O reino das rosas. escrita por Lord JH


Capítulo 50
O cão vadio e a princesa mentirosa.


Notas iniciais do capítulo

Wendy e Amanda enfrentam o terrível e assustador cão vadio.



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De longe o velho celeiro parecia desolado e completamente abandonado. Porém, de dentro da antiga estrutura de madeira, barulhos estranhos e vozes infantis podiam ser ouvidas claramente.

Wendy, transformada em ursa, lutava tentando expulsar Amanda de sua mente, que com cada nova tentativa se tornava cada vez mais forte e resistente.

Acho que eu estou pronta. — Falou Amanda ao finalmente liberar a mente da princesa das rosas.

Pudera, estamos treinando isso há dois dias. Eu estou até com dor de cabeça. — Reclamou Wendy enquanto olhava para o seu coelhinho e enxergava três ao invés de um.

Então acho melhor voltarmos para a pensão e irmos dormir. Eu mesma estou muito cansada de ficar usando a minha habilidade sem parar. — Falou Amanda ao limpar o suor da testa e do rosto.

Sim, vamos. Eu só preciso.... — Sussurrou Wendy antes de cair no chão por exaustão mágica e mental.

Princesa! — Gritou Amanda ao correr e socorrer a pequena garota loirinha.

Calma, eu estou bem. Foi apenas fraqueza... — Murmurou Wendy com a vista ficando bastante embaçada.

Sim, nós não deveríamos ter abusado de nossa capacidade. Vamos, eu levo você. — Falou Amanda ao colocar a garota loirinha nos braços.

O-obrigada. — Agradeceu Wendy corando um pouco de vergonha.

Então, depois de Amanda levar Wendy de volta para pensão e quase obrigar a princesa a comer um pouco, as duas garotas desabaram juntas na cama e dormiram profundamente até o dia amanhecer.

Quando acordaram já era quase meio dia, e Amanda sabendo que elas partiriam aquele dia, fez uma refeição reforçada e bastante revigorante para assim ficar com energia suficiente para enfrentar o temível e assustador cão vadio.

Wendy também comeu o máximo que conseguiu, mas estava preocupada se Amanda conseguiria ou não controlar a fúria da fera tão temida.

Então, quando finalmente partiram da pensão, Wendy perguntou — Amanda, você tem certeza que você quer tentar fazer isso?

Amanda confusa com a pergunta da princesa, apenas perguntou — Ué, mas não é você que quer que eu faça isso?

Wendy concordou com a cabeça, mas ao olhar para Sir Peter que acompanhava incansavelmente o trote da égua, falou — O problema é que é muito arriscado. Você é muito jovem e se você morrer todas as minhas esperanças terão fim.

Amanda apenas riu com o comentário da princesa solitária, e após olhar para o céu azul, falou — Se eu morrer ao menos saberei que morri tentando fazer algo de útil. E isso já é muito. — Finalizou a garota gorda ao olhar para a estrada novamente.

Sem palavras Wendy apenas se calou e ouviu o som do trote constante da égua e o canto dos pássaros nas arvores em volta.

 E então, depois do anoitecer, as garotas amarraram a égua na entrada da floresta onde Wendy sabia que o cão vadio gostava de caçar e patrulhar território, e deixou o seu Miraj Peter fazendo a guarda do animal.

 E então após olharem nos olhos uma da outra, Wendy falou — Agora é o momento da decisão. Se nós entrarmos agora teremos a chance de salvar o reino ou morrer tentando. Você está pronta?

Amanda respirou profundamente e fechou os olhos, e após liberar todo o ar inspirado, falou — Que seja o que os deuses antigos desejarem. — E entraram juntas na floresta.

Wendy então explicou que primeiro tentaria dialogar com a fera, e se caso não conseguisse convencê-lo a desistir ou fosse atacada, então seria o momento de Amanda agir.

Então, com o plano em mente, as duas garotas seguiram os rastros de sangue, pegadas e pelos negros, encontrando também pelo caminho partes de corpos de crianças e cavaleiros que Wendy enviara para derrotar a terrível besta.

Todos eles falharam... — Sussurrou Wendy ao olhar os corpos dilacerados e as armaduras amassadas, queimadas e destruída.

Foram eles que tentaram derrotar o monstro antes? — Perguntou Amanda curiosa ao olhar para um escudo queimado e manchado de sangue seco e velho.

Sim, fui eu quem os enviou para a morte. E se nós falharmos aqui hoje.... Muito mais irão morrer. — Respondeu a princesa ao se ajoelhar e pegar um elmo velho e rachado.

Será que ele está por perto? — Perguntou Amanda ao olhar para os lados como se estivesse com uma sensação de que estava sendo observada.

Wendy: — Não sei, mas creio que...

Então, antes mesmo que a princesa pudesse finalizar a sua frase, um grito de desespero de uma criança ecoou pela floresta, fazendo o coração e os nervos das duas garotas gelarem de medo e de terror.

