O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 53
Rio Escuro.


Notas iniciais do capítulo

Jennifer, Brown, Diana, Meg, Eleanor e Thomas usam o escuro rio para sair das minas de Miriac.



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Pelo rio? — Indagou Diana confusa. — De qual rio você está falando?

Do mesmo rio que atravessamos por sobre aquela ponte para chegarmos até a despensa. — Respondeu Meg com firmeza.

Naquele momento todos olharam incrédulos para a baronesa, mas apenas Diana teve coragem de falar.

Você ficou louca? Por acaso se esqueceu que está abarrotado de imps lá fora? Sem falar é claro, do dragão negro! — Explodiu Diana totalmente descrente.

Depois da indagação de Diana, Jennifer tentou pedir calma, mas antes mesmo que pudesse falar algo, Meg respondeu — É o único caminho mais rápido e seguro no momento. De outro modo todos nós vamos morrer.

Todos então ficaram em silencio absoluto, esperando talvez que Diana indagasse novamente, mas a ruiva nada falou.

Então, ao perceber que a duquesa não indagaria mais, Eleanor perguntou — Nós teremos que nadar um rio inteiro enquanto um dragão e imps nos caçam?

Meg então se virou para Eleanor e respondeu — Não precisaremos “nadar”. A correnteza do rio é bastante forte, só teremos que tomar cuidado para não nos afogarmos e com certeza nós conseguiremos.

E o que tem no final do rio? — Perguntou Jennifer preocupada.

A baronesa então olhou para a garota azarada e ao ajeitar os seus óculos de maneira nervosa, respondeu — Segundo os mapas, uma cachoeira.

Ótimo. E como sobreviveremos a queda? — Perguntou Eleanor de maneira fria, porém meio sarcástica.

Eu não sei! — Gritou a baronesa furiosa. — Eu não tenho a mínima ideia de como diabos nós vamos sobreviver a droga da cachoeira, mas de uma coisa eu sei, essa é a única saída! — Esbravejou Meg ao perder a paciência e tentar recuperar o seu fôlego.

Eu tenho um plano! Hêhehe... — Gritou Thomas ao levantar a mão e começar a rir como um louco assustador.

Você tem um plano? — Perguntou Meg com um sorriso de descrença no rosto.

Sim, sim, tenho sim, minha baronesa. Eu tenho, tenho sim. Hêhehe... — Respondeu Thomas ao pular de alegria e felicidade.

E que plano é esse, Thomas? — Perguntou Eleanor com seriedade.

Thomas sorriu mais uma vez e ao se mover saltando como um louco, foi até um barril grande de madeira vazio, e falou — Barris! Barris vazios, minha senhora. Podemos usar os barris vazios como barco para flutuar pelo rio.

Meg logo tentou refutar a ideia do garoto, mas foi impedida por Diana que gritou — Brilhante! Sim, barris de madeira boiam na água. E nós com certeza somos leves o suficiente para conseguirmos entrar dentro e não fazer muita diferença no peso. Garoto, você com certeza é menos inútil do que eu pensei.

Ao perceber que o que Diana falara era verdade, Meg então desistiu de criticar o garoto magro, e falou — Parabéns Thomas, agora temos uma chance a mais de sair daqui com vida.

Sim. Você pensou muito bem Thomas. Estou orgulhosa de você. — Falou Eleanor ao tocar no ombro de Thomas com carinho.

Sim! Você é muito esperto Thomas! — Falou Jennifer ao gritar, pular, e abraçar o garoto magrelo.

Thomas apenas sorriu e aproveitou o curto período de carinho e atenção antes de Diana falar — Certo, está tudo muito lindo, mas nós ainda temos que levar os barris até o rio. Então sugiro que cada um encontre o seu próprio barril e role ele no chão dessa maneira. — Demonstrou Diana ao colocar um barril de madeira deitado e começar a rolar ele com cuidado.

Jennifer concordou, e ao romper o abraço com o garoto magrelo, falou — Eu vou precisar de um barril bem grande para que caiba Brown e eu juntos.

Então, Eleanor que acabara de derrubar um barril bem grande e largo, Falou — Pode ficar com esse. Eu pego outro para mim.

E então, depois de todos pegarem os seus respectivos barris, os barris foram rolados pelo escuro corredor por onde o grupo entrara, até eles chegarem ao rio, próximo da escada por onde eles desceram da ponte.

