Nove Meses escrita por Teddie


Capítulo 9
Elizabeth


Notas iniciais do capítulo

Fui rápida, não?

Eu gostei bastante desse capítulo, apesar de não ter nada que eu tinha imaginado inicialmente, nem do que eu contei para algumas pessoas (se vocês me seguirem nas redes sociais, a chance de eu soltar algum spoiler é grande), mas ficou bom e certas coisas serão retomadas futuramente - guardem isso na cabeça e no coração de vocês.

São 3h30min da manhã, então eu posso ter deixado algum errinho passar. Avisem-me caso achem.

Queria tamém agradecer a todas vocês que vem acompanhando e me incentivando cada vez mais a continuar com 9M, não quero desistir nunca disso aqui.

Aproveitem!



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Estou sentada em uma das mesas do café com meus fones de ouvido tocando uma das minhas músicas favoritas, Something. Angie quis me buscar em casa, mas preferi esperar ali. Eu precisava de um tempo sozinha e, sinceramente, cada vez que eu olhava para Angie eu considerava seriamente minhas escolhas.

A voz de George Harrison me acalmava, assim como o chá que eles vendiam no café. Chá de morango faz muito bem para minha gravidez, acalma os nervos e os enjôos diminuem consideravelmente.

You're asking me, will my love grow? I don't know, I don't know.

Esse trecho me lembra Austin. Mais que Austin, na verdade. Lembra tudo que eu amo. Lembra meu pai – apesar de não estarmos nos falando há uma semana. Lembra Trish, a melhor amiga do mundo; Dez e tudo que ele diz em hora inapropriada; o piano e a música.

Seu bebê, uma voz na minha cabeça sussurra.

Talvez. Eu não sei.

A questão é que eu sou uma pessoa que transborda amor por todos aqueles próximos a mim, pessoas que também me amam. E só tende a crescer, porque o amor é um sentimento multilateral que se expande em uma velocidade que ninguém consegue entender.

Acaricio minha barriga coberta pelo vestido leve que eu uso. Estou preocupada com o bebê. Na última semana, desde a briga com meu pai, venho sentido dores estranhas. Parecem as cólicas que Dra. Lan falou que eram normais, então fiz de tudo para ignorar. A primeira pontada que senti foi logo depois de meu beijo com Austin.

Mordo os lábios, enquanto sorrio com a lembrança de Austin.

Talvez meus sentimentos por ele estivessem crescendo também. Algo que não é como uma explosão de fósforo e gasolina, mas não menos intenso. O que eu sentia por Austin parecia ser água começando a ferver, quando você acha que a água ainda está morna, mas na verdade ela já está quente e quase com as bolhinhas de ar estourando e fervendo.

Esquentou sem nem perceber.

— Demorei? — a voz faz eu me desconcentrar dos pensamentos sobre Austin e eu olho para cima, tirando meus fones de ouvido. Ainda consigo ouvir os acordes finais da música ressoando na minha cabeça, suaves, delicados.

Nunca, no entanto, consegui aprender a tocar Something no violão. Parece nunca fazer jus a paixão que George pôs na música.

Era um bom sonho para se ter, na verdade. Um dia eu queria compor uma musica tão apaixonada quanto Something. Que significasse tanto quanto ela significou.

— Não, acho que não — olho as horas enquanto guardo o celular na bolsa.

Angie parece mais bonita que nunca. Parece ter rejuvenescido uns dez anos. Usava um vestido vermelho de seda, muito parecido com o meu branco que eu vestia (mas provavelmente mais caro). Ela cortara os cabelos na altura dos ombros e estava sem os óculos. Usava maquiagem e um batom vermelho da cor do vestido. Estava elegante e nada vulgar.

Não consigo deixar de imaginar que a noticia da maternidade a rejuvenesceu. Ela parece mais radiante, assim como dizem que as mulheres grávidas ficam.

Eu não estou radiante como mulheres grávidas ficam, infelizmente.

— Estou tão ansiosa — ela cantarolou e eu só consegui rir — Não ria, Ally, é o primeiro ultrassom do nosso bebê que eu vou.

