E se... escrita por Virgo


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Enquanto corrijo meus erros gramaticais, me pergunto: Inspiração e Tempo para minhas demais fics, onde estão vocês meus negos?
Tenham uma boa leitura :)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/612490/chapter/3

A fumaça saia tranquilamente da cratera flamejante, levando as cinzas consigo e as depositando com cuidado no solo negro ou nos corpos daqueles que ousavam desbravar aquela região.

Sentia que a jovem em seus braços estava cada vez mais fraca e sua respiração cada vez mais falha, o que contribuía para aumentar seu ódio e desespero. Não dava atenção à mais nada além da jovem em seus braços e seu destino traçado, ele a salvaria de qualquer jeito, não importando nem quem teria que matar para conseguir.

Conforme andava, conforme avançava no terreno inóspito e coberto com as ossadas de pobres almas que ousaram se aventurar, sentia diversos cosmos ameaçadores o cercarem. Ele os descreveria como cães que muito latem e pouco mordem.

¬ ESPERA AI, GAROTO!!– chamou uma voz esganiçada. - AONDE PENSA QUE VAI?!

Não respondeu, apenas continuou andando. Ninguém ali merecia sua atenção, não importava o que fizessem, sua atenção era toda da virginiana em seus braços e de seu alvo.

¬ VOCÊ ESTÁ ENTRANDO NO TERRITÓRIO DE JANGO, O MESTRE DOS CAVALEIROS NEGROS!!– outra voz bastante irritante.

Não deu importância, apenas continuou andando. Eram bastante irritantes, como crianças mimadas e orgulhosas, e o silencio é a melhor resposta para esse tipo.

¬ QUEM ENTRAR AQUI SEM PERMISSÃO MORRE!!– urraram cansados da falta de atenção.

Definitivamente, eram iguais à crianças barulhentas, mal educadas e orgulhosas, mereciam um castigo à altura de sua presunção. Se via obrigada a mostrar-lhes seus devidos lugares.

¬ Vim em busca da cabeça desse tal de Jango.

¬ O QUE?!– odiava quando o cortavam.

¬ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO, MOLEQUE?!

¬ Claro que sei.– respostas grossas para perguntas idiotas. - Vocês são os imbecis que depois de anos de treino não se tornaram nem Cavaleiros de Bronze.– sentia o cosmo deles mais ameaçador. - Os Cavaleiros Negros não passam de um bando de Cavaleiros fracassados e incompetentes.

Ouvia os dentes deles rangerem e até alguns rosnados, não podia evitar de sorrir com tamanha infantilidade e incompetência. A loira começou a tossir sangue de novo, no mesmo instante voltou-se para ela, abaixando-se e colocando-a ereta para que não engasgasse.

¬ DESGRAÇADO!!– atacaram achando que estariam em vantagem. - MOSTRAREMOS A FÚRIA DOS CAVALEIROS NEGROS QUE NEM ATHENA CONSEGUIU DOMINAR!!

¬ NÓS ARRANCAREMOS SUA CABEÇA E REDUZIREMOS SEU CORPO A PEDACINHOS!!

Sua expressão era pura aflição pelo que era obrigado a assistir, era doloroso vê-la daquela forma. Envolveu-a com seu cosmo para garantir sua proteção e deixou que suas emoções extravasassem em um único contra-ataque violento e desmedido.

¬ HOYOKU TENSHÔ!!!

Os corpos, em sua maioria inertes, foram caindo ao seu redor como pedras afundavam em um rio. Voltou a se levantar com a jovem em seus braços, ela nem mais tinha forças para manter os olhos abertos por tanto tempo.

¬ Onegai...– continuou seu caminho, sentindo as lágrimas queimarem, mas sem escorrer. - Aguenta...

Andou por mais um tempo, pedindo, rezando para que tivesse tempo e ela ficasse bem. Porém, novamente foi impedido de prosseguir, dessa vez um cosmo maior e mais ameaçador que os outros impedia seu caminho.

¬ Huh! Nada mal.

Olhou por cima do ombro. Era um rapaz na mesma faixa de idade que ele, de cabelos escuros e pele clara, não parecia mais contente que ele. Mas o que realmente chamava atenção era a armadura negra que trajava.

¬ Seu cosmo parece ser um pouco diferente dos demais.– comentou.

¬ Sou o Cisne Negro, um dos quatro Cavaleiros Negros mais poderosos!– ele tinha um sorriso cruel no rosto, porém via que era um sorriso forçado e fraco. - Por que veio em busca da cabeça do Mestre Jango?!

