Por Trás da Seriedade escrita por Lilly Belmount


Capítulo 28
Capítulo 25 - Parte II




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Longe dali, Mellody se preparava para aterrorizar a vida de Cindy. Tudo arquitetado em sua mente maligna, era hora de por em ação. O caminho estava muito desértico. Não havia nenhum sinal de vida. As ruas de Londres estavam sumindo, sendo deixadas para trás a cada curva do Audi vermelho. A neblina cobrias as ruas dificultando a visibilidade.

Ao chegar no local, Mellody se sentiu revigorada. Nunca se sentira tão à vontade. Em questões de maldade, Mellody era a pessoa certa. Na maioria das vezes fingia ser amiga de todos, mas se alguém tirasse o que era dela por direito, teriam de aguentar as consequências. Nunca deixava que as coisas saissem dos eixos. Do eixo dela.

Estava tudo muito calmo quando ela chegou. Infelizmente a casa onde mantinham Cindy refém, não era do seu agrado. A casa tinha seu aspecto sombrio, cheia de pó e com muitas teias de aranha. Um lugar muito abandonado. Anos de abandono. Uma típica casa onde solitários depressivos e consumidores de drogas gostavam de passar o seu tempo.

Um dos rapazes, aproximou-se do carro dela ao vê-la chegar. Nos seus olhos havia uma grande preocupação. Se culpava e se sentia péssimo com toda aquela situação. Se fosse uma outra pessoa qualquer, faria o trabalho sem o menor problema. Mas infelizmente a pessoa que foram obrigados a sequestrar, se tratava de uma garota de dezessete anos grávida. A qualquer momento poderia entrar em trabalho de parto.

— Seja bem vinda! — Anunciou o rapaz.

— E o que tem de bom? — Retrucou ela.

— A garota ainda está inconsciente. Acho que poderia pegar leve com ela, afinal ela está grávida.

Mellody deu uma risada estrondosa, quase lembrando o som de cordas de um instrumento musical quebrando.

— Não me diga o que devo fazer. Eu sou a única pessoa que merecia ser respeitada aqui.

— Eu... — Ela o interrompeu.

— Fique quieto na sua e faça o que eu mandar. Foi para isso que você foi pago. Não dê sugestões, não sinta pena e tampouco se importe em fazê-la se sentir bem.

Ele ficou a ver návios. Havia muita pressão em cima dele. Se pudesse ele tentaria libertar Cindy, a deixaria livre para viver sua vida. De qualquer maneira ele seria obrigado a fazer o que lhe pedissem. Os dois entraram dentro da velha casa. Mesmo antes de imaginar como Cindy estava, Mellody já vibrava por dentro. Quanto antes pudesse colocar o seu plano maligno em prática seria melhor.

Numa sala um tanto que pequena estava Cindy. Apagada.Inconsciente.A isca perfeita.Só precisava que ela estivesse consciente para que o show começasse. Mellody estava sentada bem a sua frente, apenas observando calmamente. Queria que por um segundo ela estivessse acordada. Tão bem acordada para que pudesse ver a sua própria cara de derrotada.

Um dos rapazes se aproximou lentamente. Não conseguia entender o porque Mellody apenas a observava. Não fazia o menor sentido. Tinha de fazer tudo enquanto tinha tempo. Comtemplar o corpo de Cindy inconsciente estava se tornando um privilégio. A sensação de domínio se tornava cada vez maior.

— Me dê uma faca — Pediu ela sem olhar para trás.

— Mas para que a senhorita quer uma faca?

— Menos pergunta e mais ação. — Ordenou ela .

— Claro.

Em poucos segundos ele retornou trazendo a faca. Era nova e seu brilho reluzia com intensidade. Mellody a segurou com força. Analisou bem a forma em que Cindy estava. Andou rodeando-a. Sentia pena de ter de fazer algo com ela ainda inconsciente.

Tacou um balde d'água no corpo de Cindy, que logo deu sinais de que estava retornando a si.

— Seja bem vinda! — Disse Mellody bem alto como num teatro.

— O...o...que você...quer comigo?

— Ah Cindy! Você sabe muito bem o que eu quero. Quero te ver morta.

— Já que esse é o seu desejo. Por que não acabou comigo quando teve chance?

— Porque quero te matar lentamente. Quero sentir a sua agônia, o seu desespero.

— Você é maluca garota. — Rosnou Cindy.

— Só agora que você descobriu? — Indagou ela erguendo a sombrancelha — Pelo amor de Deus, acha mesmo que eu sou tão idiota quanto você?

— Quer mesmo que eu responda?

— Calada! — Ordenou ela — Não quero ouvir essa sua voz ridicula. Meus ouvidos são sensíveis a barulhos de segunda categoria.

Cindy revirou os olhos. Nem mesmo para sequestrar uma pessoa Mellody servia. O que será que ela tinha na cabeça? Talvez o cérebro já tivesse passado da data de validade. Percorreu o local com os olhos e sentiu medo ao ver uma poça de sangue seca. Uma grande poça de sangue, prova de um crime barbáro.

