Por onde você andou, Miles Foxx? escrita por Lord


Capítulo 17
Um passeio além.


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse é o capítulo 17, eu pretendia terminar no número 25, então na teoria já estamos na reta final, mas eu acabei não percebendo isso e enrolando um pouco, logo para me manter nos meus planos eu tive que dar um salto enorme nos acontecimentos, e é bem possível que não haja acampamento, já que eu queria usar pelo menos uns quatro capítulos. Mas como eu mudo mais de planos do que de roupa, pode ser que eu prolongue a fic, mas não tem nada definido, eu só gostaria de saber a opinião de vocês.



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Não posso contar nos dedos quantas vezes eu já me perguntei o que se passa na cabeça insana de Miles. Em plena terça-feira, o garoto decidiu que queria ir até a praia, seria ótimo dar um pulinho na praia e pegar uma cor, só que é um absurdo pelo simples fato de não morarmos no litoral. A ideia teria sido perdida se Freya não tivesse dado corda nos pensamentos loucos do garoto. Não sei como ele me convenceu à matar aula e ir passar um dia na praia, na verdade eu não me lembrava como eu tinha ido parar dentro do carro com os outros garotos enquanto as garotas e nos seguiam em suas scooters.

– Eu queria ir de Scooter. – Murmurei.

– Eu queria ir para a escola. – Kyle resmungou no bando traseiro. – Achei que eu nunca ia dizer isso.

– Você não tem muita opção já que está reprovando por faltas. – Miles disse enquanto se preocupava em não bater em Freya que dirigia perigosamente com Savannah na garupa. – Essas garotas são loucas.

– Miles, eu estou faltando aula, agora. – Kyle revirou os olhos. – Eu nem gosto de praia.

Miles ignorou o que o irmão disse, apenas continuou dirigindo e dando alguns tapas no volante conforme o ritmo da música que tocava no rádio. Era engraçado ver o garoto se embabacando todo para cantar na velocidade do vocalista da banda.

– Você sabe para onde estamos indo? – Rato perguntou. – Você, não está pensando em nos levar para aquela praia de nudismo outra vez, não é?

– Aquilo foi um acidente. – Miles riu. – Eu já vi todos vocês pelados, não preciso ver outra vez, minha memória é ótima.

– Eu não. – Simon disse puxando um pouco demais no sotaque.

– Então tranque as portas quando for se trocar lá em casa. – Miles zombou.

Não pude deixar de olhar de cara feia para Miles, mas felizmente a voz de Kyle chamou mais atenção do que a mina expressão.

– Você tem que parar com essa mania.

– Não é mina culpa que vocês não trancam as portas. – O garoto tentou se justificar. – O único que tranca as portas é o Leonard, mas é mais fácil eu ver ele sem roupa do que com.

– Miles.

– Desculpa, mas é fácil entrar nas suas calças.

– Miles!

– Estou animado. – O menor deu de ombros. - Vamos passar o dia na praia, vadias.

– "Seje menas". - Remuguei.

xXx

Com toda certeza valeu apena esperar, o lugar era maravilhoso, além de ser deserto. A praia possuía a areia mais branca que eu já havia visto na vida, sem contar com o mar calmo e algumas rochas que dividiam a praia em duas.

– Vamos lá, Kyle. – Freya gritou. – Deixe a gente ver esse seu corpo gótico vampiresco.

– Não.

O garoto estava com os braços cruzados sobre a blusa preta. Era estranho ver Kyle usando uma bermuda que anteriormente foi uma calça jeans. A areia cobria os tornozelos do moreno que estava mais mal-humorado do que de costume. Aquela cena engraçada logo foi esquecida graças a Savannah.

– Tem areia nos meus peitos! Nos meus peitos. – Ela gritou enfiando as mãos dentro da regata branca. – Liv, me ajuda. Isso irrita pra cacete.

– É só areia. – Simon riu.

Savannah se recuperou do súbito acidente com a areia dentro do biquíni e caminhou até o francês que parecia estar confuso. A ruiva puxou o elástico da bermuda florida, abaixou-se e pegou um grande punhado de areia.

