O Retorno De Um Estranho escrita por Senhorita Ruffo


Capítulo 8
Era Para Ter Acontecido


Notas iniciais do capítulo

Quero pedir desculpas pela demora nas postagens. Passo por alguns problemas e, infelizmente, isso me atrasa muito. A fanfic é para ser semanal, mas essa semana verei se posto mais outro capítulo, para me redimir.

Desejo-lhes uma boa leitura...



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Capítulo anterior:

– Chega, não consigo mais! - Levanta-se da cadeira decidido e caminha a passos largos até a saída, observado pelos presentes, que o seguiam com o olhar, assustados pelo que acabara de fazer.

Não eram seus pés que o guiavam a sair dali, era seu coração, qua agora ditava os rumos que sua vida deveria tomar...

Estevão saíra a procura de Maria. Como a última vez em que a levou para casa era de noite, se confundiu ao entrar em alguns bairros. Todos os apartamentos pareciam iguais para Estevão. Lembrara-se que havia trazido Maria muito perto dali, mas onde? Quando se recordou do número da rua, estava no lugar errado. Levou quase uma hora mas, por fim, havia chegado ao local desejado. Estacionou um pouco distante do prédio, talvez como escusa para desistir do que tinha em mente e voltar ao carro. Mas seu desejo de ver Maria era maior que seu medo em dar com a cara na porta, caso ela não a a abrisse. "Há mais de vinte anos que não corro atrás de uma mulher, o que está acontecendo comigo?" Pensou, nervoso e passando a mão na cabeça. Ao chegar na portaria, solicitou ao porteiro o número de seu apartamento.

– Teve sorte, seu moço. Dona Maria chegou do serviço à pouco. Diga-me seu nome para que eu possa anunciá-lo.

– Hum... - talvez se dissesse seu nome, Maria não o recebesse. Tentaria o nome de Geraldo.

– Geraldo Salgado, por favor.

– Geraldo Salgado, é? - indaga o porteiro, desconfiado, mas achando a fisionomia do homem à sua frente, familiar. - Não sabia que o senhor fez plástica no rosto. - em tom irônico.

Óbvio que Geraldo já havia estado lá, mas seu nervosismo não o fazia pensar direito.

– Vamos, deixe de brincadeira e me diga seu nome, antes que eu chame a seguran...

– Estevão San Roman, mas... - coloca a mão no bolso de seu paletó e retira um talão de cheques.

– Já li sobre você no jornal. - Diz o porteiro, reconhecendo-o, sem retirar o olho do cheque em branco nas mãos de Estevão.

–Eu gostaria que me anunciasse como Geraldo Salgado. Não se preocupe que não sou nenhum maníaco. Ela me conhece.

"Será mesmo?" duvidou o porteiro, que trazia consigo um crachá com seu nome: Elvis.

– Porque não tira umas férias com sua família? - e estende o cheque no valor de trinta mil para o porteiro, que engole em seco. Se ele era um maníaco ou não, isso pouco importava. Conhecia a fama de durona e astuta de Maria para saber que, se esse tipo tentasse algo contra ela, das duas, uma: Ou ficaria em coma num hospital, ou estaria enterrado abaixo de sete palmos!

– Senhora Maria, Geraldo Salgado está aqui na portaria... - Elvis olha para Estevão e este acena, satisfeito. - certo.

– E então?

– Apartamento 406.

Estevão entra no edifício e vai em direção ao elevador, enquanto Elvis, o porteiro, entrega-se a devaneios, imaginando o que poderia fazer com o dinheiro recebido.

De frente para a porta do apartamento, Estevão se questiona se não deveria ter comprado flores. Tocou a campainha. Dois minutos depois, Maria a abrira e virava-se, sem mesmo ter notado quem de fato estava ali. Penteava seus cabelos e abotoava apressadamente, sua blusa.

– Desculpa a demora, Geraldo. Estava tomando banho e... - Então, depois de regressar do banheiro, onde estendeu sua toalha, percebeu a figura de Estevão, imóvel. - O que faz aqui? Onde está Geraldo? - percebendo seu silêncio. - Ah, não precisa responder. Com certeza, subornou o porteiro.

– Nossa, que dedução rápida, não?

– O que quer? - Começa Maria, sentindo o nervosismo vir à tona.

– Vim falar com você. - Tornou Estevão.

