It's You escrita por Malina


Capítulo 32
Jealous


Notas iniciais do capítulo

Demorei para caramba a beça, eu sei, desculpe, eu não tenho uma desculpa aceitável, então apenas leia e deixe sua opinião kkkkk.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/614574/chapter/32

                Jane andava nervosa de um lado pro outro, sabia que algo de ruim acabaria acontecendo, mas não imaginou que esse algo ruim seria ela ter dormido com uma possível assassina. Jane podia ouvir de longe a voz de Korsak fazendo mil e uma perguntas, mas mesmo com ele estando ao seu lado o som parecia vir de longe, afinal, seus pensamentos estavam longes, ela só então parou de andar quando percebeu que teria que falar sobre isso com Maura, encarou o nada com os olhos arregalados tentando formar frases em sua cabeça, tentando descobrir o que diria para sua... O que Maura era sua? Jane não tinha essa resposta, o que a deixou ainda mais aflita, a fazendo voltar a andar em círculos novamente. Frost segurou em seus ombros a tirando do transe.

— Jane! Não é hora pra isso okay? Acalme-se                                                                                                   

— Alguém pode pelo amor de Deus me dizer o que está acontecendo? – Korsak exclamou.

— Eu... Eu conheço Cloe – Jane disse com a voz fraca, limitando explicações – Frost, o que eu vou dizer a Maura?

E então o moreno que antes tinha as respostas para acalmar a detetive perdera a fala.

— Jane, vai dar tudo certo.

— O que Maura tem a ver com isso? – Korsak perguntou ainda confuso.

— O que eu tenho a ver com o que? – Maura perguntou entrando na sala.

Jane e Frost congelaram no lugar, tentando achar uma escapatória, o mais velho assim como Maura tentava entender o que acontecia. Maura ao ver a expressão de encurralada de Jane, caminhou sem pressa até a frente da morena. Frost logo se pôs à frente do computador tentando tapar a tela, não pensando em bloquear ou desligar o computador. A loira sem dizer nada, mais desconfiada ainda virou-se para Frost.

— Hey doc, tudo na paz? – o moreno perguntou nervosamente.

— Vocês podem me dizer o que estão escondendo? – perguntou sem alterar o tom de voz.

Jane se sentia incrivelmente culpada, lançou um olhar de desistência para o Frost, e o mesmo ao entender o olhar, saiu da frente da tela. Maura analisou aquele rosto conhecido, sentiu o sangue ferver aos poucos, mas ainda tentando manter a calma, voltou-se a Jane e disse entre dentes:

— O que ela está fazendo ali?

Korsak e Frost constrangidos e com medo de entrar na briga, saíram dando a desculpa de que iriam pegar algo para comer. Maura tinha o maxilar cerrado tentando não lembrar do que vira certa noite, a mulher loira quase seminua e Jane atrás dela coberta apenas por um lençol.

— Vamos conversar em um lugar mais privado? – Jane disse tentando não tornar pública a briga.

— Minha sala – ela disse secamente dando as costas dirigindo-se ao elevador.

Jane a seguiu e sentiu a tensão no ar, sentia que Maura a estava odiando um pouco, odiando aquela mulher, odiando esse momento. Maura saiu do elevador em passos largos, encaminhando-se direto para sua sala, Jane a seguia com medo do que vinha a seguir.

Na sala Maura fechou a porta e as cortinas, dando um pouco mais de privacidade as duas. Maura olhava para Jane esperando uma explicação. A morena abriu a boca para falar algo, mas nada saiu, suspirou profundamente e então começou.

— Eu e Frost estávamos entrevistando a Alexis, melhor amiga da vítima, garçonete do bar, ela nos contou sobre a ex-namorada de Grace e o quanto o fim do relacionamento acabou mal, Alexis disse que Cloe talvez fosse capaz de fazer algo assim.

Cloe, Maura pensou, que nome idiota, um nome idiota para uma idiota.

— E você concorda?

— Eu não discordo, nem concordo, ainda não a interroguei e não quero tirar conclusões precipitadas.

— Engraçado, quando eu falo isso você zomba de mim.

— Mas são questões totalmente diferentes.

— No fundo não.

— No fundo sim. Você vê um homem levar um tiro na cabeça e mesmo assim não é capaz de dizer que foi a causa da morte, você vê uma mancha de sangue e diz que é uma mancha marrom avermelhada. Eu tenho que ver pessoas e dizer se elas são capazes de matar alguém ou não.

— E é você quem vai interrogar essa mulher eu presumo?

— Algum problema com isso?

— Não, Jane, problema algum. Fique à vontade, talvez você queira interroga-la no seu apartamento.

Jane demorou um tempo para formular tudo o que estava sendo dito pela legista e então que finalmente entendeu, um enorme sorriso tomou conta de seu rosto.

— Maura Isles está com ciúmes? – disse debochando.

— Você está brincando comigo? – Maura sentia uma raiva que jamais sentira, um sentimento completamente novo.

— Ai meu Deus, você está com ciúmes – Jane gargalhava.

— Por que você está rindo? Eu estou falando sério aqui.

