Só Para Manter O Jeito escrita por iRibeiro


Capítulo 7
7º Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Mais um pessoal. Aproveitem!
obs.: narração dupla, espero que gostem ;)



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Saímos cedo de Indianapolis, dessa vez eu fui dirigindo. Alguns quilômetros depois resolvi parar para abastecer e comprar um suco para comer com as bolachas. Hoje não tomamos café da manhã então eu estava com fome. A parada para almoçar seria em Kansas City, mas estava longe.

— Annie, nós sabemos que o filho de Ares vai estar na luta. Mas será que é como espectador ou lutador?

— Sinceramente, como lutador. O que um filho de Ares faria com toda aquela agressividade?

— Concordo. E como vamos entrar? As lutas em Vegas são famosas, os ingressos já devem ter acabado.

— Quando pararmos para almoçar iremos a um lugar com internet e procuramos. E caso não tenha, seus dracmas podem comprar algum lugar para nós.

— Que garota abusada!

Ela riu e disse desdenhando.

— Nenhum pouco querido. E vamos ter que comprar roupas para o evento. Até onde sei lutas de MMA são muito bem prestigiadas sabe.

— Entendi. Vou ter que usar terno?

— Sim.

— Caramba, não gosto de ficar tão arrumado assim.

— Eu acho que você vai ficar muito bem de terno Senhor Jackson.

— Obrigada Senhora Chase, você também ficará uma gata de vestido chique.

— Ai, vestido para evento assim só Afrodite pra fazer isso.

— E como vamos convencer o lutador a vim conosco?

— Podemos contar sobre o Acampamento Meio-Sangue e o Júpiter, das missões e qualquer coisa a Clarisse conversa também.

— Boa ideia. Falar em conversa, esquecemos de avisar a Piper sobre a missão. Ela pode ir adiantando algo para o encontro de lá.

— Que cabeça! Vamos mandar uma mensagem pra ela assim que pararmos.

— Daqui duas horas chegamos à Kansas City.

— Vou continuar estudando esses projetos do Dédalo.

— Ok.

Chegamos mortos de fome. Vimos uma churrascaria que tinha uma aparência muito boa. Disseram que se inspiraram no Brasil para o preparo dos pratos. Pedimos um “tudo incluso”, tinha arroz, feijão, carne assada, batata, purê, milho, salada. E como eu comi. Acho que quando estamos com fome o gosto melhora e muito. Annie se fartou também.

— Muito bom! Ótima escolha Percito.

Ela me deu um beijo estalado.

— Vou te levar em churrascarias mais vezes. Ei, será que tem como assar carne para o pessoal?

— Hmm, posso ver se lá no prédio tem churrasqueira, mas vai tá muito frio lá fora.

— Posso comprar aquela elétrica, o que acha?

— Uma boa ideia, só a Piper que não vai curtir.

Ela disse rindo.

— Ah, ela pode fazer uma salada.

Eu falei abanando a mão e rindo.

— Vamos terminar aqui e procurar algum lugar para falarmos com ela. Hoje o dia tá aberto então vai ter como.

— Só vou comer mais um pouco de carne, tá muito bom. Já que você terminou vê se tem os ingressos pra luta.

— Verdade, bem lembrado.

Ela puxou o laptop da mochila e começou a procura pelos ingressos. De relance só vi esgotado para vários setores.

— Todos os setores estão esgotados, exceto um.

Perguntei já imaginando a resposta. O camarote.

— O camarote panorâmico. É bem caro mesmo. Será que suas dracmas vão dar?

— Vamos descobrir se elas são de fato infinitas.

Eu já tinha quase certeza que elas eram, sempre que eu entrava no carro parecia estar sempre cheia a cada dia.

Terminei de comer e conclui que churrasco só não era melhor que as panquecas azuis da minha mãe.

Saímos da churrascaria e Annie teve a ideia de usar o jato d’água do para-brisa para fazer um arco-íris. Então levei o carro para um beco que tinha luz criando um arco-íris no meu para-brisa.

Oh Íris, Deusa do arco-íris, aceite a minha oferta...