— Vai desistir do Jared e dessa criança? — Perguntou Mellody.

— Não, Mellody. Nunca desistirei nem mesmo que eu perca a minha vida por causa disso.

— Está fazendo a escolha errada!

— Essa escolha é errada para você e não para mim.

Mellody analisou a expressão de Cindy, viu que ela falava sério. Sério até demais. Aos poucos ela foi recuando como quem estivesse ouvindo vozes.

Cindy comecou a ficar assustada, pois Mellody começou a ter reações cada vez mais estranhas. Sua expressão se tornou mais intensa e mais obscura. Seu olhar ficou profundo, quase lembrando uma caveira.

O que você está esperando para acabar com ela?

Não! Não faça isso. Não esta vendo que ela esta grávida? Isso é errado. Solte a garota e deixe-a ser feliz.

Feliz? Acha mesmo que precisa dizer isso. Mellody ela está com o seu ex-namorado. MATE-A!!!

Se matá-la se sentirá feliz?

Mellody balançava a cabeça positiva e negativamente.

Cindy queria saber o que estava acontecendo. Quem sabe até mesmo poderia ajudá-la, se não estivesse presa e com medo do que estava acontecendo.

Só pode estar louca. Essa garota merece sofrer.Ela tirou o que era seu, nunca se importou em saber se você era ou não feliz com o Jared.Ela nunca suportou ser esquecida...

— CHEGAAAAAAAAA! — Gritou Mellody desabando em suas próprias pernas.

Seu grito emergiu do fundo de seu peito. Um grito mais alto e mais cheio de vida. Um grito do qual Cindy nunca pensou que Mellody pudesse ter a capacidade de alcançar. Não dava para acreditar nas mudanças que havia ocorrido com Mellody.

— Mell? — Chamou um dos rapazes — Está tudo bem?

— Nunca estive tão bem em toda a minha vida — Respondeu ela vitoriosa.

Mellody voltou a ficar sozinha. Nenhum dos rapazes ousaram em invadir o seu espaço, tanto que estavam preocupados em outro assunto mais importante. Brutalmente, Mellody amarrou uma mordaça na boca da garota. Não queria dar a oportunidade para que Cindy gritasse. Com a mesma faca começou a desenhar apenas os contornos no rosto de Cindy.

Aquela faca reluzente, foi o apíce para que Cindy realmente percebesse que Mellody não estava de brincadeira. A ponta tocou o seu rosto com um pouco mais de intensidade. Mellody lhe passava a faca sem imaginar o quanto afiada estava. Um pequeno corte se abriu em sua bochecha.

— Me desculpa — Disse ela cinicamente — Juro que não queria fazer isso. Sabe que não consigo controlar a minha mão...

O vento ao bater em sua ferida causava um ardor incontrolável. Não conseguiria fazer nada pra parar. Mellody ainda iria se vingar. Não ia ser só aquilo. O pequeno corte servia apenas para dizer que ela não estava de brincadeira e que o prato principal estaria por vir.

Mellody estava incontrolável e sedenta de vingança, até ousou provar o sangue da garota que havia ficado na faca. Aquilo era extremamente nojento, mas ela não se importava. Não havia nada que ela pudesse se importar, principalmente agora que não tinha Jared como seu namorado.

Cindy estava ficando cada vez mais assustada com as loucuras de Mellody, queria gritar, mas estava impedida. Sua mente estava ficando cada vez mais perturbada e confusa. Não aguentaria mais nenhum minuto da sua vida sabendo que Mellody não iria parar até vê-la morta e com Jared de volta aos seus braços.

O olhar de Mellody para com Cindy se tornava mais profundo e sombrio assustando a pobre garota. Até quando aquilo ia continuar?

**********

A primeira noite sem noticias de sua filha deixou Brenda e toda a família bastante preocupada. Não sabiam como levar o dia adiante, aquilo tudo parecia um pesadelo. Um pesadelo sem prazo de termino. Roberta era a única com capacidade de controlar o nervosismo de todos naquela casa. Jared já estava ficando maluco por não ter nenhuma noticia de Cindy. Ele mesmo queria sair porta à fora para procurá-la. Não havia nada mais importante para ele do que ter a garota de volta aos seus braços.

Por que fora acontecer logo com Cindy? Logo ela que estava grávida? Quanto mais tempo passava sem noticia, mais a familia ficava tensa. Brenda se encontrava trancada no quarto, chorando pela ausência da sua filha. Estava arrependida de pegar pesado com a própria filha. Jurava mudar caso a encontrasse novamente. Não seria a mãe rabujenta que era, apoiaria ainda mais o relacionamento dela com Jared.

O telefone tocou. Todos já ficaram apreensivos ao pensarem que poderia ser uma noticia agradável.

— Casa dos Harttman's — Disse Charlie ao atender o telefone.

