60 dias apaixonado escrita por Mayara de Souza


Capítulo 4
Capítulo 4




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Eu ainda não acredito que ela tenha um namorado. Meu... Como assim ela tem um namorado? Garotas como ela não deveriam poder namorar, deveria ser considerado um crime.

Eu ouvi quando ela chamou alguém de amor ao telefone. Será que eu estou ouvindo coisas? Reparei na mão dela e não tem nenhum vestígio de que ela usa aliança. Então provavelmente deve ser um amigo ou no máximo algum ficante. Mas quem é que chama um ficante de amor? PORRA! Essa menina está me enlouquecendo.

(...)

– Vocês vão demorar muito? – grito me jogando novamente no sofá sem obter resposta alguma.

Já estou a mais de quarenta minutos esperando elas "terminarem" de se arrumar. Já passei por todos os canais da televisão, não achei nada de interessante. Peguei meu celular, para checar se tem alguma mensagem nova ou ligação perdida. Nada. Fui até a cozinha e procurei entre os armários algo que me chamasse a atenção, comi um pouco de tudo. Resolvi voltar para a sala e tentar novamente a sorte na TV.

Me afundo mais no sofá. Bufo e só paro de mexer no controle quando encontro um canal de esportes que está transmitindo ao vivo um jogo dos Giants.

– Eu já estou pronta. – ela aparece na sala chamando a minha atenção e eu a acompanho com o olhar até quando ela se senta no sofá ao meu lado.– Só falta a Marina. E eu tenho a sensação de que ela vai demorar.

CARALHO! Ela é gostosa.

E consegue afetara minha capacidade de pensar, falar ou até mesmo respirar, me fazendo parecer um completo idiota.

Ela está linda/gostosa demais. Com uma blusa com estampa de onça e uma saia preta extremamente curta, salto alto que a fazem ficar quase da minha altura. Pretos. Batom vermelho que realçam os pequenos lábios. Os lindos olhos azuis estão bem marcados e o cabelo solto com alguns cachos. E ela sorri, como se o fato de eu estar a observando fosse algo bom.

Talvez essa não seja uma batalha perdida. Talvez ela ainda vá para a cama comigo no fim da noite. Talvez.

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Essa garota não pode ter namorado. E se ela tiver... Eu vou ter que dar um jeito nisso. Caso contrário eu sou um cara morto! Eu vou dar um jeito nisso.

– Você tá linda. – ela me olha surpresa e sorri e eu automaticamente também sorrio.

– Obrigada. E-eu acho! – ela desvia o olhar para a televisão e finge prestar atenção. Eu continuo a encarando.

– Seu namorado deixa você sair vestida assim? – pergunto em um tom divertido apontando com a cabeça em direção a suas pernas a mostra.

– Meu namorado não se importa muito com isso. – ela diz sem nem olhar na minha direção e eu noto que ela não entrou de maneira alguma na brincadeira, já que seu rosto parece uma carranca.

MERDA! ELA TEM NAMORADO!!

– Ah! – soltei mostrando todo o meu desapontamento. E ela percebe, porque imediatamente se vira na minha direção, esperando o meu próximo movimento.

– O que? – pergunta confusa, já que eu não faço ou falo nada.

– Pensei que você iria dizer que não tem namorado... – ela cora. E eu dou um sorriso com o canto da boca.

– Eu tenho. – ela está nervosa. Ela não para de passar as mãos nos cabelos e mexer em algo imaginário no celular.

– Você não usa aliança. – ela volta o olhar para mim.

– Não. – ela nega com a cabeça ao mesmo tempo em que fala.

– Então não é algo sério. – ela me fuzila com o olhar enquanto sua boca se forma uma linha fina.

– Se três anos não é algo sério para você... – minha boca forma um perfeito “o” e eu não consigo esconder a minha surpresa. Ela apenas sorri.

UM POUCO DE ESPERANÇA! OBRIGADA DEUS!

– Três anos e ele ainda não te deu uma aliança? – pergunto em tom debochado.

– Eu optei por não usar aliança e ele concordou. – diz com um ar de superioridade que me deixa completamente irado.