Joguei uma dracma e o arco-íris tremeluziu mostrando que ela aceitou.

—... Mostre-me Piper McLean no Acampamento Meio-Sangue.

A imagem ficou branca e então mostrou a menina sentada em frente ao chalé 10, usando a blusa laranja, de cabelos presos e com o Jason ao seu lado. Foi ótimo ver eles juntos.

— Ei pessoal! Como vão?

— Percy, Annie! Tá tudo bem? Aqui tá tudo ótimo.

— Tá tudo bem também Pipes. Animada pra ir lá pra casa?

Desde da missão Annabeth e Piper tornaram-se grandes amigas, assim como o Jason e eu.

— Sim, claro! O Nico também parece estar bem empolgado não é Jason?

— Sim, estamos todos. Falei com o Frank, ele chamou a Reyna também, tudo bem?

— Sim, claro que sim. Não vejo a hora de rever todos vocês.

— Pessoal, na verdade, só queríamos avisar que estamos em uma pequena missão.

Eu tive que interromper o papo sobre a reunião senão íamos ficar só nisso.

— Caramba cara, tá tudo dando certo?

Olhei para a Annabeth, concordamos silenciosamente em não comentar que a mãe da Piper estava nos testando.

— Tá sim Jason, chegaremos a Vegas amanhã. Temos que buscar um filho de Ares que não aceitou o fato de ser meio-sangue. Capaz que ele tá atraído muitos monstros e fomos solicitados pra levar ele.

— Legal em Percy. Vocês chegam antes da reunião né?

Piper perguntou não escondendo a preocupação.

— Vamos chegar sim. Tenho que organizar tudo para receber vocês na minha humilde residência.

— Humilde Annie?

— Psiu Percy.

Eu ri, fazendo o casal do outro lado rir também e deixando a loira vermelha.

— Já vamos indo que a viagem tem que seguir. Espero chegar em Nova York no sábado. Assim nós vamos ter tempo para organizar tudo.

Annabeth disse me olhando.

— Isso, chegaremos no sábado. Até mais pessoal!

— Tchau Percy, Annie. Até segunda.

— Boa sorte gente! Até segunda.

— Obrigada Pipes, Jason. Até.

Passei a mão na mensagem e ela se dissolveu. Já fomos entrando no carro, dessa vez Annie foi de motorista.

— Quer tentar chegar ainda hoje em Vegas?

— Ué, seria bom. Vamos ter que dirigir na madrugada né?

— Sim, descansa aí que revezamos durante a madrugada.

— Tá bom, buenas!

Abaixei o banco e tratei de relaxar. Chegar a Las Vegas seria bem cansativo, mas com certeza é melhor.

__________________________________________________________

Enquanto Percy dormia pensei no que já havia acontecido na missão. Aquela coisa com os cupidos do mal foi bem estranha, mas não me abalou muito. Claro na hora que o Percy disse que se apaixonou por Calipso enquanto esteve lá foi muito para mim. Afinal os seres divinos são capazes de tudo para terem o que querem. Pelo menos aquele Cabeça de Alga teve motivação para sair de lá. E a história sobre a Rachel, agora eu entendo porque ela sempre olha para ele esperando algo. Ela talvez ache que ele ainda pense no beijo ou que podem ter algo. Da próxima vez que nos encontrarmos vou deixar bem claro para ela que as chances são nulas. Talvez eu seja um pouco ciumenta, mas o Percy caramba é tão lindo, gentil e lento demais também, as garotas estão sempre olhando para ele e nem percebe, é difícil. Eu sou ciente de tudo o que passamos juntos e temos muitas, muitas razões para nunca duvidar um do outro. Mas o mundo mortal às vezes, nesse quesito, é muito complicado.

Liguei o rádio e ele sintonizou em uma estação qualquer que tocava uma música animada. O caminho passou até rápido enquanto a música tocava. Parei um pouco antes das seis da tarde em posto para ir ao banheiro. Levei a chave comigo, o Percy continuava dormindo e babando. De qualquer forma ninguém pode entrar no carro além de nós.