Está vindo de lá! — Gritou Wendy ao apontar uma direção e ir correndo pela mesma.

Amanda fez o mesmo, e quando alcançaram uma clareira no meio da floresta, as duas garotas avistaram um homem alto e forte cortando um corpo de um garoto com um machado, como quem estava simplesmente cortando a carne de um animal qualquer.

Amanda conteve um impulso forte de vômito, mas Wendy que já estava acostumada com aquela cena, falou — É ele. Bom, eu vou seguir com o planejado e vou falar com ele, caso não der certo você já sabe o que fazer né?

Amanda apenas concordou coma cabeça e se escondeu atrás de um arbusto para esperar o momento certo de agir.

Wendy então respirou profundamente e ao se aproximar do homem que cortava e cantarolava alegremente como se não estivesse fazendo nada de errado, falou — Boa noite Sir Gregory. Faz tempo que não nos vemos, não é?

O alto homem parou de súbito ao ouvir a voz da pequena princesa, e ao se virar e perceber que era Wendy que estava ali, o homem falou — Princesa das rosas vermelhas.... O que faz em um lugar tão perigoso? Resolveu visitar os velhos amigos?

Wendy sentiu o sarcasmo, o ódio, e a raiva nas palavras do homem, e após fazer uma bela e educada reverencia com o vestido, a princesa respondeu — Estou aqui para pedir encarecidamente que pare com os ataques a crianças e pessoas do meu povo. Você não precisa fazer isso para sobreviver, faz por maldade. — Falou a garota loira ao olhar para o corpo destroçado do pobre garoto que gritara minutos antes de ser partido ao meio por um machado de lenhador.

O homem apenas sorriu e gargalhou antes de dar uma mordida na carne da perna crua e fresca do garoto, e dizer — Então você vem para reclamar daquilo que eu retiro do seu reino? Engraçado você reclamar disso, já que foi você quem tirou o meu filho de mim! E duas vezes.

Wendy suspirou de aflição ao ouvir as palavras do homem, mas ao se lembrar que fizera aquilo pelo bem de Jennifer, a princesa falou — Não fui eu quem matou o Joshua. Ele era o meu melhor amigo, como o senhor mesmo sabia.

Sim, mas a garota não! — Gritou Gregory ao apontar o machado para Wendy. — Ela era minha por direito. Pois foi eu quem a salvou. E você a tomou de mim! — Gritava Gregory extremamente furioso, mas controlado.

Wendy não temeu nem um pouco aos gritos do homem, e ao bater o pé no chão, falou — Eu não a roubei de você! Eu a salvei de sua loucura e destruição! Se você quiser me culpar por isso culpe, mas não envolva o meu povo que é inocente nisso. — Falou a pequena princesa sem medo e com coragem no olhar.

Gregory observou cada detalhe da pequena garotinha que se mantinha de pé e sem medo algum de estar naquela floresta. Então após rir e largar o machado no chão, Gregory retirou a camisa e ao começar a retirar o resto de sua roupa, falou — Você é bastante corajosa, más é uma pena que não percebeu que vir aqui esta noite seria o motivo de sua morte.

Wendy apenas sorriu e ao retirar o chapéu branco de sua cabeça e começar a retirar as suas roupas, falou — É mesmo? Então você vai tentar me devorar agora?

Mas Gregory apenas riu mais uma vez, e enquanto mudava a sua forma para um cão negro gigante e com aspecto de lobo, falou — Sim, eu vou, mas antes pretendo devorar a outra garota escondida nos arbustos! — Gritou a fera antes de pular, correr e avançar na direção de Amanda.

Wendy tentou se transformar em ursa a tempo, mas antes que pudesse chegar em sua amiga, o cão vadio já havia mordido a garota gordinha pela perna e a jogado contra o tronco de uma grande arvore próxima.

Wendy então tentou atacá-lo, mas a fera canina era muito mais forte e rápida que ela, e ao se virar e morder o dorso da esguia ursa branca, jogou a pequena e fraca princesa para a direção de outra arvore próxima fazendo com que Wendy gritasse e grunhisse de dor e agonia.

Foi então que a princesa percebeu que o cão vadio se aproximava babando e se deliciando com o pensamento de devorar a sua carne. Mas antes que a princesa conseguisse se levantar para lutar novamente, Peter, o coelho branco, apareceu em sua forma de miraj e ao perfurar o dorso lateral esquerdo do grande cão negro com o seu chifre, o balançou e o atirou em direção ao outro lado da clareira; dando assim tempo suficiente para que Wendy conseguisse se recuperar.

Obrigada Peter. — Agradeceu a princesa ainda em forma de ursa antes de ouvir o uivo de raiva e dor da grande besta que retornava e se aproximava furiosa.

Eu vou devorar vocês! — Gritou o cão vadio com uma voz alterada, bestial e assustadora.

Sinto muito Sir, mas eu acho que não. — Falou Wendy antes de olhar para Amanda que encarava o enorme cão negro e se preparava para lhe invadir a mente.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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