¬ Porque eu soube que Jango se apropriou da Armadura de Fênix e da Lacrima da Rainha.– queria avançar logo. - Um Cavaleiro Negro não merece usar nenhum dos dois. A Armadura de Fênix é minha pois eu a conquistei com meu sangue e suor. E a Lacrima da Rainha é dela pois ela sim precisa e merece mais do que qualquer um nesta ilha.– disse indicando a jovem quase inconsciente que carregava.

¬ Entendi.– alargou o sorriso. - O recém-consagrado Cavaleiro de Bronze veio reaver sua armadura e a lacrima... Está bem.– ergueu as mãos como quem se rende. - Direi onde o Mestre Jango está... Porém...– sentiu o cosmo dar início a uma explosão. - SÓ SE FOR CAPAZ DE ME DERROTAR!!

Cobriu o corpo menor com o seu assim que viu e sentiu o ataque chegar. Uma rajada forticina de vento, acompanhada de flocos negros, mais parecidos com cinzas vulcânicas, atingiram suas costas com a força de um tufão. Sentiu sua pele queimar com o ataque, mas não por calor, e sim com o frio gerado por ele.

Ouvia a risada irritante do rapaz soar, ele já se achava vencedor, quanta presunção. Concentrou seu cosmo, precisava aquecer a jovem em seus braços. Rangeu os dentes e jogou seu punho fechado para trás, a carga de poder que foi junto era tão grande que arremessou Cisne Negro a metros de distancia.

Enquanto se recuperava do ataque e arrumava a loira em seu peito, o rapaz renegado caio e girou, gemendo de dor, tentando ignorar o latejar de sua cabeça e o pulsar constante das veias próximas aos ossos quebrados.

¬ O-O que... A-Aconteceu...?

Pisou no peito do rapaz caído, onde sabia que as costelas trincadas gerariam uma dor tão absurda e torturante que teria todas as informações necessárias em pouco tempo. Tentava empurrar a perna de cima de seu peito em vão, não tinha força alguma para isso.

¬ Fala!– aumentou a pressão.

¬ Urg...– soltou sua perna e a expressão era aflita. - Mestre Jango se encontra na cratera no alto deste penhasco...– aliviou um pouco a pressão. - Ele está protegido por mais três companheiros meus...

Já era o bastante e seu tempo era curto, a única certeza que tinha de que a virginiana ainda estava viva era sua respiração fraca.

O caminho era cada vez pior, em dado momento chegou a escorregar e quase cair num dos vários rios de lava. Levantou-se com algum esforço, sempre priorizando a jovem em seus braços. Assim que ia pegá-la novamente, viu uma mancha negra e logo em seguida tinha um corte fundo em seu braço e outro mais superficial no rosto dela. Pouco depois um cosmo tão ameaçador quanto o de Cisne Negro se fez presente.

Ergueu o olhar, encontrando um rapaz bonito e moreno, não muito diferente do primeiro. O mesmo olhar e o mesmo sorriso, mas a armadura era bem diferente, ainda mais por terem correntes negras presas à ela. O Cavaleiro Negro fez uma pequena mensura que esbanjava sarcasmo.

¬ Andrômeda Negro.– se apresentou deveras cordial com um sorriso adornando o rosto.

Novamente viu a mancha negra, dessa vez via que não passava de correntes. Instintivamente colocou o braço a frente, de madeira que pudesse proteger a si e a jovem. Porém, elas se transformaram.

Assim que se enroscaram em seu braço e seguiam para o resto de seu corpo, sentiu a característica dor da picada de uma cobra peçonhenta.

¬ Cobras?!– via, mas penava para acreditar.

¬ Isso mesmo!– ele ria e atirava cada vez mais delas para prendê-lo. - E elas não vão soltá-lo até que você morra!– ria cada vez mais alto.

Caso tivesse deixado o desespero tomá-lo quando percebeu que eram cobras, certamente estava fadado ao fracasso, no entanto um dos princípios gregos herdados pelos Cavaleiros e pela humanidade era a ponderação e razão. Se acalmou e viu que não passavam de correntes de elos fracos que por conta do cosmo de seu usuário se assemelhava a serpentes peçonhentas.

Não precisou de muito, só elevou um pouco de seu cosmo e fez apenas a força necessária para que todas estourassem e soltassem de seu corpo e da virginiana.

¬ IMPOSSÍVEL!!

Findou este exatamente como findara o anterior, com um pouco de seu poder acumulado e atirado por um de seus membros, dessa vez a perna. Logo o viu cair por terra. Nocaute.

