Só Para Manter O Jeito escrita por iRibeiro


Capítulo 6
6º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Nossos heróis vão passar por um quiz com cupidos inconvenientes kkkkk
Aproveitem!



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Não viajamos nem um dia e já estava cansado de dirigir. Gosto de dirigir é coisa mais mortal que faço, porque não tem nada a ver com aquele outro mundo. Só que dessa vez eu estava dirigindo para uma missão. Então sim, me cansei. E também queria que a Annie praticasse, ela precisa mesmo melhorar isso. Teve uma vez que ela subiu na calçada, eu tinha me abaixado para pegar o canudo do meu refrigerante e então senti um baque. Depois disso ela se recusou a dirigir. Só quando precisa mesmo.

Quando paramos para abastecer vi a Marie no posto abastecendo também. Ela é uma amiga muito engraçada. Veio da cidade que paramos para terminar o ensino médio em Nova York e trabalhar. Foi bem engraçado ela contando dos seus outros parentes perguntando sobre a vida na capital, eles eram bem interioranos e se impressionavam com tudo o que ela contava.

Foi o máximo ver a Sabidinha toda nervosa por causa dela. Ela sempre ficava assim nas poucas vezes que eu conversava com outras garotas. Ela ainda tinha muita dificuldade para não falar ciúmes com os outros. Ela detestava que dissesse ciúme. Fiz a bobeira de brincar uma vez. Ficamos dois dias sem falar porque ela ficou muito chateada. Hoje eu acho engraçado, mas nos dias foi angustiante. Eu sempre tento mostrar a ela o quanto é importante ter ela comigo e que vai muito além de amor de namorados, eu realmente quero ter ela comigo sempre. Em todas as missões que estive a razão delas terem sido concluídas era saber que ela estava a salvo.

Agora estávamos rumo a uma missão que parecia fácil. Mas tinha uma deusa querendo testar nosso namoro. E eu faria o possível para impedir esses jogos sádicos dos deuses conosco. Éramos maiores que eles.

Annie se animou por ter dirigindo tão bem que quis continuar. Dessa vez não paramos para lanchar porque vimos que estávamos nos atrasando nessas paradas. O carro estava com combustível o suficiente para até a hora da parada de descanso. Concordamos em parar para dormir e partir o mais cedo possível.

Nossa parada de descanso seria em Indianapolis, no estado de Indiana. Como é a capital do estado é uma cidade bem grande. Resolvemos procurar pelo GPS algum lugar bem básico para passarmos a noite. Encontramos um hotel próximo do centro, tinha uma praça em frente e alguns lugares de comer, ótimo.

— Annie onde já se viu hospedar em hotel para realizarmos uma missão. Alguns meses atrás estávamos no Argo II.

— Verdade Percito. Todas as missões podiam ser assim. Mas tô bem cansada, só quero banhar e dormir.

Comecei a puxar ela para perto de mim.

— Dormir? Mas já?

— Não, não. Pode parar. Vou banhar. Solta Percy.

Coloquei-a de costas para mim e espalhei beijos no seu pescoço e então senti um cotovelo na minha barriga.

— Qual é Annie! Doeu.

Não tinha doído assim, mas um pouco de drama é bom fez com que ela voltasse.

— Desculpa Percy, não era pra ter doído assim. Só quero banhar.

Ela se jogou na cama me puxando e dando vários beijos rápidos na minha boca. De repete se levantou pegando sua toalha e indo para o banheiro.

— Ei, pode parar aí! Não é justo me jogar na cama e sair depois.

— Não é justo eu tentar algo estando cansada querido. O que acha de procurar uma pizza para nós? Tem uma pizzaria aqui do lado.

— Tá bom, eu volto num instante.

Cheguei lá e não tinha ninguém. Pedi uma pizza de frango e uma garrafa de Coca. Em 10 minutos já estava tudo pronto.

Quando cheguei a Annie estava terminando de se trocar. Não resisti tive que falar.

