A Cartada Final escrita por Pedro Ivo


Capítulo 4
Alan - Capítulo IV


Notas iniciais do capítulo

Quarto capítulo da história.



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Era cinco da manhã de um sábado e o dia estava bastante chuvoso. O quarto de Alan estava escuro e o mesmo se observava no espelho. Sua expressão estava séria... Seus cabelos levemente bagunçados e seus óculos jogados em algum lugar de sua cama. Era comum Alan ficar refletindo sobre sua vida pelas manhãs, ele precisava daquilo. Contar mentiras requer uma mente limpa e saudável, sem perturbações... Especialmente do passado.

– Você está morta Larissa... Então... Então por qual motivo você continua me assombrando? – Alan perguntou a si mesmo, nervoso.

Você vai ser um perdedor para sempre, Alan, conviva com isso.” A voz de Larissa ecoou pela mente de Alan. Sua reação foi meio estranha... Ele formou um sorriso irônico em seus lábios e voltou a olhar o espelho.

– Eu ganhei o jogo Larissa... E você perdeu. – Disse por fim.

Ele se sentou na cama e começou a lembrar do seu passado terrível. O passado no qual Samara ainda o menosprezava, onde Micaelly não tomava um café com ele todos os domingos no Starbucks e o pior... Em que ele era cego por Larissa.

***

– Bia, você fez a atividade de matemática, querida? – Larissa estava sentada em sua banca, enquanto sorria para sua amiga.

– Sim, eu fiz! Quer copiar? – Perguntou Bia, igualmente sorridente.

Larissa percebeu que sua amiga utilizava um suéter de lã com um coelhinho bem no meio. Ela sorriu e olhou bem no fundo dos olhos de Bia.

– Querida, primeiramente tire esse seu suéter. – Falou Larissa, ríspida.

– Hã... O quê? – Bia estava confusa.

– Você não faz ideia do que eu fiz para poder te encaixar no meu grupinho. Lembre-se que você era mais uma perdedora assim como os idiotas do Alan e da Carol, então é melhor você seguir o que eu digo, para não acabar voltando para eles. – Larissa sorriu.

– Larissa, eu pensei que fossemos amigas. Mas você vive me tratando mal, eu nunca vi você fazendo alguma coisa legal para mim! As vezes parece até que não gosta de mim... Para Micaelly conseguiu fazer com que aquele menino fosse a festa com ela, para Samara comprou aquele vestido lindíssimo e para mim?! – Perguntou Bia, indignada e com lágrimas nos olhos.

– Você é uma ingrata. Eu melhorei sua vida querida, você era uma perdedora e todos te xingavam. Você deveria me agradecer por eu te tirar daquele círculo social nojento... Agora você é minha melhor amiga e é bom que você continue assim.

– Um dia você irá ver Larissa. Eu darei graças a Deus caso você desapareça algum dia. – Bia finalizou, saindo dali raivosa.

Larissa observou Bia se distanciar. Até que Alan chegara ao seu lado, todo sorridente e feliz, como sempre. Larissa virou-se para olhar o garoto, com um olhar de desprezo.

– O que você quer, perdedor? – Perguntou Larissa.

– B-bem... Queria saber se você que ir comigo para a festa de Ana, você topa? – Perguntou Alan, com uma rosa em suas mãos.

– Ahahahaha... Você acha que eu iria com alguém como você? Não, obrigada. – Larissa começou a gargalhar e continuou. – Eu tenho companhia bem melhor que um zé ninguém como você. Por que não chama Carol para ir com você? Os dois são perdedores mesmo, hahahaha.

Larissa arrumou seus cabelos e saiu dali como se estivesse numa passarela. Alan sentiu as lágrimas escorrerem pela sua bochecha, para evitar humilhação futura, correu em direção ao banheiro masculino, evitando que qualquer um visse.

– Uh... Alan? É você? - Um menino com óculos e cabelos extremamente bagunçados havia entrado no banheiro.

– Ah... Leo! Eu não estou chorando, apenas caiu um cisco no meu olho... – Alan se apressou, tentando enxugar as lágrimas.

– Calma, eu vi tudo. Larissa te humilhou novamente, certo? – Perguntou Leo, aflito.

– Sim... Eu não sei o que eu fiz contra ela. Eu sempre fui tão amigável. – Disse Alan, sério.

– Larissa é uma garota difícil e conseguiu manipular todos da sala. Mas você que é o culpado! Por qual motivo você vive procurando ela, hein?! – Perguntou Leo, agora um pouco irritado.

– Leonardo, eu gosto muito dela. Eu quero me casar com ela! – Alan rebateu.

– Ela não gosta de você e nunca gostará. Mas relaxe, pessoas como ela sempre acabam mal em algum momento de sal vida. – Leonardo suspirou e continuou – Eu e Carol vamos fazer uma coisa muito importante dia 12 de dezembro, o dia em que acaba as aulas.

– Sim... E daí?

– Quero que você se una a nós. Tenho certeza que você vai concordar. – Falou Leo, sorrindo. –

– Ok.

Os dois saíram do banheiro e voltaram para a sala de aula. Como sempre, Larissa estava sentada perto de Samara, Micaelly e Bia. As quatro não paravam de conversar e o professor de matemática não ligava, pois segundo rumores, Larissa descobriu um segredo péssimo sobre o professor e o obrigou a seguir suas ordens. No fim da aula, Carol levou Alan e Leo até um restaurante no centro da cidade.

– Alan, que bom que você veio! Você é a pessoa mais importante para o que vamos fazer. – Carol falou, corando.

– Hã... Ok. Mas do que se trata? – Perguntou Alan, meio desinteressado.

– Você é a pessoa mais inteligente que eu conheço... E com certeza conseguiria invadir o celular de alguém, né? – Perguntou Carol, mais vermelha que um pimentão.

– S-sim... Eu acho. Mas vocês querem invadir o celular de quem? – Perguntou Alan, confuso.

Carol se aproximou do ouvido de Alan e sussurrou o nome da tal pessoa. Alan olhou para ela meio surpreso e começou a falar nervosamente.

– Eu não vou fazer isso! Eu nunca faria isso com essa pessoa, Carol. Pode desistir! – Disse Alan, nervoso.

– Alan, essa pessoa não se importa nem um pouco com você e outra, queremos apenas saber alguns segredinhos. O que tem de mal? – Perguntou Leo, sorrindo.

– Ok... Eu farei isso. Mas jurem que não irão fazer mal a ninguém. – Falou Alan.

– Claro que não... Mas com você andando comigo e com Leo, tenho certeza que irá abrir os olhos e saber quem é a pessoa certa para você. – Carol começou a sorrir que nem uma besta, observando Alan.

– Tá né. – Finalizou Alan.

***

– Alan, filho, o café da manhã está na mesa. – Informou a mãe, abrindo a porta do quarto.

– Ah, certo, certo! – Alan acordou de seus devaneios, descendo as escadas e indo comer.


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