O Retorno De Um Estranho escrita por Senhorita Ruffo


Capítulo 10
Angústias


Notas iniciais do capítulo

Oie gente. Outro capítulo.
Desejo-lhes uma boa leitura. Aproveitando para mandar um beijo a MayPerroniRuffo, leitora assídua. Abraços, linda 💋💋💋



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Capítulo anterior: Demorou dois minutos, mas por fim, um sujeito mal-encarado saía do edifício, com as mãos para cima, segurando uma pistola calibre 38.

Maria pegou um par de algemas e seguiu, cortando espaço entre os policiais.

Mas quando foi algemá-lo, o sujeito gritou e atirou contra ela, que caiu no chão, contorcendo-se de dor...

– filho da puta! - bradou o tenente Pontes, quando atirou no criminoso, que caiu no chão, sem vida, com uma bala alojada nos olhos.
E recomeçaram os tiros. Barreto rapidamente retirou Maria do fogo cruzado e a levou para uma viatura de polícia. Partiria em direção ao hospital mais próximo...

>> Geraldo cai sentado na cadeira ao ser avisado sobre o atentado contra Maria.

Maria

– Calma, senhor Salgado. Felizmente o tiro foi de raspão em um dos braços.

– Poderia estar morta agora! - disse, exaltado.
"Que homem estranho" pensou a mulher responsável pela ficha criminal dos detentos. Deveria ter ficado contente pela situação não ter sido pior!

– Para qual hospital a levaram?
– O Panamericano. Era o mais próximo.
– Sei onde fica.
– Mande melhoras a ela da minha part... - Mas Geraldo não ouviu, já havia ultrapassado a porta, em direção ao hospital.

Barreto, fiel companheiro, não saía do lado do leito de Maria. Como poderia, se ela não tinha nenhum parente vivo?

Não gostava de GerjuntosPara Barreto, ele não merecia a amiga. Achava Geraldo um "playboyzinho metido à responsável".

Mas foi só pensar no infeliz que o viu, atravessando o espaço e se posicionando ao lado de Maria.
– Porque Maria? Não viu que era perigoso uma operação dessas? O que fazia sem colete?
– Geraldo... - Maria não estava afim de falar, sentia-se exausta. - Não me censure, por favor. Sei que foi descuido, mas graças a Deus estou viva.
– Viva e com um ferimento no ombro.
– Senhor Salgado, Maria precisa de repouso, é necessário para sua recuperação. - Interferiu Barreto, dirigindo-lhe a palavra a contra-gosto, olhando para Maria e vendo agradecimento em seu olhar.

– Poderia ter sido pior, Maria...
– Sim, Geraldo, poderia, mas não aconteceu nada grave. Por favor, deixe-me descansar, pode ser? - respondeu visivelmente irritada. Odiava ser cobrada, ainda que não estivesse com a razão.
Ele a olhou longamente. Não fosse Barreto, teria dado um longo beijo em Maria, mas como sempre, ela evitava qualquer tipo de conversa por um longo tempo.
– Vou sair um pouco para que possa descansar. - olhou para Barreto e o imaginou como um cachorro abanando as pernas.

Era o mais próximo de Maria na delegacia, e a atenção que ele dedicava à sua noiva, na visão de Geraldo, era uma forma de manifestar um amor jamais confessado.

Tudo não passava de especulações de sua mente possessiva, já que Barreto era casado e fiel à sua esposa. Ela e Maria até eram amigas...
Na verdade, sentia a profunda tristeza por saber que Maria não tinha parentes. Apesar de sempre ter-lhe dito que o assassinato da irmã foi seu único motivo para ingressar na polícia, duvidava secretamente se também a solidão não havia colaborado com essa sua decisão...

Enquanto ela não se recuperasse, ficaria ao seu lado ajudando-a no que fosse preciso...


Estevão andou o dia todo pensando em Maria. Quase a fizera sua! Não aguentava ficar um dia sem vê-la, mas não queria decepcioná-la no final, quando tudo fosse esclarecido.
Sentia-se medíocre por não abandoná-la enquanto havia tempo, mas era impossível manter-se afastado. O que sentia já não podia ser ocultado. A desejava! A desejava e sabia que era desejado. Mas uma dúvida interminável lhe pairava sobre a mente: Será que para ela, tudo não passava de uma simples atração?