— Desse jeito não vou querer mais pizza.

— Er! Vai banhar enquanto organizo pra gente comer.

— Só uma coisa.

— O que?

Dei um beijo perto do seu ouvido que instintivamente a trouxe para perto de mim.

— Já disse que você fica muito bem com o cabelo preso assim, de pijama e cansada?

— Hãn...

— Mas eu tenho que banhar, tchau.

Tenho certeza que vi uma Annie de braço cruzado, mas com um sorriso quando entrei no banheiro.

Acordei no meio da noite com uma luz que insistia em piscar. Meio zonzo de sono percebi que essa luz estava perto demais de mim. Quando comecei a processar percebi que era o relógio da Annie que dormiu enroscada e mim e seu pulso direito ficou perto do meu rosto. Aquele relógio tinha várias funções legais, mas todas se tratavam de revelar coisas. E ele piscar constantemente não parecia bom.

Cutuquei ela três vezes e ela só se remexeu murmurando alguma coisa. Os cabelos dela pareciam uma cascata dourada e seu rosto estava sem nenhum tipo de preocupação. É perfeito vê-la assim. Mas eu precisava acorda-la.

— Annie, acorda. Sabidinha.

E ela se remexeu enterrando o rosto no meu pescoço. Saindo uma fala muito abafada.

— Espero que você esteja me acordando por uma boa razão Cabeça de Alga.

Terminou a frase mordendo levemente meu pescoço.

— Olha, vou te acordar mais vezes. Mas é que seu relógio tá piscando meu amor. Isso é normal?

— Hmm.

Depois de alguns segundos ela tirou o rosto do meu pescoço e aperto um botão do lado. Um holograma apareceu e havia três pontos piscando na porta do hotel. Parados e piscando.

— Cacete!

— São monstros?

— Sim. Por que será que eles estão aqui?

—Pra nos pegar.

— Jura? Vamos nos arrumar. Não precisamos colocar o pessoal do hotel em perigo.

— Tô bem a fim de brigar com eles, são quatro da madrugada.

Calcei meu coturno, vesti uma calça jeans e meu moletom. Senti Contracorrente no meu bolso e arrumei minha mochila. Annie também estava pronta. O hotel tinha uma saída nos fundos e a entrada, onde os monstros estavam. Decidimos enfrentá-los. Quando chegamos não eram monstros, pelo menos não pareciam. Eles eram três seres gordinhos, com uma bolsa atravessada e pareciam nos aguardar.

— Percy Jackson e Annabeth Chase! Aguardávamos vocês. Poderiam nos acompanhar? Na verdade precisamos de uma carona, vamos dar uma volta. Você se importa herói?

Disse o gordinho do meio.

— Desculpe. Mas quem são vocês? E sim eu me importo, eu não costumo deixar estranho entrar no meu carro.

— Meu jovem, somos servos do senhor do Amor. É melhor você vim conosco. Até onde seu estão com pressa, e essa conversa é uma perda de tempo. Vamos.

Senti como se meu corpo estivesse agindo involuntariamente. Tentei levar minha mão ao bolso, mas não consegui. Annie também estava estática e com um semblante sério, como se estivesse processando tudo e pensando em um jeito de escapar. Espero que ela consiga fazer isso.

Os gordinhos pegaram a chave e tentaram destrancar o carro. Acontece que a chave é biométrica, aceitava a mim e a Annie.

— Seu carro é bem moderno meu jovem. Melhor você ir dirigindo.

— Melhor mesmo. Meu carro e eu temos uma ligação. Como eu disse estranho não entra nele. Dá pra dizer o que você quer?

— Queremos conversar apenas. Abra.

— Senhor, vocês são servos de Eros?

— Exatamente garota. Temos algumas questões para vocês, meu Senhor gosta de fazer testes com alguns casais que ele e a mãe formam.

— Era o que faltava. Questões sobre meu namoro? Só podem estar brincando.

