O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 51
As minas de Miriac.


Notas iniciais do capítulo

Jennifer, Diana, Meg, Thomas, Eleanor e alguns cavaleiros, se aventuram nas perigosas e confusas minas de Miriac.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/609470/chapter/51

O caminho até as minas de Miriac demorou um dia de cavalgada. E ao chegarem nos portões das minas, Diana e Meg perceberam que seria bastante perigoso descansar nos portões daquele lugar, já que por todo o caminho se avistavam corpos humanos e de cavalos apodrecendo, mortos por lanças ou flechadas.

Vocês viram a quantidades de mortos no caminho? Se nós acendermos uma fogueira aqui para dormir e descansar vamos apenas atrair a atenção e seremos todos assassinados enquanto dormimos. — Explicou Margaret para os cavaleiros cansados.

Então como vamos proceder agora? — Perguntou Eleanor ao olhar para o rosto molhado de suor da jovem e bela baronesa loira.

Vamos adentrar nas minas seguindo o mapa dos trilhos e o plano. Talvez nós tenhamos sorte e consigamos sair daí antes do amanhecer. — Respondeu Meg esperançosa com a sua preciosa e planejada ideia.

Bom, vocês ouviram a baronesa. Clerec e Berturio, vocês vigiam os portões, as cabras e os cavalos até nós voltarmos. Caliot, Varturi, e Sereb, vem conosco até as profundezas das minas. — Falou Diana para todos os seus cavaleiros.

Sim, senhora duquesa. — Falou Clerec, um dos soldados do reino dos espinhos em quem Diana admirava as habilidades de combate.

Mas apesar da confiança do grupo, Jennifer estava aterrorizada com ideia de entrar em um lugar tão grande e provavelmente escuro e abafado.

A pobre garota azarada olhava para a entrada dos trilhos e ao perceber um toque gélido em seus ombros se assustou e quase caiu no chão.

Ahhh! — Gritou Jennifer assustada.

Me desculpe Jennifer. Sou eu, Eleanor. Eu queria apenas falar com você. — Falou a princesa fria com a sua voz calma e gélida de sempre.

Jennifer suspirou e após acalmar a respiração, falou — Desculpa, eu estava um pouco distraída.

Eleanor então olha profundamente nos olhos verdes da garota azarada e pergunta — Você está com medo?

Jennifer sente o seu coração acelerar um pouco diante dessas palavras, mas ao encarar a íris gelo azulada dos olhos da princesa fria, responde — Sim, um pouco.

A condessa apenas sorriu e ao olhar para o túnel escuro da mina, falou — Eu também. Não gosto de lugares escuros e apertados. E muito menos o meu pássaro; e é por isso que ele vai ficar aqui fora com os cavaleiros.

E enquanto isso nós procuramos pelas despensas da mina, que ficam no lado oeste da parte interna. — Falou Margaret ao se aproximar das garotas e se envolver na conversa.

E demora muito da entrada até a despensa? — Perguntou Eleanor curiosa sobre o plano.

Meg checou o mapa novamente e ao dar uma olhada no caminho dos trilhos, respondeu — Não muito...  Se formos de trole, é claro.

Eleanor ficou bastante confusa com a resposta da baronesa, e ao abaixar o mapa dos olhos da garota loirinha, perguntou — E o que seria um trole?

Diana apenas gargalhou ao ouvir a pergunta ingênua da amiga, mas Meg com a sua superioridade e seu imenso ar de inteligência, explicou — Trole são aqueles carrinhos de metal movidos por manivela que se utilizam nas minas para transportar ouro, pedras preciosas e outros materiais pelos trilhos, para dentro e para fora da mina.

E nós temos algum trole? — Perguntou Sir Caliot que ouvia atentamente a conversa.

Nesse momento Diana sorriu e ao pegar o mapa das mãos de sua amada, falou — Ainda não, mas segundo o mapa, os mineiros daqui guardam os troles na parte principal da mina, logo depois do túnel de entrada.

Ou seja, nós só temos que chegar lá e achar um desses. — Completou Meg empolgada.

Sim, e é por isso que o Thomas está aqui conosco, ele é o único aqui que sabe como pilotar com excelência todo tipo de trole e coisas ligadas a trilhos e maquinas de metal. — Explicou Diana ao apontar para o garoto magrela que sorria e brincava com Brown, que tentava morder a sua camisa branca e esfarrapada.

Ótimo, só espero que exista mesmo algum trole e que o garoto magricela consiga nos levar em segurança. — Falou Sir Caliot ao pegar algumas madeiras e tecido e improvisar algumas tochas para iluminar a escuridão da mina.

E então, depois de todos, com exceção de Eleanor e Meg, segurarem uma tocha, o pequeno grupo de oito pessoas e um cachorro adentraram na trilha de ferro e metal.

Depois de alguns minutos seguindo o trilho no túnel reto da entrada, o grupo chegou em um espaço aberto com um enorme buraco no teto por onde a luz da lua cheia passava e iluminava vários carrinhos cheios de pedras, tesouros esquecidos, e algumas picaretas e pás bastante velhas e enferrujadas.