– Por quê? – arqueio uma das sobrancelhas e ela bufa, irritada com o interrogatório.

– Não sei. Só não gosto da ideia. Eu não acho que um anel no meu dedo vá mudar alguma coisa. Ele gosta de mim e eu gosto dele. Não tem necessidade de querer mostrar isso para todo mundo. O que nós dois temos é uma coisa pessoal. – ela sorri vitoriosa.

– Interessante. – murmuro e volto a minha atenção para o jogo.

– E você tem namorada? – ela pergunta e chama minha atenção novamente para ela, enquanto digita alguma coisa no celular.

– Ah! Digamos que eu deixei algumas em Londres. – ela olha em minha direção e engulo em seco com a repreensão estampada em seus olhos azuis.

– Algumas? – ela não parece surpresa, só... Decepcionada.

– Não sou muito de namorar. – mordo o lábio inferior.

– Então sai por ai ficando com qualquer garota? – ela pergunta ainda me encarando com decepção.

– Isso. – ela força um sorriso. Mas por algum motivo ela desiste e volta a digitar algo no celular. Me deixando ainda mais irritado.

– Nunca se apaixonou? – ela pergunta.

Se eu fiquei surpreso com essa pergunta? É claro! Porque ela está me perguntando isso?

– Teve uma... – ela olha para mim e sorri. – Mas não deu certo. Ela achou que eu não conseguiria mudar por ela. Mas sabe? Eu conseguiria. – eu confirmo com a cabeça algumas vezes.

– É uma pena. – ela está desconfortável. E parece não saber o que dizer.

– Não. – me apresso em dizer.

– Não? – pergunta confusa e ao mesmo tempo curiosa.

– Se ela tivesse aceitado namorar comigo eu provavelmente não estaria aqui hoje. – sorrio maliciosamente. – E se eu não estivesse aqui hoje... Eu não teria o prazer de conhecer você. – dou uma piscadela para ela.

– Certo. – ela parece novamente desconfortável, quando desvia o olhar do meu. – Você é sempre assim?

– Assim como? – pergunto confuso e ela volta a me encarar.

– Um completo babaca? – minha expressão de homem confiante se altera para confuso. Extremamente confuso. Porra, o que está acontecendo aqui?

– Normalmente você não me chamaria de babaca. – sorrio. – Você assumiria que logo estará apaixonada por mim. – ela engole em seco.

– Aí.Meu.Deus. – ela diz pausadamente enquanto se levanta parando bem na minha frente, ergo o olhar para encontrar o seu rosto. Ela cruza os braços e apoia o peso todo em sua perna direita.

– O que? – me levanto rapidamente do sofá e ficamos frente a frente.

– Você é inacreditável. – ela se aproxima um passo e me continua me encarando.

– Inacreditavelmente lindo? – pergunto em tom brincalhão, me aproximando também.

– Inacreditavelmente cretino. – ela passa por mim e se senta aonde eu estava sentado segundos antes, eu me viro e a acompanho com o olhar.

O que essa garota está fazendo comigo?

– Eu garanto que você vai se apaixonar por mim. – chamo sua atenção e ela ergue o olhar, vejo quando se forma um sorriso debochado em seus lábios. Ela olha para o chão e em seguida ergue seus olhos novamente na minha direção. É nesse momento que eu perco o ar.

Ela se levanta e dá dois passos em minha direção, sua boca fica a centímetros da minha. Devido ao salto alto ela está bem mais alta que o normal. Ela vira o rosto em direção a minha orelha e aproxima sua boca de uma maneira provocativa. O que me deixa completamente arrepiado.

FILHA DA UMA PUTA.

– Eu garanto que você vai se apaixonar por mim primeiro. – ela sussurra.

O QUE ESSA GAROTA TÁ FALANDO? TÁ OK. ELA É GOSTOSA E TUDO MAIS... ME APAIXONAR? DEFINITIVAMENTE NÃO!

Ela da um passo para trás com um sorriso vitorioso. E me encara cruzando novamente os braços.