Nosso bebê, ela sempre se referia assim. Nunca o seu bebê, ou o meu bebê. O bebê era nosso. Ela queria que eu estivesse tão ativa na vida dele quanto ela futuramente estaria. Ela queria que essa criança fosse criada por nós duas, ambas amando incondicionalmente e dando todo o suporte necessário. Eu também era mãe, afinal.

Apenas se eu quisesse.

— É um pouco emocionante — admito, sorrindo delicadamente para ela, que retribui mostrando todos os dentes perfeitamente alinhados. — Você já fez ultrassons suficientes, não? Sabe como é o coração batendo, o movimento. Não tem nada muito novo.

Ela inclinou a cabeça enquanto abria a porta do consultório para mim.

— Tudo é novo para mim, Ally.

Não respondo nada, porque entendo perfeitamente o que ela quer dizer. É novo para nós duas.

Esperamos um pouco até que Dra. Lan nos chamou. Ela abraçou Angie entusiasticamente e sorriu da mesma maneira para mim, que tentei ao máximo sorrir com o mesmo empenho.

Acho que falhei um pouco.

— Ally, já sabe como fazemos, não? — assenti e peguei a camisolinha descartável e fui até o trocador, tirando minha roupa e trocando-a.

Fui direto para a balança. Lan chegou logo em seguida com Angie em seu encalço. Com sua pranchetinha, ela anotava coisas que sinceramente eu não entendia nada.

Sou musicista. Coisas além são demais para meu entendimento.

— Quatro quilos mais gordinha, Ally.

— Que maravilha — fui irônica. — Isso é bom, certo?

— É normal — ela disse enquanto eu saía da balança e ia até a maca onde o ultrassom era feito. — Com quinze semanas é normal engordar de tlês a cinco quilos. Mas vamos ter que conversar soble esses pezinhos inchados.

Olho para meus pés. Estão, de fato, mas assumi que fosse por causa dos tênis que eu uso agora, já que todos proibiram meus saltos altos.

Levanto meu olhar para Angie, que parece estar em outro mundo. Se eu tivesse que apostar, diria que ela está cogitando hipóteses para o inchaço dos meus pés. Deve ser bem chato isso de não poder interferir por motivos éticos.

Deito na maca e levanto a camisola, ignorando qualquer constrangimento que pudesse ter. Ambas são mulheres e ambas tocaram em defuntos nus na faculdade. Elas já viram coisa muito pior que uma adolescente seminua.

— Então, Ally, anda sentindo alguma coisa? Alguma dor? — ela pergunta enquanto espalha o gel pela minha barriga, que está começando a apontar.

Angie morde os lábios, tentando esconder o sorriso quando Dra. Lan começa o processo do ultrassom e o barulho do coração preenche o ambiente. Ela olha para cima, tentando impedir as lágrimas. Parece tão emocionada quanto eu estava da primeira vez. Quanto eu estava agora.

Tenho mais certeza ainda de que ela vai ser uma ótima mãe.

— Eu ando sentindo dores na barriga há uma semana, mas é só cólica, como você mesma disse que eu sentiria. — digo, e acrescento — Ando sentindo muita dor de cabeça também, mas por motivos emocionais e estresse.

Explico rapidamente e sem entrar em muitos detalhes sobre minha mãe, sobre Dallas e a paternidade. Sobre Austin também. Sobre tudo que anda rodando sem arar na minha cabeça e tirando meu sono.

Mas Angie não se dá por vencida e me olha, claramente dizendo “vamos conversar depois”.

— Vamos ver isso daqui a pouco — ela dá um meio sorriso que me preocupa — Mas agora, vocês querem saber o sexo?

Todas as coisas somem da minha cabeça. Tudo que importa agora é que eu posso saber o sexo do meu filho.

O filho de Angie.

Angie olha para mim, esperançosamente. Ela assente, mesmo que eu não tenha perguntado nada. Está concordando com minha vontade de saber.