Seguiu em frente e encontrou mais dois Cavaleiros Negros de cosmos ameaçadores. Não perdeu seu tempo, não tinha tempo para perder, findou com eles tão rápido quanto podia.

¬ Certo...– encostou a jovem delicadamente em uma pedra. - Com isso, venci todos os quatro Cavaleiros Negros mais poderosos.– depois agarrou um de seus inimigos caídos pela gola da armadura e o ergueu. - Agora diga! Onde está Jango?!

¬ Estou aqui!– olhou para cima, encontrando seus alvos, a armadura e a lacrima. - Se quer tanto a Armadura de Fênix e a Lacrima da Rainha, vem pegar.– provocou com um grande sorriso de desdém.

Poderia simplesmente atacar, sem se importar com o resto e acabar logo com isso, mas a proteção da virginiana era muito mais importante. Correu para defendê-la, dando as costas ao inimigo, sabia que um ataque pelas costas era bastante possível, mas uma cicatriz a mais ou a menos não fazia diferença.

¬ DEATH QUEEN INFERNO!!– urrou o maior.

Ainda estava longe, acabou escorregando e a abraçou, protegendo-a com o próprio corpo e sentindo as chamas lançadas por seu adversário tentarem consumir-lhe a carne e vestes. Ele nem as sentia direito, era mais um incomodo, entretanto a loira começou a gemer de dor, um gemido fraco e baixo, sua certeza de que ela ainda estava viva.

A risada de seu adversário o irritava, irritava até demais. Envolveu a jovem com seu cosmo, tornando o efeito das chamas nulas e as convertendo em combustível para um possível ataque.

¬ O-O QUÊ?!– as chamas formavam uma imagem bastante tangível atrás do rapaz. - UMA FÊNIX?!

Olhou seu oponente nos olhos. Nenhum outro homem possuía um olhar como o dele, um olhar de puro ódio. Queria sentir pena daquele homem, mas tudo o que conseguia era o ódio.

¬ Hoo Genma Ken.– foi tudo o que se limitou a dizer.

Foi até o homem imóvel. Ele suava e tremia muito, logo não passaria de uma casca vazia. Arrancou a lacrima presa em seu pescoço e acertou-lhe um forte golpe, fazendo-o voar para muito longe.

Logo viu algo brilhar ao seu lado. Assim que virou, viu o que pareciam peças voando em sua direção e sentiu elas envolverem algumas partes do seu corpo. Era a Armadura de Fênix, ela o aceitou como seu mestre.

Queria ficar feliz e comemorar, afinal depois longos e torturantes anos ele conseguiu, mas não tinha tempo para isso.

¬ Esmeralda!– correu de volta para jovem.

Colocou a lacrima sobre o ferimento e a puxou de encontro ao seu peito. Ela estava muito fria e sem vigor algum. Não sentia nem mais sua respiração.

¬ Onegai...– as lágrimas queimavam. - Esmeralda... Esmeralda aguenta... Resista...– a abraçou, escondendo o rosto em seus cabelos. - Onegai... Aishiteru...

A lacrima começou a emitir um forte brilho dourado, que quase o cegou. Parecia que só estava aguardando aquela palavra ser dita.

Ele tentava ver o que estava acontecendo com o ferimento, mas jamais conseguiria ver, só sabia que ele estava fechando de alguma forma. Não via, mas sentia. Sentia a respiração da menor se tornar mais forte e constante. Sentia seu coração bater com mais força. Sentia sua pele se tornar quente novamente. Sentia seu corpo tomar a firmeza natural. Sentia sua vida voltar.

O brilho cessou. Tudo o que restava era uma pedra sobre uma mancha enorme de sangue. Ela ainda estava com os olhos cerrados, mas ao menos estava tão corada quanto seu natural. Não conseguia parar de sorrir.

¬ Esmeralda...– chamou no tom mais suave que podia ter. - Esmeralda...

Se remexeu um pouco em seus braços e segurou sua camisa antes de abrir os olhos. Nunca se sentiu tão feliz em ver o par de esmeraldas que davam nome ao anjo. Ela sorriu gentil em resposta.

¬ Também te amo.– respondeu com um grande sorriso.

Não deixou que lhe dissesse mais nada, apenas a puxou para si rapidamente e lhe tomou os lábios carnudos. Era o primeiro beijo que partilhavam e esperava que fosse o primeiro de muitos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Clichês? Um pouquinho, mas eu até gosto :)
Espero que tenham gostado ;)

Bjs. L :3



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "E se..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.