– Realmente você não é de se jogar fora... – eu digo estendendo minha mão para mostrar a ela o seu próprio corpo. – É gostosa e coisa e tal. – ela me fuzila com os olhos. – Mas me apaixonar? Não. Isso eu te garanto.

– Sorte a sua Enzo. – ela sorri e muda o peso para a outra perna.

– Azar o seu Isabella. – ela solta uma gargalhada e se afasta ainda mais de mim. Voltando a encara o celular e estava esquecido em suas mãos.

Ela o segura e sorri ao ver algo que eu não consigo ver. O sorriso dela realmente é lindo. E ela foi à primeira garota na vida a me dizer não. Só que essa marra não vai durar muito tempo. Porque eu não vou desistir. Quando eu quero alguma coisa, eu consigo. E com ela não vai ser diferente.

– Vamos? – Marina aparece na sala com um sorriso enorme, como pedido de desculpas.

– Finalmente. – eu realmente estou bravo, mas não é por culpa do atraso da Marina.

– Você está linda. – Isabella diz sorrindo.

– Olha quem fala... – diz enquanto analisa Isabella da cabeça aos pés. – Amei os sapatos.

– Dá pra gente ir logo? – cruzo os braços e bufo.

– Claro Sr. Reclamão. – Marina diz em um tom divertido.

Isabella que estava ao me lado caminha em direção a porta, eu a acompanho sabendo que Marina está bem atrás de mim. O celular de Isabella começa a tocar e ela subitamente para com a mão na maçaneta.

– Alô? – ela abre a porta e passa, deixando aberta para mim e para a Marina.

– Já estamos saindo de casa. – se apressa em dizer.

– OK. – ela olha sobre o ombro e não sorri. – Vamos logo! Antes que o Gabriel me mate. – diz logo após desligar a ligação. Ela vira novamente para frente e continua caminhando em direção a garagem.

– Gabriel? – pergunto.

– É o namorado dela. – como Isabella continuou andando e se negou a me responder, Marina esclareceu.

– E o seu namorado Marina? – pergunto curioso.

– Marina você não contou sobre o Felipe para ele? – Isabella se vira para nós e está com um sorriso travesso nos lábios.

– Felipe? – indago.

– É o "namoradinho" dela. – Isabella dá de ombros.

– Isabella... – Marina a repreende.

– Só que ela não assume, eu não sei por quê. – me viro para encarar Marina que está totalmente sem graça e corada ao meu lado.

– Ele não é meu "namoradinho". É só um amigo. – Marina se apressa em dizer.

– Um amigo? – Isabella pergunta confusa.

– Isso.

– E desde quando amigos... – Isabella começou a dizer, mas Marina a interrompeu.

– Cala a boca. – Isabella sorri satisfeita, após o ataque de Marina.

– O Gabriel mandou avisar que o Felipe vai estar lá. – diz Isabella novamente com o sorriso malicioso no rosto. E vejo quando o sorriso de Marina se desfaz.

– Agora que você me fala isso? – Marina grita. – Eu não vou mais. – ela para imediatamente e cruza os braços.

– Claro que vai. – pego ela pelo braço e a puxo para ficar novamente ao meu lado. Isabella caminha alguns passos a frente.

– Enzo... – Marina choramingou enquanto tentava se soltar de mim.

– Eu preciso conhecer esse seu tal "namoradinho". E você precisa arrumar algumas amigas suas para mim. – digo enquanto caminhamos em direção a garagem, ela bufa e eu sorrio.

– VAMOS LOGO! – Isabella grita agora estando bem a nossa frente. Encostada em um carro. Uma Ranger Rover. Preta. Carro de menina.

(...)


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Notas finais do capítulo

– PORRA! – Hugo aponta na minha direção e sorri. – Agora sim você tá falando a minha língua cara.

— ENZO! – Marina me repreende e eu ignoro novamente.

— Vem! – Hugo se levanta e caminha em minha direção. – Vem comigo! – me levanto.

— Com licença. – Marina olha em minha direção como se implorasse para que eu me sentasse novamente, quando se deu conta que era em vão ela revirou os olhos e Isabella sorriu.



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