~ Rose

Sonhava estar em um balanço, tinha voltado a ser criança outra vez, sentia a brisa de uma tarde verão passar pela minha pele e meu cabelo balançar com o vento. Um menino de cabelos loiro quase cinza me balançava, ele sorria mas eu não conseguia ver seus olhos. De repente um trovão risca o céu e todo o clima de verão some, o céu fica negro e a chuva cai rapidamente encharcando meu corpo, eu ainda continuo balançando mas o menino não esta mais lá, então a corrente do balanço se quebra e eu começo a cair em um buraco sem fim.

Acordo assustada e suando frio.

~Scorpius

– ELAS FIZERAM O QUE? - Gritei fervendo de raiva, Erick se encolheu no sofá, não acreditava em nenhuma palavra que saíra da boca dele, não era possível, comecei a andar de um lado para o outro do quarto.

– C-calma, foi o que eu ouvi, não precisa ficar assim por causa da ruiva. - Ele acabara de me contar que Camille quase enfeitiçara Rose para perder a memória permanentemente e espera que eu fique normal, maldição, era para mim estar ao lado dela não o fracassado do Frank. Agarrei a cola da camisa dele.

– Não me teste, sua cria de trasgo, você entendeu!? Mande Camille ficar longe de mim, por um bom tempo. - Falei friamente e amargamente, peguei um casaco de sai para fora do quarto, antes de fechar a porta falei. - Se você tentar algo do tipo saiba que estará morto para mim!

Corri por toda a Hogwarts para ir a enfermaria, só queria vê-la, se alguma coisa tivesse acontecido com ela eu não iria me perdoar. Eu estava cansado, o vento congelava mas eu não me importava, continuei. Eu não estava me importando para mais nada, se tivesse que parar de conversar com ela eu pararia, se tivesse que parar de olhar para ela eu pararia, se tivesse que deixar de ser capitão do time de quadribol por ela eu faria, só queria vê-la segura.

Parei na porta da enfermaria, estava pronto para entrar mas foi quando me caiu a ficha, ela nunca estaria segura comigo, eu era esse tipo de pessoa, o tipo que gostava de estragar tudo, o tipo que destruía tudo o que tocava. Certa vez quando era pequeno minha mãe me levará a um parque trouxa, vi algumas crianças brincando de fazer um castelo de areia, fui brincar junto, acabei discutindo com um outro garoto e o empurrei em cima do castelo, e todas as crianças me olharam daquele jeito e saíram de perto de mim, elas sabiam que eu era encrenca, que eu era tipo que destrói tudo o que toca.

– O que você esta fazendo? Vai entrar ou não? - Ouvi alguém dizer atrás de mim, era Albus Potter, ele estava de braços cruzados serio. Pensei em responder mas então fechei a boca, era melhor eu ficar calado.

– Se não for, então pode ir embora! - Ele disse friamente, baixei a cabeça, aquele era Albus, lembrei do dia em que nos conhecemos, estamos tão diferentes.

– Não vai falar que eu sou um idiota, que eu não devia ter feito nada? - Perguntei, ele continuava a me encarar.

– Acho que você já falou o suficiente para você mesmo. - Sorri, aquele desgraçado me conhecia melhor do que ninguém.

– Você sabe que eu não queria isso, você sabe que tudo o que acontece, eu... - Balancei a cabeça, por que eu estava tendo essa conversa? por que simplesmente não ir embora?

– Tem razão, você nunca quer, mas sempre acontece. - Ele falou serio, do jeito que eu me lembrava, as palavras voaram da minha boca.

– Por Merlin, Potter! Eu não aguento mais isso, tudo o que eu achava ter ou tudo o que eu tenho, ela é completamente o oposto, e eu não consigo tira-la da cabeça. Ela me deixa maluco, ela é a única coisa que eu não posso ter, pois eu sei que eu vou acabar machucando-a ainda mais, mas pra mim ficar longe dela é... impossível.

Ao me dar conta que tinha contado tudo a ele, perdi a cabeça e soquei a parede, a dor passou pelo meu braço fazendo-o latejar, senti as coisas amenizarem. Ele é a única pessoa que eu não me importava de contar, mas não fazia mais diferença agora.

– Eu vou embora. - Caminhei devagar sem o olhar nos olhos, senti sua mão me parar, olhei-o surpreso.