— Sinto muito, mas não a encontramos em nenhuma parte das cidades mais próximas — O chefe de policia foi interrompido antes de prosseguir com a conversa — Sabe se a garota tinha alguémque representasse perigo a ela mesma?

Charlie ficou confuso com a pergunta, ele não sabia de muita coisa a respeita da vida escolar da jovem, mas poderia se imaginar que ela nunca tivesse nenhum problema com alguém de lá. Sempre fora tão querida por todos.

— Que eu saiba não, mas tentarei saber algo mais com os jovens desta casa.

— Ok.

Quando Charlie ia anunciar a noticia, Brenda havia surgido na sala. A pobre senhora estava com o rosto todo inchado. Não se sentia à vontade para dar aquela noticia. Brenda mesmo fazendo o papel de mãe protetora sempre queria o que era melhor para os seus filhos, assim como ele e Lucy quiseram o melhor para a sua. Na vida era assim, sempre tinham de abrir mão de muitas coisas, mesmo levando muito tempo para superar.

Roberta sempre companheira abraçou a mulher frágil. Brenda não conseguiu resistir e no entanto retribuiu o gesto da jovem. Roberta era a pessoa mais próxima do que Cindy e a fazia se sentir melhor, não que fosse fechar a dor em seu coração, mas as duas sempre estavam juntas. Um tipo de relação que ia além do convivio humano.

Trevor e Jessica foram até a casa dos Harttman's saberem do paradeiro da jovem. Ele haviam pensado me tantas teorias que poderiam leva-los a um ponto chave desse sumiço. Só não poderiam falar perto de toda a familia. Não queriam que se alimentassem de falsas esperanças.

— Podemos conversar num lugar mais reservado? — Perguntou Jessica a Jared.

— Vamos até a cozinha. — Sugeriu Jared apreensivo.

Trevor e Jessica ficavam atento a cada movimento na casa assim evitando que pudessem escutar o que iriam ali conversar.

— O que houve? — Começou Jared.

— A Jessica e eu estavamos tendo uma conversa séria sobre o tempo em que você e a Mellody estavam juntos. — Explicava Trevor.

— Não estão cogitando a ideia de que a Mell esteja envolvida?

— Jay, mesmo que não quisessemos essa é uma das teorias mais provaveis. Muitas coisas aconteceram para que algo sempre desse errado no seu relacionamento com a Cindy. — Moderava Jessica amorosa — Eu estou preocupada com a minha amiga e talvez só você possa ajuda-la num momento desses. Tenho a leve impressão de que ela possa estar naquele antigo casarão abandonado.

Ao ouvir isso a mente de Jared se clareou como se ele tivesse voltado exatamente no tempo.

"...Jay, um dia vou te sequestrar e te trazer para esse casarão ou quem fizer mal a nós dois ...."

Jared fez um gesto para que Trevor o acompanhasse, avistou Evan e também o chamou. Iriam até o antigo casarão tentar obter algumas pistas.

O local era muito afastado da cidade. Um bairro praticamente abandonado repletto de mato bem crescido. As casas ali praticamente não serviam para mais nada, exceto como depósito de lixo e um esconderijo para desabrigados. Estavam preparados para qualquer supresa.

Ao chegarem no casarão Jared não pensou duas vezes em invadir completamente o local. Evan e Trevor só tinham de acompanhá-lo. A escuridão era muito grande, exceto pela fraca luz que vinha de uma outra sala. Ela só poderia estar ali. Caminhou até ali, mas não conseguia acreditar no que via.

— O que você pensa que está fazendo? — Brigava Jared com Mellody.

— Amor, você chegou na hora certa. Só esperava você para poder matar esa imbecil da Cindy.

— Não! Eu não vou matar ninguém. — Murmurou Jared furioso.

Mellody se aproximou de Jared fitando-o em seus olhos.

— O peso da culpa é grande? Afinal você sabe o peso que carrega na sua vida e é para sempre. Será que a sua queridinha ainda vai ficar contigo depois de saber desse seu segredo?

— Mell, para com isso, por favor! Não precisa tocar nessas feridas do passado.

— Foda-se Jared! — Virou a atenção para Cindy — Há alguns anos o Jared poderia ser considerado um bom rapaz, o pai perfeito para uma família. Infelizmente toda a sua bondade e seus sorrisos desapareceram drasticamente. Havia algo de errado, mas ninguém pareceu se importar em descobrir a verdade. Quando soube que ele estava morando aqui em Londres fiz questão de tentar ser amiga dele e de seus companheiros de banda. No dia em que fui até a casa deles a porta estava aberta e ouvi Jared discutir alto com a mãe pelo telefone. Ouvi toda a história, deveria ter saído dali sem que ele me visse, mas eu tinha uma oportunidade de ouro nas mãos.

— Chega! — Pedia ele furioso.

