Acordar ao lado de um desconhecido é uma coisa completamente embaraçosa, acordar entre dois desconhecidos é ainda mais. Eu não conseguia saber o que estava acontecendo, nem como eu havia ido parar ali. Felizmente eu estava usando roupas, infelizmente era só a camisa e a cueca.

Kyle se levantou do chão completamente confuso, o cabelo estava parecendo um ninho de ratos e a baba seca decorava a pele clara.

– Cadê a minha calça? – Perguntei baixo para não acordar nenhum dos dois garotos.

– Não sei nem onde a minha está. – Kyle disse confuso. – Quem são esses?

Olhei para os garotos. Reconheci Will e o outro eu não fazia a mínima ideia de quem era.

– Tem alguma calça ou bermuda no chão? – Perguntei para Kyle.

O garoto olhou em volta e me jogou uma peça preta que com certeza não era minha, pois ficou realmente apertada.

– Tenho que achar o Miles.

– Eu estou bem aqui. – A voz de Miles surgiu de algum lugar no chão. – E eu não quero falar com você.

– Acho que estou usando a sua calça. – Falei.

– Isso não é possível por que eu estou de calça. – Ele fez uma pausa. – Ok, talvez seja possível. Que diabos aconteceu? Uma orgia?

– Eu não sei. – Falei. – Mas eu acho temos algumas coisas para esclarecer.

– Tudo bem, eu te encontro no chuveiro. – Miles disse enrolado, talvez ainda estivesse sob o efeito do álcool.

– Vocês conversam em algum lugar que não seja o chuveiro? – Kyle perguntou.

xXx

Fiquei esperando Miles no banheiro por uns vinte minutos. Assim que Miles fechou a porta começou a tirar a roupa e entrou no box. Eu continuei sentado no chão enquanto o garoto se lavava.

– Desculpe por ontem. – Falei com certa timidez. – Eu não gosto do Mike, eu estou frustrado e quero que saiba que eu falei aquilo da boca pra fora. Eu sinto sua falta.

– Leo, eu não posso te julgar eu sou a pessoa que mais faz coisas erradas. – Miles disse. – Eu sei que as coisas não são mais como eram antes, eu fodi tudo, mas eu tive os meus motivos. Eu estaria na Finlândia até agora se não fosse por você.

– Como assim? – Tentei focar nos olhos do garoto, mas foi difícil devido às condições em que ele se encontrava.

– Você é como uma droga, e eu sou tipo um viciado. – Ele disse confuso. – Freya não se importa em gastar tanto dinheiro com shampoo. Enfim, é complicado ficar longe de você. Mas algumas vezes eu tenho que fazer sacrifícios. É natural que eu saia correndo quando as coisas tomam um ar mais sério ou coisa do tipo, mas sem saber você me ensinou a ficar aqui.

– Isso é muito bonito ma...

– Cale a boca e não me interrompa, obrigado. – Miles disse um pouco mais grosseiro que o normal. – Pode não parecer, mas eu sou a pessoa mais insegura do mundo e você me dá a segurança que me falta. E eu perdi no meu próprio jogo, eu acabei perdendo a minha droga de dignidade sendo um idiota com todo mundo.

– Não posso discordar disso. – Murmurei. – Mas eu ainda estou aqui. Quero te jogar na frente de um ônibus, mas eu ainda estou aqui.

– Então venha até aqui que eu quero te usar. - Miles sorriu.

Eu estava com tanta vontade de ter Miles em meus braços que eu não pensei em tirar a roupa, ou quanta raiva dele eu estava sentindo, apenas fui ao encontro do menor. Miles teve que ficar na ponta dos pés para conseguir alcançar os meus lábios. Empurrei-o contra a parede enquanto nossas línguas dançavam em perfeita harmonia. Desci os dedos pela coluna do garoto até chega ao seu quadril. Puxei o corpo pequeno de Miles contra o meu.

A calça justa machucava minha ereção, Miles soltava pequenos gemidos enquanto eu mordiscava seu pescoço. Naquele momento Miles era meu e só meu. Eu estava completamente louco para estar dentro dele.

Os dedos finos e rápidos dele desabotoaram a minha camisa com uma incrível agilidade.

– Você devia usar roupas justas mais vezes. – Ele disse abrindo o meu zíper. – Agora me dê licença.

Miles saiu do box e pegou uma toalha no pequeno armário. Secou-se e vestiu suas roupas, enquanto eu fiquei encarando ele de dentro do box.

– Seja valente e lute por mim, Mike é um cara legal, eu nunca vou amar ele, mas ele sabe como me satisfazer. – Ele disse abrindo a porta. – Vou pedir para o Kyle trazer algumas roupas. Até logo.

Miles continuava fazendo seus joguinhos, isso só me deixava mais excitado e ao mesmo tempo frustrado. Soquei a parede e xinguei Miles até não sobrar mais nenhuma palavra ofensiva no meu vocabulário.

Kyle abriu a porta do banheiro com os olhos fechados.

– Infelizmente eu estou vestido. – murmurei.

– Que pena. – ele disse com um olhar extremamente safado, do tipo que eu nunca tinha visto antes.

O que ele estava fazendo?

– Kyle? Você quer? – Arrisquei quase implorando.

– Sem compromisso?

– Sem compromisso.

– Ok. – Ele deu de ombros e tirou suas roupas e trancou a porta.

Ver Kyle de maneira tão selvagem era uma experiência completamente nova. Era impossível não compará-lo com Miles, seu beijo era mais feroz e suas mãos mais firmes. Distribuí alguns beijos no pescoço do garoto antes de começar tudo. Seu corpo era muito pequeno e magro, então fiquei com um pouco de medo de machucá-lo. Tive certeza de que Kyle estava confortável o mais confortável possível antes de penetrá-lo lentamente e começar a me movimentar dentro dele. Alguns gemidos abafados saíam da boca do menor que tinha certo espirito vulgar dentro de si, pois volta e meia o próprio fazia movimentos com o quadril, me deixando cada vez mais louco. Os poucos gemidos eram como um ato de provocação do tipo “não vou te dar o prazer de me ouvir pedindo mais, porém eu quero” Kyle não era muito de falar, então não fiquei surpreso com o silêncio dele. Com uma das mãos eu brincava com o membro ereto do moreno enquanto apoiava a outra no ombro dele. Não sei como, mas ele fez um bom estrago na minha bunda com suas unhas que até então não pareciam ser tão grandes. Eu aumentei a velocidade e força o suficiente para matar a minha sede e não machucar Kyle. O único gemido alto dele foi quando ele terminou, fazendo com que eu terminasse logo em seguida.

Kyle nem de perto era Miles, mas com toda certeza ele era um bom brinquedo.

– Isso não sai daqui. – Ele disse sério enquanto vestia suas roupas. – Mas eu adoraria esfregar isso na cara do meu irmão.

– Tudo bem. – Respondi ofegante.

– Quando precisar é só me ligar. – Kyle sorriu e saiu do banheiro. – Limpe o vidro do box.

Um sorriso tímido surgiu no meu rosto quando eu vi o líquido branco e viscoso escorrendo pelo box transparente. Após limpar a sujeira, eu terminei de me vestir e segui o moreno que agiu como se nada tivesse acontecido. Quando sentei à mesa para almoçar ao lado de Freya e dos outros senti um pouco de remorso por ter usado Kyle, mas havia sido um bom sexo.

– O que é isso no seu pescoço? – Freya perguntou para Kyle.

– Deve ter sido da noite anterior. – Kyle deu de ombros.

– Sei. – Freya sorriu para mim.