– Você não muda não é?! Abra os olhos Malfoy, eu nunca achei que você correria atrás de uma pessoa, você pode pensar que desistir dela será melhor, mas você esta enganado, entre logo antes que eu mude de opinião! - Ele foi se afastando.

Entrei na enfermaria, não havia ninguém nas camas, exceto Rose na última, andei até ela, que pareceu não me notar.

– Rose? - Ela me encarou, não tinha nenhum corte ou arranhão, suspirei aliviado, seus olhos brilhavam.

– Scorpius! Sabia que eu sonhei com você?! Foi estranho. - Ela falou sorrindo, senti minha pele queimar, o que havia com ela?

– Oh, rapaz o que faz aqui? Minha paciente tem que descansar. - A professora perguntou, me distanciei da cama.

– Eu só quero falar com ela uma coisa, por favor professora! Depois disso eu vou embora. - Ela olhou pra mim e balançou a cabeça.

– Tudo bem, só não atormente muito a coitadinha, ela bateu a cabeça e...

– O que? Ela bateu a cabeça? - Perguntei apressado.

– Ah foi por causa de umas meninas malvadas, deviam ser castigadas, ainda vou providenciar isso, mas enfim, eu tive que dar uma poção para ela, com o efeito ela não vai entender muito o que você falar.

A professora continuou falando enquanto saia nos deixando a sós, senti o peso da culpa e raiva tomar conta de mim. Me perguntei o que ela quis com não entender muito bem.

– Rose, eu tenho uma coisa para te falar. - Ela parou de brincar com um vazo de flores na cabeceira da cama e se virou pra mim.

– Posso mexer no seu cabelo? Sabia que é muito tentador quando você deixa ele bagunçado! - Ela sorria, agora entendia o que a professora havia falado, mas por um lado era divertido, me aproveitei da situação.

– Ah é? O que é mais é tentador? - Perguntei, ela começou a pensar.

– Eu não posso te falar tudo, se não, não será mais divertido.

– Entendo. - Ela então ficou quieta e seu sorriso desapareceu.

– Mas há algo que dói, e eu não consigo parar de fazer doer.

– É a sua cabeça? Eu vou... - Ela balançou a cabeça e colocou a mão sobre o meu peito.

– É aqui! - O que era aquilo? Eu havia feito aquilo, eu não importava de sentir dor, mas era diferente com ela, eu não iria fazer aquilo. Potter estava enganado.

– Estou com tanto sono. - Ela bocejou e foi se deitando, não demorou e ela já dormia.

– Desculpa. - Sussurrei, me aproximei e beijei sua cabeça, seu cabelo parecia cascatas de fogo pelo seu rosto, ela estava linda.

~ Rose

Acordei com a minha cabeça doendo, estava na enfermaria, o que tinha acontecido mesmo? Me virei de lado, Albus me observava.

– Achei que você não fosse acordar. - Ele falou distante.

– Por que minha cabeça dói tanto? - Fui me lembrado de como chegará aqui e a dor foi passando, fiz uma careta ao lembrar.

– Acho que você se lembrou, Frank te trouxe aqui, estava morrendo de preocupação e raiva, você tinha desmaiado, mas a professora deu um jeito, ele não queria sair do seu lado.

Frank, se não fosse por você... Mas havia algo estranho comigo.

– Alguém mais veio me ver? - Perguntei, o que eu estava esperando? Eu não devia pensar isso, ainda mais com o que aconteceu.

– Você não se lembra? Malfoy veio falar com você. - Sorri por dentro, mas logo essa sensação boa se foi, eu sabia que isso não adiantaria nada, eu me envolvi com ele e estar com ele era errado, isso era a prova de tudo, eu estava colhendo o que plantará, ficar longe dele seria melhor, mas eu iria conseguir?

– Eu estava acordada? - Sussurrei confusa, então me lembrei que havia tomado uma poção, droga, o que foi que eu falei para ele? Sentei tensa, senti minhas bochechas corarem.

– Você está bem? Acho que vou chamar a professora. - Albus saiu correndo. Droga, droga, droga, eu saiba os efeitos da poção, estava ferrada, esperava não ter falado nada constrangedor na frente dele. Eu precisava conferir isso.