— Porra, para de me interromper. Eu prometi que não contaria o seu segredo se ele fosse meu namorado e assim selamos um "contrato". A verdade é que o assassino da amiguinha dele foi seu grande amigo. Fizeram uma aposta sobre quem conseguiria ficar com ela numa noite, Jared conseguiu e infelizmente a engravidou. Os dois eram apaixonados pela mesma garota e o ciúme deixou o amigo cego e ele se vingou tirando o bem mais precioso da vida de Jared. Ele a esfaqueou e fez com que tudo parecesse um mistério.

— Eu paguei no lugar dele por um crime que não cometi, mas sou livre agora. — Murmurou Jared tentando se aproximar de Cindy.

— Se eu fosse você não tocaria nela! — Exclamou uma voz na escuridão.

Ainda perdida em seus sentidos Cindy se assustou com o dono da voz. Em milhares de anos poderia reconhecer aquela voz que tanto a perturbou.

— Peter? — Sibilou ela.

— Boa noite meus amigos. Como é agradável me juntar as pessoas do meu passado sujo. — Ele caminhava para perto do único foco de luz — Olá Jared.

— Peter? Como é que você pode estar do lado dela? A Cindy sempre foi sua amiga.

Peter gargalhava divertido.

— Até parece que ela sempre foi minha amiga. Jared, nos conhecemos cinco anos atrás. Ninguém sabia que o amiguinho dela havaia morrido e no entanto usei a sua identidade. Me passei por alguém que eu não era.

— Lenny? — Disse Jared indignado — Durante todos esses anos você esteve tão perto e não falou nada.

— Tive tempo o suficiente para me transformar naquele pivete. Acha que foi fácil? Durante meses tive de aprender a ser como ele, e não era fácil. A Mellody foi a única capaz de me ajudar durante todos esses anos. Saber que a Cindy te amava foi como ganhar um prêmio Nobel. Poderia ter a chance de ser feliz com alguém, mas infelizmente ela era como a outra, obcecada e completamente apaixonada por você. Detestava quando ela me fala va sobre os sonhos dela contigo e nisso um amor repleto de ódio cresceu em mim. Fiz com que essa bobinha acreditasse em tudo o que eu desejava.

Jared ia avançar para socar Lenny, mas os capangas o seguraram.

— Eu quero te ver sofrendo por ela Jared, assim como eu sofri pela perda da Julie. Sabe o quanto doí amar e não ser amado. Daria a minha vida por ela, mas ela foi burra ao ficar contigo. Mas a Cindy será minha.

Com um pouco de esforço Jared conseguiu se soltar dando um golpe certeiro em Lenny. Uma luta ferranha começava entre eles, Evan e Trevor entraram no meio da briga com os capangas. Socos e pontapés foram disferidos contra eles. A raiva que Jared sentia não era apenas por Julie ter sofrido, mas por Lenny se passar por alguém que ele não era e ser um risco para Cindy. Deveria ter desconfiado muito antes que havia algo de errado nele.

Mellody jogava cada vez mais sujo com eles, entregou ferramentas para que pudessem deixar a briga pior do que esperavam. o casarão ficou com o ambinete ainda mais pesado e sombrio do que ele já era.

O olhar desesperado de Cindy se encontrou com o de Jared. A violência não era do seu agrado, mas logo Lenny pareceu desistir da briga. Não valeria a pena continuar. Lenny traquilamente saiu do local para desespero de Jared. Ele ainda iria aprontar.

Jared após ver o estado em que Cindy estava, ficou mais nervoso do que já estava. Queria de todos os jeitos avançar para machucar Mellody, mas Evan e Trevor o seguraram impedindo-o. Os rapazes que a ajudaram a sequestrar Cindy conseguiram escapar diante da bravura dos rapazes que vieram ajudar Jared. A culpada era Mellody de causar todos aqueles problemas e não eles. Mellody o fitava severamente.

— Até quando acha que vai aguentar viver com ela, hein Jared?

— Até quando eu deixar de amá-la...— Lagrimas escorriam sua face — E mesmo assim teremos essa criança para nos manter unidos. Uma prova do nosso amor que será eterno.

Mellody não aguentou ouvir, ainda assim o queria de volta. Todas as provas que ele lhe dava não eram o suficiente para que ela caísse na realidade. Teria de haver alguma forma de fazer com que ela acreditasse em suas palavras, nem que se fosse pelo mundo espiritual.

— Nossa! Que papo de gente velha. Vamos Jared msotre a Cindy quem você ama de verdade. Já que a ama tanta como diz, prove agora. Me toque, me beije e me faça sentir prazer como nunca.

Jared a segurou pela garganta, suas mãos se ajustavam perfeitamente para acabar com a vida dela em poucos segundos.

— Vamos acabe comigo — Ela falava com dificuldade — Sua lista será cheia de erros e manchas de sangue. Quer realmente isso?

— Eu quero acabar com você! Apenas isso...

Os olhos de Jared se tornaram mais intensos com a sua fúria. Trevor se aproximou pedindo para que Jared a largasse. Não deveria se igualar a ela. Ele a largou com força fazendo-a cair sobre os próprios joelhos.

