E se tivesse uma garota no Instituto Imperial? escrita por Hissa Odair


Capítulo 9
Você é como uma mãe para mim.




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Esta última semana foi muito boa, minha irmã começou a ficar mais tempo comigo, hoje vamos em um parquinho aqui perto, eu fiquei feliz com a notícia, pude ver que em seus olhos não tinham mais nenhuma tristeza, pelo contrário, vi uma alegria que nunca vi em seus olhos.

Não sei como, mas pareceu que a minha tristeza pela morte de meus pais também sumiu.

Era um sábado ensolarado e bonito, um vento refrescante parecia brincar com meus cabelos, tentava fazer a mesma coisa com os da minha irmã, mas os cabelos dela eram demasiados curtos para isso. Chegando no parque, via flores coloridas no chão, a grama verdinha crescia e os pássaros cantavam uma música bem alegre.

Vi umas meninas correndo histericamente uma atrás da outra.

–Chamam isso de pega-pega.

–Pega ... Pega? -Repeti.

Já vi umas meninas brincando disso no recreio depois da aula, mas não queria pedir para brincar, porque não gostava delas. Já peguei elas falando de mim as escondidas, me chamando de tonta e boba, e era verdade que não tinha interesse em conversar, mas pelo menos podiam falar a verdade na cara, não precisavam esconder. Não conversei com ninguém durante todo o período na escola e nem no orfanato, nunca falaram mal de mim, mas perdi a confiança em todos os tipos de pessoas.

–É pega-pega ... Está com você! – Ela encostou no um ombro e saiu correndo.

Fiquei surpresa no início, mas o ânimo de brincar, pela primeira em 1 ano e meio me fez dar um grande sorriso.

–Ei, isso não vale! – E sai correndo atrás dela.

Foi bem injusto, ela era mais velha e era jogadora de futebol, eu sou pequena e nem sei chutar uma bola. Corri. Ela fazia curvas para me despistar. Estava respirando ofegantemente.

Ela notou que eu estava cansada e propôs que eu brincasse no balanço, não me opus, gostava de ficar no balanço da escola, quando não estava ocupado, eu sentia que era um pássaro que estava voando.

Quando cheguei lá, me sentei, e Chihatu me empurrou, quando eu brincava na escola, eu mesma me empurrava, agora, com minha irmã empurrando, eu fiquei mais alto, mais alto, mais alto.

Estava muito feliz.

Comecei a sentir frio, então coloquei um agasalho, minha irmã também colocou um agasalho.

Fomos andando pelo parque juntas. Apareceu uma senhora vendendo cata-ventos, minha irmã comprou um para mim. Eu realmente não queria aceitar, eu sei que minha irmã tem feito até o impossível para arranjar um tempo entre a escola, o clube de futebol e até mesmo eu. Ela pareceu feliz em me dar o presente, então não me opus, afinal, eu gosto muito de cata-ventos.

Nós pegamos o cata-vento, minha irmã me mostrou como você pode saber a direção do vento com ele.

–O vento está ao norte – eu disse.

–Exato ... você já aprendeu os pontos cardeais na escola? – Ela perguntou surpresa.

–Uma vez você me disse como se orientar pelo sol – O sol ia se pôr em breve.

Ela tinha me ensinado na tarde do dia da morte de nossos pais, tudo aconteceu na noite. Ela pareceu se lembrar do dia. Ela se ajoelhou, segurou em meus ombros, me olhou nos olhos e disse:

–Você ainda sente pela morte dos nossos pais?

Não precisei pensar muito, ia ser uma das primeiras vezes que falava a verdade para ela desde que ficamos órfãs.

–Não.

Os olhos da minha irmã se encheram de lágrimas, mas não lágrimas de tristeza, de raiva ou de dor, eram lágrimas de alívio e felicidade.

–Estou orgulhosa de você – Chihatu me disse.

Depois notei que o sol estava se pondo. Na mesma hora me lembrei de que dois dias antes de seu assassinato, minha mãe também me havia dito que se orgulhava de mim, eu tinha me machucado feio e não chorei quando levei dois pontos na perna.

Era igual a minha mãe, seus olhos e seus cabelos, apesar de mais curto, idênticos. Caíram lágrimas de meus olhos.

Então ela enxugou minhas lágrimas com o dedo indicador e me abraçou, e minha mãe teria feito o mesmo.

–Te amo irmã – eu disse.

–Eu também.

Voltamos ao orfanato porque estava escurecendo. Chegamos lá muito felizes.

Quando entramos, a diretora disse que um senhor queria falar com Chihatu.

De uma hora para outra, minha irmã ficou meio pálida e falou para eu ir dormir, que estava tarde. Fiquei preocupada, mas ela estava certa, estava cansada. Fui para o banheiro escovar os dentes, e fui para o dormitório, não sem antes espiar atrás da porta como sempre faço.

Eu me lembro de ter visto um senhor alto e magro, de óculos escuro redondos, o que ele queria aqui? O que queria com a minha irmã


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Notas finais do capítulo

Eu espero que gostem desse capítulo como eu gostei de escreve-lo. Obrigada pela atenção.
E escrevam comentários para a pergunta que fiz alguns capítulos atrás, porque minha fanfic não seria nada sem vcs.



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