E se... escrita por Virgo


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Muitos dizem que é puxa-saquismo, mas eu amo o Shaka de Virgem :)
Tenham uma boa leitura ;)



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Estava ajudando a menor a se levantar quando um estranho brilho começou a cercá-los e o moreno começou a sentir um cosmo extremamente poderoso. Sua única reação para aquele momento foi puxar seu anjo para ficar atrás de si.

Logo um homem de longos cabelos loiros e olhos cerrados apareceu. Ele vestia uma armadura, mas a dele protegia todo o corpo e era dourada. O moreno não era tolo, sabia que se tratava de um Cavaleiro de Ouro.

¬ Meu nome é Shaka.– deu um aceno de cabeça.

Ainda estava desconfiado, já vira um ou outro Cavaleiros de Ouro na ilha, mas eles nunca vinham carregando boas noticias, e esse não podia ser diferente. Sentiu a virginiana segurar seu braço com mais força, ela também estava desconfiada.

¬ O que quer na Ilha da Rainha da Morte?

Estava preocupado e amedrontado, não mentiria, pessoas como ele eram sempre sinal de sérios problemas. E o fato dele não abrir os olhos e ficar tão calmo o deixava perturbado.

¬ Vim punir Jango, o líder dos Cavaleiros Negros.– explicou com extrema calma. - As maldades dos Cavaleiros Negros haviam ultrapassado os limites. Por isso, vim do Rio Ganges especialmente para lhes dar o castigo celestial.

Castigo. Não dava muita importância ao destino daqueles homens, sua única preocupação era até onde, ou melhor, até quem se estenderia aquele castigo. Só tinha certeza de que se ele tentasse ferir a mais nova perderia a noção de tudo e o mundo podia acabar, mas ao menos um soco ele acertaria naquele loiro.

¬ Chegou um pouco atrasado.– mas primeiro tentaria argumentar, é claro.

O mais velho moveu levemente as cabeças para os lados, como se estivesse ouvindo ou sentindo algo. Logo ele voltou sua atenção para os dois novamente com um pequeno sorriso enigmático.

¬ Vejo que sim. Mas não imaginei que alguém que mal se tornou Cavaleiro seria capaz de derrotá-los.– ergueu a sobrancelha, aquele era um homem muito presunçoso para o título que detinha em sua opinião. - Vejo que os Cavaleiros Negros não eram tão fortes quanto diziam.– o homem pareceria estar olhando o rapaz de cima a baixo se estivesse de olhos abertos. - Mas também pode ser que você tenha mais potencial do que aparenta.

Depois de tal frase, que ele demorou muito tempo até entender que foi uma espécie de elogio, o homem lhes dera as costas para ir. Estava feliz por ele estar indo embora, mas ainda sim tinha perigos em sua vinda.

¬ Espera!

O mais velho parou e novamente virou-se para si, sua expressão era de quem não entendia o porque daquilo.

¬ O que está acontecendo afinal?– como poderia se defender sem saber o que acontecia? - Quem te mandou?

O homem esboçou apenas um sorriso e logo em seguida sentiu uma forte pressão no elmo da armadura. O elmo se desfez em fragmentos e pó, caindo lentamente no chão. Como isso aconteceu? Sabia que foi o dourado a sua frente, mas como? Como se ele pareceu nem se mexer?

¬ Você é muito impertinente, Fênix.– foi sua resposta. - Porém, não deve se esquecer que sempre existe alguém acima de nós.– deu as costas e voltou a andar. - Admito que pensei em matá-lo caso o espírito maligno habitasse o seu olhar, no entanto, curiosamente, seu olhar é puro... Algo difícil de pessoas normais notarem.– "olhou-o" por cima do ombro. - Talvez sua pureza transforme esta terra num lugar melhor.

Sumiu. Logo como surgiu ele sumiu, e de preferência que não voltasse tão cedo.

No entanto, seu descanso não durou muito tempo. Novamente puxou a menor para detrás de suas costas. Estavam cercados, cercados de Cavaleiros Negros, qualquer movimento por parte deles desencadearia uma reação altamente destrutiva e protetora do moreno, isso era visível. Todo cuidado era pouco com o dono daquele olhar, novamente, cheio de ódio.