Evan havia lhe contado sobre a movimentação que estava havendo fora do casarão. Mais carros chegavam para ver o que acontecia naquela casa escura. Aos poucos o que era deserto se tornou movimentado demais. Mellody recuava aos poucos. Ninguém prestava atenção em seus movimentos, tampouco queriam que Mellody aproximasse. Tudo o que queriam eram apenas tirar Cindy daquele lugar horrivel. Todos estavam tão absortos em Cindy, que acabaram deixando Mellody fugir.

Jared aproximou-se de Cindy. A jovem estava ardendo em febre, fraca, com a roupa toda molhada e pior de tudo os cortes que Mellody lhe deixara. Shannon e Tomo o ajudaram a desamarrá-la. Aos poucos estava sendo liberta de todo aquele sofrimento. Pelo menos enquanto podiam.

Assim que soltaram lhe os braços, Jared a abraçou fortemente.Como era bom tê-la de volta, senti-la. Agradecia por sua busca interminável ter terminado. Cindy chorava de alegria e ele a acompanhava. Não houve palavras até então. Não havia palavras para descrever o alívio que sentiam. Parecia que a estaca havia sido retirada de seus corações.

— Cindy? — Chamou ele.

— Estava quase perdendo... as esperanças de que... alguém conseguiria... me encontrar. — Disse ela batendo os dentes de tanto frio que sentia.

Evan olhou para aquela garota frágil e pensava consigo mesmo sobre o que ela tinha passado. Como ela aguentou? Onde ela havia conseguido tanta força para tornar tudo tão difícil para Mellody? Não havia explicações.

— Acha mesmo que eu iria desistir de te encontrar? — Ele limpava os rastros de suas lágrimas — Quase te perdi uma vez, e... — Jared procurava pelas palavras certas — E se eu te perdesse para a Mellody, seria um dos piores erros que eu teria cometido na minha vida. Posso te perder para qualquer um... mas desde que não fosse pelas mãos da Mellody.

Ele enterrou o seu rosto nos cabelos dela. Cindy sabia o quanto ele gostava dela e não havia duvidas de que um merecia ao outro. Nos momentos mais difíceis ele a estava ajudando, principalmente quando sua mãe descobriu a sua gravidez. Jared havia se tornado mais do que o pai de uma criança que estava por vir, ela era o companheiro perfeito, a metade de sua alma.

— Jay — Chamou Trevor — Vamos levá-la para casa. A Roberta não para de me mandar mensagem.

Ele deu de ombros.

Todos pelo jeito estavam muitos ansiosos. Jared passou o braço dela por seu pescoço a ajudando a se equilibrar. Mancava muito, suas pernas estavam um tanto que desacostumadas. Parecia que havia ficado muito tempo sem se mover que suas juntas só poderiam estar travadas como uma engrenagem enferrujada.

Os curiosos no meio da rua aplaudiram ao ver o jovem casal. A energia que transmitiam para eles eram sinceras e reconfortantes. Jared, Evan e Trevor sabiam o que significava tudo aquilo, para ela talvez a forma como alguém torcia pelo seu bem. Acima de tudo ela havia se tornado uma guerreira. Conseguira se manter forte diante das atrocidades que Mellody praticava.

Absorta em suas dores, fizeram-na entrar logo no carro. O vento gelado não estava fazendo bem a ela. Jared a manteve o tempo todo em seu braço. A cabeça encostada em seu peito largo, fazendo carinho em seus cabelos. De olhos fechados Cindy suspirava como quem tentava redescobrir as formas de respirar normalmente. Tudo aquilo parecia irreal. A sensação de liberdade os envolvia. Os minutos pareciam correr mais rápido do que o normal.

O celular de Jared tocava. Provavelmente poderia ser Roberta (impaciente), tentando ter uma noticia agradável.

— Jared? Pelo amor que você tem por mim. Diga que você conseguiu resgatar a Cindy da mão daquela víbora dos infernos! — Ela estava berrando de tanto nervosismo.

Jared sorriu para Cindy, como quem quisesse dizer que era apenas Roberta dando seus ataques malucos.

— Não tenho tanta certeza. Os rapazes não deixaram que eu entrasse. Queria muito saber o que estão fazendo. Apenas me pediram para voltar para casa, para quem sabe eu me acalmar antes de tudo.

— Seu filho da mãe! — Berrou Roberta mais alto — E assim que você diz que a ama. Abandonando-a nas mãos de seus amigos?

Roberta continuava a falar mal. Cindy pegou o telefone da mão de Jared, esperando que Roberta se acalmasse. Roberta não conseguia aguentar a espera interminável.

— Diga alguma coisa cão do inferno!

Cindy tentava reunir forças para poder conversar com sua amiga. Só em ouvir a sua voz, foi como se libertar de tudo o que era ruim. Transportando-se para um mundo completamente perfeito, onde tudo era colorido e cheio de amor.

— Roberta! — Sua voz estava muito calma — Para...com...essa gritaria.