— Acalme-se meu jovem. Vamos rodar pela cidade enquanto fazemos as perguntas. Se passarem sem nenhuma discussão e mentira, seguiram viagem tranquilamente.

— Odeio vocês.

— E nós só temos amor para dar rapaz.

— Qual é! E esses dois aí?

— Esse aqui vai saber se estão mentindo. E o outro se mentirem vai agir de uma forma nada amável.

— Que lindos vocês são.

Annie disse com deboche.

Dei partida no carro e comecei a dirigir sem rumo. Sentia minhas mãos grudadas no volante, o carro agora estava no modo automático. Então não precisava trocar as marchas manualmente.

O gordinho do mal começou. Essa é a situação mais ridícula que os deuses podiam armar.

— Caro Percy, você é apaixonado pela Calypso?

Annabeth me olhou no mesmo instante e eu virei meu rosto para trás para encarar aquele gordo louco.

— É claro que não. Isso foi há muito tempo. Nunca amei a Calypso.

O gordinho do canto direito tossiu.

— Ok, enquanto eu estive lá eu pensei muito nela. Mas amar não foi só uma paixão rápida, cara só havia nós lá na ilha não tinha como odiar ela. E só pra você saber, antes de eu ir para aquela ilha a Annie tinha acabado de me beijar e foi tudo o que eu precisei para querer dar o fora de lá.

Olhei para a Annie para garantir que ela estava segura do que eu estava dizendo.

— Gostou da resposta Annabeth?

Annie olhou para suas mãos como se buscasse a resposta.

— Pra falar a verdade não. Não lido bem com o Percy falando de outras garotas, ainda mais essas que são seres divinos e bonitas, e ainda por cima ele se apaixonou. Mas tudo bem, ele disse a verdade não é?

— Disse. Você tem uma namorada muito madura Percy.

— Eu sei.

— Acalme-se rapaz. Annabeth, quando você superou seu amor pelo Luke?

Meu rosto ficou rígido involuntariamente. Mas dessa vez foi uma reação minha, não o efeito desses gordinhos.

— É interessante essa pergunta. Porque eu amei o Luke sim, mas foi um amor de irmão, de agradecimento. Por tudo o que ele e a Thalia fizeram por mim quando fomos para o Acampamento. Nunca o amei além disso.

Ela foi muito confiante na resposta e confesso que fiquei contente.

— Boas palavras minha jovem.

— Percy conte-nos sobre seu beijo com Rachel.

— Que beijo com Rachel Perseu?

— Caramba cara. Não é isso Annie. Foi no verão da batalha de Nova York, eu estava em Long Island com a minha mãe e o Paul e a Rachel apareceu lá. O Paul me levou para praticar direção e depois me deixou ficamos por lá. Daí ela beijou de repente e só isso. Ela talvez tenha confundido as coisas. Mas é só isso. Hoje somos bons amigos como sempre fomos.

— Por que nunca comentou?

— Achei que não precisasse ué.

— Claro que precisa!

— Toda aquela correria com a batalha, eu nem vi necessidade porque não foi importante e não é. Tanto que tivemos nosso beijo de boa sorte durante a luta, você me salvou, e depois aquela bolha de ar Annie.

— Para, tudo bem. Já entendi.

— Verdade?

— Sim.

— Casais e essas reconciliações instantâneas. Annabeth o que você não gosta nele?

— Que tipo de pergunta é essa?

— Responda.

— Bom eu não gosto quando ele vai embora no domingo e deixa meu apartamento bagunçado e eu tenho que arrumar. Lembra-se daquele final de semana da brincadeira do brigadeiro Percy? Deu o maior trabalho.

Ela falou corada. E como esquecer esse final de semana, foi muito divertido.

— Como lembro Sabidinha. Vou passar a te ajudar antes de ir, erro meu.

Aquele gordo do canto direito começou a tossir.