Seu martírio perduraria a tarde toda, não fosse por Alba, que entrava como sempre, sem bater em seu quarto.

– Oi querido. Deseja alguma coisa?
– Não, tia. Obrigado!
– Queria te agradecer pelo emprego que ofereceu a Carlos.
– De forma alguma! A empresa é de vocês também.
– Ele está tão feliz! Agora trabalha ao dia e começará a estudar a tarde.

– Fico feliz pelo primo. Administração é um curso difícil, tomara que ele consiga se adaptar.

– Nem que para isso eu tenha que arrancar as orelhas dele!

Ambos riram.

Mas Alba percebeu algo diferente em Estevão:
– Hum está mais feliz hoje do que os últimos dias que se passaram e até chegou um pouco mais tarde ontem... O que aconteceu que demorou a vir para casa?

– Sim, tia. - admitiu.

– Estou mais feliz e preocupado.
– E a que se deve as duas coisas?
– Ontem estive com a mulher que estou gostando.
– Ah, sim! - exclamou a tia, satisfeita. - E o que aconteceu?
– O noivo dela apareceu.

– O que? - assustando-se. - Ele pegou vocês dois juntos??
– Não, não. Ai tia, me sinto um canalha pelo o que estou fazendo.
– Desde quando amar é um erro?
– Desde que ao amar, eu esteja traindo uma pessoa.
– E quem você está traindo? - quis saber a tia.
– Ela virá para o meu aniversário, provavelmente acompanhada pelo noivo.

– E como você permite que seu rival esteja em sua casa, com a mulher que você deseja?

– Saberá o porque no dia do aniversário. Entenderá minha situação.

Houve um enorme silêncio, sinal de que aquele assunto estava encerrado, ou melhor, adiado para outro dia.

– Esqueci de dizer: Geraldo ligou aqui pra casa. - começou Alba. - estava nervoso ao telefone. Quer falar com você.
– Por que não ligou para o meu celular?
– Ele tentou, mas estava caindo na caixa-postal.
– Ah sim, coloquei no silencioso e não senti quando tocou. - enfiou a mão no bolso e pegou o aparelho. Havia cinco chamadas perdidas. - Tomara que não seja nada grave, pensava em fazer uma surpresa a Carlos.
– Hmmm adoro surpresas.
– Carlos ainda mais. Só saberá quando ele estiver presente. - Alba o olha, frustrada. -Tome tia. - estendendo-lhe o celular. - Veja se ele atende.
Enquanto isso, começou a abotoar a camisa, coisa que estava prestes a fazer, quando a tia apareceu.

– Aqui! - devolvendo o celular. - ele está na linha.
Estevão pegou o celular e apoiou em um dos ombros para falar.
– Oi Geraldo.
– Faz tempo que tento falar com você, cara. Onde se meteu?
– Eu estou em casa. O celular estava no silencioso. O que foi que aconteceu?
– Quase aconteceu! Quero te pedir um favor: Avise a meu pai que não vou trabalhar hoje. Ele fica uma fera comigo quando falto ao trabalho. Não estou com cabeça para discutir.
– E onde você está? - Alba o ajuda a colocar a gravata.
– No hospital.
– Você está bem? - preocupou-se Estevão.
– De saúde sim, mas de desespero...
– Algo que eu possa ajudar?

– Não. Felizmente o tiro foi de raspão. Mas quanto faltou para que Maria tivesse morta agora?

– O que? - aflingiu-se Estevão.
– Ela levou um tiro hoje de manhã, enquanto estava em confronto com alguns ladrõezinhos de merda!

– Em que hospital ela está?
Alba se angustiou ao ouvir 'hospital'.
– Hum... Sei. Estou indo aí.
– Não é preciso, Estev...
Mas a ligação já havia sido cortada.

Estevão procura pelo casaco e sai para o hospital, deixando a tia aflita...