— Cindy! — O grito foi tão alto. Mais alto do que o normal, pois no outro lado da linha começou os murmúrios. — Eu não acredito que você está viva... n-n-não imagina o que faríamos se não encontrássemos você.

— O que iriam fazer? — Perguntou Cindy após um sorriso doce.

— Ah! Pensamos em sair de casa em casa, bairro em bairro, cidade em cidade e o resto você sabe. Faríamos de tudo para ter noticias suas.

Cindy suspirou ao tentar processar a sua mensagem. Aos poucos tudo iria se encaixar novamente. Pelo menos essa era a sua esperança, de que tudo pudesse voltar ao normal.

— Nem assim você deixa de ser maluca, não é?

— E deveria? — Fez uma pausa — Espero que chegue logo.

Jared pegou o telefone da mão de Cindy e despediu-se de Roberta. Queria que ela poupasse ao máximo suas energias. Trevor deu a sua jaqueta para que ela pudesse se manter quente.

Não havia nada melhor do que aquele momento. Estar perto de quem se ama, poderia ser a melhor recompensa de todo o mundo. O casal estava mais que entregue ao seu momento. Jared lhe dava toda a atenção que ela merecia. Sentir o cheiro e o calor do corpo dela, era a única coisa que fazia com que Jared se acalmasse. Saber que tudo estava bem. A mão dele segurava firmemente a dela. A saudade era muito grande. Nem mesmo as três semanas e meia que ficara longe dela, não foi capaz de diminuir o que ele sentia.

O caminho parecia mais longo do que quando vieram. O modo como o silêncio era imenso entre eles chegava a ser tedioso demais. Enquanto não chegavam, Cindy acabou dormindo nos braços dele. Lembrava uma criança cansada enquanto ressonava.

**********

Roberta, Brenda, George, Lucy, Charlie e Jessica estavam muito apreensivos. Não conseguiam controlar a sua ansiedade. Brenda chorava de nervosismo, queria muito que isso não tivesse acontecido com a sua filha. Aquelas três semanas não havia sido produtiva. Não ter a sua companheira era como se uma parte de si não tivesse existido. Queria de todas as formas, jeitos e possibilidades ter a sua filha novamente. A saudade era tão grande e abrasadora que desgrudar de uma única foto sua se tornava impossível. Se ao menos pudesse tê-la novamente em seus braços...

O som da campainha fez com que todos corressem para abrir a porta. Chegava até ser engraçado. A esperança foi desfeita após verem que era apenas o entregador de pizzas. Voltaram seus olhares para Roberta, um tanto que furiosos.

— Não fiquem furiosos... estou com fome.

Ignoraram a garota. Estavam todos muito esperançosos que pudesse ser Cindy. Toda aquela falta de noticias deixava tudo pior.

Estavam na entrada da rua onde Cindy morava. A jovem ainda dormia tranquilamente. Jared sentiu pena ao pensar em acordá-la.

— Cindy? — Ele a chamava cuidadosamente para que não acordasse assustada — Chegamos meu amor. Está de volta ao seu lar.

O olhar dela logo percorreu para fora do carro. Não imaginava que poderia sentir tanta saudade de seu lar. Seus olhos antes secos, agora estavam molhados pelas lágrimas.

— Pronta para rever sua família? — Perguntou Trevor e Evan em uníssono.

— Acho que sim.

Os rapazes saíram primeiro, pois assim poderiam ajudá-la. As lágrimas rompiam sua visão perfeitamente clara. Queria poder controlar as suas lágrimas, mas pelo único fato de estar em frente a sua casa já se tornava melhor do que tudo.

Jared a ajudou a caminhar. De uma forma estranha ele havia se tornado seu muro de apoio. Suspiraram juntos. Eliminaram todos os tipos de pensamento e se concentram em apenas reunir todos novamente.

Ao abrirem a porta não viram ninguém próximo dali. Foram para a sala onde murmúrios corriam de várias formas. Brenda a que estava mais mexida com o sumiço da filha se pôs a chorar. Não conseguia se controlar.

— Minha filha está de volta!!! Eu não... n-n-não consigo acreditar.

Foi tudo o que ela conseguiu dizer. Correu para abraçar sua filha. A sensação que Brenda tinha era a mesma do dia em que Cindy nascera. A manteve em seus bracos durante um bom tempo. Sentia o seu coração bater aceleradamente.

George aproximou-se lentamente como quem realmente quisesse ter certeza do que via.

— Cindy?

— Sim pai.

— Venha aqui, me de um abraço bem apertado. — Ela se aproximou para o abraço e sussurrava — Acho que devo ter ficado com mais cabelos brancos de tanta preocupação.

Ela riu levemente. Afastou -se o suficiente para ver quem estava em sua casa. Seus padrinhos, seus pais,sua melhor amiga e também prima e seus amigos. Nunca havia pensado que sentiria tanta saudade deles. Todos continuavam os mesmos, só uma pequena mudança havia ocorrido. Sua mãe estava mais ligada a Jared. A mudança foi boa. Tão boa que parecia um sonho.

