O Retorno De Um Estranho escrita por Senhorita Ruffo


Capítulo 9
Imprudência


Notas iniciais do capítulo

Desejo-lhes um boa leitura...



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Capítulo anterior: Maria sentiu algo duro roçar-lhe a entrada de sua intimidade, apesar da calça jeans que vestia. Estevão a abraçou pela cintura e instintivamente, começou a abrir os botões da blusa de Maria. Quando chegava ao último, o telefone de Maria tocou.

– Não atenda. - sussurou Estevão com voz rouca, ainda beijando aqueles doces lábios.

A secretária eletrônica atendeu.

Era Geraldo. "Maria, porque não abre a porta? Há meia hora estou tocando a campanhia e o porteiro me disse que você não havia descido. Aconteceu alguma coisa?

Os dois pararam o beijo, assustados. Estavam tão entregues e absortos um no outro que não haviam se dado conta do som da campainha.

– E agora, Estevão? - perguntou Maria, temerosa. - O que faremos?

– E agora Estêvão, o que faremos? - repete Maria, em desespero.

Vendo que Estêvão não se movia, desvencilhou-se dele a ajeitou a blusa desabotoada.

"Porque Geraldo sempre agrapalha na melhor parte? " perguntou-se em segredo, mas não tinha porque se irritas, já que ele era o intruso na relação dos dois.

– Fique aqui, eu vou abrir a porta e quando ele for embora, torno a abri-la.

– E quanto a nós dois?

– Depois falamos sobre isso.

Maria passa a chave na fechadura e segue para a sala, para abrir a porta principal.

– Não estava na Argentina? - foi a primeira coisa que disse, ao notar o homem impaciente, na entrada de sua casa.

– Maria graças a Deus! - disse Geraldo, correndo para abraça-la. - Fiquei tão preocupado.

– Pois não deveria.

– O que fazia que demorava tanto para abrir?

– Lia uma revista no sofá e peguei no sono, só isso. - Geraldo se preocupava a toa.

Ele segura o rosto dela com ambas as mãos e a beija. Guiava-a a passos trôpegos em direção ao sofá. Maria sentiu gosto de álcool.

– Geraldo, não.

– Ah, Maria porque não? Eiute dedejo tanto...

– É que... eu não estou preparada.

Geraldo a solta e anda de um lado a outro, impassivo.

– Não está pronta, não é o momento. É só isso aue vo1sabe falar. Acaso não pensa em mim?

– Geraldo, eu...- Faz mais de um ano que não durmo com uma mulher. Esse tempo todo eu estava te esperando. Eu sou homem, Maria. Tenho minhas necessidades.

– Eu não posso fazer nada, Geraldo. - seguindo em direção a porta para fechar, já que Geraldo deixou aberta. - porque não procura alguém e...

– Não acredito! - bradou. - está sugerindo que lhe traia? Nunca! Odeio traição Maria.

– Então porque não espera até o casamento?

– O que? - indagou, em júbilo. - Vai se casar comigo daqui a três meses.

– Não, que dizer, sim. Talvez...

– Esta brincando comigo, Maria? - segurando os braços dela e a sacudindo.

– Geraldo me larga. Você está bêbado. Amanhã conversaremos.

– Eu só saio daqui quando te fizer minha!

Tentou beijá-la, mas ela conseguiu se soltar e desferiu um forte tapa em seu rosto.

– Jamais toque em mim de novo sem meu consentimento!

Do ateliê, Estevão não conseguia destinguir o que falavam, mas pelo som das vozes, era uma discussão acalorada.

Como não podia interferir, já que estava trancado, senta-se na cadeira de Maria e avalia o desenho que ela fazia há pouco.

Sentiu que pisava em algo no chão, e ao perceber que se tratava de um livro, tomou-o entre suas mãos.

Surpreendeu-se. Era o mesmo livro que havia dado a Maria, muito antes de ela partir lara Londres, há longos anos atrás. Sua surpresa foi maior, ao notar que a tulipa que havia lhe dado, ainda estava ali no livro, sem vida e quebradiça, mas foi guardada por tanto tempo. A troco de que Maria guardaria uma simples flor por tantos anos?

Lembrou-se de quando ela foi embora, das lágrimas que escorreram de seu rosto. Lágrimas estas, que ele enxugou e fez nascer de sua face um sorriso, ainda que fosse triste.

– Por favor, vai embora.

– Tudo bem. - disse Geraldo, sentindo-se humilhado.

– Amanhã me procure na delegacia. Lá conversaremos melhor.

Ele tentou roubar um beijo, mas Maria virou o rosto.

Ao ver que a porta era fechada, correu para seu ateliê e abriu o cômodo.

Encontrou Estevão folheando seu livro.

Ele a olhou nos olhos, querendo descobrir se ela o reconhecia, mas nada. Talvez ela percebesse certa familiaridade, mas com certeza, guardara suas impressões para si.

– Quem te deu esse livro?

– Um amigo. - não entendendo a pergunta feita por ele. - Porque?

– Não, nada. Só percebi que é antigo. Deve ter-lhe muita estima.

– Sim, tenho. Uma pessoa especial me deu antes de eu viajar para a Inglaterra.

– Se lembra dessa pessoa?

– Sim. - Estevão, encolheu-se. - foi um... grande amigo. Guardo muitas lembranças maravilhosas dele.

Silêncio. Nenhum dos dois queriam falar nada, mas era necessário.

– Estevão, por favor, já está na hora de você ir embora.

– Tem razão. - colocando o livro na mesa e andando em direção a ela.

"Maldição!" Pensou. Porque ela não se movia do lugar quando ele estava se aproximando.

– Mas você vai na minha festa?

– Que festa?

– Minha tia quer comemorar meu aniversário com um baile de máscaras. Será daqui a duas semanas.