– Pois estou muito ocupada agora. Mas para não perder viagem, se tiver a gentileza de ser rápido no assunto...

– Não oferece uma bebida?

– Ali. - apontando com o dedo indicador para o balcão de sua cozinha.

– Bebidas, gelo. Sirva-se. E sumiu de vista.

– Nossa, que mal humor! - resmungou Estevão, enquanto enchia um copo de tequila.

Na verdade, não era mal-humor, era receio do que estaria por vir. Há muito desejava reencontrar Estêvão, e agora, quando estava com ele, não sabia o que se sucederia entre os dois.

Estevão toma o litro de tequila em suas mãos e um copo adicional para Maria. Seguindo uma luz que emanava de um dos cômodos, percebeu que era um tipo de ateliê. Havia vários vestidos de diferentes modelos e estampas de um lado, máquinas de costura de outro, linhas, tecidos e, no centro, uma mesa retangular de madeira, na qual Maria encontrava-se riscando alguns papéis.

Aproximou-se dela e percebeu que eram esboços. Maria desenhava! Colocou os copos e a tequila sobre a mesa e retirou um dos papéis da mesma. Tocou no desenho. Era como se sentisse a suavidade do tecido que Maria faria a partir dele e se encantou com o lado artístico dela que ainda não havia conhecido.

Ela levantou a cabeça para ele e sorriu. Aquele sorriso era para si mesma, que se perguntava como havia permitido que Estevão entrasse naquele espaço, onde apenas ela havia ficado sozinha durante anos. Usava óculos de grau para desenhar.

– Aquele vestido que você usava... - referindo-se ao da festa de Geraldo.

– Sim, fui eu mesma quem fiz. - concluindo o pensamento de Estevão.

Ainda admirado pelo talento dela, Estevão se questionava como uma policial aparentemente fria e dura, dedicava-se a desenhar vestidos tão finos e delicados?

– Seus desenhos são encantadores.

– Obrigada! - agradeceu, tímida. Como era possível que esse homem a quem mal conhecia, pudesse lhe causar tanto nervosismo?

– Estevão avança em direção anema arara de roupas. De todos os vestidos enfileirados, um preto tomara que caia luxuoso lhe chamou a atenção.

– Tenho que dizer que, de todos, esse com certeza, é sua obra-prima.

– Que bom que tenha gostado. Os homens são tão frios para elogiarem um vestido... Quando nós, mulheres, nos arrumamos, não o fazemos só para nos acharmos bonitas, mas para atrair a atenção daquele de quem gostamos. Na maioria das vezes, eles não dão a mínima para o que usamos, mas que estejamos lá, pronta para eles.

– Compreendo... Mas eu nunca pensei que ainda seguia seu sonho.

– Como você soube que eu desenhava? Nem mesmo a Geraldo revelerei isso.

"Falou demais, Estevão... Falou demais. "

– E então? - pergunta Maria, curiosa, ao seu lado.

– Bom, se você desenha muito bem, provavelmente não adquiriu esse dom por agora. É necessário prática, estudos e como você é policial e dedica seu tempo inteiro em afazeres na delegacia, como teria espaço para a arte em sua vida, se não tivesse começado desde cedo? - tentou ser convincente.

– Sim, realmente, faz sentido. - declarou Maria e Estevão se sentiu aliviado.

Não podia entregar o jogo.

Maria então, começou a falar do passado, de como abandonou sua carreira como estilista e para quê. Falou de sua paixão por moda e tendências, e Estevão, que não entendia de nada relacionado a isso, foi um ouvinte interessado. Ela parecia uma criança quando falava dos altos que aconteceram em sua vida. Sorrindo, fazendo gestos, fazia Estevão embriagar-se em sua voz, em seu descobrindo coisas que jamais sonharam ter acontecido com Maria.

– Mas e você, Estevão? Conte-me sobre você.

– Ainda não tratei com você o assunto que me trouxe aqui. - querendo deixar essa conversa para outro dia.

– É mesmo. - servindo-se de outro copo de tequila. - Sobre o que quer falar?

– De nós dois.

– Não há nada pra falar, Estevão. Se foi pelo beijo, eu nem o lembro mais. - mentiu.

– Sério? - com um misto de sarcasmo na voz.

– Duvida? - desafiou-lhe Maria.