— Tem outra coisa, pode para de tossir ai seu gordo estranho. Às vezes ele é galanteador demais, fala tão bem com garotas nas lojas, lanchonetes e outros lugares, e não vê que tá praticamente conquistando elas. Eu nunca sei se é brincadeira dele ou é de propósito.

— Ok, dessa eu não fazia ideia. Que tal você me cutucar quando eu fizer isso, porque eu realmente não sabia disso.

— Na verdade da vontade de te dar uns murros seu Cabeça de Alga.

— Percy você gosta de passar ciúme na Annabeth?

O gordo do mal está com um tom muito enraivecido.

— Jamais! A Annie é quem sente muito mesmo.

Disse rindo.

— Perseu.

— Desculpa meu amor. Mas você é bem ciumenta, já disse eu amo você, a razão de estarmos juntos hoje é força que exerce sobre mim. Todas aquelas missões, o Tártaro, foi por você Sabidinha.

— Você é incrível Percy Jackson!

— E eu não sei meu amor!

Dei uma piscadela para ela. Acho que ambos sacamos como tirar aqueles gordinhos do carro. Mostrar que nenhuma daquelas perguntas nos atingiria. Pelo retrovisor interno eu vi que o gordo não amável já tinha dormindo com toda aquela rodagem pela cidade sem direção. E o do canto direito a todo o momento pendia o pescoço de sono. Enquanto que o gordo das perguntas estava cada vez mais irritado por não estar conseguindo nos fazer brigar ou qualquer coisa do tipo. Também senti que já conseguia me mexer sem muito esforço, o efeito deles estava enfraquecendo.

— Annabeth fale sobre o carinha do 14º andar.

— Quem é esse?

— Não é ninguém, só um vizinho sem noção Percy.

— Fale mais minha jovem.

— Você é chato ein. É que ele já tentou me agarrar duas vezes.

— Como é!?

— Mas eu mantive a situação sobre controle meu amor. Não foi nada.

— Annabeth ele te agarrou, não foi nada tem certeza?

— Pra mim não foi, agora pra ele doeu bastante.

— Como assim?

— Ah, na primeira vez foi no elevador ele tentou me prensar daí eu dei um soco na barriga dele.

— Prensar você? Esse cara tá ferrado.

— Calma Percito. Já na segunda vez ele bateu um dia lá no meu apê querendo conversar. Então eu fechei a porta, mas ele colocou o pé e tentou entrar. Dessa vez tive que bater mais forte, sabe chutei ele bem lá. E disse para nunca mais me procurar senão seria pior.

Ela sorriu vitoriosa.

— Boa meu amor! Mas ele ainda tá ferrado.

— Olha quer saber vocês são chatos demais, se amam demais, nem Eros é capaz provocar um amor doentio em vocês. É puro demais. O sentimento de vocês é confiante. Quer saber pode parar.

Ele cutucou seus amigos gordinhos e assim que eu parei eles desceram, desaparecendo sabe-se lá para onde.

— Isso foi louco. Era esse o tipo de teste que tínhamos que passar?

— Não sei Percy, mas que bom que passamos. Apesar de que foi ridículo também. Melhor seguir viagem, já é quase sete horas. Tem algumas bolachas aqui, podemos comer e depois paramos.

— Seguindo viagem chefe. Mas antes.

Dei um beijo nela, aprofundando até que nossos pulmões pediram ar.

— Só para selar esse momento inusitado, Sabidinha. Não se esquece de que eu amo você.

— E eu, você. Perguntas idiotas não são nada diante de tudo o que passamos juntos. Afrodite quer provas, ela terá.

Essa determinação dela só vez com que eu quisesse dar outro beijo. Mas agora a viagem seguia, logo estaríamos em Vegas.


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Notas finais do capítulo

E aí? Parece que essa missão tá dando certo.
Pessoal, o legal do Nyah é que existe a participação de quem lê as histórias. Gostaria muito de ter um feedback de vocês só para ter uma ideia de que o rumo da história tá legal.
E obrigada a quem está acompanhando :D



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