– Já convidou Geraldo?

– Não, mas amanhã o faço. Você vai? - com os olhos brilhando de expectativa.

Como poderia negar esse pedido?

– Hum... tudo bem, eu vou.

– Perfeito! - exclamou, satisfeito. - E o que aconteceu agora há pouco na sala?

– Não quero lembrar, Estevão, mas não foi nada demais. Preciso descansar.

– Certo, já estou indo, mas antes...- a toma em seus braços e a beija apaixonado, apertando-a de encontro ao seu corpo, num beijo arrebatador.

Se não fosse a pouca sobriedade de Maria em terminar o beijo, teriam feito o que começaram há pouco tempo atrás.

>> Numa boate...

Fabiola bebia descontroladamente. Estevão há muito não comparecia as festas sociais, e isso a fez suspeitar de que haveria alguém atrás dessa ausência.

Elisa que desde o começo da festa acompanhava o martírio da amiga, tentou persuadi-la a sair dali:

– Fabiola, você já está aqui a um bom tempo. Melhor irmos para casa.

– Estou esperando Estevão, não me incomode.

– Ele não vai aparecer.

– Como você sabe disso?

– Intuição. Se faz tempo que não aparece, porque haveria de ser logo hoje? Provavelmente deve estar ocupado com o... - não concluiu a frase.

– Com o que, Elisa?

– Com outra. Mas não é culpa sua amiga se ele não te quer.

As palavras doeram no mais profundo de Fabiola.

– O que eu não tenho que as outras tem, Elisa? - começando a chorar.

– Juízo, isso sim. Tem tantos homens que te querem e você fica presa a um, que nem sequer te dá atenção.

Fabiola, enxugando as lágrimas, diz com os punhos fechados;:

– Sim, sim. Talvez tenha aparecido outra. Não importa, Elisa.

– Como assim?

– Estevão nunca será de mais ninguém, ele é só meu. E te digo uma coisa: Já matei uma vez, e não hesitaria em matar de novo!

Amanheceu. O sol triunfava naquela manhã de abril, e isso animou Maria. Ligou para um de seus clientes e solicitou um encontro. Queria manter a mente ocupada em algo complexo.

Depois de uma exaustiva caminhada, encontrou-se com uma mulher que queria seus serviços. Infelizmente, para Maria, o trabalho era fácil demais e, em pouco tempo, conseguiu resolver o caso.

Indo a delegacia, alguém a chama ao celular. Era Barreto, um de seus oficiais dizendo que estava acontecendo um assalto em um banco, e Maria estava muito próxima do endereço dado por ele.

– Estou chegando Barreto.

E pisou no acelerador do carro.

Geraldo andava de um lado amoutro no gabinete. Maria não era de se atrasar.

– Onde diabos estará?

Alguém o interrompe, explicando que Maria tardaria porque estava no meio de uma operação policial.

– Santo Deus! - exclamou o infeliz, que agora arrancava os cabelos.

– Não se preocupe, senhor. Maria é uma policial competente e jamais saiu ferida nessas operações.

– Há sempre uma primeira vez. - lamentou-se

Não teria jeito. Assim que fosse dono de Maria, porque assim pensava que seria, a obrigaria a sair desse ramo para dedicar-se inteiramente a ele e aos filhos que teriam. Era o tipo de homem machista. Maria não precisaria trabalhar nunca mais, porque ele tinha dinheiro suficiente para sustenta-la pelo resto da vida!

Maria chegou no local. Estacionou o carro a uma distância segura da agência bancária, e pegou no porta-luvas um revólver.

Saiu rapidamente do automóvel e se juntou a Barreto, que estava se protegendo atrás de um furgão. Os policiais já trocavam tiros com os assaltantes.

– E então? - perguntou Maria.

– São quatro suspeitos. Cercamos as saídas da rua, caso algum comparsa esteja a espreita.

– Há reféns?

– Graças a Deus não. A agência só abriria daqui a uma hora.

– Temos reforços?

– Sim, sim. Uma tropa de atiradores de elite estão a caminho. Se eles oferecerem resistência, teremos que mata-los.

– Vamos resolver de um modo mais pacifico.

– Senhora percebo que não está usando colete.

– Deixo meus pertences da polícia na delegacia. Mas não se preocupe, nada vai acontecer.

– Quer que lhe ceda o meu?

– De forma alguma. Não é necessário. Obrigado.

– O que faremos?

– Vamos cercar o prédio. Espero que os marginais se rendam.

Barreto dá ordens para a sua equipe se preparar. Por sorte, um camburão da PM chegava com reforços. Todos fortemente armados e protegidos com escudos.

Os tiros cessaram. Era a hora.

Maria deu sinal com os dedos e seus oficiais seguiam os da polícia militar na reta-guarda.

Fizeram uma corrente de proteção com os escudos.

Maria pegou o alto-falante na mão de Barreto e anunciou:

– Estão cercados. O melhor a se fazer é entregarem-se. Se não oferecerem resistência, será mais fácil, mas se persistirem, usaremos da violência.

Demorou dois minutos, mas por fim, um sujeito mal-encarado saía do edifício, com as mãos para cima, segurando uma pistola calibre 38.

Maria pegou um par de algemas e seguiu, cortando espaço entre os policiais.

Mas quando foi algemá-lo, o sujeito gritou e atirou contra ela, que caiu no chão, contorcendo-se de dor...


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Notas finais do capítulo

Sou uma pessa azarenta. Eu tinha digitado a fanfic inteira, mas na hora de postar a net caiu e tudo o que eu havia digitado se desfez. Essa segunda versão do capitulo não está tão boa quanto a primeira, mas é o que temos pra hoje kkkkkk
Comentem , favoritem, recomendem. Até o próximo!!!



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