¬ O que querem?– questionou ácido. - Vieram se vingar pelo Jango?

Os homens e mulheres ali presentes pareciam trocar alguns olhares antes de abaixarem suas cabeças, aos poucos cada um ia se ajoelhando perante o rapaz. Um a um abaixava a cabeça e depois o tronco, num ar de submissão e entrega. Não estavam ali para lutar, isso se tornou óbvio logo que o primeiro deles se curvou, mas então para que finalidade estariam ali?

Os quatro da frente foram fáceis de reconhecer, foi aqueles que teve mais dificuldade para enfrentar. Dragão Negro. Pegasus Negro. Cisne Negro. Andrômeda Negro. Os primeiros a se curvarem e pelo que parecia, a voz dos demais.

¬ Gostaríamos que se tornasse nosso líder.– disse Dragão Negro. - É o Mestre que temos esperado e estamos dispostos a oferecer nossas vidas ao senhor.

Por um momento pensou ter ouvido errado ou que estavam tentando lhe enganar, mas suas posturas e cosmos diziam exatamente a mesma coisa. Sabia, por meio de histórias, que só se conquista o respeito de um Cavaleiro Negro, e até de um Cavaleiro de Athena, por meio da luta, mas não esperava que fosse algo tão literal assim.

Sentiu a virginiana tocar seu ombro com gentileza, atraindo seu olhar para trás. Ela sorria minimamente, mas sempre gentil.

¬ Devemos sempre começar por algum lugar.

Com essas palavras em mente, o mais velho olhou ao redor. Eram homens e mulheres perdidos no fim das contas, que tinham a necessidade de serem guiados por algo ou alguém já que seu principal objetivo de vida fora descartado e assim se perderam, alguém tinha que lhes dar uma luz. Não era o melhor dos seres humanos e nem o mais experiente para tomar tal título para si e fazer o que bem entendia com ele, mas a necessidade faz do homem um líder.

¬ Eu aceito.– por fim disse, vendo muitos até se alegrarem. - Mas as coisas vão mudar, vocês gostando ou não.

¬ Honestamente.– disse Andrômeda Negro. - O que o senhor julgar ser o melhor é mais do que perfeito para nós.

Com este simples julgamento, o embrião de um Estado começou a ser gerado.

O leonino agora dominava uma ilha sem muitas condições. Tudo o que tinham eram algumas tendas e buracos onde dormir, muita lava, muitos metais e o que seria considerado um pequeno exercito. O que faria daquele lugar?! Tinha que começar de algum ponto e transformar o ameaçador vulcão num problema menor para só então começar a construir uma “sociedade” parecia um bom ponto de onde começar.

¬ Cisne Negro.– chamou e este imediatamente atendeu. - Você é o que apresentou uma reação melhor aos problemas, quero que você coordene a escavação de valas capazes de guiar a lava até o mar.

¬ Como pretende proceder, senhor?– tudo bem que era alguns meses mais velho, mas ainda achava a nomenclatura “senhor” desnecessária.

Chamou o rapaz para perto com um gesto. Sobre a mesa estava um mapa bastante simples da ilha, nele estava marcado tudo o que se tinha para saber e era sua única orientação naquela terra esquecida.

¬ Está vendo este braço de mar?– apontou para o local do mapa ao que o rapaz acenou. - Quero que parte dos homens comecem escavar aqui até este ponto, onde fica a base do penhasco. Tem de ser uma vala funda entendeu?

¬ Sim, senhor.– apontou para o mapa. - Mas o restante? Ainda faltaria muito para que a lava chegasse ao local de trabalho dos homens.

¬ Por isso que outro grupo ira começar escavar a partir daqui.– apontou para um local que fisicamente ficaria a 500 metros da cratera do vulcão. - Aqui as valas devem ser ainda mais fundas e devem escavar até a borda do penhasco. Quando terminar, é pra me chamar sim? Com um golpe iremos destruir a parede e a lava vai escorrer toda para o mar, entendeu?

¬ Sim, senhor.– respondeu – Devo começar agora?