— Pode dizer, Catarina — Angie diz, mas é só para mim. Ela com certeza já sabe. É médica também, afinal.

— Ally, está vendo isso aqui? — apontou para um borrão especifico. Assenti — é a cavidade da vagina dela.

Vagina...

Arregalo os olhos, não conseguindo focar em ninguém especifico. Nem em Angie, ou o monitor ou em Dra. Lan. Minha cabeça só consegue pensar que é uma menina. Eu carrego uma menina.

Noah é um nome unissex, a voz de Austin ecoa no meu ouvido, mas nem isso consegue me distrair. Uma menininha.

Imagino automaticamente uma garotinha dando os primeiros passos, descalça, mas com o vestidinho branco com flores vermelhas cobrindo perfeitamente seu corpinho. Os cabelos castanhos e curtos estão para trás, presos com uma tiara vermelha. Sua pela é branquinha e rosada e seus olhos são castanhos esverdeados. A única coisa que prova que ela é filha de Dallas. E, mesmo que eu evite admitir, as orelhinhas de abano também são dele.

Imagino o sorrisinho sem dentes e contagiante.

Fungo rapidamente, secando uma lágrima teimosa. Angie solta uma risada e vejo que ela mesma está segurando as lágrimas.

— Pronto, Ally, vá se trocar.

Eu faço o que ela manda e quando eu volto, ela me espera com uma maquininha de medir pressão. Cerca de um minuto daquela porcaria apertando meu braço desconfortavelmente, ela anota umas coisas na minha ficha e volta a se sentar em sua mesa.

— Tudo normal, Dra. Lan? — pergunto para quebrar o silêncio. Enquanto eu me trocava, podia ouvir os burburinhos das duas médicas, mas agora ambas estavam quietas e pareciam esperar alguém tomar a iniciativa.

— Na verdade não, Ally — ela suspira e meu sangue gela. Busco auxilio em Angie, que coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, um gesto quase maternal. Sinto-me um pouco melhor — Sua pressão arterial está muito alta. Por isso anda sentindo dores e o inchaço nos seus pés. Podem existir muitos fatores para sua pressão alta, como alimentação, estresse. Coisas que você vem passado, pelo que contou.

Sinto-me culpada. Além de tudo isso, as besteiras que eu ando comendo parecem querer fazer o caminho reverso e me fazer vomitar. As batatas que eu vivo roubando de Austin, os hambúrgueres. Aquela coxinha deliciosa que eles vendem em uma lanchonete que faz esquina com a Marino.

Sou um ser humano horrível.

— Isso pode trazer problemas sérios para o bebê, Ally, a pressão alta na gravidez aumenta o risco de pre-eclâmpsia, uma doença que costuma aparecer a partir da vigésima semana de gestação, que já está chegando, e que, quando não é tratada, pode evoluir para eclâmpsia, causando convulsões, coma e até morte da mãe e do bebê.

Definitivamente quero vomitar.

— Vou te passar uma dieta nova, e quero você aqui de novo em três semanas, certo? Vou começar a diminuir o tempo das consultas para acompanhar melhor isso.

Assinto, mas sem realmente prestar atenção.

Eu posso morrer. Eu posso matar a bebê. Tudo porque eu sou uma infeliz que fico estressada por tudo. E porque sou irresponsável com minha alimentação.

Angie aperta meus ombros, novamente materna.

Não quero desapontá-la. Não quero que sua filha morra.

Não quero morrer.

(...)

Estamos há uns cinco minutos na orla da praia. Não falamos nada, apenas ouvimos o barulho das ondas e as pessoas se divertindo, mesmo que não estivesse muito quente. Talvez seja eu. Estou gelada por dentro.

O meu chá de morango, que fiz questão de comprar antes de virmos, esfriou, porque não bebi. Agora parece só suco de morango e está ruim.

Angie não me pressionou a nada, mas eu imagino que ela esteja preocupada como eu. Talvez até reconsiderando a adoção. O bebê poderia nascer com má formação, ou com vários problemas de saúde se eu não me controlasse e minha pressão diminuísse.

