia parte daquela conversa — É melhor eu voltar para a pokébola…

— Como eu não vou querer saber? — Himiko perguntou, ignorando o Manectric a retornar para o enclausuramento. — Eu acordo toda quebrada no meio de estranhos e você me vem com essa?

— Não vale a pena… Mas se você faz tanta questão eu posso lhe mostrar depois. De preferência não no meio da cidade.

— Caramba! Pra quê todo esse suspense?

— Você vai entender quando for a hora. Mas agora é melhor irmos comer…

Decidir por algum lugar era uma tarefa muito mais fácil com dinheiro no bolso. Não demoraram até que chegassem a um shopping center, o qual certamente teria uma praça de alimentação variada.

E, distrações a parte, incluindo uma loja de suplementos para pokémon que lhe chamou a atenção pelo preço reduzido, ela logo se sentou a uma das mesas da praça com sua refeição, não sem notar o quanto Futa sem mostrava inquieto ao seu lado, sem ao menos sentar-se com ela.

— O que tem de errado? — Himiko perguntou, após não aguentar mais vê-lo com aquela expressão.

— Estou com uma sensação ruim. Não sei dizer o que é.

— Problemas?

— Não percebo nenhum perigo. Mas algo de ruim está para acontecer…

— Desde que não seja essa comida que esteja estragada… — ela brincou, tentando distrair o pokémon. Não conseguiu.

Os minutos se passaram, mas o Gardevoir continuava demonstrando receio. Himiko decidiu por dar uma caminhada dentro do shopping, esperando que algo pudesse mudar. Ficou um bom tempo na loja de suplementos pokémon, repondo seu estoque de ração. Mas Futa continuava preocupado com algo.

Ela então lembrou-se de Rhavili. A coordenadora não havia comentado que morava em Lilycove? Talvez ela estivesse por perto, chateada por ter sido abandonada em Mauville sem aviso quando elas combinaram de seguir viagem juntas.

Não era esse o motivo para o desconforto de Futa, mas sim o treinador que descia das costas de um Pelipper no momento em que eles saiam do shopping center.

E Himiko só soube disso por notar o quanto seu pokémon ficara inquieto ao notar a presença de Brendan.

— Que sorte eu te encontrar por aqui, Himiko! Vamos pra casa!


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Notas finais do capítulo

¹: Okay, temos que tomar um pouco de liberdade criativa aqui. Na realidade, esse tipo de lesão é extremamente improvável em caso de quedas como a que Himiko sofreu. Normalmente o trauma da perna se dá nos tornozelos (que são uma articulação mais frágil) e/ou nos quadris. O motivo para que a lesão fosse descrita dessa forma é que em ambos os casos realistas não ocorre luxação (quando a articulação sai do lugar), mas sim fratura (ossos quebrados). E uma fratura de quadril, por exemplo, não sai por menos de 6 semanas de internação e uma possibilidade de sequelas maiores.
E, entre uma lesão pouco realista e um tratamento milagroso, eu preferi ir pela primeira opção, pois a Himiko não pode ficar todo esse tempo parada.
[Agradecimentos para a Miss Viegas pela consultoria - https://fanfiction.com.br/u/35777]

E pra completar o pacote, o capítulo saiu desse jeito mesmo... parado. Quer dizer, não tem muito o que ser feito depois de um capítulo tão... dramático quanto foi o anterior.
Enfim, colocados os pingos nos is, acredito que eu consiga retomar aquele prazo de 3 semanas por capítulo. Se a vida deixar.

Notas do in-game: Um pouco de grind na rota chuvosa. Felizmente não houve nenhuma tragédia.

Status do time:
Pokémon: 4
Futakosei (Gardevoir) Lv. 61; Bold, Synchronize.
Ikazuchi (Manectric), Lv.60, Serious, Lightning Rod
Nagrev (Charizard), Lv.60, Naive, Blaze
Rejane (Lombre), Lv.62, Bold, Swift Swim

Mortes: 8 +0 = 8



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