Chegamos. Agora temos que entrar nos barris e rolarmos até cairmos na agua. — Falou Diana ao se preparar para entrar no seu barril feito de madeira de carvalho cara.

Esperem! Temos que colocar Jennifer e Brown dentro do barril deles primeiro. — Falou Eleanor ao olhar para o barril grande da garota azarada.

É verdade. Jennifer e Brown devem entrar primeiro. Nos ajude com isso Diana, Falou Meg ao ajudar Jennifer a rolar o barril grande para a beira do rio e colocá-lo em pé.

Pronto. Agora precisamos apenas colocar você e o cachorro aí dentro. — Falou Diana ao oferecer a mão para ajudar Jennifer a subir e entrar no barril.

Obrigada! — Agradeceu Jennifer ao se acomodar dentro do barril e receber Brown que fora levantado por Eleanor e Thomas juntos.

Excelente. Agora nós vamos colocar vocês no rio. Eu sugiro que se segurem bem, pois provavelmente será uma viagem complicada. — Ironizou Diana com o seu sorriso sarcástico de psicopata.

Tudo bem, nós estamos prontos. — Falou Jennifer ao se segurar na borda do barril com a mão direita e abraçar Brown forte com o braço esquerdo.

E então as garotas jogaram o barril grande no rio e a correnteza rápida logo levou o grande objeto de madeira com o cão assustado e a garota azarada dentro.

Por durante um bom tempo o barril foi levado em uma velocidade esplêndida pelos tuneis escuros onde nada poderia ser visto pelos olhos humanos. Mas devido ao azar extremo da garota azarada, logo o barril ficou encalhado entre duas grandes rochas que ficavam proeminentes no meio do rio.

Brown ganiu de medo e desespero ao se sentir naquela situação totalmente desconfortável, enquanto Jennifer apenas tremia de frio devido à fria agua que havia entrado no seu barril e molhado a sua roupa e a sua pele sensível.

Calma Brown. Nós vamos sair daqui! — Gritou Jennifer ao se pendurar na borda do barril e tentar empurrar o objeto para longe das enormes pedras.

Enquanto tentava libertar o barril, a garota escutou os gritos de Meg que passara ao seu lado dentro de um barril em velocidade máxima.  E por um momento teve certeza que o de Diana e Eleanor também passaram por perto, mas como estava muito escuro, Jennifer não teve como confirmar a sua suspeita.

Estou presa! — Gritou em uma tentativa vã de conseguir ajuda, mas a sua única resposta imediata foi o silencio e a escuridão daquele rio por sobre aquele túnel.

Porém, depois de alguns segundos de espera, uma risada frenética e familiar chegou aos ouvidos atentos da garota azarada.

Era Thomas, que vinha gritando, rindo e comemorando aquela aventura como se aquilo tudo fosse a coisa mais divertida que ele fizera em toda a sua vida.

Jennifer pensou imediatamente em pedir ajuda novamente, mas antes que pudesse sequer abrir a sua boca, o barril de Thomas se chocara contra o dela, fazendo o grande barril se libertar das duas rochas e seguir o seu percurso aquático.

Thomas! Você está bem? — Perguntou Jennifer enquanto tentava não engolir água gelada que era jogada contra a sua boca e narinas.

Estou sim! — Respondeu o garoto. — Parece que eu bati em alguma coisa, mas eu acho que eu estou bem! Isso não é muito divertido?

Jennifer sequer respondeu ao menino pois estava muito mais preocupada em não se afogar e em manter Brown preso e seguro dentro do barril.

Então, depois de alguns segundos, a garota azarada enxergou luz do sol novamente por sobre o rio, vinda de enormes rachaduras no teto da caverna, e amplificada por vários cristais brilhantes espalhados pelas paredes daquele local.

E no meio do rio Jennifer avistou os três barris de suas amigas presos á várias rochas proeminentes que estavam distribuídas pelo caminho.

Eleanor, Meg, Diana! — Gritou Jennifer ao avistar as meninas vivas e molhadas.

Jennifer! Por onde você esteve? Como chegou aqui depois de nós se você saiu primeiro? — Perguntou Meg extremamente confusa.