Ali! Um trole que nós podemos usar! — Falou Jennifer ao apontar com o seu dedo fino e magro para um pequeno carro de metal movido a manivela.

Ótimo! Já temos um. Agora vamos precisar de pelo menos mais dois para todos nós prosseguirmos juntos. — Falou Diana ao se mover para o lado oposto à procura de outro trole.

Então, depois de alguns segundos de procura, Sir Caliot encontrou outro, e Thomas deu a brilhante ideia de colocar um dos vagões de transportar materiais entre os dois troles.

Depois de executarem a ideia de Thomas, o garoto magricela subiu no trole da frente e pediu que Sir Caliot o ajudasse a mover a manivela de cima para baixo, e pediu que os outros dois cavaleiros também fizessem o mesmo com o trole de trás.

As garotas e Brown então subiram no carrinho de transporte ao meio, com exceção de Diana que ficou no trole da frente segurando uma tocha para eles poderem enxergar os trilhos ou alguma coisa no caminho.

Jennifer segurou a tocha ao lado de Meg para iluminar o mapa, e a baronesa guiava e dizia o melhor caminho para chegar nas despensas da mina.

Meg: — E agora nós pegamos o trilho a direita até chegarmos em um outro lugar grande e com um buraco no teto.

Não vai dá! — Respondeu Diana na frente.

E por que não? — Perguntou Meg confusa.

Porque o caminho para a direita está bloqueado. Houve um desmoronamento. — Respondeu Diana ao iluminar as enormes pedras e a montanha de barro que bloqueava o caminho para direita.

E agora? Por qual caminho? — Perguntou Eleanor ao olhar para o mapa.

Temos que seguir em frente até chegarmos no grande salão de pedra. De lá nós descemos a escadaria e faremos o caminho todo a pé. — Respondeu Meg ao checar o mapa.

A pé!? — Exclamou Diana indignada.

Sim, a pé. É isso ou então voltamos até o começo e pegamos um caminho bem mais longo. — Respondeu a baronesa com uma voz meiga e fina, porém firme.

Aff, então vamos em frente. — Resmungou Diana antes de concorda e ficar em silencio.

Então, depois de alguns minutos no mesmo trilho, o grupo chegou em um enorme salão de pedra cinza decorado com bancos de granito e um buraco enorme no teto por onde passava a luz da lua.

A linha do trilho seguia até uma porta de pedra que havia desmoronado do outro lado do salão. Mas do lado direito, atrás de uma estátua sem cabeça de um antigo rei do passado, estava uma enorme escadaria esculpida em pedra que levava para a parte mais abaixo da mina.

Margaret: — Chegamos no salão, agora é só descer a escada e pegar o caminho da direita até chegarmos na ponte que dá para as despensas.

Ponte? — Perguntou Eleanor confusa com a palavra.

Sim, ponte. Existe um rio que passa dentro dessa mina, as despensas ficam do outro lado, então nós só precisamos atravessar essa ponte. — Explicou a baronesa.

Bem, isso se nós sobrevivermos a aquilo! — Apontou Diana com a tocha para uma criaturinha branca e deformada que aparentava chorar próxima de um dos bancos de pedra.

O pequeno ser era pálido e tinha a aparência de um boneco de pano branco e horrendo.

Por um momento Jennifer lembrou de Olivia, pois o choro da criatura lembrava muito a princesa chorona que a garota azarada conhecera antes.

Mas quando Brown começou a latir para o estranho ser e os cavaleiros empunharam as afiadas espadas, Jennifer sabia que aquilo não poderia ser algo bom.

Porém, apesar dos latidos de Brown e do medo nos olhos dos cavaleiros, o imp apenas continuava a chorar.

O que faremos? — Perguntou Sir Caliot para as garotas.

Talvez seja melhor deixar ele chorando aí...  Vamos, temos que descer as escadas e... — Mas antes que a baronesa terminasse a sua frase, uma enorme sombra negra encobriu a luz da lua que entrava pelo enorme buraco do teto, e um enorme dragão negro caiu por cima de dois dos três cavaleiros.

Varturi, Sereb! — Gritou Meg ao perceber as enormes patas do negro réptil esmagando os corpos e amassando as armaduras dos pobres e azarados cavaleiros.

Corram, corram todos! Para a escada! — Gritou Sir Caliot ao apontar na direção da estátua sem cabeça.

Logo todas as garotas, o cavaleiro, e até mesmo Brown, estavam descendo os degraus de pedra de maneira apressada e desesperada.

O dragão atirou um enorme jato de fogo na direção da estátua e logo depois deu um urro tão alto que acordou todas as coisas que pudessem estar adormecidas dentro daquela mina.

Rapidamente inúmeros imps saíram de buracos de dentro do chão, das paredes, e até mesmo do teto.

Sir Caliot e Diana enfrentaram alguns, enquanto Meg abria o saco com o pólen dourado e passava a substancia nas laminas das espadas e adagas das garotas.

Com as laminas cobertas por Pólen, apenas um corte era necessário para cada imp, mas as laminas e o pólen seriam completamente inúteis contra o dragão.