– Sim, duvido. E por isso gostaria de provar que você está mentindo.

Maria começou a rir.

– Muito presunçoso, não? E como você provaria isso?

– Fazendo um teste. - Se não conseguia dizer o que sentia, precisava demonstrar. Seguiria o conselho de sua tia Alba.

– E eu terei de dizer como se faz a fórmula de Baskara ou o quê?

– Não seja irônica, Maria. Isso é sério.

– Tudo bem. - emitindo um sorriso e terminando de tomar todo o líquido de seu copo. - Comece, então.

– Vamos precisar da mesa. - e com agilidade, move os classificadores, porta-lápis, e alguns ornamentos decorativos para o lado direito da mesa.

– Não vamos precisar de papéis?

– O nosso teste é... Prático.

– Prático? - repete Maria, desconfiada. Havia prometido não estar sozinha de novo com Estevão, e no entanto, estava ali, completamente a mercê dele, sendo submetida a um teste ao qual nem sabia como era.

Estevão segue em direção a Maria e retira os óculos que ela usava.

– Nunca te contei antes mas... Você é muito linda! - Maria abaixou o rosto, envergonhada. Sentindo que ganhara a confiança dela, Estevão direciona sua mão direita para os longos cabelos negros de Maria, desfazendo o nó que havia, e deixando-a de cabelo solto.

Aquilo era tão surreal para ela! Não conseguia se mover. Quisera olhar fundo para os olhos de Estevão, mas tinha medo de se prender neles e acabar se delatando. Nenhum outro homem, havia ido tão longe assim com ela. Estevão estava seduzindo-a e isso não era justo.

– Sente-se na mesa. - Sem entender o porque de tudo aquilo ainda, Maria o obedece. Rezava para que o tal teste desse negativo e Estevão fosse embora logo, porque estava difícil resistir, por mais que tentasse.

– O que vai fazer agora? Estevão fez sinal para que ela ficasse quieta. Com um rápido movimento, a imobiliza na mesa. Estava difícil para ambos, respirar. A aproximação era perigosa para Estêvão, mas ele tentou se controlar o máximo que pôde.

– Deixe-me te mostrar, senhorita, que uma mulher, por mais dura que seja, nunca se esquece de um beijo meu.

E dizendo isso, toma a boca de Maria com ânsia. Em nenhum momento, ela mostrou resistência. Ao contrário! Dava espaço em sua boca para que Estêvão a invadisse com sua língua, e os dois travaram uma disputa de igual a igual. Maria sentiu algo quente escorrer entre suas pernas. Um calor estranho se formava em seu corpo. O que estaria acontecendo com ela?

Já estavam com falta de ar, mas não ousavam desgrudar um do outro, do sabor que sentiam de suas línguas unidas. Não resistindo mais, Estêvão lentamente, desceu suas mãos pelas costas de Maria, trazendo-a mais para si e intensificando o beijo.

Estêvão parou de beijá-la subitamente. Sentia o peito de Maria subindo e descendo sobre o seu, tentando normalizar a respiração. Mas ambos sabiam, que ainda não havia terminado. Tomada pelo desejo, Maria se perde no olhar de Estevão. Pronto! Não havia resistência. Ela queria isso tanto quanto ele. Seus lábios estavam entreabertos, um claro convite para que Estevão a beijasse de novo, e ele, não demorou em fazê-lo.

Maria sentiu algo duro roçar-lhe a entrada de sua intimidade, apesar da calça jeans que vestia. Estevão a abraçou pela cintura e instintivamente, começou a abrir os botões da blusa de Maria. Quando chegava ao último, o telefone de Maria tocou.

– Não atenda. - sussurou Estevão com voz rouca, ainda beijando aqueles doces lábios.

A secretária eletrônica atendeu.

Era Geraldo. "Maria, porque não abre a porta? Há meia hora estou tocando a campanhia e o porteiro me disse que você não havia descido. Aconteceu alguma coisa?

Os dois pararam o beijo, assustados. Estavam tão entregues e absortos um no outro que não haviam se dado conta do som da campainha.

– E agora, Estevão? - perguntou Maria, temerosa. - O que faremos?

Continua...


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, recomendem.
Até o próximo capítulo!
E aproveitando a deixa #VictoriaYCesarEnPasionYPoder...
Arriba Pareja Tekila!



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