Fico imaginando o que os mortais veem no lugar dessa espada. Deve ser algo bem ridículo. Enquanto lavava as mãos reparei o quanto estava com cara de zumbi, tentei arrumar o cabelo para parecer o menos bagunçado possível. Eu vestia uma jaqueta por cima de uma blusa, usava uma calça jeans e calçava botas. O frio tinha chegado de jeito hoje. Dei uma conferida no relógio e nenhum monstro por perto. Tudo ok.

Saí dali, mas não prestei muita atenção no caminho. Então esbarrei em alguém, percebi que era um garoto, aparentava ser da minha idade ou uns dois anos mais velho. Ele segurou meus cotovelos.

— Desculpa. Eu... Não foi minha intenção. Desculpa.

— Tudo bem, eu não tava prestando atenção. Culpa minha.

— Que isso, eu tava ocupado com o celular. Nem vi.

Ele continuava me segurando resolvi dar um passo para trás. Mas ele continuou com as mãos firmes nos meus braços.

— Na verdade foi legal ter esbarrado em você. Como se chama?

— Annabeth.

— Annabeth. Nome lindo combina com você.

Ele disse usando tom muito esquisito, se ele estava tentando algo, não parecia sexy.

— Obrigada. Mas eu tenho que ir.

Consegui me desvencilhar dele. Mas ele insistiu segurando meu pulso.

— Espere, vamos ali na lanchonete, aceita algo? Poderíamos conversar.

Quando eu negar ouço um voz tensa e muito grossa atrás de mim.

— Ela não aceita. Pode soltar ela?

Percy chegou. Puxando-me para perto dele e passando seu braço pela minha cintura dando um leve aperto.

— Ah... Esse é o meu namorado. Vamos Percy?

O garoto ficou decepcionado e ainda insistiu em dizer algo.

— Cara, você não devia deixar ela por aí sozinha. Alguém poderia tomar ela de você.

Ele disse com um sorriso nada sexy.

Percebi Percy fechando o punho. Então começou a falar com um sorriso perverso no rosto.

— Cara, você tomaria ela de mim? Na verdade não, que tal você seguir andando antes você perca seu rumo sabe.

Percy terminou a fala tão intimidador que o garoto tirou o sorriso do rosto e saiu de perto. Ele tomou a minha mão e começou a me puxar em direção ao carro.

— Cadê a chave?

Passei a chave para ele. Ele destrancou o carro abrindo a porta para mim. E assim que entrou deu partida conferido o combustível e saiu.

— O que foi aquilo Annabeth?

— Hm, nada.

— Nada? Você estava a centímetros do babaca.

— Ele não quis me soltar.

— Chutava ele, socava.

— Ei, pode parar. Como você disse é um babaca. Quando você chegou eu já estava saindo dali.

— Que idiota.

Ele estava com a testa franzida de um jeito completamente lindo. Vi que o carro estava no automático e puxei uma mão sua para mim e entrelacei ela apertando-a.

— Você tá lindo de testa franzida.

Ele puxou a mão passando-a pela testa.

— Não tem nada franzido aqui.

Então coloquei minha mão na sua coxa apertando-a, subindo para sua virilha. E o rosto antes franzido passou para surpreso.

— Melhor se acalmar meu amor. Você está dirgindo.

— Eu tô bem calmo.

Ele disse tentando manter-se sério.

Apertei mais uma vez.

— Não parece. Relaxa.

Seus ombros desceram tirando a tensão daquele momento deles. Então me inclinei beijando-o rapidamente. Terminei dando uma leve mordida em seu lábio. Senti a barba que já estava a dois dias sem fazer me arranhando. Ele não tinha ideia de como ficava lindo assim.

— Annie...

— Ok, concentre-se na estrada vou dormir Cabeça de Alga.

Sabia que tinha um sorriso maroto no seu rosto. Eu amava ele. Amava esses momentos nossos. Logo estaríamos em Vegas e voltando para casa e deusa nenhuma ia fazer de nós suas cobaias de sentimentos.


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Notas finais do capítulo

Os dois são poucos ciumentos...

E aí, o andamento da história tá legal pra vocês?
Obrigada a quem está acompanhando e opinião é sempre bem-vinda :D



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