– É só areia. – Savannah virou o punhado de areia dentro da bermuda de Simon.

O loiro gritou alguma coisa em francês e saiu correndo em direção à água. Como a praia estava deserta, Simon não se importou em tirar a bermuda quando a água atingiu os joelhos.

– Muito bem, agora eu já vi todos. – Miles sorriu satisfeito. – Bela pinta. Agora vamos voltar para casa.

Kyle acertou um soco no braço do irmão, depois arrancou a blusa e foi em direção ao mar. Freya soltou alguns assovios e aplausos antes de sair correndo atrás do garoto que era a pessoa mais branca que eu já havia visto na vida. Logo eu e Liv éramos os únicos na areia.

– Não vai entrar? – Perguntei.

– Não, eu tenho trauma. – Ela respondeu séria. – Quando eu tinha oito anos eu caí em uma piscina, meu vestido ergueu e eu quase morri.

– Se importa se eu for?

– Não. – Liv sorriu. – Tenho um livro na mochila, pode ir.

Quando a água gelada molhou meus pés senti minha alma arrepiar. Era engraçado ver Kyle no meio dos outros, já que ele não parecia estar muito feliz. Ficamos na água por quase uma hora e decidimos voltar para areia por não aguentar mais o sol e nem a reclamação de Kyle.

– Estou com fome, o que nós vamos comer? – Savannah perguntou.

– Freya ficou encarregada de trazer a comida. – Miles disse.

Freya riu.

– Bem, as modelos conseguem ficar sem comer, aí eu pensei que a gente também conseguiria.

– Você só pode estar brincando. – Miles disse sério.

– É claro que eu estou brincando, seu tapado. – Ela deu um tapa na nuca do menor. – Você não me avisou que eu tinha que trazer a comida.

– Tem uma loja de conveniências na rodovia. – Miles revirou os olhos. – Alguém tem dinheiro ou cartão?

Acabamos juntando pouco mais de cinquenta reais, dinheiro suficiente para comprar uma quantidade razoável de comida e ainda abastecer o tanque das duas scooters das garotas. Acabamos decidindo que depois da refeição pouco saldável nós voltaríamos para casa.

xXx

Como o destino não era favorável, eu acabei ficando queimado de sol, dois dias e o meu corpo continuava ardendo como se eu estivesse em uma frigideira. Esse tipo de queimadura é a pior que existe, pois de fato ela não dói, mas é quase impossível dormir com o ardume infernal. Talvez não fosse por estar queimado que eu não estivesse conseguindo dormir direito, talvez fosse a vida me dando um toque e me impedindo de dormir de qualquer forma, já que Fiona ficava miando inquieta em algum lugar do quarto.

A teoria da vida me impedindo de dormir foi comprovada quando minha mãe abriu a porta do quarto. Já era tarde, mas mesmo em meio à escuridão eu conseguia ver a preocupação no rosto da minha mãe que ficou parada na porta.

– Aconteceu alguma coisa com o Miles. – Ela disse.

– O que? Que tipo de coisa? – Perguntei assustado.

– Miles desapareceu. – Minha mãe disse tentando parecer forte, mas sua voz falhou. – Ele deixou Kyle em casa e disse que tinha que fazer alguma coisa em algum lugar e acabou que ele não volta para casa desde ontem.

– Miles faz essas coisas. – Eu disse querendo acreditar que o garoto estava na casa de um amigo que eu não conhecia.

– Não, ele saiu sem celular, sacou dinheiro no banco, pegou o carro do Carter e sumiu. – Minha mãe começou a chorar. – Ele não quer ser encontrado.

Fiquei em silêncio encarando a escuridão por alguns segundos que pareceram uma eternidade.

– Os policiais querem o seu depoimento, parece que a ultima pessoa com quem ele falou pelo telefone foi você. – Minha mãe falou séria. – Estamos te esperando na sala.

Ela saiu deixando a porta aberta. Senti o maior arrepio do mundo percorrer meu corpo.


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