Do carro liga para Evandro avisando que Geraldo não iria ao trabalho.

– E por que não? Ele tem que cumprir as obrigações dele!

E agora, o que falaria?
– Evandro... Meu primo precisou da compania dele para acompanhá-lo em um evento. Eu não pude ir com ele e pedi que acompanhasse Carlos.

Estevão procura pelo casaco e sai para o hospital, deixando a tia aflita... Do carro liga para Evandro avisando que Geraldo não iria ao trabalho. - E por que não? Ele tem que cumprir as obrigações dele!
E agora, o que falaria?
– Evandro... Meu primo precisou da compania dele para acompanhá-lo em um evento. Eu não pude ir com ele e pedi que acompanhasse Carlos.

– Compreendo, Estevão. Mas estamos passando por diversas transações comerciais. Ele é representante da empresa, precisa prestar suas obrigações, muitas delas antes de se casar, já que passará algumas semanas em lua-de-mel.
Estevão sentiu-se desconfortável.Depois de sentir Maria vibrando em seus braços, a ideia de pensá-la junto a outro homem, recebendo carícias que não eram suas, ainda que visse do noivo dela, dava-lhe pânico.

Balançou a cabeça reprimindo tais pensamentos.
– Não demorarão muito no evento. Daqui a uma hora acredito que ele já esteja livre.
– Diga-lhe para aparecer na filial ainda hoje.
– Darei o recado.
Desligaram. Estevão ocultou o que havia se passado com Maria. Não queria que Evandro passasse mal, e se Geraldo lhe pediu para falar com ele, era porque queria esconder o ocorrido.
Aumentou a velocidade do carro

Estava aflito por não saber mais detalhes do estado de Maria, e percebeu que o que sentia por ela ultrapassava a atração e o desejo. Era algo que já havia sentido uma vez, só que mais forte e sólido. Não podia negar: Estava perdidamente apaixonado por ela.

>> Fora de uma faculdade, Fabiola estava acampada, à espera de Carlos. Soube, pela roda de amigos dele que voltou aos estudos, e o nome da instituição em que estudava.
"Merda! Está demorando demais a sair." Pensou a vibora, dez minutos depois de chegar ao edificio. Não tinha paciência para esperar os homens, mas se fosse Estevão, esperaria a vida toda.
Carlos seria útil para que ela se aproximasse do primo dele e saber, se de fato, havia outra usurpando seu lugar no coração de seu amado.

Investiria no primo de Estevão e o persuadiria para que confessasse tudo o que sabia sobre ele.

Pelos grupos de fofoca da alta sociedade mexicana, ja circulava o boato da festa de Estevão. E porque não aparecer por lá como parte da familia, dando pessoalmente os parabéns ao aniversariante?

Se a cretina, como dizia ela, existisse e estivesse presente na festa, ela a descobriria e armaria seu plano sujo para separá-los.

Estevão chegou o mais rapido possivel à unidade hospitalar. Ao entrar no edificio, foi direto para a recepção, mas Geraldo, que estava na sala de espera o visualiza.
– O que faz aqui, homem? Não precisava se mobilizar. - falando enquanto andava na direção de Estevão.

– Estava preocupado com Maria. Ela está bem? - tentando esconder a aflição.

– Sim, sim. Foi uma tremenda sorte. E quanto a meu pai, avisou a ele?
– Ele não está nada satisfeito com sua ausência na empresa. Não consegui tapear Evandro e, por isso, terá que ir daqui a pouco ao trabalho.
– Eu não posso deixar Maria só.
– Eu ficarei com ela.
– E a sua empresa?
– Eu sou meu próprio patrão, esqueceu?

Por mais que Geraldo fosse o herdeiro da empreiteira do pai, não passava de um funcionário, visto que Evandro ainda assumia a cadeira da presidência.

Geraldo soltou um suspiro profundo, e com pesar, disse:
– As coisas não estão indo muito bem pra mim. Queria ficar perto de Maria e recompensar o que tentei fazer ontem a noite.