Maura logo ia perdendo a postura e uma tristeza lhe nocauteou, não gostava de ver Jane rindo dela sem ela saber o motivo dos risos. A morena quando percebeu o bico da loira se formar e as sobrancelhas abaixarem logo parou de rir e preocupou-se, correu para a frente da loira e lhe envolveu em um abraço.

— Por favor Maur não chora, me desculpa.

Jane soltou do abraço mas suas mãos continuavam nos ombros da loira.

— Por que você estava rindo? – Maura perguntou com os olhos abaixados.

— Porque eu nunca imaginei te ver com ciúmes de mim.

— Aquilo não foi ciúmes.

— Foi o que então? – Jane sorriu esperando pela desculpa esfarrapada.

— Insegurança?

— Insegurança de quê?

— Você e aquelazinha, eu me lembro do que vi.

— Você não tem que ter ciúmes dela, na verdade você não tem que ter ciúmes de ninguém.

— Por quê? – Maura perguntou olhando nos olhos de Jane.

— Porque é você quem eu quero pra vida toda, é você quem eu amo.

A loira de repente se viu sem palavras, sentiu lágrimas tomarem conta de seus olhos, ela envolveu Jane em um abraço forte, como se quisesse fundir os corpos.

— Mesmo?

— É claro que sim.

— Você não me acha esquisita?

— Uma esquisita que eu não trocaria por nada nem ninguém.

— Eu também te amo Jay...

A detetive acariciou as bochechas rosadas de Maura, levando aquelas palavras para a mente, sabendo que jamais esqueceria desse momento. Ela tomou os lábios da loira nos seus em um beijo quente e apaixonante, segurava a nuca de Maura com delicadeza, fazendo um leve carinho em seus cabelos, enquanto a loira lhe puxava pela cintura em busca de mais aproximação. O beijo que parecia nunca acabar, o ar parecia desnecessário por longos minutos, o que importava agora era o que estava acontecendo agora, declarações em meio de discussões, beijos após ofensas, amor após o ódio. Os lábios e soltaram com Jane mordiscando o lábio inferior da loira.

— Mas isso não diminui meu ódio por ela.

— Tudo bem, contanto que não desconte em mim, por mim tudo bem – Jane lhe roubou um selinho.

— Não vou descontar em você, mas também não quero ver você perto dela, certo?

— Mas Maura, eu vou ter que interroga-la.

— Não tem que fazer nada, tem bastante detetive nesse precinto.

— Certo.

— Você vai dormir na minha casa hoje? – Maura perguntou.

— Hoje não, tenho que cuidar da Jo que sente minha falta, e minha cama também.

— Sua cama o que?

— Ela também sente minha falta.

Maura riu balançando a cabeça, não conseguia acreditar nas coisas que Jane falava de vez em quando. Certo que esperava receber um convite de Jane para dormir em sua casa, mas entendia a morena, elas não queriam enjoar da companhia uma da outra ficando grudadas muito tempo, mas Maura não podia negar que depois de tanto tempo tudo o que mais queria era abraçar Jane e nunca mais soltar.

— Você termine seu trabalho, eu vou fazer o meu trabalho.

— Certo.

Jane beijou a testa da loira e saiu da sala aliviada por ter resolvido o breve desentendimento. Entrou no elevador. Ao chegar em sua sala, Frost a olhou de cima a baixo, e disse:

— Você não parece que tomou uma surra.

— Porque eu não tomei.

— Muitos gritos?

— Em parte – Jane respondeu sentando displicente em sua cadeira.

— Jane, você poderia poupar meu tempo? – Frost perguntou com um ar cansado.

— Como assim?

— Eu poderia te fazer milhões de perguntas sobre como foi a conversa, ou você poderia simplesmente me contar.

— Gosh, você é mais fofoqueiro que minha mãe. Eu tenho coisas mais importantes pra fazer.

— Como Maura te aguenta, sério?

— Calado – Jane lhe tacou uma bolinha de papel.

Que levou a uma guerra de bolinhas, onde um tentava desviar dos ataques do outro, Korsak entrou na sala, tentando entender o que acontecia ali, ele estava preparado para dar um sermão nos dois que brincavam em serviço, mas os detetives pararam assim que viram o olhar insatisfeito do mais velho. Korsak riu e sentou-se em sua cadeira, reclamando do quão desconfortável era e da dor nas costas que lhe causava.

— Eu liguei para a ex namorada, ela virá ainda hoje para um interrogatório – disse o mais velho.

— E enquanto isso eu irei dar uma olhada na casa da vítima. – Jane continuou

— Certeza?

— Absoluta. Vou levar Frankie comigo.

Korsak concordou com a ideia, ele fazia ligações e fazia pesquisas à procura de algo que avançasse com o caso, assim como Frost que fazia o mesmo. Jane pegou a chave de seu carro e dirigiu-se para o veículo estacionado na rua, sentou-se no capô do carro enquanto ligava para Frankie, pedindo para que ele a encontrasse do lado de fora e explicando o que fariam à seguir.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ta quase no fim galera :'(