A Garota das Amoras Vermelhas escrita por Cath Rose


Capítulo 3
Capítulo 3 – Escolhas do Destino


Notas iniciais do capítulo

Música que inspirou o capítulo, Far From Never, do The Pretty Reckless:

https://www.youtube.com/watch?v=xfxuydhuQfE



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“Como não pensei nisso antes?”, “Como pude ser tão estupida?”. Nesse tempo todo só tinha me preocupei comigo mesma, e mais ninguém. Nunca sonhei que isso fosse acontecer. Isso nunca havia passado pela minha mente. O tal nome, o nome que me deixou aterrorizada, com medo e confusa era nada mais nada menos do que o do meu melhor amigo: Noah Elody.

Ele era tão capaz quanto eu, tão forte, aplicado e de um potencial extremo. “Como pude não lembrar-me desse detalhe?”. Há alguns minutos eu queria atirar uma flecha em alguém, sinto que esse alguém agora deveria ser eu. “O que vou fazer?”, “Devo desistir?”, “Não, foco, Serena, você não pode desistir. Isso é uma chance única, você não pode perdê-la. Você chegou tão longe, não pode simplesmente jogar tudo que você construiu pelos ares. Se eu precisar machucar alguém que eu ame para cumprir meus objetivos, eu vou. Mesmo que essa pessoa seja o meu melhor amigo, a pessoa que mais me ama e melhor me compreende”.

Vi então, o ser responsável pelo abalamento emocional que poderia me matar, vindo em minha direção.

– Serena! – gritou ele, de longe, se espremendo no meio da multidão para chegar o mais rápido possível.

Eu estava imóvel, incapaz de me locomover, eu não sentia mais a presença das pessoas ao meu redor. Estava tudo um breu. Só conseguia enxergar Noah, atropelando os ares para tentar chegar até mim.

Ele chegava cada vez mais perto, até que surgiu na minha frente e me deu uma grande sacudida, que devolveu meus sentidos e me fez voltar ao mundo.

– Serena, está tudo bem? Está pálida. – ele disse, em um tom preocupado.

– Nós dois fomos os escolhidos.

– Eu sei, eu sei, mas vai ficar tudo bem.

– Não, Noah, você não entende? Não vai ficar tudo bem!

Por alguns segundos, ouvi apenas o barulho das centenas de pessoas conversando. Noah permaneceu calado, me encarando com aqueles grandes olhos azuis que me intoxicavam ainda mais.

– Serena... Por favor, escute com calma, não comente até eu terminar de falar.

– Você está mandando em mim? Quem pensa que é?!

– Não estou mandando em você, estou te dando um conselho. Não quer que fique tudo bem? Então me ouça. – disse ele, num tom direto – Não se voluntarie esse ano...

– O quê? Viu, está mandando em mim de novo... – o interrompi, mas logo fui cortada.

– Apenas me deixe terminar de falar! – ele disse. - Não é seguro na arena, nem para você e nem para mim. É o seu sonho, mas não podemos ir juntos.

– Então não vá!

– Não é bem assim que se resolvem as coisas.

– Concordo. Mas é exatamente isso que você está fazendo comigo. Eu te suplico Noah, deixe-me ir.

– Não posso.

– Quem você pensa que é, meu pai?! Como eu já disse, você não manda em mim, e outra coisa: eu sou bem grandinha e forte o bastante para acabar com todos na arena, inclusive você, e voltar sã e salva para casa. Você sabe muito bem disso, Noah!

– Eu sei, mas...

– Mas nada, eu vou e pronto. Não posso desonrar a minha família!

– Não podemos ir nós dois.

– Se você não quer isso, não vá.

– Então agora está dizendo que você quer? Que não se importa comigo?! Que me mataria na arena?!

– Eu não disse isso!

– Mas pareceu.

– Esse é o meu sonho, me desculpe, mas não posso perder essa chance.

– Eu também não.

– Por que razões? Você não tem irmãos, seus pais ligam para você. Você não tem um legado hereditário a seguir, não precisa ser vitorioso. Sua família não se importa!

– Mas eu me importo!

– E eu me importo com nós dois, então te suplico, não vá.

– Serena...

– Se me você realmente me ama, não vá.

– Mas eu tenho que ir.

Como resposta, movimentei a cabeça em sinal de decepção por alguns segundos. Eu não iria desistir da única chance que eu tinha de realizar o meu sonho e ainda ter de sofrer rejeição em casa. Ele podia muito bem abrir mão da chance dele.

– Se você se importasse mesmo, então nem pensaria na possibilidade de me matar – respondi.

– E eu não penso! Eu morreria por você, Serena.

– Sério? Então me deixe ir sozinha!

– Simplesmente não posso.

– Grande amigo você.

– Serena, eu te amo, mas...

– Quer saber?! Quer ir?! Então vá. Vá. Pode ir, eu não me importo. Daqui a alguns dias seremos como qualquer outro na arena, inimigos. Eu não te protegerei, e nem você a mim. Na arena, o mais capaz vence.

Apenas saí, nem sequer olhei para trás. Eu menti. Realmente me importava com ele, com nós. Mas não aguentaria ver por mais nenhum segundo aqueles grandes olhos azuis me encarando e quebrando meu coração em múltiplos pedaços.


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Notas finais do capítulo

O orgulho fala mais alto no Distrito 1.



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