– O que você tentou fazer? - sabia muito bem que ele havia ido lá, mas o que tinha se passado entre eles, não teve conhecimento.
– Bom, eu saí cedo da reunião que disse que teria lá na Argentina, então voltei no mesmo dia, queria ficar com Maria. Acontece que ao chegar, fui tentado a ir em um bar. Tomei algumas doses e depois segui para a casa dela.

Demorou muito para abrir a porta, e minha cabeça começava a girar. Quando a vi, corri para abraça-la, mas quando senti o corpo dela colado ao meu... - baixando o tom de voz. - Eu não resisti e tentei tomá-la.
Maria estava nervosa. Quando o encontrou no ateliê depois da conversa dos dois. Estevão pensou se não estaria sendo egoista por que, em nenhum momento, atreveu-se a pensar como ela se sentia no meio disso tudo.

– Você... eh... conseguiu algo com ela? - como era dificil fazer essa pergunta!

– Infelizmente não, ela me rejeitou. Eu não estava tão bêbado assim, mas por sorte, ela havia percebido que eu havia bebido e não se revoltou comigo.
"Ufa!" Pensou Estevão. Nada havia acontecido entre eles.
– Qual o quarto dela?
– 204, me acompanhe até a porta. Tem um policialzinho metido ao lado dela, escoltando-a desde que entraram aqui. Vou me despedir e depois você entra.

– Tudo bem.

Seguiram em silêncio pelo corredor do hospital até chegarem a ala onde la estava internada.
– Me espere aqui, já volto. - e Geraldo entrou, regressando poucos segundos depois.
– Avisou que eu estava aqui? - Perguntou Estevão ao ver Geraldo saindo do quarto.
– Não precisa. Pode entrar. O cãozinho de guarda não esta com ela agora. - referindo-se a Barreto.
Estevão e Geraldo se despediram. Geraldo seguiu cabisbaixo para seu trabalho e Estevão, entrava no quarto de hospital.
Maria dormia, ou era o que aparentava.
Aproximou-se cuidadoso, o coração batendo de ansiedade.
Observou Maria. Estava um pouco pálida, mas sua beleza ainda jazia ali, naquela face macia e inocente. Afagou-lhe os cabelos e depois, o rosto.
Contornou os lábios rosados com os dedos e começou a murmurar:
– Ah, Maria. O que fizeram com você? Se eu tivesse te perdido eu... eu... - não conseguira dizer, mas sofrera ao saber do atentado contra ela.

Por mais que Geraldo tivesse dito que a situação não fora grave, não deixava de pensar que o pior estaria por vir. Agradeceu a Deus mentalmente por não ter ouvido suas lamúrias e lhe dirigiu uma prece em agradecimento.
– Eu queria ser capaz de dizer as palavras mais bonitas para que você soubesse o tamanho de meus sentimentos por você, mas infelizmente, algo me bloqueia de fazê-lo. Espero que meu beijo possa lhe transmitir tudo o que sente meu coração, ao qual minha medíocre boca não tem coragem de dizer.

E sussurrando emocionado, envolve a boca de Maria com a sua, castamente. Ela não estava dormindo, descansava de olhos fechados quando Estevão entrou no espaço onde estava. Ouviu tudo o que foi dito por ele, e derreteu-se por dentro. Agora, sentia a boca dele contra a sua e, num Ímpeto, envolveu seus braços em torno do pescoço de Estevão. A situação lhe exigia esforço por causa do ferimento em um dos ombros, mas que importava sua dor, quando estava sentindo Estevão ali, tão perto?

Ela abriu a boca para recebê-lo, desejosa. Suas mãos ora estavam nos cabelos dele, ora voltavam para as costas. Suas línguas enroscaram-se procurando sentir o gosto um do outro, e um calor enorme percorreu o corpo de Maria, incendiando-lhe e fazendo-a despertar por completo. Era como se reavivasse. Foi um beijo intenso, carregado de desejo, desespero e teria avançado ainda mais, não fosse alguém que acabava de entrar na alcova, e os observava, aos beijos.
– Que significa isso, Maria?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem e recomendem. Muitos beijos e até o próximo capítulo. Awiwiss!!



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