Roberta não atrapalhou o momento da familia. Apenas sorria por ver que sua amiga estava bem apesar de tudo que havia passado.

— Brenda, leve-a para tomar um banho para que possa relaxar — Sugeriu Charlie.

— Claro. — Assentiu ela ao olhar para Jared — Nos acompanha, Jared?

Ele assentiu.

Havia realmente algo que fizera com que Brenda mudasse. Estavam um pouco mais a frente e ele observava o quanto Brenda era tão atenciosa com sua filha.

Brenda os encaminhava para seu quarto. Lá era o lugar onde tinha mais espaço. Deixou que Cindy se sentasse, enquanto preparava o banho. Jared havia ficado na porta apenas observando.

— Por que você não... entra. — Ela disse sorrindo.

— Parece uma ilusão ter você de novo aqui. — Ele suspirava.

Ela sorriu.

Brenda voltou do banheiro sorrindo para os dois. Viu o brilho no olhar deles, percebeu realmente o sentimento que um sentia pelo o outro. Se tivesse compreendido antes, talvez erros não pudessem ter sido cometidos. Ajudou Cindy a se levantar e a levou para o banheiro.

Deixar Cindy desfrutar de um bom banho seria a melhor coisa a ser feita.

Brenda encarou Jared por um segundo sem dizer nenhuma palavra. Aproximou-se e lhe deu um abraço.

— Obrigado. Obrigado por trazer minha filha de volta. Não sei o que seria de mim sem ela. — Fez uma pausa e depois continuou — Sei que sou contra muitas coisas, principalmente em relação ao que sente pela minha filha. Fui um monstro em querê-la só para mim, mas tentarei melhorar. Só quero que ela seja feliz ao lado de quem sempre amou. Preciso vê-la feliz e nada mais justo do que você para estar ao lado dela.

— Não pense assim, Brenda. Nós todos erramos, mas quero que saiba, que eu nunca guardei rancor da senhora. Entendo o sentimento de uma mãe que só quer o melhor para o seu filho e a senhora não é diferente. Pode ter certeza de que a farei ser feliz.

Ela sorriu. As palavras dele cada vez faziam mais sentidos. Com tudo o que passaram aprenderam a dar valor um ao o outro. As entrigas tinham ficado de lado dando espaço a uma covivência pacifica.

— Mãe, a senhora esqueceu de me...trazer o roupão!!! — Gritou Cindy do banheiro.

Os dois riram. Tudo estava entrando novamente nos eixos. Brenda foi atender o pedido da filha, mas Jared a segurou por alguns segundos.

— Fique um tempo com ela. Vou preparar algo para ela e para vocês comerem.

— Obrigado!

Jared foi para a cozinha.Todos os mais velhos ficaram admirados ao vê-lo assumir a cozinha. Roberta era a sua assistente. Auxiliava em tudo o que ele precisava. Roberta, analista como sempre observava como Jared demonstrava a sua alegria. Cantarolava uma música totalmente diferente.

— Que música é essa?

— Uma nova que estou compondo.

— Hum. Obrigado Jared.

— Por? — Indagou ele .

— Por trazer a Cindy. Você foi um dos motivadores que fez com que não desistissemos de encontrá-la.

Roberta o ajudou a colocar tudo em uma bandeja. Imaginou que talvez ela tivesse ido para o seu proprio quarto.

— Cindy?

— Estou aqui. Relaxa. — Sua voz era mais calma do que antes.

Colocou a bandeja na mesinha mais proxima e a abraçou.

— Sentiu isso? — Perguntou ela sorrindo.

— Não muito bem.

— O bebê está chutando. — Ela colocou a mão dele sob a sua imensa barriga — Acho que pode ser a felicidade de estar junto da familia novamente.

— Nunca pensei que fosse me apegar tanto a você!

— Por que?

— Porque tudo o que faço é pensando em você e em nosso filho. Não dá pra pensar apenas em mim como antes eu fazia.

Uma lágrima rolou o rosto dele, com as pontas dos dedos Cindy limpou. O rosto dele estava tão mais sereno. Cindy o abraçou. Sentia borboletas fazendo festa em seu estômago .Parecia o recomeço de muitas coisas. Não dava para disfarçar com o seu rosto corando intensamente.

Não dava para Cindy fingir a alegria de estar junto de Jared novamente. Seu coração batia com uma rapidez inigualavel. Queria realmente esquecer o terrível fato que havia acontecido em sua vida. Deixar tudo de lado e apenas cuidar de sua gravidez seria o correto a fazer.

— Jared?

— O que foi?

Cindy permaneceu calada.

— Nada... esquece.

— Tem certeza?

— Sim. — Ela olhou para a bandeja — Vou comer um pouco.