Ela pode não querer um bebê defeituoso.

— Elizabeth era o nome da minha mãe. — ela quebrou o silêncio. Virei-me para olhá-la, mas ela encarava o mar — Acho que vai ser uma homenagem justa, não acha?

Algo soa errado nos meus ouvidos. Elizabeth é um nome lindo, mas não parece servir.

— Pensei que pudesse desistir — confesso.

— Eu acordo todo dia esperando que me ligue para dizer que mudou de ideia — ela suspira — Sinto aflição disso todos os dias. A taxa de mães que desistem de doar os filhos nesse tipo de adoção é enorme. Pergunto-me todo dia se não vai ser esse o dia que vou deixar de se mãe.

Sua declaração meio que me quebra. Não esperava por isso. Esperava uma pessoa certa que teria um filho, com uma confiança inabalável. Angie era frágil, sensível e, ao mesmo tempo, forte e amorosa.

Tenho cada vez mais certeza da minha decisão, apesar das dúvidas que todos os dias me assolavam, assim como assolavam a ela.

Ela vai ser uma ótima mãe para a garotinha. Talvez a nossa garotinha.

— Sempre me pergunto por que eu, especificamente. — solto outra das minhas dúvidas.

Por que em meio a tantas outras mulheres que procuram sua clínica diariamente justamente eu fora a sorteada?

— Eu cresci em um lar abusivo. Meu pai era um homem asqueroso e tratou minha mãe da pior maneira possível. Nunca me deixou ir à escola, mantinha a mim e a minha mãe presas dentro de casa, sob o controle dele. — mexia as mãos inquietamente e tudo que eu queria fazer era com que ela parasse de contar — Ele morreu em um acidente de carro, dirigia bêbado. Estava com duas mulheres no carro, mas elas sobreviveram, graças a Deus. Eu nunca me senti tão aliviada na minha vida, mesmo tendo uns nove anos e não sabendo nada sobre nada.

“Mas o trauma ficou, sabe? Minha mãe começou a trabalhar e trabalhava às vezes quase o dia todo para poder pagar tudo necessário para eu adiantar todos os anos de estudo que eu perdi. Formei-me com honra em medicina. Ela morreu um ano depois da minha formatura, de câncer nos pulmões, proveniente de todos os anos que meu pai passou jogando fumaça de cigarro na cara ela.

“E eu não conseguia mais me relacionar. Todo homem que eu via era meu pai, todo homem parecia querer me controlar, me colocar em uma jaula. Eu não suportava relacionamentos sérios e, por consequência nunca consegui um bom parceiro para ter uma família.

“Abri minha clinica para que as crianças não tivessem que vir ao mundo em lares como o que eu vim, com pais abusivos, ou até mães relapsas. Só que uma vez ou outra aparecem meninas como você. Meninas que tem um futuro brilhante e que futuramente serão ótimas mães e mulheres fantásticas, mas que estão perdidas porque cometeram um erro. Sua criança merece vir ao mundo, Ally, mesmo que antecipada. Mesmo que você ache que não dá conta. Eu estou aqui para garantir que essa menina cresça e seja amada mais do que consiga suportar. Quero que ela seja amada por nós duas. Se você estiver disposta e preparada para amá-la também.”

Não sei o que dizer. Tudo parece entalado na garganta ou nem perto do suficiente para me expressar.

Quero que meus olhos passem tudo o que eu sinto e tudo que eu não sei se sinto para ela, porque talvez meus olhos consigam explicar melhor que meus lábios. Os olhos são a janela da alma, certo?

— Eu... — começo, sem saber ao certo o que falaria — Elizabeth soa ótimo. Você vai ser uma mãe incrível, Angie.

Ela sorri, parecendo entender todas as minhas dúvidas e incertezas.

Eu queria que ela fosse a minha mãe, para ser sincera.

E eu não menti. Depois que ela me contou sua história, eu queria que a bebê fosse forte como Elizabeth, mãe de Angie, foi. Ainda assim, parecia insuficiente.