¬ Se achar melhor assim.– respondeu; o rapaz acenou e saio para convocar os homens.

Estudou o mapa por mais um tempo e logo chamou outro dos Cavaleiros Negros.

¬ Andrômeda Negro. Você vai ficar encarregado da construção das muralhas da nova cidade, da destruição do velho porto e da construção do novo porto.– disse ainda mirando o mapa.

¬ Senhor?– não tinha entendido direito o porque de tudo aquilo.

¬ Pense da seguinte forma: Somos uma pólis que está nascendo, e como tal, somos alvos fáceis sem um porto decente e muralhas para nos proteger. Há mais perigos lá fora do que na própria ilha.– explicou pacientemente. - Quero que pegue este pequeno braço e tire as pedras para as muralhas de lá, quero que elas tenham no mínimo 12 metros. O espaço que surgir com a retirada das pedras vai ser onde se instalará o novo porto. E quanto a destruição do velho acho que não preciso explicar, só tente reutilizar o material dele, certo?– o mais novo acenou. - Um conselho, comece com as pedras e tome cuidado com a maré.

¬ Sim, senhor.– e saio para cumprir o ordenado.

¬ Pegasus Negro.– este demorou um pouquinho pra chegar, ou estava mais longe ou estava com preguiça. - Sua tarefa é simples. Quero que você e alguns homens reúnam todos os moradores da ilha, mas levem um mapa para marcar onde se encontram suas propriedades. Não os reúnam a força, expliquem a situação e depois tragam-nos até aqui. Não importa se são escravos ou senhores tragam todos.– ele acenou e já ia em direção a saída quando ouviu um suspiro do leonino. - Ainda não acabei.– e voltou no mesmo instante. - Depois quero que vá para o velho porto receber o navio de escravos. Destrua o navio. Não quero mais esse tipo de coisa nessa ilha. E acolham os escravos, tratem-nos com respeito e não quero saber de gracinhas. Entendeu?

¬ Sim, senhor.– engoliu seco, o olhar do moreno não era o de quem dava segundas chances. - Vou agora?

¬ Onegai.– e partiu como os outros dois. - Dragão Negro.– chamou pelo restante que se curvou com respeito. - Tenho ouvido boatos a respeito de uma tal de Luta Galática patrocinada pela Fundação Graad, que alias não para de me chamar para participar, cujo prêmio é uma Armadura de Ouro. Quero que vá para o torneio com seu irmão, acabem com aquele showzinho e tragam ao menos uma peça da Armadura. Tenho assuntos a tratar com os participantes do torneio.

¬ Sim, Mestre.– se curvou levemente. - Mas o que ira fazer enquanto todos estiverem ocupados?

O moreno sorriu, tinha algumas ideias e esperava que dessem certo, pois não queria apelar para o pior caminho.

¬ Estabelecer algumas relações comerciais.– foi sua resposta antes de sair.

Logo o leonino sentou-se frente a mesa e começou a escrever, a cada dez palavras era uma folha amassada. Era mais difícil do que pensava. Já estava perdendo a paciência com sua tarefa quando sentiu beijarem-lhe o rosto.

Sorriu para recém-chegada e está devolveu o sorriso, além de fazer um leve carinho nos cabelos negros.

¬ Com certeza terá dificuldades do começo.– pegou um papel e escreveu um pequeno esboço do que o rapaz poderia querer; entregou-lhe o papel com mais um beijo no rosto. - Que vai ser exaustivo, vai. Porém, terá todo o apoio necessário e mais tarde verá que tudo terá valido a pena.– sorriu gentil e saio da tenda.

Claro, ainda tinha muito o que fazer, mas aquele era um começo. Ainda tinha que definir economia, uma política, uma cultura e uma segurança, mas para isso primeiro precisava de pessoas, muros, porto e por fim a cidade. Suspirou.

¬ Vou ter muito trabalho.– voltou a escrever com base no que a virginiana tinha escrito. - Mas vai valer o esforço.


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Notas finais do capítulo

Vejamos como o Anjinho da Guarda se sai :)
Espero que tenham gostado ;)

Bjs. L :3



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