(Por Ludmila)

Primeiro ele me mostrou os andares e seus quartos, eram cinco andares no total com muitos quartos, as pessoas mais nobres moravam no castelo. Então ele começou me mostrar as salas, de música, de aulas, de mapas, a biblioteca, a sala da família real, onde está a árvores genealógica de toda a família real, a sala de beleza, existiam salas de várias coisas.

– Bom, a sala do trono você já conheceu, agora irei te mostrar o salão de bailes.

Caminhamos mais um pouco até que nos deparamos com uma grande porta branca com detalhes dourados, ele a abriu e então vi um enorme salão. O chão era de mármore com dourado e as pilastras também, havia uma grande escultura do castelo no centro, algumas escadas que dava para o centro do salão, mesas e lindas flores e no teto um lustre ainda maior que o da sala do trono.

Na parte de trás do salão há apenas algumas pilastras, mas sem a parede atrás, havia uma escada que ligava o salão diretamente a um lindo jardim, era meio que ao ar livre. Fiquei encantada!

– Federico, isso é incrível! É tão lindo!

– Você gostou?

– Claro!- Eu disse olhando tudo novamente.

– Vamos ao jardim?

– Vamos!

Fomos andando calmamente até lá. Descemos as escadas e pude ver claramente como era o jardim. Muitas "estradas" feitas de pedra, e no centro um linda fonte, cercada de um lago. Para ir até a fonte era preciso atravessar uma pequena ponte. Era tão lindo! Árvores de muitos tipos, flores de todas as cores, inclusive a minha proferida, a rosa vermelha.

Caminhamos um pouco pelo jardim quando me deparo com uma garota de vestido bege simples, com um chapéu enfeitado com violetas, ela cuidava das plantas com muito carinho e parecia adorar fazer aquilo, não consegui ver seu rosto pois o chapéu o tapava. Ao ver Federico ela se virou e o reverenciou. Ela tinha cabelos castanhos e na ponta iam clareando cada vez mais até chegar num tom de loiro. Olhos castanhos e lábios bem vermelhos, era muito bonita.

– Boa tarde Vossa Alteza. Como está?- Disse ela nervosa.

– Bem, obrigado.- Disse ele sorrindo.

– Boa tarde senhorita.- Disse ela.

– Boa tarde. Como se chama?

– Violetta, meu nome é Violetta.

Nesse momento apareceu Giovanni.

– Federico, Federico seu pai lhe chama.

– Está bem. Estou indo. Tchau Luíza!- Disse ele beijando minha mão e me deixando sozinha com Violetta.

– O que você faz aqui?- Perguntei.

– Eu trabalho aqui, sou uma serva. Mas por que o interesse?

– Você parece ser uma boa pessoa. Gostei de você.

– Bem, obrigada.- Disse ela envergonhada e corando.

– Você trabalha em que?

– De tudo um pouco. As vezes cuido das plantas, as vezes fico na cozinha ou limpo algum andar do castelo.

– Uau! Quanto anos você tem?

– Dezoito senhorita.

– Não precisa me chamar de senhorita, acho muito irritante esta mania.

Ela ficou em silencio por um tempo tímida. Pelo menos encontrei alguém que me entende aqui que não seja Federico.

– Bom me conte um pouco da sua história.- Eu disse enquanto caminhávamos.

– Bom, minha mãe, Maria, trabalhava no castelo como eu, meu pai, Germán, era um grande amigo do Rei. Ele e minha mãe se apaixonaram e tiveram um caso escondido. Dessa união eu nasci, minha mãe me chamou de Violetta pois era a flor preferida dela e por que meu pai deu uma violeta á ela quando se declarou. Mas logo o Rei descobriu que eu havia nascido, pois não conseguiram me esconder, e consequentemente, descobriram que o filho vinha de um nobre e uma serva. O Rei ficou furioso e os mandou para a prisão perpétua, eu fui criada lá até os cinco anos e depois me colocaram para trabalhar no castelo mesmo sendo tão jovem. Meus pais, pelas péssimas condições da prisão, acabaram falecendo. E aqui estou eu.

– Puxa! Sua história é fascinante.

– Obrigado.

– Bom, você contou uma história e tanto mas nem sabe ainda meu nome. Sou Luíza Agostina, estava no navio em que Federico estava e que afundou. Eu e ele fomos os únicos a conseguirem se salvar, ficamos dois ou três meses na ilha e voltamos.

– Você está apaixonada por ele?- Perguntou ela interessada.

– Não.- Eu disse rapidamente.

– Todas as garotas do reino o amam, sonham em um dia casar-se com ele.

– E você está apaixonada por alguém?

Ela corou e abaixou a cabeça novamente.

– Sim.- Disse ela timidamente.

– Por quem?

– Por Leonard Vargas.

– Quem é esse?

– Um... nobre que vive no castelo.

– E ele está apaixonado por você também.

– Bom... Você tem que prometer-me que não contará isso a ninguém.

– Eu prometo.

– Nós estamos juntos.- Disse ela preocupada, a historia de seus pais estava se repetindo na geração seguinte.

– Então...

– Exato, tenho tanto medo!

– Tenho certeza que conseguirão ficar juntos.

Ela sorriu para mim e disse:

– Você é muito boa comigo. Raramente sou tratada assim.

– Federico não te trata bem?

– Não é isso. O Rei não gosta que ele tenha contato com os servos entende?

– Sim.

–Violetta!- Gritou alguém, ela sorriu olhando para um garoto que vinha correndo em sua direção.

– Olá León.- Disse ela sorrindo pra ele, um garoto loiro escuro, quase castanho e com os olhos esverdesdos. Seus olhos brilhavam, os meus ficavam assim também?

– É... E a senhorita é Luiza Agostina?

– Sim.- Eu disse surpresa, como ele sabe seu nome.

– Todo o reino fala da senhorita, como a heroína da Itália.

– Ah, que... bom.- Eu disse.

– León, queria dizer que lhe contei toda nossa história.- Disse ela.

– Como? Mas...- Disse ele nervoso.

– Se acalme, prometo que não contarei nada para ninguém.

– Conseguiu uma amiga da nobreza?- Perguntou ele.

– Não sou da nobreza, eu era plebeia mas me deixaram morar aqui.- Expliquei.

– Que bom. Violetta preciso ir até mais.- Disse ele a beijando.

– Até mais.- Respondeu ela.

– Vocês formam um lindo casal.- Eu disse.

– Obrigado. Bom, preciso voltar ao trabalho. Até algum dia.- Disse ela se afastando.

– Até.- Respondi e voltei para dentro do castelo. Me dirigi até a sala do trono, mas antes mesmo de entrar escutei uma discussão entre Federico e o Rei. O que estava acontecendo?

...