Jared deixou Cindy fazer a sua refeição sossegada. Mal conseguia deixá-la sozinha. Pensava em tudo o que Mellody lhe havia feito. Jamais ela iria lhe dizer. Seria melhor se não mexesse nas feridas. Devia deixar de lado tudo e apenas se focar na vida que teriam para frente. Ir a consultas médicas seria o primeiro a ser feito. Queria se certificar de que tudo estava bem com o bebê e com ela. Todo o cuidado era pouco.

Roberta bateu na porta antes de entrar. Cindy lentamente se levantou e abraçou a amiga/prima. Suas lágrimas se tornavam dificeis de se conter. Se tornava estranho não ter Roberta por perto. Em tudo que Cindy fazia ou planejava sempre tinha que ter Roberta no meio.

— Não sabe o quanto foi chato ficar na mão daquela víbora e não ter com quem conversar...

— Imagino meu amor. Aposto que ela era bem maluca! — Exclamou Roberta sorrindo.

— Maluca? — Indagou Cindy — Maluca é um apelido. Aquilo parecia o demônio.

— O que importa é que você está novamente conosco.

— Eu sei... — Cindy sorriu sem humor — Só queria que isso não tivesse acontecido.

— Por que?

— O Jared está um pouco estranho... — Roberta a interrompe.

— Ele não está estranho... apenas... diferente. Ele não sabia o que fazer, passou noites acordado. Andou praticamente por toda a Londres. Acho que ele ainda não acredita que te encontrou.

— Acho que passei muito tempo longe — Ela brincou com a sua própria situação — Parece tudo novo para mim. Parece que falta algo.

— Sei como é... vou pra casa com os meu pais. Amanhã venho te ver.

— Obrigado!

Evan e Trevor também aproveitaram o momento e foram para as suas casas. Estavam tão cansados que mal conseguiam acreditar que tudo tinha terminado.

Jared estava terminando de organizar a cozinha para ir embora. George e Brenda estavam apenas esperando o momento certo para conversar com ele Desde que a confusão começou nunca se sentaram para ter uma conversa franca e sincera.

— Tem um minuto rapaz? — Perguntou George.

— Sim senhor.

— Sente-se — Pediu Brenda

— Em primeiro lugar minha mulher e eu queremos te agradecer por trazer a nossa filha de volta. Sei o quão díficil foi para você.

— Fiz apenas o que meu coração pedia... — Brenda o interrompeu

— Quero pedir desculpas por tudo o que fiz. Por julgá-lo sem conhecer. Não sabia que o namorado da minha se arriscaria para salvá-la.

— Eu só queria que ela fosse feliz ao modo dela... mas infelizmente nem tudo saiu como esperavamos. — Disse George confiante de suas palavras.

— Se puder... gostaria de que passasse a noite com a nossa filha.

— Mas... — Brenda o ionterrompeu

— Fique com ela. — Ela sorriu transmitindo a sua palavra de mãe.

Ele apenas acenou com a cabeça e terminou o que estava fazendo antes de ir para o quarto.

Ao ir para o quarto da garota, Jared sentia uma sensação de dever cumprido. Fez o que a família queria. Jared ficou um bom tempo conversando com Cindy, lhe explicou quase tudo sobre o que havia acontecido durante o tempo em que esteve refém de Mellody.

— Pensei que estava com raiva de mim...

— E porque eu ficaria? — Indagou ele.

— Ah... talvez pelo fato de eu ser burra o suficiente para ter ido para onde a Mellody queria. Eu fui a principal culpada para ter sido sequestrada.

Jared balançou a cabeça sorrindo.

Rever o melhor sorriso dele, significava tanto. Nunca havia se encantado tanto por um sorriso. Não havia palavras para descrever o quanto aquele momento entre os dois era importante. Estavam completos. Jared estava com a cabeça inclinada. Ambos olhando um nos olhos do outro. Havia um brilho intenso nos seus olhares.

Ele se aproximou do rosto dela, trazendo sua boca para perto da dela num beijo que a pegou de surpresa. Sem dar a si mesma tempo de pensar, ela permitiu que seu lábios se relaxassem ao colar nos dele.

Enquanto estavam deitados Cindy sentiu o seu coração bater mais forte. Era ali o seu lugar. E ela ficou ali, ao lado dele, encostada nos ombros e debaixo dos braços dele. Ali parecia o paraíso. Como se fosse o lugar certo para ela estar. Debaixo da sombra dele, do carinho, dos mimos, e com certeza, atraindo a força do sorriso dele, para que dentro dela houvesse forças para prosseguir. Pegava-se pensando em tudo, nele, nela e nos dois. Como tudo começou. Em como ela fazia de tudo para não apegar-se ainda mais. Agora ela percebe que as tentativas foram inúteis, tentando sempre se esconder, fingir ou lutar sempre contra o coração. Fechou os olhos e sentiu seus próprios dedos tocando-o mais forte, pedindo baixinho para que esse momento não acabasse. E foi só ali, que ela mais do que nunca percebeu que precisavam um do outro, como a rosa que precisa da água pra viver.


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