A voz de Austin parecia um mosquito irritante em meu inconsciente. Noah, Noah, Noah.

Também queria que ela fosse a heroína que Noah Moon tinha sido.

Angie sorri para mim e se levanta do banco onde estamos, limpando rapidamente o vestido vermelho.

— Pense bastante. E não se preocupe quanto a sua pressão. Descobrimos cedo e se você seguir a dieta, tudo ficará bem. — assinto. — Tchau, Ally. Tchau Elizabeth.

Assim que ela me deixa sozinha e some de vista, faço algo que eu estava secretamente querendo fazer desde que soube do sexo da bebê.

O telefone toca umas três vezes antes que Austin atenda. Nos falamos bastante nessa última semana, mas o assunto “beijo” ainda é um tabu. Beijar Austin foi como mergulhar no mar e nadar muito, até ficar completamente cansada. Sabe aquela sensação de não conseguir andar porque suas pernas estão moles demais? Era exatamente isso que eu senti.

No entanto, como sempre que parecíamos entrar nesse assunto alguma coisa dava errado – ou eu mudava de assunto, ou ele. Ou Dez chegava querendo exibir alguma coisa nova e totalmente inútil que tinha feito – nunca conseguíamos de fato conversar. Mas sei que quando tivermos que voltar a esse assunto, voltaremos.

Acho, inclusive, que ele ainda está com Piper. Isso não me incomoda muito, afinal eu e ele não temos absolutamente nada e quero que ele seja feliz.

De preferência comigo. Só que como ainda não conseguimos conversar, tudo bem ele estar com a Piper. Não tenho tanto ciúmes assim. Pessoas não são propriedades para ficarmos possessivos.

Como eu disse antes, pessoas vão e vem o tempo inteiro. Como alegar posse sobre coisas tão nômades?

Oi, Ally — Piper diz, assim que atende. Ela também é simpática comigo, não tanto quanto Kira era, mas não me desrespeitava, o que para mim é ótimo — Austin já volta, foi ao banheiro. Acabamos de competir para ver quem tomava um litro de refrigerante primeiro, é uma promoção louca do John’s. Você deveria passar aqui, aquela amiga de vocês, Trish, está trabalhando aqui hoje e eu tenho certeza que você ganharia.

— Adoraria, de verdade — solto um riso sem graça — Mas estou com uma dieta super controlada agora. Refrigerantes estão completamente banidos. Aliás, qualquer comida do John’s está banida.

Uma pena — ela disse, parecia chateada — Austin, anda daí, você não é o único que quer usar o banheiro — ouvi a voz dela gritando longe e o barulho do telefone se movendo — Finalmente. Espero que a única coisa que você tenha feito nesse banheiro seja xixi. Falo com você depois, Ally. Beijos.

Ignoro a última frase dela e respondo apenas um “até breve”. O telefone se move de novo e agora é Austin que fala:

Oi, Ally, como foi o ultrassom? Está tudo bem? Teve companhia para o ultrassom? Se você não teve, vou te matar, você disse que tinha tido! Eu poderia ter ido com você e além disso...

Dou-me conta que solto todo o peso que eu não notara carregava. Era disso que eu precisava, do excesso de proteção. De ver que eu não estava sozinha em meio a todos os problemas que eu mesma estava causando a minha gravidez. Sinto-me automaticamente aliviada e feliz.

Precisava de Austin.

— É uma menina, Austin — interrompo o monólogo dele, minha voz estava embargada, mas não era de tristeza. Era de uma felicidade inexplicável — Estou esperando uma menininha.

Menina? — ele repete e eu assinto, me esquecendo de que ele não pode ver — Uma menina.

Ficamos um tempo em silêncio. Deixei Austin absorver a noticia.

— Ainda está ai? — pergunto.

Eu disse que Noah era um nome unissex.

Eu só consigo rir, rir e chorar.

Porque em meio a tantas incertezas e problemas. Uma coisa estava certa, pelo menos uma.

Austin.


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Notas finais do capítulo

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E ai, o que acharam?