Corram, corram! Não lutem! Temos que alcançar a ponte o mais rápido possível! — Gritava Meg enquanto corria com o mapa e uma tocha acessa na mão direita.

Jennifer que empunhava a espada das rosas vermelha e a adaga, com cabo de ouro em formato de peixe que Wendy lhe dera, corria um pouco atrás da baronesa, mas foi derrubada por um imp com cabeça de rato e que quase conseguiu esfaqueá-la, se não fosse por Brown que pulou em cima do pequeno imp e lhe mordeu o pequeno crânio em forma de roedor.

Então, ao se levantar Jennifer avistou um imp fantasma com duas cabeças indo na direção de Eleanor que parecia fita-lo com certa curiosidade.

Sem pensar duas vezes, a garota azarada avançou na direção do imp com duas cabeças e perfurou o seu peito com a lamina fina e afiada da espada das rosas vermelhas, fazendo a criatura guinchar tão alto que o barulho ecoou em eco por toda a mina.

Vamos Eleanor, temos que sair daqui. — Falou Jennifer ao segurar na mão da princesa fria e guia-la para junto da Meg e do Brown.

Thomas seguia as garotas um pouco mais atrás, enquanto Diana e Sir Caliot enfrentavam alguns imps e corriam na retaguarda sem se distanciar muito do grupo a frente.

  Vejam, é a ponte! — Gritou Jennifer ao apontar para a enorme ponte de pedra que passava por cima de um enorme rio e ligava os trilhos até uma enorme porta de ferro.

Sim, mas a porta está fechada! — Gritou Eleanor que segurava firmemente a sua adaga “Beijo de fogo” que Diana lhe dera antes de sua primeira partida para aquele lugar.

Existe uma outra entrada na parte de baixo, descendo por aquela escada! — Falou Meg ao apontar para uma pequena escada em espiral do outro lado da ponte.

E como saberemos que ela não está fechada? — Perguntou Jennifer desesperada.

Não saberemos até chegarmos lá! Agora atravessem! — Gritou Meg ao ser a primeira a correr através da ponte.

Thomas, Brown, Jennifer e Eleanor atravessaram logo depois. Mas quando Diana e Sir Caliot tentaram atravessar a ponte, o dragão negro reapareceu e capturou Sir Caliot com suas garras afiadas, atirando-o depois ao rio onde ele afundou e se afogou devido ao peso de sua armadura.

Não!!! — Gritou Diana furiosa ao avistar o que a terrível besta fizera. Então, tomada pela fúria, a garota retornou a batalhar contra os imps, deixando Meg completamente desesperada.

Margaret: — Ela vai se matar!

Não vai não! — Gritou Jennifer rapidamente. — Vocês três abram a porta lá debaixo, eu vou buscar ela! — Falou a garota azarada ao correr na direção da duquesa e ser acompanhada pelo seu fiel amigo canino.

Jennifer, não! — Gritou Eleanor que tentou ir atrás da garota azarada, mas foi impedida por Thomas que lhe agarrou e disse — Minha princesa, nós temos que abrir a porta, a porta! Senão todos nós vamos morrer!

Foi então que com a ajuda de Meg e Thomas, Eleanor desceu as escadas e encontraram uma pequena porta de madeira velha o suficiente para ser arrombada por força bruta.

Vamos, se nós conseguirmos derrubar essa porta nós todos teremos uma chance! — Gritou Meg ao fazer força junto com Thomas e Eleanor.

Enquanto isso, Jennifer, Diana e Brown enfrentavam juntas cerca de 50 imps, quando o dragão negro retornou e aterrissou na frente delas, pronto para queimá-las vivas.

Mas antes que o dragão pudesse sequer abrir a boca, um vulto magro e rápido pulou por sobre a cabeça da fera, lhe cortando as escamas com laminas tão afiadas e rápidas que as garotas mal podiam acreditar que aquilo se tratassem de espadas.

O dragão urrou de dor e ao voar para cima, saiu por um enorme buraco no teto por onde a luz da lua penetrava por sobre a ponte e o rio.

Vamos é a nossa chance! — Gritou Jennifer ao segurar na mão de Diana e guia-la na direção da escada em espiral.

Brown acompanhou as duas garotas, e os poucos imps que sobreviveram ao pouso do dragão, recuaram com medo das laminas afiadas em suas mãos.

Então, ao descerem as escadas, Jennifer e Diana encontraram uma porta aberta e Eleanor esperando pelas duas com a adaga na mão.

Vocês estão vivas. — Sussurrou Eleanor aliviada.

Sim, mas graças a alguma coisa que atacou o dragão. Onde está a Meg e o garoto? — Perguntou Diana enquanto limpava o suor da sua testa com a mão.

Eles entraram para checar o final desse corredor. A Meg acredita que é uma passagem secreta para as despensas. — Respondeu Eleanor com tranquilidade.

Bom, então vamos ver o que tem no final desse corredor. — Falou Diana ao entrar na passagem escura e avistar ao longe a chama da tocha na mão de sua amada.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O reino das rosas." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.