Jennifer sorriu e gargalhou um pouco antes de ficar presa atrás do barril de Diana e responder — Eu fiquei presa em algumas pedras, mas o barril do Thomas se chocou com o meu e eu voltei ao curso normal.  E por falar nele, olha ele aí. — Falou Jennifer ao ouvir os gritos do garoto que ecoava pelo túnel ficando cada vez mais perto.

Ótimo. Agora que sabemos que todas estão vivas temos que dar um jeito de desencalharmos os barris! Jennifer você que está mais próxima de mim, me ajude a empurrar o barril de Eleanor para que possamos abrir caminho para todos nós. — Pediu Diana ao esticar os braços e começar a empurrar o barril de Eleanor para a direita do rio, onde o caminho estava mais livres de pedras.

Jennifer apenas concordou com a cabeça e começou a ajudar Diana a empurrar o barril de Eleanor, enquanto Thomas que se chocara com o barril de Meg, recuperava o seu folego com longas e demoradas puxadas de ar.

E conseguimos! — Comemorou Diana ao finalmente conseguir empurrar o barril de Eleanor que seguiu velozmente o curso do rio.

Feito, agora é só empurrarmos o seu, e depois o meu, e todos nós poderemos sair daqui. — Falou Meg fazendo força para tentar empurrar o barril de Diana.

Diana riu do esforço preocupado de Meg para com ela, e ao sair do barril e subir nas pedras escorregadias, falou — Não se preocupe, amor. Eu sairei por último. Agora quero que você entre no meu barril para que eu possa empurrar ele e depois o de Jennifer. E somente depois que o barril de Thomas também desencalhar, eu vou.

Meg pensou em discordar, mas ao ver o sorriso de confiança nos lábios de Diana, apenas concordou e entrou no barril de sua amada. Que com a ajuda de Jennifer e Diana, logo foi desencalhado e seguiu o curso do rio.

Ótimo, agora é você princesinha. — Falou Diana ao tentar empurrar o barril de Jennifer com a ajuda de Thomas.

Porém, naquele instante, um rápido zunido ecoou pela escuridão, e em seguida uma flecha atingiu o Barril de Jennifer na parte próxima da borda.

Mas o que é isso? — Perguntou Diana antes de perceber que outra flecha fora atirada na direção do barril de Thomas.

Estão atirando na gente! — Gritou o garoto magrelo ao se desesperar ao ver as flechas.

Foi então que a duquesa percebeu que haviam vários imps arqueiros atirando flechas em sua direção. Uma delas até passou zunindo ao lado de seu ouvido esquerdo, e outra por cima do seu ombro direito, atravessando o seu emaranhado de cabelos ruivos no meio do trajeto.

Me ajude a desencalhar o barril da Jennifer! — Gritou a duquesa ao usar toda a sua força para mover o barril grande que levava Jennifer e Brown dentro.

Outra flecha atingiu o barril da garota azarada, e por um momento Jennifer viu uma flecha raspar contra o braço direito da duquesa, deixando um rasgo em sua roupa vermelha.

Ahhhh! — Gritou Thomas ao ser flechado no braço direito magro e esguio.

Thomas foi atingido! — Gritou Jennifer desesperada para Diana.

Eu vi! Agora cala a boca e me ajuda a desencalhar esse maldito barril! — Gritou Diana em resposta ao alerta de Jennifer.

A situação estava desesperadora, e quando Jennifer pensou que iria morrer ali, Diana conseguiu desencalhar o seu barril devolvendo a garota azarada para a correnteza do rio.

Diana! Thomas! — Gritou Jennifer ao ser levada para longe da situação. E então, logo após uma curva no rio, Jennifer estava de volta a escuridão e ao medo.

A garota azarada tentou gritar o nome da Duquesa e do garoto, mas a única coisa que conseguiu foi engolir mais água misturada com pelo de cachorro e o que tivesse a mais naquele assustador rio.

 E então, depois de mais alguns segundos de escuridão, água, e pelo de cachorro sendo jogados contra o seu rosto, Jennifer finalmente conseguiu avistar outro clarão.

Esse também pertencia ao sol, mas seu significado era que a cachoeira estava próxima e que Jennifer logo teria que enfrentar uma queda livre e sem garantias de sobrevivência.

Naquele momento, tudo que a garota azarada pôde fazer foi abraçar o seu amigo canino, e gritar bem alto enquanto o barril caia levado pela água rápida e impiedosa do rio.

 

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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